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alfaconcursos.com.br MUDE SUA VIDA! 1 SUMÁRIO INFRAÇÃO DE TRÂNSITO X CRIME 2 QUESTÕES DA ÚLTIMA PROVA PRF 2019 (CESPE) 2 OUTRAS QUESTÕES DA BANCA 3 QUESTÕES DA PRF 2019 (CESPE) - CFP 4 DIFERENÇA ENTRE INFRAÇÃO E CRIME 5 EXISTE UMA GRANDE DIFERENÇA ENTRE INFRAÇÃO DE TRÂNSITO E CRIME DE TRÂNSITO: 5 INFRAÇÃO DE TRÂNSITO X CRIME 5 Resumo ESQUEMATIZADO 6 INFRAÇÃO PENAL: 7 REGIME PRISIONAL: 7 CÓDIGO PENAL: 7 INFRAÇÃO DE TRÂNSITO: 7 CRIMES DE TRÂNSITO 9 DO CONCEITO DE CRIME 9 Lei de Introdução ao Código Penal - Decreto-lei 3914/41 9 DO CONCEITO DE TRÂNSITO 10 DISPOSIÇÕES GERAIS PARA OS CRIMES DE TRÂNSITO 11 DA SUSPENSÃO OU PROIBIÇÃO DE SE OBTER A HABILITAÇÃO 13 DA COMPETÊNCIA PARA APLICAÇÃO 13 DO PRAZO 14 DO INÍCIO DA PENA 14 MOMENTO DA APLICAÇÃO DA PENA 15 DA MULTA REPARATÓRIA 17 DO FLAGRANTE PROIBIDO 17 DAS AGRAVENES E DAS CAUSAS DE AUMENTO DE PENA 18 DAS AGRAVANTES 18 DAS CAUSAS DE AUMENTO DE PENA 20 DOS CRIMES EM ESPÉCIE 21 ART. 302 HOMICÍDIO CULPOSO NA DIREÇÃO DE VEÍCULO AUTOMOTOR 21 DO DOLO EVENTUAL 22 GABARITO QUESTÕES DA ÚLTIMA PROVA PRF 2019 (CESPE) 24 GABARITO OUTRAS QUESTÕES DA BANCA 24 QUESTÕES DA PRF 2019 (CESPE) – CFP 24 alfaconcursos.com.br MUDE SUA VIDA! 2 INFRAÇÃO DE TRÂNSITO X CRIME QUESTÕES DA ÚLTIMA PROVA PRF 2019 (CESPE) Ao final de uma festa, Godofredo e Antônio realizaram uma disputa automobilística com seus veículos, fazendo manobras arriscadas, em via pública, sem que tivessem autorização para tanto. Nessa contenda, houve colisão dos veículos, o que causou lesão corporal culposa de natureza grave em um transeunte. Considerando a situação hipotética apresentada e o disposto no Código de Trânsito Brasileiro, julgue os itens a seguir. 51. Godofredo e Antônio responderiam por crime de trânsito independentemente de lesão corporal causada, pois a conduta de ambos gerou situação de risco à incolumidade pública. 52. Por se tratar de lesão corporal culposa, é vedada a instauração de Inquérito policial para apurar as condutas de Godolfredo e Antônio, bastando a realização dos exames médico da vítima e o compromisso dos autores em comparecer a todos os atos necessários junto às autoridades policial e judiciária. 53. Godofredo e Antônio estão sujeitos à pena de reclusão, em razão do resultado danoso da conduta delitiva narrada. Em cada um dos itens que se seguem, é apresentada uma situação hipotética de crime de trânsito, seguida de uma assertiva a ser julgada, com base no disposto no Código de Trânsito Brasileiro. 54. Lucas, motorista de ônibus, quando dirigia seu coletivo, atropelou e matou, culposamente, uma pedestre. Sávio, ao conduzir seu veículo em um passeio com a família, atropelou culposamente, na faixa de pedestre, uma pessoa, que faleceu no mesmo instante. Severino, ao dirigir seu veículo, atropelou culposamente uma transeunte que estava na calçada; ela morreu em seguida. Nessas situações, Lucas, Sávio e Severino responderão por crime de trânsito, cujas penas poderão, pelas circunstâncias fáticas, ser aumentadas até metade, e suas habilitações para dirigir deverão ser suspensas. 55. Alfredo conduzindo seu veículo automotor sem placas, atropelou um pedestre. Alessandro, dirigindo um veículo de categoria diversa das que sua carteira de habilitação permitia, causou lesão corporal culposa em um transeunte, ao atingi-lo. Nessas situações as penas impostas a Alfredo e a Alessandro serão agravadas devendo o juiz aplicar as penas-base com especial atenção à culpabilidade e as circunstâncias e consequências do crime. 