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Infração de Trânsito x Crime: Questões PRF 2019

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SUMÁRIO
INFRAÇÃO DE TRÂNSITO X CRIME 2
QUESTÕES DA ÚLTIMA PROVA PRF 2019 (CESPE) 2
OUTRAS QUESTÕES DA BANCA 3
QUESTÕES DA PRF 2019 (CESPE) - CFP 4
DIFERENÇA ENTRE INFRAÇÃO E CRIME 5
EXISTE UMA GRANDE DIFERENÇA ENTRE INFRAÇÃO DE TRÂNSITO E CRIME DE TRÂNSITO: 5
INFRAÇÃO DE TRÂNSITO X CRIME 5
Resumo ESQUEMATIZADO 6
INFRAÇÃO PENAL: 7
REGIME PRISIONAL: 7
CÓDIGO PENAL: 7
INFRAÇÃO DE TRÂNSITO: 7
CRIMES DE TRÂNSITO 9
DO CONCEITO DE CRIME 9
Lei de Introdução ao Código Penal - Decreto-lei 3914/41 9
DO CONCEITO DE TRÂNSITO 10
DISPOSIÇÕES GERAIS PARA OS CRIMES DE TRÂNSITO 11
DA SUSPENSÃO OU PROIBIÇÃO DE SE OBTER A HABILITAÇÃO 13
DA COMPETÊNCIA PARA APLICAÇÃO 13
DO PRAZO 14
DO INÍCIO DA PENA 14
MOMENTO DA APLICAÇÃO DA PENA 15
DA MULTA REPARATÓRIA 17
DO FLAGRANTE PROIBIDO 17
DAS AGRAVENES E DAS CAUSAS DE AUMENTO DE PENA 18
DAS AGRAVANTES 18
DAS CAUSAS DE AUMENTO DE PENA 20
DOS CRIMES EM ESPÉCIE 21
ART. 302 HOMICÍDIO CULPOSO NA DIREÇÃO DE VEÍCULO AUTOMOTOR 21
DO DOLO EVENTUAL 22
GABARITO QUESTÕES DA ÚLTIMA PROVA PRF 2019 (CESPE) 24
GABARITO OUTRAS QUESTÕES DA BANCA 24
QUESTÕES DA PRF 2019 (CESPE) – CFP 24
 
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INFRAÇÃO DE TRÂNSITO X CRIME
QUESTÕES DA ÚLTIMA PROVA PRF 2019 (CESPE)
Ao final de uma festa, Godofredo e Antônio realizaram uma disputa automobilística com seus 
veículos, fazendo manobras arriscadas, em via pública, sem que tivessem autorização para 
tanto. Nessa contenda, houve colisão dos veículos, o que causou lesão corporal culposa de 
natureza grave em um transeunte.
Considerando a situação hipotética apresentada e o disposto no Código de Trânsito Brasileiro, 
julgue os itens a seguir.
51. Godofredo e Antônio responderiam por crime de trânsito independentemente de lesão 
corporal causada, pois a conduta de ambos gerou situação de risco à incolumidade pública.
52. Por se tratar de lesão corporal culposa, é vedada a instauração de Inquérito policial para 
apurar as condutas de Godolfredo e Antônio, bastando a realização dos exames médico da 
vítima e o compromisso dos autores em comparecer a todos os atos necessários junto às 
autoridades policial e judiciária.
53. Godofredo e Antônio estão sujeitos à pena de reclusão, em razão do resultado danoso da 
conduta delitiva narrada.
Em cada um dos itens que se seguem, é apresentada uma situação hipotética de crime de 
trânsito, seguida de uma assertiva a ser julgada, com base no disposto no Código de Trânsito 
Brasileiro.
54. Lucas, motorista de ônibus, quando dirigia seu coletivo, atropelou e matou, culposamente, 
uma pedestre. Sávio, ao conduzir seu veículo em um passeio com a família, atropelou 
culposamente, na faixa de pedestre, uma pessoa, que faleceu no mesmo instante. Severino, ao 
dirigir seu veículo, atropelou culposamente uma transeunte que estava na calçada; ela morreu 
em seguida. Nessas situações, Lucas, Sávio e Severino responderão por crime de trânsito, 
cujas penas poderão, pelas circunstâncias fáticas, ser aumentadas até metade, e suas 
habilitações para dirigir deverão ser suspensas.
55. Alfredo conduzindo seu veículo automotor sem placas, atropelou um pedestre. 
Alessandro, dirigindo um veículo de categoria diversa das que sua carteira de habilitação 
permitia, causou lesão corporal culposa em um transeunte, ao atingi-lo. Nessas situações as 
penas impostas a Alfredo e a Alessandro serão agravadas devendo o juiz aplicar as penas-base 
com especial atenção à culpabilidade e as circunstâncias e consequências do crime.
56. Dirigindo seu veículo automotor, Luciano atropelou um transeunte, causando-lhe 
ferimentos leves, Luciano não prestou socorro à vítima nem solicitou auxílio da autoridade 
pública. Nessa situação, a conduta de Luciano será considerada átipica caso um terceiro tenha 
prestado apoio à vítima em seu lugar.
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57. Felipe, ao violar a suspensão para dirigir, foi flagrado e autuado pela autoridade 
competente, em operação de fiscalização, conduzindo seu veículo automotor em via pública. 
Nessa situação, Felipe responderá por crime de trânsito e poderá receber como pena nova 
imposição adicional de suspensão pelo dobro do primeiro prazo, sendo vedada a substituição 
de pena privativa de liberdade por restritiva de direito, em razão da natureza da infração.
Wellington, maior capaz, sem habilitação ou permissão para dirigir veículo automotor, tomou 
emprestado de Sandro, também maior e capaz, seu veículo, para visitar a namorada em um 
bairro próximo àquele onde ambos residiam. Sandro, mesmo ciente da falta de habilitação de 
Wellington, emprestou o veículo.
Considerando a situação hipotética apresentada, julgue os itens que se seguem, à luz do 
Código de Trânsito Brasileiro.
58. Sandro responderá por crime de trânsito somente se a condução de Wellington causar 
perigo de dano.
59. Wellington respondera por crime de trânsito, independentemente de gerar perigo de dano 
ao conduzir o veículo.
Em cada um dos itens que seguem, é apresentada uma situação hipotética relativa a infrações 
previstas no código de trânsito Brasileiro, seguida de uma assertiva a ser julgada.
60. Dirigindo seu veículo automotor, Caio foi abordado por policial rodoviário federal, que 
constatou que a validade de sua carteira nacional de habilitação estava vencida havia mais de 
trinta dias. Nessa situação, Caio será multado, sua carteira de habilitação será recolhida e seu 
veículo será removido. 
