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CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 1 Integração Regional Aula 05 Prof. Eduardo Biacchi Gomes CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 2 Conversa inicial Prezado aluno, na presente Rota de Aprendizagem conheceremos os demais blocos econômicos do continente americano, como o NAFTA, MCCA, CARICOM, além de outros, como a Aliança do Pacífico e o Acordo do Pacífico. Temos que mencionar que, ao estudarmos os modelos do NAFTA e Acordo do Pacífico, passaremos a conhecer os blocos econômicos e acordos comerciais que os EUA integram. O Brasil não faz parte de nenhum dos três acordos econômicos acima mencionados. No que diz respeito aos desafios que enfrentaremos na presente Rota de Aprendizagem, vamos compreender as estratégias de negociações dos EUA para negociar os acordos comerciais. Também é importante questionarmos as razões pelas quais o Brasil se recusa a integrar blocos econômicos de que os EUA participam, como o Acordo do Pacífico. Contextualizando A Aliança do Pacífico é um acordo comercial que pretende criar uma grande área de livre comércio entre as economias dos países asiáticos e do Pacífico. Dentro do continente americano, integram o bloco: Chile, Colômbia, México e Peru. O bloco econômico também conta com vários países observadores. Temos que nos lembrar que a criação do referido acordo econômico procura criar alternativas para os Estados associados, no sentido de promoção do livre comércio. A expectativa é que, com a consolidação da integração, o acordo comercial possa movimentar, cada vez mais, divisas e oportunidades de negócios para os empresários e exportadores dos países. Conforme já estudamos, os Estados integrantes do Mercosul, especialmente o Brasil, são totalmente contrários a integrar acordos econômicos com viés e objetivos eminentemente econômicos e comerciais, preferindo o fortalecimento das políticas econômicas e comerciais com os países do Hemisfério Sul. Uma das apostas, por exemplo, é a UNASUL. A assertiva acima é corroborada pelo viés “neoliberalista” que muitos entendem possuir a Aliança do Pacífico. Assim, CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 3 temos que examinar e contextualizar a respeito dos desafios e oportunidades da economia brasileira frente à Aliança do Pacífico. Enfim, integrar o bloco econômico poderia trazer benefícios ao Brasil? Resposta do questionamento acima Conforme estudamos durante o transcurso da Rota 05, a Aliança do Pacífico surgiu com a finalidade de buscar mais uma alternativa para as economias dentro de um mundo globalizado. Trata-se, objetivamente, de um bloco econômico que pretende consolidar o intercâmbio comercial entre os países do Pacífico e do continente asiático. Juntamente com o Mercosul, são os principais blocos econômicos da América do Sul. Também verificamos, dentro da presente Rota, que o Mercosul e, especialmente o Brasil, são resistentes em participar de acordos comerciais com objetivos meramente econômicos e comerciais, com o receio de gerar uma dependência de nossa indústria e economia, frente à dos demais países. Todavia, temos que nos lembrar que a economia brasileira é uma das mais protecionistas e, além disso, desde há muito tempo o Mercosul, no que diz respeito ao intercâmbio comercial, encontra-se parado e sem qualquer avanço. Assim, desde que exista a vontade política dos Estados integrantes do Mercosul, liderados pelo Brasil, naturalmente que a associação à Aliança do Pacífico pode ser uma alternativa frente aos desafios da globalização. Para tanto, seria interessante a adoção de políticas comuns para que os Estados-membros do Mercosul possam negociar em bloco e gerar mais oportunidades de negócios para os empresários e para a economia dos países. Pesquise A partir de agora, passaremos a analisar e estudar os temas e o conteúdo de nossa Rota de Aprendizagem. Você observará que a Rota foi subdividida em cinco temas, de forma a buscarmos uma melhor compreensão e aplicação dos conhecimentos estudados nas rotas anteriores. Procedendo CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 4 assim, será possível compreender melhor os processos de integração da América e também aqueles de que os países do continente fazem parte. Para tanto, estudaremos: NAFTA, Aliança do Pacífico, Acordo do Pacífico, MCCA e CARICOM. Ao final da Rota, esperamos que você possa compreender e aplicar os conhecimentos absorvidos, de forma a identificar as oportunidades e desafios do Brasil e do Mercosul frente