56. Dirigindo seu veículo automotor, Luciano atropelou um transeunte, causando-lhe ferimentos leves, Luciano não prestou socorro à vítima nem solicitou auxílio da autoridade pública. Nessa situação, a conduta de Luciano será considerada átipica caso um terceiro tenha prestado apoio à vítima em seu lugar. alfaconcursos.com.br MUDE SUA VIDA! 3 57. Felipe, ao violar a suspensão para dirigir, foi flagrado e autuado pela autoridade competente, em operação de fiscalização, conduzindo seu veículo automotor em via pública. Nessa situação, Felipe responderá por crime de trânsito e poderá receber como pena nova imposição adicional de suspensão pelo dobro do primeiro prazo, sendo vedada a substituição de pena privativa de liberdade por restritiva de direito, em razão da natureza da infração. Wellington, maior capaz, sem habilitação ou permissão para dirigir veículo automotor, tomou emprestado de Sandro, também maior e capaz, seu veículo, para visitar a namorada em um bairro próximo àquele onde ambos residiam. Sandro, mesmo ciente da falta de habilitação de Wellington, emprestou o veículo. Considerando a situação hipotética apresentada, julgue os itens que se seguem, à luz do Código de Trânsito Brasileiro. 58. Sandro responderá por crime de trânsito somente se a condução de Wellington causar perigo de dano. 59. Wellington respondera por crime de trânsito, independentemente de gerar perigo de dano ao conduzir o veículo. Em cada um dos itens que seguem, é apresentada uma situação hipotética relativa a infrações previstas no código de trânsito Brasileiro, seguida de uma assertiva a ser julgada. 60. Dirigindo seu veículo automotor, Caio foi abordado por policial rodoviário federal, que constatou que a validade de sua carteira nacional de habilitação estava vencida havia mais de trinta dias. Nessa situação, Caio será multado, sua carteira de habilitação será recolhida e seu veículo será removido. 61. Um policial rodoviário federal abordou o condutor de um veículo por dirigir sem usar o cinto de segurança. Nessa situação, depois de aplicar a multa, o policial poderá reter o veículo somente até a colocação do cinto pelo motorista, se não constatar outra infração de trânsito. OUTRAS QUESTÕES DA BANCA 1. CESPE / CEBRASPE Órgão: DPE-DF Prova: CESPE - 2019 - DPE-DF - Defensor Público - A respeito dos delitos tipificados na legislação extravagante, julgue o item a seguir, considerando a jurisprudência dos tribunais superiores. Situação hipotética: Simão praticou lesão corporal culposa enquanto conduzia veículo automotor. Além de ter dirigido com a capacidade psicomotora alterada em razão da ingestão de bebida alcoólica, o condutor apresentou carteira de habilitação vencida. Assertiva: Nessa situação, segundo entendimento do STJ, Simão responderá pelos delitos de embriaguez ao volante e de lesão corporal na condução de veículo automotor, devendo incidir, ainda, a causa de aumento de pena, por ter conduzido veículo automotor com a carteira de habilitação vencida. alfaconcursos.com.br MUDE SUA VIDA! 4 2. CESPE / CEBRASPE Órgão: TJ-BA Prova: CESPE - 2019 - TJ-BA - Juiz de Direito Substituto - Pedro, mesmo sabendo que seu amigo Jaime se encontrava embriagado e com a CNH vencida, entregou-lhe a condução de seu veículo automotor. Jaime, tão logo assumiu a direção do veículo, provocou um acidente de trânsito que causou lesões corporais em Maria. Nessa situação hipotética, conforme a jurisprudência pertinente e a Lei n.º 9.503/1997, Jaime responderá pelo delito de lesão corporal culposa na direção de veículo automotor, desde que Maria ofereça representação, exceto se do crime lhe tiver resultado lesão corporal grave ou gravíssima. A. por Jaime ter conduzido o veículo automotor com a CNH vencida, incidirá causa de aumento de pena no delito de lesão corporal culposa na direção de veículo automotor. B. Jaime não responderá pelo crime de embriaguez ao volante, o qual será absorvido pelo delito de lesão corporal culposa na direção de veículo automotor, que será, no entanto, aplicado em sua forma majorada por força do princípio da consunção. C. para que Jaime responda pelo delito de embriaguez ao volante, é imprescindível a aferição de concentração de álcool por litro de sangue superior ao limite permitido pela lei, por se tratar de circunstância objetiva elementar do tipo penal em questão. D. Pedro responderá pelo crime de entrega da direção de veículo automotor a pessoa sem condições de conduzi-locom segurança, o qual se teria configurado ainda que não tivesse sido demonstrado o perigo concreto de dano a terceiros. QUESTÕES DA PRF 2019 (CESPE) - CFP Ana dirigia pela BR 101, na altura do distrito de Campos dos Goytacazes, a 60 km/h, quando resolveu ler uma mensagem no celular e, então, atropelou um homem de cinquenta e sete anos de idade. Apesar de Ana ter prestado total socorro, tendo inclusive chamado socorro especializado, a vítima teve diversas fraturas. Policiais rodoviários federais que faziam patrulhamento na região não prenderam Ana em flagrante, porém relataram em boletim de ocorrência circunstanciado de forma bastante minuciosa o ocorrido e as lesões sofridas pela vítima. A partir da situação hipotética apresentada, julgue os itens que se seguem. 