61. Um policial rodoviário federal abordou o condutor de um veículo por dirigir sem usar o 
cinto de segurança. Nessa situação, depois de aplicar a multa, o policial poderá reter o veículo 
somente até a colocação do cinto pelo motorista, se não constatar outra infração de trânsito.
OUTRAS QUESTÕES DA BANCA
1. CESPE / CEBRASPE Órgão: DPE-DF Prova: CESPE - 2019 - DPE-DF - Defensor Público - A 
respeito dos delitos tipificados na legislação extravagante, julgue o item a seguir, considerando a 
jurisprudência dos tribunais superiores.
Situação hipotética: Simão praticou lesão corporal culposa enquanto conduzia veículo 
automotor. Além de ter dirigido com a capacidade psicomotora alterada em razão da ingestão 
de bebida alcoólica, o condutor apresentou carteira de habilitação vencida. Assertiva: Nessa 
situação, segundo entendimento do STJ, Simão responderá pelos delitos de embriaguez ao 
volante e de lesão corporal na condução de veículo automotor, devendo incidir, ainda, a causa 
de aumento de pena, por ter conduzido veículo automotor com a carteira de habilitação 
vencida.
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2. CESPE / CEBRASPE Órgão: TJ-BA Prova: CESPE - 2019 - TJ-BA - Juiz de Direito Substituto - 
Pedro, mesmo sabendo que seu amigo Jaime se encontrava embriagado e com a CNH vencida, 
entregou-lhe a condução de seu veículo automotor. Jaime, tão logo assumiu a direção do veículo, 
provocou um acidente de trânsito que causou lesões corporais em Maria.
Nessa situação hipotética, conforme a jurisprudência pertinente e a Lei n.º 9.503/1997,
Jaime responderá pelo delito de lesão corporal culposa na direção de veículo automotor, 
desde que Maria ofereça representação, exceto se do crime lhe tiver resultado lesão corporal 
grave ou gravíssima.
A. por Jaime ter conduzido o veículo automotor com a CNH vencida, incidirá causa de 
aumento de pena no delito de lesão corporal culposa na direção de veículo automotor.
B. Jaime não responderá pelo crime de embriaguez ao volante, o qual será absorvido pelo 
delito de lesão corporal culposa na direção de veículo automotor, que será, no entanto, 
aplicado em sua forma majorada por força do princípio da consunção.
C. para que Jaime responda pelo delito de embriaguez ao volante, é imprescindível a 
aferição de concentração de álcool por litro de sangue superior ao limite permitido pela lei, 
por se tratar de circunstância objetiva elementar do tipo penal em questão.
D. Pedro responderá pelo crime de entrega da direção de veículo automotor a pessoa sem 
condições de conduzi-locom segurança, o qual se teria configurado ainda que não tivesse sido 
demonstrado o perigo concreto de dano a terceiros.
QUESTÕES DA PRF 2019 (CESPE) - CFP
Ana dirigia pela BR 101, na altura do distrito de Campos dos Goytacazes, a 60 km/h, quando 
resolveu ler uma mensagem no celular e, então, atropelou um homem de cinquenta e sete 
anos de idade. Apesar de Ana ter prestado total socorro, tendo inclusive chamado socorro 
especializado, a vítima teve diversas fraturas. Policiais rodoviários federais que faziam 
patrulhamento na região não prenderam Ana em flagrante, porém relataram em boletim de 
ocorrência circunstanciado de forma bastante minuciosa o ocorrido e as lesões sofridas pela 
vítima.
A partir da situação hipotética apresentada, julgue os itens que se seguem. 
38 Em razão das lesões sofridas pela vítima, Ana responderá por lesão corporal culposa 
prevista no art. 129 do Código Penal.
39 Os policiais rodoviários federais agiram de forma correta na situação, pois a 
responsabilização de Ana dependerá do dano causado à vítima, que pode resultar em lesão 
leve, grave ou gravíssima, ou, até mesmo, em morte.
40 Os policiais rodoviários federais agiram de forma correta ao não prenderem em flagrante 
Ana, pois se tratava de um crime de trânsito, no qual Ana prestou socorro à vítima.
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 DIFERENÇA ENTRE INFRAÇÃO E CRIME 
EXISTE UMA GRANDE DIFERENÇA ENTRE INFRAÇÃO DE 
TRÂNSITO E CRIME DE TRÂNSITO:
INFRAÇÃO DE TRÂNSITO X CRIME
INFRAÇÃO – DIR. ADM. CRIME – DIR. PENAL/CTB
Art. 161. CTB - Constitui infração de 
trânsito a inobservância de qualquer 
preceito deste Código, da legislação 
complementar ou das resoluções do 
CONTRAN, sendo o infrator sujeito às 
penalidades e medidas administrativas 
indicadas em cada artigo, além das punições 
previstas no Capítulo XIX.
CRIME: Ação ou omissão humana que lesa 
ou expõe a perigo de lesão bens jurídicos 
penalmente tutelados.
Pode ser definido também como fato típico e 
ilícito, praticado por agente culpável (teoria 
tripartida).
Art. 165. Dirigir sob a influência de álcool 
ou de qualquer outra substância psicoativa 
que determine dependência:
Infração - gravíssima;
Penalidade - multa (dez vezes) e suspensão 
do direito de dirigir por 12 (doze) meses.
Medida administrativa - recolhimento do 
documento de habilitação e retenção do 
veículo, observado o disposto no §4° do art. 
270 da Lei no 9.503, de 23 de setembro de 
1997 - do Código de Trânsito Brasileiro
Art. 306. Conduzir veículo automotor com 
capacidade psicomotora alterada em razão 
da influência de álcool ou de outra 
substância psicoativa que determine 
dependência: 
Penas - detenção, de seis meses a três anos, 
multa e suspensão ou proibição de se obter 
a permissão ou a habilitação para dirigir 
veículo automotor.
Esse assunto foi cobrado numa questão de prova do concurso público para o cargo de 
Escrivão da Polícia Civil do Distrito Federal:
(CESPE/UNB/ESCRIVÃO.PC-DF/2013) Caso um cidadão esteja com sua 
capacidade psicomotora alterada em razão da influência de álcool e, ainda assim, 
conduza veículo automotor, tal conduta caracterizará crime de trânsito se ocorrer 
em via pública, mas será atípica, se ocorrer fora de via pública, como um 
condomínio fechado, por exemplo.
No item, a banca CESPE considerou incorreta a afirmação. A assertiva da questão diz 
que a conduta é atípica se “ocorrer fora de via pública, como um condomínio fechado, por 
exemplo.”. Mas vejamos o crime do artigo 306:
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Art. 306. Conduzir veículo automotor com capacidade 
psicomotora alterada em razão da influência de álcool ou de outra 
substância psicoativa que determine dependência: 
 Penas - detenção, de seis meses a três anos, multa e suspensão 
ou proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir 
veículo automotor.