aos demais blocos econômicos. Ao final do conteúdo, teremos condições também de responder à problematização apresentada no início da aula. Tema 01: NAFTA – North American Free Trade Agreement (Acordo de Livre Comércio da América do Norte) O NAFTA é um bloco econômico em regime de zona de livre comércio e que contempla o Canadá, Estados Unidos da América (EUA) e o México. O Chile é um país associado. Os objetivos desse bloco econômico são somente econômicos e comerciais. Ele tem por peculiaridade comportar duas economias desenvolvidas (Canadá e Estados Unidos) e uma economia emergente – México (GOMES, 2015). Abaixo podemos ter uma noção da localização geográfica do NAFTA e a sua importância, tendo em vista a participação da principal economia do planeta dentro do bloco. Fonte: http://thumbs.dreamstime.com/z/mapa-do-nafta-28480065.jpg http://thumbs.dreamstime.com/z/mapa-do-nafta-28480065.jpg CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 5 Concretamente, em relação aos seus objetivos, o NAFTA visa diminuir barreiras comerciais, sem esbarrar nas leis internas de cada país, para promover a melhor circulação de mercadorias entre os países envolvidos. Segundo o site oficial do acordo, entre os elementos fundamentais incluídos no tratado estão a eliminação de tarifas e redução de barreiras tarifárias ao comércio. Também foi um dos primeiros acordos que abordaram o comércio de serviços. Da mesma forma, um mecanismo de resolução de litígios para a resolução rápida e justa de disputas comerciais é incluída, estabelecendo um sistema inovador para a revisão binacional do uso de medidas comerciais como alternativa à revisão judicial de cada país. A estrutura institucional do NAFTA é de caráter intergovernamental, o que significa dizer que os órgãos abaixo mencionados possuem as respectivas sedes nacionais junto aos Estados que integram o bloco: - Comissão de Livre Comércio; - Coordenadores dos grupos do NAFTA; - Grupos de trabalho e comissões do NAFTA; - Secretaria NAFTA; - Comissão para a Cooperação Trabalhista; - Comissão para a Cooperação Ambiental. Tema 02: Aliança do Pacífico A Aliança do Pacífico é composta pelos seguintes Estados-membros: Chile, Colômbia, México e Peru. A Costa Rica e o Panamá estão em processo de tornarem-se membros. Além disso, a Aliança do Pacífico conta com 20 Estados observadores. Segundo o site oficial do acordo, são os objetivos do bloco: a construção progressiva de um mercado comum, voltado para o crescimento e o fortalecimento da região entre a Ásia e o Pacífico. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 6 Instituições A Aliança do Pacífico funciona através da coordenação entre os ministérios e as agências dos quatro países-membros e não com um secretariado permanente. Tema 03: CARICOM e MCCA O CARICOM (Comunidade Econômica do Caribe) é um bloco econômico composto pelos seguintes países-membros: Antígua e Barbuda, Bahamas, Barbados, Belize, Dominica, Granada, Guiana, Haiti, Jamaica, Montserrat, Santa Lucia, São Cristóvão e Névis, São Vicente e Granadinas, Suriname, Trinidad e Tobago. Associados: Bermudas, Ilhas Virgens Britânicas, Turks e Caicos, Ilhas Caiman, Anguilla. O bloco econômico tem porobjetivo estabelecer um espaço comum para promover a melhora das condições de vida dos nacionais, de forma a buscar a melhoria das economias dos países e das indústrias da região. Mercado Comum Centro-americano (MCCA) O objetivo do MCCA é criar um mercado comum dentro da América Central. O bloco econômico foi constituído pelos seguintes documentos fundacionais: - Tratado de Manágua, de 1960, reformulado pelo Protocolo de Tegucigalpa, 1991, que criou o Sistema de Integração Centro-Americano (SICA). O bloco econômico é composto pelos seguintes países: Belize, Costa Rica, El Salvador, Guatemala, Honduras, Nicarágua e Panamá (GOMES, 2010). O MCCA é composto pelos seguintes órgãos (GOMES, 2010): - Reunião de Presidentes; - Conselho de Ministros; - Comitê Executivo; - Secretaria Geral. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 7 Tema 04: Acordo de Parceria Transpacífico (TPSEP – Trans- pacific Strategic Economic Partnership Agreement) Conforme comenta Flávio Lyrio Carneiro: “O TPP pretende ser um acordo do século XXI, abarcando não só a facilitação do acesso a mercados de bens, serviços e investimentos, mas também um conjunto de novas disciplinas que vão desde convergência regulatória e harmonização de padrões técnicos até princípios trabalhistas e medidas de conservação ambiental. Não obstante, a heterogeneidade dos membros e dos temas envolvidos, muitos deles ainda ausentes do arcabouço multilateral, além de bastante complexos e sujeitos a posições antagônicas entre os membros, coloca dúvida sobre a possibilidade de sucesso nas negociações, bem como sobre as feições do acordo final. Se bem-sucedido, contudo, os impactos do TPP provavelmente terão magnitude considerável”. O bloco integra os seguintes Estados-partes: Austrália, Brunei, Canadá, Chile, Estados Unidos, Japão, Malásia, México, Peru, Singapura, Nova Zelândia, Vietnã. (CARNEIRO, 2015). Parceria Transpacífico (TPP) É um acordo megarregional na fronteira da regulação do comércio internacional. Abaixo a distribuição geográfica dos Estados que o compõem: CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 8 Fonte: <http://fs.chungta.com/Files/14124E6776864C6D8FB32525A6F38DAA/image=jpeg/9c82c3aa9 86f4d20ac85669cdebd35a3/17768469126_cd62f159fc_b.jpg>. No que diz respeito às expectativas do bloco econômico, pode-se afirmar que: “Se bem-sucedido, os impactos do TPP provavelmente terão magnitude considerável. É provável que resulte em desvio de comércio desfavorável a terceiros países, como o Brasil. Além disso, a depender do grau de sucesso em áreas como harmonização regulatória e regras de origem, é possível que o TPP funcione como um incentivo para que empresas voltem suas atividades para dentro do bloco, aprofundando a “regionalização” das cadeias de valor. O acordo pode ter efeito profundo também sobre o próprio funcionamento do sistema multilateral de comércio, caso venha a enfraquecer o papel da OMC de principal lócus de criação do arcabouço normativo que rege o comércio internacional. Esse quadro, caso venha a se concretizar, pode ser particularmente nefasto para o Brasil, que está de fora da negociação não apenas do TPP, mas também de todas as iniciativas megarregionais, uma vez que significaria uma reconcentração do poder decisório nos países em que estão sediadas as empresas que regem as cadeias globais de valor, em detrimento dos demais países, revertendo a crescente importância que grandes países emergentes têm assumido na governança do comércio mundial.” (CARNEIRO, 2015). http://fs.chungta.com/Files/14124E6776864C6D8FB32525A6F38DAA/image=jpeg/9c82c3aa986f4d20ac85669cdebd35a3/17768469126_cd62f159fc_b.jpg http://fs.chungta.com/Files/14124E6776864C6D8FB32525A6F38DAA/image=jpeg/9c82c3aa986f4d20ac85669cdebd35a3/17768469126_cd62f159fc_b.jpg http://fs.chungta.com/Files/14124E6776864C6D8FB32525A6F38DAA/image=jpeg/9c82c3aa986f4d20ac85669cdebd35a3/17768469126_cd62f159fc_b.jpg CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 9 Trocando ideias Conforme podemos estudar dentro da presente Rota de Aprendizagem, dentro do continente americano, existem outros modelos de integração, entre os quais o NAFTA e a Aliança do Pacífico, que seguem modelos de zonas de livre comércio. Não menos importante é o Acordo do Pacífico, que contempla países do continente americano e Ásia. Não podemos nos esquecer, igualmente, dos processos de integração do Caribe (CARICOM) e da América Central (MCCA). O que observamos, atualmente, é que o Brasil não integra acordos econômicos importantes, como a Aliança do Pacífico e o Acordo do Pacífico. Em seu ponto de vista, o Mercosul é um entrave para que o Brasil possa avançar nos referidos processos de integração? Quais seriam as vantagens e desvantagens de o Brasil aderir ao Acordo do Pacífico e Aliança do Pacífico? Responda na forma de fórum. Síntese Como vimos, dentro do continente americano, existem outros blocos econômicos importantes e que também merecem atenção do Brasil, dentre eles o NAFTA, a Aliança do Pacífico e o Acordo do Pacífico. O fato de o Brasil não negociar com os referidos blocos pode trazer consequências negativas para a economia do país. Dentro da presente Rota estudamos: o NAFTA, o Acordo do Pacífico, o CARICOM e MCCA, com seus respectivos objetivos e metas. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 10 Referências CARNEIRO, F. L. Parceria Trans-Pacífico: um acordo megarregional na fronteira da regulação do comércio internacional? Texto para discussão/Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada. Brasília, Rio de Janeiro: Ipea, 2015_. Disponível em: <http://www.ipea.gov.br/portal/images/stories/PDFs/TDs/td_2108.pdf> Acesso em: 05 nov 2015. GOMES, E. B. Direito da Integração Econômica. Curitiba: Intersaberes, 2015. GOMES, E. B. Manual de Direito da Integração. Curitiba: Juruá, 2010. http://www.ipea.gov.br/portal/images/stories/PDFs/TDs/td_2108.pdf