38 Em razão das lesões sofridas pela vítima, Ana responderá por lesão corporal culposa prevista no art. 129 do Código Penal. 39 Os policiais rodoviários federais agiram de forma correta na situação, pois a responsabilização de Ana dependerá do dano causado à vítima, que pode resultar em lesão leve, grave ou gravíssima, ou, até mesmo, em morte. 40 Os policiais rodoviários federais agiram de forma correta ao não prenderem em flagrante Ana, pois se tratava de um crime de trânsito, no qual Ana prestou socorro à vítima. alfaconcursos.com.br MUDE SUA VIDA! 5 DIFERENÇA ENTRE INFRAÇÃO E CRIME EXISTE UMA GRANDE DIFERENÇA ENTRE INFRAÇÃO DE TRÂNSITO E CRIME DE TRÂNSITO: INFRAÇÃO DE TRÂNSITO X CRIME INFRAÇÃO – DIR. ADM. CRIME – DIR. PENAL/CTB Art. 161. CTB - Constitui infração de trânsito a inobservância de qualquer preceito deste Código, da legislação complementar ou das resoluções do CONTRAN, sendo o infrator sujeito às penalidades e medidas administrativas indicadas em cada artigo, além das punições previstas no Capítulo XIX. CRIME: Ação ou omissão humana que lesa ou expõe a perigo de lesão bens jurídicos penalmente tutelados. Pode ser definido também como fato típico e ilícito, praticado por agente culpável (teoria tripartida). Art. 165. Dirigir sob a influência de álcool ou de qualquer outra substância psicoativa que determine dependência: Infração - gravíssima; Penalidade - multa (dez vezes) e suspensão do direito de dirigir por 12 (doze) meses. Medida administrativa - recolhimento do documento de habilitação e retenção do veículo, observado o disposto no §4° do art. 270 da Lei no 9.503, de 23 de setembro de 1997 - do Código de Trânsito Brasileiro Art. 306. Conduzir veículo automotor com capacidade psicomotora alterada em razão da influência de álcool ou de outra substância psicoativa que determine dependência: Penas - detenção, de seis meses a três anos, multa e suspensão ou proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor. Esse assunto foi cobrado numa questão de prova do concurso público para o cargo de Escrivão da Polícia Civil do Distrito Federal: (CESPE/UNB/ESCRIVÃO.PC-DF/2013) Caso um cidadão esteja com sua capacidade psicomotora alterada em razão da influência de álcool e, ainda assim, conduza veículo automotor, tal conduta caracterizará crime de trânsito se ocorrer em via pública, mas será atípica, se ocorrer fora de via pública, como um condomínio fechado, por exemplo. No item, a banca CESPE considerou incorreta a afirmação. A assertiva da questão diz que a conduta é atípica se “ocorrer fora de via pública, como um condomínio fechado, por exemplo.”. Mas vejamos o crime do artigo 306: alfaconcursos.com.br MUDE SUA VIDA! 6 Art. 306. Conduzir veículo automotor com capacidade psicomotora alterada em razão da influência de álcool ou de outra substância psicoativa que determine dependência: Penas - detenção, de seis meses a três anos, multa e suspensão ou proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor. Note que em nenhum momento o legislador definiu o local em que a conduta deve acontecer. Ou seja, não há a elementar “vias públicas”. Nesse caso, aplica-se o princípio da territorialidade e a conduta é típica independentemente do local em que aconteça (vias públicas ou vias privadas). RESUMO ESQUEMATIZADO Bom, espero que você tenha entendido tudo. Deixo aqui um esquema didático para você anotar e revisar sempre que possível. SEARA PENAL (Crimes de Trânsito) REGRA: Princípio da Territorialidade EXCEÇÃO: "Vias Públicas" para os crimes que prevejam essa elementar. ADMINISTRATIVA (Infrações de Trâns.) REGRA: VIAS PÚBLICAS EXCEÇÃO: COND. CONSTITUÍDOS POR UNIDADES