Note que em nenhum momento o legislador definiu o local em que a conduta deve 
acontecer. Ou seja, não há a elementar “vias públicas”. Nesse caso, aplica-se o princípio da 
territorialidade e a conduta é típica independentemente do local em que aconteça (vias 
públicas ou vias privadas).
RESUMO ESQUEMATIZADO
Bom, espero que você tenha entendido tudo. Deixo aqui um esquema didático para você 
anotar e revisar sempre que possível.
SEARA
PENAL
(Crimes de Trânsito)
REGRA:
Princípio da Territorialidade
EXCEÇÃO:
"Vias Públicas" para os 
crimes que prevejam essa 
elementar. 
ADMINISTRATIVA
(Infrações de Trâns.)
REGRA:
VIAS PÚBLICAS
EXCEÇÃO:
COND. CONSTITUÍDOS POR 
UNIDADES AUTÔNOMAS. 
+
ESTACIONAMENTOS 
COLETIVOS DE 
ESTABELECIMENTOS PRIVADOS
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INFRAÇÃO PENAL: 
é um gênero, dividido em duas espécies: CRIME (DELITO) e CONTRAVENÇÃO (DELITO 
LILIPUTIANO, CRIME ANÃO OU CRIME VAGABUNDO). O crime tem penas de reclusão ou 
detenção, já a contravenção tem pena de prisão simples.
REGIME PRISIONAL:
RECLUSÃO: Aplicada aos crimes mais 
graves, deve ser cumprida em regime 
fechado, semiaberto ou aberto.
DETENÇÃO: Tipo de pena privativa de 
liberdade, mas aplicada em crimes com a 
gravidade menor, admite regime 
prisional aberto ou semiaberto.
PRISÃO SIMPLES: Art. 6º, LCP: A pena de 
prisão simples deve ser cumprida, sem 
rigor penitenciário, em estabelecimento 
especial ou seção especial de prisão 
comum, em regime semiaberto ou 
aberto. Aplicados a casos de menor 
lesividade, como nas contravenções.
a) regime fechado a execução da pena em estabelecimento de segurança máxima ou média;
b) regime semiaberto a execução da pena em colônia agrícola, industrial ou estabelecimento 
similar;
c) regime aberto a execução da pena em casa de albergado ou estabelecimento adequado.
CÓDIGO PENAL:
Reclusão e detenção
Art. 33 - A pena de reclusão deve ser cumprida em regime 
fechado, semiaberto ou aberto. A de detenção, em regime 
semiaberto, ou aberto, salvo necessidade de transferência a 
regime fechado. 
§ 1º - Considera-se: 
a) regime fechado a execução da pena em estabelecimento de 
segurança máxima ou média;
b) regime semiaberto a execução da pena em colônia agrícola, 
industrial ou estabelecimento similar;
c) regime aberto a execução da pena em casa de albergado ou 
estabelecimento adequado.
INFRAÇÃO DE TRÂNSITO:
INFRAÇÃO (A.1) - inobservância a qualquer preceito da LEGISLAÇÃO DE 
TRÂNSITO, às normas emanadas do Código de Trânsito, do Conselho Nacional de 
FECHADO: Estab. segurança 
máxima ou média.
SEMIABERTO: colônia 
agrícola, industrial ou estab. similar.
ABERTO: casa de albergado ou 
estabelecimento adequado.
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Trânsito e a regulamentação estabelecida pelo órgão ou entidade executiva do 
trânsito.
Art. 161. CTB - Constitui infração de trânsito a inobservância de qualquer 
preceito deste Código, da legislação complementar ou das resoluções do 
CONTRAN, sendo o infrator sujeito às penalidades e medidas administrativas 
indicadas em cada artigo, além das punições previstas no Capítulo XIX.
Parágrafo único. As infrações cometidas em relação às resoluções do CONTRAN 
terão suas penalidades e medidas administrativas definidas nas próprias 
resoluções.
INFRAÇÃO DE TRÂNSITO
INFRAÇÃO DE 
MENOR 
POTENCIAL 
OFENSIVO – IMPO.
CONTRAVENÇÃO 
PENAL CRIME
INFRAÇÃO (A.1) - 
inobservância a qualquer 
preceito da LEGISLAÇÃO DE 
TRÂNSITO, às normas emanadas 
do Código de Trânsito, do 
Conselho Nacional de Trânsito e a 
regulamentação estabelecida 
pelo órgão ou entidade executiva 
do trânsito.
Art. 161. CTB - Constitui infração 
de trânsito a inobservância de 
qualquer preceito deste Código, 
da legislação complementar ou 
das resoluções do CONTRAN, 
sendo o infrator sujeito às 
penalidades e medidas 
administrativas indicadas em 
cada artigo, além das punições 
previstas no Capítulo XIX.
Parágrafo único. As infrações 
cometidas em relação às 
resoluções do CONTRAN terão 
suas penalidades e medidas 
administrativas definidas nas 
próprias resoluções.
Lei de Contravenções 
Penais - Art. 61. 
Consideram-se 
INFRAÇÕESPENAIS 
DE MENOR 
POTENCIAL 
OFENSIVO, para os 
efeitos desta Lei, as 
contravenções penais 
e os crimes a que a lei 
comine PENA MÁXIMA 
NÃO SUPERIOR A 2 
(DOIS) ANOS, 
cumulada ou não com 
multa.
Lei Introdução ao 
Código Penal – Art. 1º 
– 2ª Parte:
 CONTRAVENÇÃO: a 
infração Penal que a Lei 
comina, isoladamente, 
pena de PRISÃO 
SIMPLES OU DE 
MULTA, OU AMBAS 
ALTERNATIVA OU 
CUMULATIVAMENTE.
Lei Introdução ao 
Código Penal – 
Art. 1º – 1ª Parte:
 CRIME: a infração 
Penal que a lei 
comina PENA DE 
RECLUSÃO OU 
DETENÇÃO, quer 
isoladamente, 
quer alternativa 
ou 
cumulativamente 
com a pena de 
multa.
PENA Penalidades (Art. 256, CTB) Pena Máx. <= 2 anos Prisão Simples e/ou multa.
Reclusão/Detenç
ão e/ou multa.
AÇÃO PENAL N/A Ação Penal Pública Incondicionada - APPI
Ação Penal Privada – 
APPriv. e Ação Penal 
Pública 
(Condicionada ou 
incondicionada) – 
APPC ou APPI.
