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Trabalho Umbanda

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História 
	A Umbanda surgiu no Brasil em 15 de novembro de 1908, inicialmente nas regiões afro-brasileiras, com aspectos do candomblé, espiritismo e catolicismo. Atualmente sabe-se a que a Umbanda foi criada por Zélio de Moraes.
	Zélio de Moraes está vinculado além da Umbanda ao Espiritismo, em 1905, no Rio de Janeiro, deu a primeira manifestação do Caboclo das Sete Encruzilhadas, e no ano seguinte fundou a Tenda Espírita Nossa Senhora da Piedade.
	A Umbanda não possui escritos necessariamente sagrados, porém possui diversos livros que norteiam a religião. Dentre essas obras, se destaca o livro basilar da doutrina do Caboclo das Sete Encruzilhadas, O espiritismo, a magia e as sete linhas de umbanda
	A criação da Umbanda se deu em três momentos importantes, sendo o primeiro a religião africana, que transformou seu regime de linhagem em nação, ou seja, a ideia de familiaridade consanguínea deu origem a solidariedade étnica, isso devido ao tráfico de escravos, que destruiu os laços familiares. 
	O segundo momento importante na história da Umbanda foi o fim da escravidão, quando a população negra e mestiça passa por inserção na sociedade e em suas relações sociais. O Candomblé, majoritariamente rural, teve participação fundamental nessa integração da população através da solidariedade étnica.
	Por fim, o terceiro momento é quando se inicia a urbanização e industrialização no início do século XX, onde os negros e mestiços inseridos no mercado de trabalho necessitavam de uma religião mais adepta ao ambiente urbano.
	Após analisar esses três momentos importantes, podemos dizer que a Umbanda expressa a realidade cultural brasileira, pois reflete séculos de miscigenação e um encontro singular de culturas indígenas, africanas e europeias.
Doutrina
	A Umbanda é uma religião que acredita na vida após a morte, para muitos dentro da Umbanda e do espiritismo, a vida na terra é apenas um estágio, ou um momento, e que o plano espiritual continua. Como veremos na lenda de Zélio de Moraes, espíritos podem se comunicar com pessoas que ainda estão vivas.
	A Umbanda não se prende a lendas ou profecias sobre o fim do mundo, pois os espíritos superiores não se interessam em prever o futuro e seguem fielmente as leis divinas, além de respeitar o livre arbítrio de cada espirito. Em um eventual fim do mundo, a Umbanda, assim como o espiritismo, significaria apenas o fim do ciclo evolutivo da vida na terra.
	A lenda mais famosa da Umbanda é provavelmente a história de Zélio Moraes, um jovem de 17 anos que passou a sofrer estranhos “ataques”. Estes ataques eram caracterizados pela postura de um velho que falava coisas desconexas, como se fosse uma pessoa que viveu em outra época.
 A família de Zélio procurou um médico e após vários dias de observação, sugeriram que o jovem fosse levado a um padre, quando um integrante da família sugeriu levá-lo à Federação Espírita de Niterói, presidida na época por José de Souza.
Durante a seção, Zélio havia dito que na mesa faltava uma flor, se levantou e foi até o jardim, de onde retornou com uma flor e a colocou na mesa, tal atitude havia causado um tumulto entre os presentes. Retomados os trabalhos, manifestaram-se nos médiuns kardecistas espíritos que se diziam pretos escravos e índios.
O diretor da seção advertiu os espíritos ali presentes e os convidou a se retirarem do local, foi quando uma força tomou Zélio e disse "Porque repelem a presença desses espíritos, se nem sequer se dignaram a ouvir suas mensagens. Será por causa de suas origens sociais e da cor?"
Após longo diálogo, manifestou-se o Caboclo das Sete Encruzilhadas, que disse que naquele momento se iniciava um novo culto, em que os espíritos de velhos africanos que haviam servido como escravos, não encontravam seu espaço nas seitas negras, já deturpadas e dirigidas em sua totalidade para os trabalhos de feitiçaria; e os índios nativos de nossa terra, poderiam trabalhar em benefício de seus irmãos encarnados, qualquer que fosse a cor, a raça, o credo e a condição social.
Em 1918, o Caboclo das Sete Encruzilhadas recebeu ordens para fundar 7 tendas para a propagação da Umbanda. Ao longo de sua vida, Zélio não seguiu carreira militar como pretendia, e nunca fez de sua religião sua profissão.
Além da lenda de Zélio, a Umbanda conta com vários mitos, dentre eles podemos destacar Iemanjá, um dos mais famosos mitos umbandistas.
Iemanjá possui origens africanas, onde é considerada Rainha dos Mares, podendo ser chamada de sereia dos mares, princesa dos mares e dentre outros nomes. De acordo com o mito, Iemanjá tem poderes sobre o seu território, o mar. Também é conhecida como deusa lunar, rege os ciclos da natureza que estão ligados a água e caracteriza a “Mudança”, na qual toda mulher é submetida devido a influência dos ciclos da lua.

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