AUTÔNOMAS. + ESTACIONAMENTOS COLETIVOS DE ESTABELECIMENTOS PRIVADOS alfaconcursos.com.br MUDE SUA VIDA! 7 INFRAÇÃO PENAL: é um gênero, dividido em duas espécies: CRIME (DELITO) e CONTRAVENÇÃO (DELITO LILIPUTIANO, CRIME ANÃO OU CRIME VAGABUNDO). O crime tem penas de reclusão ou detenção, já a contravenção tem pena de prisão simples. REGIME PRISIONAL: RECLUSÃO: Aplicada aos crimes mais graves, deve ser cumprida em regime fechado, semiaberto ou aberto. DETENÇÃO: Tipo de pena privativa de liberdade, mas aplicada em crimes com a gravidade menor, admite regime prisional aberto ou semiaberto. PRISÃO SIMPLES: Art. 6º, LCP: A pena de prisão simples deve ser cumprida, sem rigor penitenciário, em estabelecimento especial ou seção especial de prisão comum, em regime semiaberto ou aberto. Aplicados a casos de menor lesividade, como nas contravenções. a) regime fechado a execução da pena em estabelecimento de segurança máxima ou média; b) regime semiaberto a execução da pena em colônia agrícola, industrial ou estabelecimento similar; c) regime aberto a execução da pena em casa de albergado ou estabelecimento adequado. CÓDIGO PENAL: Reclusão e detenção Art. 33 - A pena de reclusão deve ser cumprida em regime fechado, semiaberto ou aberto. A de detenção, em regime semiaberto, ou aberto, salvo necessidade de transferência a regime fechado. § 1º - Considera-se: a) regime fechado a execução da pena em estabelecimento de segurança máxima ou média; b) regime semiaberto a execução da pena em colônia agrícola, industrial ou estabelecimento similar; c) regime aberto a execução da pena em casa de albergado ou estabelecimento adequado. INFRAÇÃO DE TRÂNSITO: INFRAÇÃO (A.1) - inobservância a qualquer preceito da LEGISLAÇÃO DE TRÂNSITO, às normas emanadas do Código de Trânsito, do Conselho Nacional de FECHADO: Estab. segurança máxima ou média. SEMIABERTO: colônia agrícola, industrial ou estab. similar. ABERTO: casa de albergado ou estabelecimento adequado. alfaconcursos.com.br MUDE SUA VIDA! 8 Trânsito e a regulamentação estabelecida pelo órgão ou entidade executiva do trânsito. Art. 161. CTB - Constitui infração de trânsito a inobservância de qualquer preceito deste Código, da legislação complementar ou das resoluções do CONTRAN, sendo o infrator sujeito às penalidades e medidas administrativas indicadas em cada artigo, além das punições previstas no Capítulo XIX. Parágrafo único. As infrações cometidas em relação às resoluções do CONTRAN terão suas penalidades e medidas administrativas definidas nas próprias resoluções. INFRAÇÃO DE TRÂNSITO INFRAÇÃO DE MENOR POTENCIAL OFENSIVO – IMPO. CONTRAVENÇÃO PENAL CRIME INFRAÇÃO (A.1) - inobservância a qualquer preceito da LEGISLAÇÃO DE TRÂNSITO, às normas emanadas do Código de Trânsito, do Conselho Nacional de Trânsito e a regulamentação estabelecida pelo órgão ou entidade executiva do trânsito. Art. 161. CTB - Constitui infração de trânsito a inobservância de qualquer preceito deste Código, da legislação complementar ou das resoluções do CONTRAN, sendo o infrator sujeito às penalidades e medidas administrativas indicadas em cada artigo, além das punições previstas no Capítulo XIX. Parágrafo único. As infrações cometidas em relação às resoluções do CONTRAN terão suas penalidades e medidas administrativas definidas nas próprias resoluções. Lei de Contravenções Penais - Art. 61. Consideram-se INFRAÇÕESPENAIS DE MENOR POTENCIAL OFENSIVO, para os efeitos desta Lei, as contravenções penais e os crimes a que a lei comine PENA MÁXIMA NÃO SUPERIOR A 2 (DOIS) ANOS, cumulada ou não com multa. Lei Introdução ao Código Penal – Art. 1º – 2ª Parte: CONTRAVENÇÃO: a infração Penal que a Lei comina, isoladamente, pena de PRISÃO SIMPLES OU DE MULTA, OU AMBAS ALTERNATIVA OU CUMULATIVAMENTE. Lei Introdução ao Código Penal – Art. 1º – 1ª Parte: CRIME: a infração Penal que a lei comina PENA DE RECLUSÃO OU DETENÇÃO, quer isoladamente, quer alternativa ou cumulativamente com a pena de multa. PENA Penalidades (Art. 256, CTB) Pena Máx. <= 2 anos Prisão Simples e/ou multa. Reclusão/Detenç ão e/ou multa. AÇÃO PENAL N/A Ação Penal Pública Incondicionada - APPI Ação Penal Privada – APPriv. e Ação Penal Pública (Condicionada ou incondicionada) – APPC ou APPI. TENTATIVA N/A NÃO PUNE NÃO PUNE PUNE EXTRATERRITO RIALIDADE NÃO NÃO NÃO SIM COMPETÊNCIA Órgão/Autoridade de trânsito local. Justiça Estadual Justiça Estadual Justiça Estadual/Federal Limite de Pena Penalidades (Art. 256, CTB) Pena Máx. <= 2 anos 5 anos 40 anos alfaconcursos.com.br MUDE SUA VIDA! 9 CRIMES DE TRÂNSITO Vamos dar início ao capítulo mais importante do nosso material: crimes de trânsito. Se você pretende ser aprovado em um concurso que cobre conhecimentos sobre legislação de trânsito, sobretudo a PRF, você tem que dominar tudo que diz respeito a crimes de trânsito. Vamos fazer uma abordagem detalhada, mas batendo naquilo que é fundamental. Aqui, será importante analisar algumas jurisprudências. Já posso adiantar uma coisa: a maior parte das questões sobre esse tópico abordam os seguintes conhecimentos: Se o crime é de perigo abstrato ou de perigo concreto. Agravantes genéricas do CTB e causas de aumento de pena. Claro, trataremos com bastante cuidado disso. DO CONCEITO DE CRIME Para poder entender o que é um crime de trânsito, precisamos antes saber o que é um crime. Talvez (e provavelmente) você já saiba, mas vamos revisar. Conforme a Lei de Introdução ao Código Penal, podemos definir Crime como: LEI DE INTRODUÇÃO AO CÓDIGO PENAL - DECRETO-LEI 3914/41 Art 1º Considera-se crime a infração penal que a lei comina pena de reclusão ou de detenção, quer isoladamente, quer alternativa ou cumulativamente com a pena de multa; contravenção, a infração penal a que a lei comina, isoladamente, pena de prisão simples ou de multa, ou ambas. alternativa ou cumulativamente. Segundo a Teoria do Crime, o crime é uma espécie do gênero Infração Penal. A teoria tripartite, adotada no direito brasileiro, define que o crime é um fato típico, antijurídico e culpável. https://www.jusbrasil.com.br/topicos/12069797/art-1-da-lei-de-introducao-ao-codigo-penal-decreto-lei-3914-41 https://www.jusbrasil.com.br/topicos/12069797/art-1-da-lei-de-introducao-ao-codigo-penal-decreto-lei-3914-41 https://www.jusbrasil.com.br/topicos/12069797/art-1-da-lei-de-introducao-ao-codigo-penal-decreto-lei-3914-41 https://www.jusbrasil.com.br/topicos/12069797/art-1-da-lei-de-introducao-ao-codigo-penal-decreto-lei-3914-41 https://www.jusbrasil.com.br/topicos/12069797/art-1-da-lei-de-introducao-ao-codigo-penal-decreto-lei-3914-41 alfaconcursos.com.br MUDE SUA VIDA! 10 INFRAÇÃO PENAL CRIME/DELITO FATO TÍPICO ANTIJURÍDICO CULPÁVEL CONTRAVENÇÃO De forma bem simples, já que a Teoria do Crime não é o foco aqui, o crime pode ser ainda comissivo (quando o agente faz alguma coisa) ou omissivo (quando o agente deixa de fazer alguma coisa). Além disso, há crimes: Culposos: quando o resultado é causado por imprudência, imperícia ou negligência. Dolosos: quando há a intenção de praticar o crime. Há a vontade do agente. Pronto, “crime” é basicamente isso. Alguns conceitos e termos foram simplificados para atender ao objetivo da nossa aula. DO CONCEITO DE TRÂNSITO Eu falei que estudaríamos Crimes de Trânsito. “Crime” eu acredito que você já entendeu o que é, mas e “trânsito”? Nós já vimos no início do nosso material. Nada impede de revisarmos, não é? Art. 1º O trânsito de qualquer natureza nas vias terrestres do território nacional, abertas à circulação, rege-se por este Código. § 1º Considera-se trânsito a utilização das vias por pessoas, veículos e animais, isolados ou em grupos, conduzidos ou não, para fins de circulação, parada, estacionamento e operação de carga ou descarga. § 2º O trânsito, em condições seguras, é um direito de todos e dever dos órgãos e entidades componentes do Sistema Nacional de Trânsito, a estes cabendo, no âmbito das respectivas competências, adotar as medidas destinadas a assegurar esse direito. alfaconcursos.com.br MUDE SUA VIDA! 11 § 3º Os órgãos e entidades componentes do Sistema Nacional de Trânsito respondem, no âmbito das respectivas competências, objetivamente, por danos causados aos cidadãos em virtude de ação, omissão ou erro na execução e manutenção de programas, projetos e serviços que garantam o exercício