TENTATIVA N/A NÃO PUNE NÃO PUNE PUNE
EXTRATERRITO
RIALIDADE NÃO NÃO NÃO SIM
COMPETÊNCIA Órgão/Autoridade de 
trânsito local. Justiça Estadual Justiça Estadual
Justiça 
Estadual/Federal
Limite de Pena Penalidades (Art. 256, CTB) Pena Máx. <= 2 anos 5 anos 40 anos
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CRIMES DE TRÂNSITO
Vamos dar início ao capítulo mais importante do nosso material: crimes de trânsito. Se 
você pretende ser aprovado em um concurso que cobre conhecimentos sobre legislação de 
trânsito, sobretudo a PRF, você tem que dominar tudo que diz respeito a crimes de trânsito.
Vamos fazer uma abordagem detalhada, mas batendo naquilo que é fundamental. Aqui, 
será importante analisar algumas jurisprudências. 
Já posso adiantar uma coisa: a maior parte das questões sobre esse tópico abordam os 
seguintes conhecimentos:
 Se o crime é de perigo abstrato ou de perigo concreto.
 Agravantes genéricas do CTB e causas de aumento de pena.
Claro, trataremos com bastante cuidado disso. 
DO CONCEITO DE CRIME
Para poder entender o que é um crime de trânsito, precisamos antes saber o que é um 
crime. Talvez (e provavelmente) você já saiba, mas vamos revisar. 
Conforme a Lei de Introdução ao Código Penal, podemos definir Crime como:
LEI DE INTRODUÇÃO AO CÓDIGO PENAL - DECRETO-LEI 3914/41
Art 1º Considera-se crime a infração penal que a lei comina pena 
de reclusão ou de detenção, quer isoladamente, quer alternativa 
ou cumulativamente com a pena de multa; contravenção, a 
infração penal a que a lei comina, isoladamente, pena de prisão 
simples ou de multa, ou ambas. alternativa ou cumulativamente.
Segundo a Teoria do Crime, o crime é uma espécie do gênero Infração Penal. A teoria 
tripartite, adotada no direito brasileiro, define que o crime é um fato típico, antijurídico e 
culpável.
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/12069797/art-1-da-lei-de-introducao-ao-codigo-penal-decreto-lei-3914-41
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/12069797/art-1-da-lei-de-introducao-ao-codigo-penal-decreto-lei-3914-41
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/12069797/art-1-da-lei-de-introducao-ao-codigo-penal-decreto-lei-3914-41
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/12069797/art-1-da-lei-de-introducao-ao-codigo-penal-decreto-lei-3914-41
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/12069797/art-1-da-lei-de-introducao-ao-codigo-penal-decreto-lei-3914-41
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INFRAÇÃO PENAL
CRIME/DELITO
FATO TÍPICO
ANTIJURÍDICO
CULPÁVEL
CONTRAVENÇÃO
De forma bem simples, já que a Teoria do Crime não é o foco aqui, o crime pode ser 
ainda comissivo (quando o agente faz alguma coisa) ou omissivo (quando o agente deixa de 
fazer alguma coisa). Além disso, há crimes: 
 Culposos: quando o resultado é causado por imprudência, imperícia ou negligência.
 Dolosos: quando há a intenção de praticar o crime. Há a vontade do agente.
 
Pronto, “crime” é basicamente isso. Alguns conceitos e termos foram simplificados para 
atender ao objetivo da nossa aula.
DO CONCEITO DE TRÂNSITO
Eu falei que estudaríamos Crimes de Trânsito. “Crime” eu acredito que você já 
entendeu o que é, mas e “trânsito”? Nós já vimos no início do nosso material. Nada impede de 
revisarmos, não é?
Art. 1º O trânsito de qualquer natureza nas vias terrestres do 
território nacional, abertas à circulação, rege-se por este Código.
 § 1º Considera-se trânsito a utilização das vias por pessoas, 
veículos e animais, isolados ou em grupos, conduzidos ou não, 
para fins de circulação, parada, estacionamento e operação de 
carga ou descarga.
 
 § 2º O trânsito, em condições seguras, é um direito de todos e 
dever dos órgãos e entidades componentes do Sistema Nacional 
de Trânsito, a estes cabendo, no âmbito das respectivas 
competências, adotar as medidas destinadas a assegurar esse 
direito.
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 § 3º Os órgãos e entidades componentes do Sistema Nacional 
de Trânsito respondem, no âmbito das respectivas competências, 
objetivamente, por danos causados aos cidadãos em virtude de 
ação, omissão ou erro na execução e manutenção de programas, 
projetos e serviços que garantam o exercício do direito do trânsito 
seguro.
 § 5º Os órgãos e entidades de trânsito pertencentes ao 
Sistema Nacional de Trânsito darão prioridade em suas ações à 
defesa da vida, nela incluída a preservação da saúde e do meio-
ambiente.
DISPOSIÇÕES GERAIS PARA OS CRIMES DE TRÂNSITO
Art. 291. Aos crimes cometidos na direção de veículos 
automotores, previstos neste Código, aplicam-se as normas gerais 
do Código Penal e do Código de Processo Penal, se este Capítulo 
não dispuser de modo diverso, bem como a Lei nº 9.099, de 26 
de setembro de 1995, no que couber.
§ 1º Aplica-se aos crimes de trânsito de lesão corporal culposa o 
disposto nos arts. 74, 76 e 88 da Lei no 9.099, de 26 de setembro 
de 1995, exceto se o agente estiver: 
I - sob a influência de álcool ou qualquer outra substância 
psicoativa que determine dependência; 
II - participando, em via pública, de corrida, disputa ou 
competição automobilística, de exibição ou demonstração de 
perícia em manobra de veículo automotor, não autorizada pela 
autoridade competente; 
III - transitando em velocidade superior à máxima permitida para 
a via em 50 km/h (cinquenta quilômetros por hora). 
§ 2º Nas hipóteses previstas no § 1º deste artigo, deverá ser 
instaurado inquérito policial para a investigação da infração 
penal. 
Os crimes de trânsito são apurados pelas regras previstas aqui no próprio CTB, sendo 
utilizadas as regras do CP e do CPP apenas de forma subsidiária, quando não existir disciplina 
específica sobre a matéria processual.
Um exemplo dessa regra específica prevista apenas no CTB pode ser visto no próprio 
§1º do art. 291 acima, no qual se proíbe a transação penal em algumas circunstâncias 
específicas para os crimes de trânsito.
- Como assim?