do direito do trânsito seguro. § 5º Os órgãos e entidades de trânsito pertencentes ao Sistema Nacional de Trânsito darão prioridade em suas ações à defesa da vida, nela incluída a preservação da saúde e do meio- ambiente. DISPOSIÇÕES GERAIS PARA OS CRIMES DE TRÂNSITO Art. 291. Aos crimes cometidos na direção de veículos automotores, previstos neste Código, aplicam-se as normas gerais do Código Penal e do Código de Processo Penal, se este Capítulo não dispuser de modo diverso, bem como a Lei nº 9.099, de 26 de setembro de 1995, no que couber. § 1º Aplica-se aos crimes de trânsito de lesão corporal culposa o disposto nos arts. 74, 76 e 88 da Lei no 9.099, de 26 de setembro de 1995, exceto se o agente estiver: I - sob a influência de álcool ou qualquer outra substância psicoativa que determine dependência; II - participando, em via pública, de corrida, disputa ou competição automobilística, de exibição ou demonstração de perícia em manobra de veículo automotor, não autorizada pela autoridade competente; III - transitando em velocidade superior à máxima permitida para a via em 50 km/h (cinquenta quilômetros por hora). § 2º Nas hipóteses previstas no § 1º deste artigo, deverá ser instaurado inquérito policial para a investigação da infração penal. Os crimes de trânsito são apurados pelas regras previstas aqui no próprio CTB, sendo utilizadas as regras do CP e do CPP apenas de forma subsidiária, quando não existir disciplina específica sobre a matéria processual. Um exemplo dessa regra específica prevista apenas no CTB pode ser visto no próprio §1º do art. 291 acima, no qual se proíbe a transação penal em algumas circunstâncias específicas para os crimes de trânsito. - Como assim? É o seguinte: Nos crimes de menor potencial ofensivo, aqueles para os quais a lei prevê pena igual ou inferior a 2 anos, a Lei 9.099/95, autoriza uma espécie de perdão, um acordo http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9099.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9099.htm alfaconcursos.com.br MUDE SUA VIDA! 12 celebrado entre o suposto infrator e o Ministério Público, permitindo que o acusado pague uma multa ou preste algum serviço comunitário como forma de paralisar o processo criminal, aliás, nem sequer chega a ser iniciado o processo criminal. Com isso, o acusado permanece primário e com a ficha limpa, não podendo apenas ter o mesmo benefício pelos próximos 5 anos. O CTB prevê vários crimes que se enquadram como infrações de menor potencial ofensivo, como os crimes de lesão corporal do art. 303; de omissão de socorro do art. 304 etc. Pois bem, mesmo sendo plenamente cabível a aplicação dessa lei 9.099/95 para os crimes de trânsito, o legislador afastou essa possibilidade quando a lesão corporal culposa na direção de veículo automotor ocorrer com motorista: Sob a influência de álcool ou qualquer outra substância psicoativa que determine dependência; Participando, em via pública, de corrida, disputa ou competição automobilística, de exibição ou demonstração de perícia em manobra de veículo automotor, não autorizada pela autoridade competente; Transitando em velocidade superior à máxima permitida para a via em 50 km/h (cinquenta quilômetros por hora). Portanto, mesmo sendo crimes de menor potencial ofensivo, não será o caso de transação penal, devendo a autoridade policial instaurar o inquérito policial (quando ao crime se aplicar a lei 9.099/95, a investigação se dará por Termo Circunstanciado de Ocorrência – TCO - e não por Inquérito) para apuração dos fatos e oferecimento da denúncia pelo Ministério Público, se for o caso. É bom o candidato tomar cuidado, inclusive tendo conhecimento sobre os institutos despenalizantes da legislação penal, pois, mesmo não sendo possível a incidência da transação penal, nada impede uma suspensão condicional do processo quando o preceito secundário do tipo previr a pena base mínima igual ou inferior a 1 ano. alfaconcursos.com.br MUDE SUA VIDA! 13 Numa questão elaborada pela CESPE/CEBRASPE, o tema foi cobrado da seguinte forma: (CESPE/DETRAN-DF/ANALISTA/2009) Considere que Gustavo conduza o seu veículo à velocidade de 110 