É o seguinte: Nos crimes de menor potencial ofensivo, aqueles para os quais a lei prevê 
pena igual ou inferior a 2 anos, a Lei 9.099/95, autoriza uma espécie de perdão, um acordo 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9099.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9099.htm
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celebrado entre o suposto infrator e o Ministério Público, permitindo que o acusado pague 
uma multa ou preste algum serviço comunitário como forma de paralisar o processo criminal, 
aliás, nem sequer chega a ser iniciado o processo criminal. Com isso, o acusado permanece 
primário e com a ficha limpa, não podendo apenas ter o mesmo benefício pelos próximos 5 
anos. 
O CTB prevê vários crimes que se enquadram como infrações de menor potencial 
ofensivo, como os crimes de lesão corporal do art. 303; de omissão de socorro do art. 304 etc. 
Pois bem, mesmo sendo plenamente cabível a aplicação dessa lei 9.099/95 para os 
crimes de trânsito, o legislador afastou essa possibilidade quando a lesão corporal culposa na 
direção de veículo automotor ocorrer com motorista:
 Sob a influência de álcool ou qualquer outra substância psicoativa que determine 
dependência; Participando, em via pública, de corrida, disputa ou competição automobilística, 
de exibição ou demonstração de perícia em manobra de veículo automotor, não 
autorizada pela autoridade competente; 
 Transitando em velocidade superior à máxima permitida para a via em 50 km/h 
(cinquenta quilômetros por hora). 
Portanto, mesmo sendo crimes de menor potencial ofensivo, não será o caso de 
transação penal, devendo a autoridade policial instaurar o inquérito policial (quando ao 
crime se aplicar a lei 9.099/95, a investigação se dará por Termo Circunstanciado de 
Ocorrência – TCO - e não por Inquérito) para apuração dos fatos e oferecimento da denúncia 
pelo Ministério Público, se for o caso.
É bom o candidato tomar cuidado, inclusive tendo conhecimento sobre os institutos 
despenalizantes da legislação penal, pois, mesmo não sendo possível a incidência da 
transação penal, nada impede uma suspensão condicional do processo quando o preceito 
secundário do tipo previr a pena base mínima igual ou inferior a 1 ano. 
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Numa questão elaborada pela CESPE/CEBRASPE, o tema foi cobrado da seguinte forma:
(CESPE/DETRAN-DF/ANALISTA/2009) 
Considere que Gustavo conduza o seu veículo à velocidade de 110 km/h, 
quando a sinalização do local aponta como limite máximo a velocidade de 50 km/h 
e, de forma culposa, tenha atropelado Maria, que teve lesão corporal leve. Nesse 
caso, Gustavo deverá responder por crime de lesão corporal culposa, desde que 
haja representação da vítima.
Ao praticar a lesão corporal culposa na condução de veículo automotor acima de 
50km/h da velocidade máxima, é dispensada a representação da vítima (Ação Penal Pública 
Incondicionada) para que seja promovida a persecução penal, devendo a autoridade policial 
instaurar o inquérito, na forma do § 2º, art. 291 do CTB, sendo incorreta a questão.
Numa outra questão da mesma banca CESPE/CEBRASPE, foi cobrado o assunto da 
seguinte forma:
(CESPE/UNB/JUIZ/TJ/AL/2008) 
Não se aplica a transação penal aos crimes de trânsito de lesão corporal 
culposa se o agente estiver sob a influência de álcool ou qualquer outra substância 
psicoativa que determine dependência.
A questão foi considerada correta, em observância ao inciso I, § 1º do art. 291 do CTB.
DA SUSPENSÃO OU PROIBIÇÃO DE SE OBTER A HABILITAÇÃO
Lembre-se: essa penalidade será imposta pela autoridade judiciária, quando do 
cometimento de crime de trânsito. 
DA COMPETÊNCIA PARA APLICAÇÃO
Art. 292. A suspensão ou a proibição de se obter a permissão ou a 
habilitação para dirigir veículo automotor pode ser imposta 
isolada ou cumulativamente com outras penalidades.
Cuidado para não confundir a penalidade de Suspensão do Direito de Dirigir com a 
Suspensão ou a Proibição de se obter a Permissão Habilitação para Dirigir. A primeira é de 
ordem administrativa, aplicada pelo órgão executivo estadual de trânsito (DETRAN), 
mediante procedimento administrativo específico; enquanto a segunda é de natureza judicial, 
aplicada por juiz de direito, no exercício da função jurisdicional.
Como caiu em prova? 
(CESPE/UNB/TJ/PA/2006). 
A suspensão ou a proibição de se obter a permissão ou a habilitação para 
dirigir veículo automotor pode ser imposta como penalidade principal, isolada ou 
cumulativamente com outras sanções.
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Questão correta.
DO PRAZO
Art. 293. A penalidade de suspensão ou de proibição de se obter a 
permissão ou a habilitação, para dirigir veículo automotor, tem a 
duração de dois meses a cinco anos.
Relevante observar acerca da possibilidade da prática de delitos de trânsito, mesmo 
daqueles condutores desprovidos de habilitação. Sabendo disso, o legislador ordinário não 
deixou de inserir a cominação legal de PROIBIÇÃO DE OBTENÇÃO do documento de 
habilitação, por prazo não inferior a 2 meses nem superior a 5 (cinco) anos.
Portanto, da prática de delito de trânsito por condutor habilitado, aplicar-se-á a pena de 
suspensão do direito de dirigir; caso o condutor não possua, será de proibição de obtê-la.
Mesmo sendo a CESPE/CEBRASPE, não há como aprofundar esse dispositivo mais do 
que a “decoreba” do prazo de suspensão, como ocorreu no concurso da PRF de 2008 
elaborado pela CESPE/CEBRASPE:
(CESPE/UNB/PRF/2008) 
A penalidade de suspensão ou de proibição de se obter a permissão ou a 
habilitação para dirigir veículo automotor tem a duração de dois anos.
Considerada incorreta a afirmação, já que o prazo é de 2 meses a 5 anos.
DO INÍCIO DA PENA
§ 1º Transitada em julgado a sentença condenatória, o réu será 
intimado a entregar à autoridade judiciária, em quarenta e oito 
horas, a Permissão para Dirigir ou a Carteira de Habilitação.
§ 2º A penalidade de suspensão ou de proibição de se obter a 
permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor não se 
inicia enquanto o sentenciado, por efeito de condenação penal, 
estiver recolhido a estabelecimento prisional.
O legislador definiu que o réu deve entregar a CNH ou PPD em 48 horas. Caso não 
atenda a determinação de entrega da habilitação no prazo legal (48h), será aplicada nova 
pena adicional e idêntica à primeira, quando da sentença condenatória.
A penalidade de suspensão ou de proibição de se obter a permissão ou a habilitação para 
dirigir veículo automotor não se inicia enquanto o sentenciado, por efeito de condenação 
penal, estiver recolhido a estabelecimento prisional.
Só a partir do livramento, seja por condicional ou qualquer outro benefício legal, dar-se-
á início ao cumprimento da pena de suspensão do direito de dirigir. É uma forma de tornar 
eficaz a pena de suspensão em face da pena concretizada na privação da liberdade. 
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Não é necessário o cumprimento total da pena para ter início a contagem da suspensão. 
Basta que o indivíduo tenha por liberdade restrita, a exemplo da condicional, ou ingresso no 
regime semi-aberto.
A CESPE/CEBRASPE, no concurso de Delegado do Maranhão de 2018, cobrou esse tema, 
veja como foi:
(CESPE/DELEGADO – MA/2018)
A suspensão da habilitação, aplicada cumulativamente na sentença 
condenatória por homicídio culposo na direção de veículo automotor, deve ter o 
mesmo prazo da pena de prisão.
A questão foi considerada incorreta, pois, como foi dito, a pena de suspensão não se 
inicia enquanto o sentenciado estiver recolhido a estabelecimento prisional.
MOMENTO DA APLICAÇÃO DA PENA
Art. 294. Em qualquer fase da investigação ou da ação penal, 
havendo necessidade para a garantia da ordem pública, poderá o 
juiz, como medida cautelar, de ofício, ou a requerimento do 
Ministério Público ou ainda mediante representação da 
autoridade policial, decretar, em decisão motivada, a suspensão da 
permissão ou da habilitação para dirigir veículo automotor, ou a 
proibição de sua obtenção.
Parágrafo único. Da decisão que decretar a suspensão ou a medida 
cautelar, ou da que indeferir o requerimento do Ministério 
Público, caberá recurso em sentido estrito, sem efeito suspensivo.
Art. 295. A suspensão para dirigir veículo automotor ou a 
proibição de se obter a permissão ou a habilitação será sempre 
comunicada pela autoridade judiciária ao Conselho Nacional de 
Trânsito - CONTRAN, e ao órgão de trânsito do Estado em que o 
indiciado ou réu for domiciliado ou residente.
Art. 296. Se o réu for reincidente na prática de crime previsto 
neste Código, o juiz aplicará a penalidade de suspensão da 
permissão ou habilitação para dirigir veículo automotor, sem 
prejuízo das demais sanções penais cabíveis. 
Não só no caso de requerimento do parquet (Ministério Público) ou de representação do 
Delegado de Polícia, que a autoridade judiciária poderá suspender o direito de dirigir ou 
proibir sua obtenção (SUSPENSÃO CAUTELAR). Ela pode também agir de ofício, sem 
qualquer provocação externa. 
No concurso da PRF organizado pela CESPE/CEBRASPE, o tema foi cobrado assim:
Um grupo de amigos decidiu realizar um racha, às três horas da madrugada, 
na avenida Afonso Pena,principal via da região central de Belo Horizonte – MG. 
Acionada, uma equipe de policiais chegou rapidamente ao local, logrando deter 
Rodrigo, um dos participantes, em flagrante. Nessa situação, ao receber a 
respectiva denúncia, o juiz poderá decretar medida cautelar de ofício, 
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independentemente de requerimento do Ministério Público ou de representação da 
autoridade policial, para efeito de suspender a habilitação de Rodrigo.
A questão foi considerada correta, já que, como falamos, pode sim a autoridade 
judiciária agir de ofício, suspendendo o direito de dirigir do acusado.
Um ponto importante a ser observado pelos candidatos é que, em caso de reincidência 
de crimes de trânsito, a suspensão do direito de dirigir ou a proibição de obtê-la deixa de ser 
mera faculdade da autoridade judiciária, passando a ser regra cogente, ou seja, ele é 
obrigado a aplicá-la, independentemente da gravidade da conduta. 
SUSPENSÃO OU PROIBIÇÃO DE SE OBETER HABILITAÇÃO
CAUTELAR DEFINITIVA
Momento →
Em qualquer fase da 
investigação ou da ação 
penal
PRAZO → 2 meses a 5 anos
FUNDAMENTO
→
Necessidade para a 
garantia da ordem pública
INÍCIO →
Réu intimado para entrega 
em 48 da habilitação
PROPOSITURA
→
Requerimento do 
Ministério Público
Não se inicia enquanto 
estiver recolhido a 
estabelecimento penal.
Representação da 
autoridade policial REINCIDÊNCIA 
EM CRIME DO 
CTB →
Pena obrigatóriaDe Ofício
RECURSO → Recurso em sentido estrito
Sempre comunicada a autoridade de trânsito
A CESPE/CEBRASPE, no concurso de Delegado da Civil do Espírito Santo de 2011 
cobrou exatamente isso, veja:
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(CESPE/DELEGADO/PC-ES/2011) 
No caso de réu reincidente em crime de trânsito, é obrigatório que o 
magistrado, ao julgar a nova infração, fixe a pena prevista no tipo, associada à 
suspensão da permissão ou habilitação de dirigir veículo automotor.
A questão foi considerada correta, já que é obrigatória a fixação da pena de suspensão 
pela autoridade judiciária.
Em 2012, questão semelhante da CESPE/CEBRASPE cobrou o tema praticamente da 
mesma forma:
(CESPE/UNB/JUIZ/TJ/AC/2012) 
Conforme previsão do Código de Trânsito Brasileiro, é facultativa, nos casos 
de reincidência, a aplicação da penalidade de suspensão da permissão ou 
habilitação para conduzir veículo automotor.
Logicamente considerada incorreta a questão.
DA MULTA REPARATÓRIA
Art. 297. A penalidade de multa reparatória consiste no 
pagamento, mediante depósito judicial em favor da vítima, ou seus 
sucessores, de quantia calculada com base no disposto no § 1º do 
art. 49 do Código Penal, sempre que houver prejuízo material 
resultante do crime.
§ 1º A multa reparatória não poderá ser superior ao valor do 
prejuízo demonstrado no processo.
§ 2º Aplica-se à multa reparatória o disposto nos arts. 50 a 52 do 
Código Penal.
§ 3º Na indenização civil do dano, o valor da multa reparatória 
será descontado. 
Perceba que a penalidade de multa que trataremos abaixo não tem nada a ver com 
aquelas multas de trânsito (para as quais o infrator receberá pontos na carteira etc.). Falamos 
de multas reparatórias.
A penalidade de multa reparatória consiste no pagamento, mediante depósito judicial 
em favor da vítima, ou seus sucessores, de quantia calculada com base no disposto no § 1º do 
art. 49 do Código Penal, sempre que houver prejuízo material resultante do crime, não 
podendo ser superior ao valor do prejuízo demonstrado no processo.