km/h, quando a sinalização do local aponta como limite máximo a velocidade de 50 km/h e, de forma culposa, tenha atropelado Maria, que teve lesão corporal leve. Nesse caso, Gustavo deverá responder por crime de lesão corporal culposa, desde que haja representação da vítima. Ao praticar a lesão corporal culposa na condução de veículo automotor acima de 50km/h da velocidade máxima, é dispensada a representação da vítima (Ação Penal Pública Incondicionada) para que seja promovida a persecução penal, devendo a autoridade policial instaurar o inquérito, na forma do § 2º, art. 291 do CTB, sendo incorreta a questão. Numa outra questão da mesma banca CESPE/CEBRASPE, foi cobrado o assunto da seguinte forma: (CESPE/UNB/JUIZ/TJ/AL/2008) Não se aplica a transação penal aos crimes de trânsito de lesão corporal culposa se o agente estiver sob a influência de álcool ou qualquer outra substância psicoativa que determine dependência. A questão foi considerada correta, em observância ao inciso I, § 1º do art. 291 do CTB. DA SUSPENSÃO OU PROIBIÇÃO DE SE OBTER A HABILITAÇÃO Lembre-se: essa penalidade será imposta pela autoridade judiciária, quando do cometimento de crime de trânsito. DA COMPETÊNCIA PARA APLICAÇÃO Art. 292. A suspensão ou a proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor pode ser imposta isolada ou cumulativamente com outras penalidades. Cuidado para não confundir a penalidade de Suspensão do Direito de Dirigir com a Suspensão ou a Proibição de se obter a Permissão Habilitação para Dirigir. A primeira é de ordem administrativa, aplicada pelo órgão executivo estadual de trânsito (DETRAN), mediante procedimento administrativo específico; enquanto a segunda é de natureza judicial, aplicada por juiz de direito, no exercício da função jurisdicional. Como caiu em prova? (CESPE/UNB/TJ/PA/2006). A suspensão ou a proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor pode ser imposta como penalidade principal, isolada ou cumulativamente com outras sanções. alfaconcursos.com.br MUDE SUA VIDA! 14 Questão correta. DO PRAZO Art. 293. A penalidade de suspensão ou de proibição de se obter a permissão ou a habilitação, para dirigir veículo automotor, tem a duração de dois meses a cinco anos. Relevante observar acerca da possibilidade da prática de delitos de trânsito, mesmo daqueles condutores desprovidos de habilitação. Sabendo disso, o legislador ordinário não deixou de inserir a cominação legal de PROIBIÇÃO DE OBTENÇÃO do documento de habilitação, por prazo não inferior a 2 meses nem superior a 5 (cinco) anos. Portanto, da prática de delito de trânsito por condutor habilitado, aplicar-se-á a pena de suspensão do direito de dirigir; caso o condutor não possua, será de proibição de obtê-la. Mesmo sendo a CESPE/CEBRASPE, não há como aprofundar esse dispositivo mais do que a “decoreba” do prazo de suspensão, como ocorreu no concurso da PRF de 2008 elaborado pela CESPE/CEBRASPE: (CESPE/UNB/PRF/2008) A penalidade de suspensão ou de proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor tem a duração de dois anos. Considerada incorreta a afirmação, já que o prazo é de 2 meses a 5 anos. DO INÍCIO DA PENA § 1º Transitada em julgado a sentença condenatória, o réu será intimado a entregar à autoridade judiciária, em quarenta e oito horas, a Permissão para Dirigir ou a Carteira de Habilitação. § 2º A penalidade de suspensão ou de proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor não se inicia enquanto o sentenciado, por efeito de condenação penal, estiver recolhido a estabelecimento prisional. O legislador definiu que o réu deve entregar a CNH ou PPD em 48 horas. Caso não atenda a determinação de entrega da habilitação no prazo legal (48h), será aplicada nova pena adicional e idêntica à primeira, quando da sentença condenatória. A penalidade de suspensão ou de proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor não se inicia enquanto o sentenciado, por efeito de condenação penal, estiver recolhido a estabelecimento prisional. Só a partir do livramento, seja por condicional ou qualquer outro benefício legal, dar-se- á início ao cumprimento da pena de suspensão