DO FLAGRANTE PROIBIDO
Art. 301. Ao condutor de veículo, nos casos de acidentes de 
trânsito de que resulte vítima, não se imporá a prisão em 
flagrante, nem se exigirá fiança, se prestar pronto e integral 
socorro àquela.
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Trata-se do flagrante proibido. Circunstância prevista em lei que impede a prisão em 
flagrante de uma pessoa que está cometendo ou acabou de consumar o crime de trânsito.
Para tanto, é necessário que o condutor tenha prestado pronto, ou seja, na hora e 
integral socorro à vítima, independentemente de ter sido considerada culpada ou não. 
Não há muito o que discutir a respeito, apenas saber que, mesmo não prestando socorro, 
caso comprove que não pode fazê-lo por motivo de força maior, também obterá essa benesse 
processual.
Vejam a questão elaborada pela CESPE/CEBRASPE sobre o assunto:
(CESPE/UNB/PRF/2008) 
Ao condutor de veículo, nos casos de acidentes de trânsito de que resulte 
vítima, não se imporá a prisão em flagrante, nem se exigirá fiança, se ele prestar 
pronto e integral socorro àquela.
A questão foi considerada correta, pois, trata-se da exata dicção do art. 301 do CTB.
SEM FLAGRANTE E 
FIANÇA
PRESTAR PRONTO E 
INTEGRAL SOCORRO
QUANDO
DAS AGRAVENES E DAS CAUSAS DE AUMENTO DE PENA
Como falamos no início do capítulo, boa parte das questões de prova abordam os 
seguintes conhecimentos:
 Se o crime é de perigo abstrato ou de perigo concreto.
 Agravantes genéricas do CTB e causas de aumento de pena.
Vamos tratar desse segundo ponto agora. 
DAS AGRAVANTES
Art. 298. São circunstâncias que sempre agravam as penalidades 
dos crimes de trânsito ter o condutor do veículo cometido a 
infração:
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I - com dano potencial para duas ou mais pessoas ou com grande 
risco de grave dano patrimonial a terceiros;
II - utilizando o veículo sem placas, com placas falsas ou 
adulteradas;
III - sem possuir Permissão para Dirigir ou Carteira de 
Habilitação;
IV - com Permissão para Dirigir ou Carteira de Habilitação de 
categoria diferente da do veículo;
V - quando a sua profissão ou atividade exigir cuidados especiais 
com o transporte de passageiros ou de carga;
VI - utilizando veículo em que tenham sido adulterados 
equipamentos ou características que afetem a sua segurança ou o 
seu funcionamento de acordo com os limites de velocidade 
prescritos nas especificações do fabricante;
VII - sobre faixa de trânsito temporária ou permanentemente 
destinada a pedestres.
São circunstâncias em que, se ocorrerem, em qualquer crime de trânsito, o agente 
sempre terá sua pena agravada. Mas o que é uma agravante? O que é ter sua pena agravada? 
Quando dizemos que uma pena é agravada, NÃO estamos dizendo que ela será maior em 
um valor pré-estabelecido. O magistrado apenas deve levar em consideração as agravantes 
para definir a pena (que deve respeitar a pena máxima para aquele crime) na segunda fase da 
dosimetria da pena.
Nos dizeres do mestre Cleber Masson: “Agravantes são circunstâncias legais, de natureza 
objetiva ou subjetiva, não integrantes da estrutura do tipo penal, mas que a ele se ligam com a 
finalidade de aumentar ou diminuir a pena”.
As circunstâncias agravantes não se confundem com as hipóteses de aumento de pena, 
aquelas serão utilizadas pela autoridade judiciária sempre de forma subsidiária (quando não 
for possível a utilização de causa de aumento de pena).
Devo repetir que a autoridade judiciária não pode, invocando circunstâncias 
agravantes, aumentar a pena além do limite previsto na pena base, mesmo quando existentes 
mais de uma delas. Assim, as agravantes não terão qualquer efeito quando a pena-base já tiver 
sido fixada no máximo legalmente previsto.
AGRAVANTES
 Com dano potencial para duas ou mais pessoas ou com grande risco de grave dano 
patrimonial a terceiros;

Utilizando o veículo sem placas, com placas falsas ou adulteradas;

Sem possuir permissão para dirigir ou carteira de habilitação;
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 Com permissão para dirigir ou carteira de habilitação de categoria diferente da do 
veículo;
 Quando a sua profissão ou atividade exigir cuidados especiais com o transporte de 
passageiros ou de carga;
 Utilizando veículo em que tenham sido adulterados equipamentos ou características que 
afetem a sua segurança ou o seu funcionamento de acordo com os limites de velocidade 
prescritos nas especificações do fabricante;

Sobre faixa de trânsito temporária ou permanentementedestinada a pedestres.
DAS CAUSAS DE AUMENTO DE PENA
Art. 302. § 1º No homicídio culposo cometido na direção de 
veículo automotor, a pena é aumentada de 1/3 (um terço) à 
metade, se o agente: 
I - não possuir Permissão para Dirigir ou Carteira de Habilitação; 
II - praticá-lo em faixa de pedestres ou na calçada; 
III - deixar de prestar socorro, quando possível fazê-lo sem risco 
pessoal, à vítima do acidente; 
IV - no exercício de sua profissão ou atividade, estiver conduzindo 
veículo de transporte de passageiros. 
Art. 303§ 1º Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) à metade, se 
ocorrer qualquer das hipóteses do § 1o do art. 302. 
Ao contrário das agravantes, que se aplicam a qualquer crime de trânsito, as causas de 
aumento de pena só serão aplicadas aos crimes de Homicídio Culposo da direção de veículo 
automotor (artigo 302) e Lesão Corporal, GRAVE OU GRAVÍSSIMA, culposa na direção de 
veículo automotor.
CAUSAS DE AUMENTO DE PENA NOS CRIMES DE: 
Homicídio culposo na direção veicular 
+ 
Lesão corporal grave ou gravíssima culposa na direção de veículo automotor.

Não possuir Permissão para Dirigir ou Carteira de Habilitação.

Praticá-lo em faixa de pedestres ou na calçada;

Deixar de prestar socorro, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à vítima do acidente
 No exercício de sua profissão ou atividade, estiver conduzindo veículo de transporte de 
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passageiros
Alguns pontos bons de prova:
 Transporte de CARGA é só agravante, não é aumento.
 CALÇADA é só aumento, não é agravante.
 Álcool qualifica o crime de Homicídio ou Lesão. NÃO É AUMENTO.
LEMBRE-SE:
As causas de aumento de pena prevalecem sobre as agravantes.
DOS CRIMES EM ESPÉCIE
ART. 302 HOMICÍDIO CULPOSO NA DIREÇÃO DE VEÍCULO AUTOMOTOR
Art. 302. Praticar homicídio culposo na direção de veículo 
automotor:
Penas - detenção, de dois a quatro anos, e suspensão ou proibição 
de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo 
automotor.
§ 1º No homicídio culposo cometido na direção de veículo 
automotor, a pena é aumentada de 1/3 (um terço) à metade, se o 
agente:
I - não possuir Permissão para Dirigir ou Carteira de Habilitação;
II - praticá-lo em faixa de pedestres ou na calçada;
III - deixar de prestar socorro, quando possível fazê-lo sem risco 
pessoal, à vítima do acidente;
IV - no exercício de sua profissão ou atividade, estiver conduzindo 
veículo de transporte de passageiros.
§ 3º Se o agente conduz veículo automotor sob a influência de 
álcool ou de qualquer outra substância psicoativa que determine 
dependência: 
Penas - reclusão, de cinco a oito anos, e suspensão ou proibição do 
direito de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir 
veículo automotor. 
HOMICÍDIO CULPOSO
Conduta Matar alguém 
Elemento subjetivo Culpa. Caso seja doloso, o crime é o do art. 121 do Código penal
Veículo
Automotor, inclusive os elétricos.
Não se enquadram:
 Veículos que se deslocam sobre trilhos;
 Veículos de propulsão humana: Ex. bicicleta
 Veículos de tração animal: Ex. carroça de burro.
 Reboque e semirreboque.
Local Via terrestre. Todas as vias consideradas terrestres pelo CTB, 
http://www.planalto.gov.br/CCIVIL_03/LEIS/L9503.htm
http://www.planalto.gov.br/CCIVIL_03/LEIS/L9503.htm
http://www.planalto.gov.br/CCIVIL_03/LEIS/L9503.htm
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inclusive áreas consideradas particulares, como condomínios e 
áreas de estacionamentos coletivos
Pena base 2 a 4 anos de detenção com suspensão do direito de dirigir
Causas de aumento 
de pena
I - não possuir Permissão para Dirigir ou Carteira de Habilitação;
II - praticá-lo em faixa de pedestres ou na calçada;
III - deixar de prestar socorro, quando possível fazê-lo sem risco 
pessoal, à vítima do acidente;
IV - no exercício de sua profissão ou atividade, estiver conduzindo 
veículo de transporte de passageiros.
Qualificadora Motorista sob a influência de álcool ou substância psicoativa
Pena 5 a 8 anos de reclusão e suspensão do direito de dirigir
Ação Penal Pública Incondicionada
Vamos lá, como vimos no quadro acima, estamos falando de um homicídio CULPOSO na 
direção de veículo automotor. Ou seja, se houver dolo em matar, o agente deve responder pelo 
artigo 121 do código penal.
Imagine que alguém conduz seu veículo pela via pública quando vê seu desafeto 
atravessando a rua. Com a intenção de mata-lo, acelera e atropela-o. Nesse caso, perceba que 
houve a intenção de matar e o veículo foi apenas o meio de execução. Nesse caso, o 
homicídio será doloso, o agente deverá responder pelo artigo 121 do código penal e ser 
julgado pelo tribunal do júri.
Em outra análise, imagine que outra pessoa conduz seu veículo e, por ser novo 
habilitado, sem muitas habilidades, confunde o freio com o acelerador e atropela um 
pedestre, que acaba falecendo. Note que houve uma imperícia por parte do condutor, ou seja, 
ele agiu com culpa (quando não há a intenção de se alcançar aquele resultado). Nesse caso, o 
condutor responderá pelo crime do artigo 302 do CTB.
DO DOLO EVENTUAL
Meu aluno, agora imagine que alguém, mesmo não querendo matar uma pessoa 
utilizando o seu veículo, assume o risco de fazê-lo. Imagine que alguém alcoolizado, sabendo 
que tem suas habilidades e reflexos prejudicados pelo efeito do álcool, decide pegar seu 
veículo e trafegar pela via pública e ainda, achando pouco, opta por trafegar pela contramão e, 
isso tudo, em uma região onde sabidamente há intenso fluxo de pedestres.
Note que mesmo que ele não tenha a intenção de matar ninguém, ele está evidentemente 
assumindo esse risco. Quando alguém não quer o resultado, mas assume o risco estamos 
diante de um caso de dolo eventual.
Certo... mas e o que é que tem esse dolo eventual? É simples, nessa situação, a 
jurisprudência entende que o agente deve responder pelo artigo 121 do Código Penal e ser 
julgado pelo Tribunal do Júri (lembre-se, o crime do artigo 302 do CTB é CULPOSO. Se 
estamos falando de Dolo, ainda que eventual, não há de se falar na aplicação do crime do CTB).
Na hipótese de homicídio praticado na direção de veículo automotor, havendo 
elementos nos autos indicativos de que o condutor agiu, possivelmente, com dolo 
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eventual, o julgamento acerca da ocorrência deste ou da culpa consciente compete 
ao Tribunal do Júri, na qualidade de juiz natural da causa. 
 
 Julgados: AgRg no AREsp 1013330/TO, Rel. Ministro JORGE MUSSI, 
QUINTA TURMA, julgado em 25/09/2018, DJe 03/10/2018; AgRg no AREsp 
1142134/CE, Rel. Ministro RIBEIRO DANTAS, QUINTA TURMA, julgado em 
04/09/2018, DJe 14/09/2018; HC 454375/SP, Rel. Ministro REYNALDO SOARES DA 
FONSECA, QUINTA TURMA, julgado em 02/08/2018, DJe 10/08/2018; AgRg no 
REsp 1688027/SP, Rel. Ministro NEFI CORDEIRO, SEXTA TURMA, julgado em 
21/06/2018, DJe 01/08/2018; AgRg no AREsp 1226580/DF, Rel. Ministro ROGERIO 
SCHIETTI CRUZ, SEXTA TURMA, julgado em 05/06/2018, DJe 12/06/2018; AgRg 
no AREsp 1006681/SP, Rel. Ministro FELIX FISCHER, QUINTA TURMA, julgado em 
15/03/2018, DJe 23/03/2018. (Vide Informativo de Jurisprudência N. 623) 
GABARITO QUESTÕES DA ÚLTIMA PROVA PRF 2019 (CESPE)
51 CERTO
52 ERRADO
53 CERTO
54 CERTO
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55 CERTO
56 ERRADO
57 ERRADO
58 ERRADO
59 ERRADO
60 ERRADO
61 PROFESSOR: ERRADA/ CESPE: CERTO
GABARITO OUTRAS QUESTÕES DA BANCA
1 ERRADO
2 CERTO
QUESTÕES DA PRF 2019 (CESPE) – CFP
38 ERRADO
39 ANULADA
40 CERTO

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