do direito de dirigir. É uma forma de tornar eficaz a pena de suspensão em face da pena concretizada na privação da liberdade. alfaconcursos.com.br MUDE SUA VIDA! 15 Não é necessário o cumprimento total da pena para ter início a contagem da suspensão. Basta que o indivíduo tenha por liberdade restrita, a exemplo da condicional, ou ingresso no regime semi-aberto. A CESPE/CEBRASPE, no concurso de Delegado do Maranhão de 2018, cobrou esse tema, veja como foi: (CESPE/DELEGADO – MA/2018) A suspensão da habilitação, aplicada cumulativamente na sentença condenatória por homicídio culposo na direção de veículo automotor, deve ter o mesmo prazo da pena de prisão. A questão foi considerada incorreta, pois, como foi dito, a pena de suspensão não se inicia enquanto o sentenciado estiver recolhido a estabelecimento prisional. MOMENTO DA APLICAÇÃO DA PENA Art. 294. Em qualquer fase da investigação ou da ação penal, havendo necessidade para a garantia da ordem pública, poderá o juiz, como medida cautelar, de ofício, ou a requerimento do Ministério Público ou ainda mediante representação da autoridade policial, decretar, em decisão motivada, a suspensão da permissão ou da habilitação para dirigir veículo automotor, ou a proibição de sua obtenção. Parágrafo único. Da decisão que decretar a suspensão ou a medida cautelar, ou da que indeferir o requerimento do Ministério Público, caberá recurso em sentido estrito, sem efeito suspensivo. Art. 295. A suspensão para dirigir veículo automotor ou a proibição de se obter a permissão ou a habilitação será sempre comunicada pela autoridade judiciária ao Conselho Nacional de Trânsito - CONTRAN, e ao órgão de trânsito do Estado em que o indiciado ou réu for domiciliado ou residente. Art. 296. Se o réu for reincidente na prática de crime previsto neste Código, o juiz aplicará a penalidade de suspensão da permissão ou habilitação para dirigir veículo automotor, sem prejuízo das demais sanções penais cabíveis. Não só no caso de requerimento do parquet (Ministério Público) ou de representação do Delegado de Polícia, que a autoridade judiciária poderá suspender o direito de dirigir ou proibir sua obtenção (SUSPENSÃO CAUTELAR). Ela pode também agir de ofício, sem qualquer provocação externa. No concurso da PRF organizado pela CESPE/CEBRASPE, o tema foi cobrado assim: Um grupo de amigos decidiu realizar um racha, às três horas da madrugada, na avenida Afonso Pena,principal via da região central de Belo Horizonte – MG. Acionada, uma equipe de policiais chegou rapidamente ao local, logrando deter Rodrigo, um dos participantes, em flagrante. Nessa situação, ao receber a respectiva denúncia, o juiz poderá decretar medida cautelar de ofício, alfaconcursos.com.br MUDE SUA VIDA! 16 independentemente de requerimento do Ministério Público ou de representação da autoridade policial, para efeito de suspender a habilitação de Rodrigo. A questão foi considerada correta, já que, como falamos, pode sim a autoridade judiciária agir de ofício, suspendendo o direito de dirigir do acusado. Um ponto importante a ser observado pelos candidatos é que, em caso de reincidência de crimes de trânsito, a suspensão do direito de dirigir ou a proibição de obtê-la deixa de ser mera faculdade da autoridade judiciária, passando a ser regra cogente, ou seja, ele é obrigado a aplicá-la, independentemente da gravidade da conduta. SUSPENSÃO OU PROIBIÇÃO DE SE OBETER HABILITAÇÃO CAUTELAR DEFINITIVA Momento → Em qualquer fase da investigação ou da ação penal PRAZO → 2 meses a 5 anos FUNDAMENTO → Necessidade para a garantia da ordem pública INÍCIO → Réu intimado para entrega em 48 da habilitação PROPOSITURA → Requerimento do Ministério Público Não se inicia enquanto estiver recolhido a estabelecimento penal. Representação da autoridade policial REINCIDÊNCIA EM CRIME DO CTB → Pena obrigatóriaDe Ofício RECURSO → Recurso em sentido estrito Sempre comunicada a autoridade de trânsito A CESPE/CEBRASPE, no concurso de Delegado da Civil do Espírito Santo de 2011 cobrou exatamente isso, veja: alfaconcursos.com.br MUDE SUA VIDA! 17 (CESPE/DELEGADO/PC-ES/2011) No caso de réu reincidente em crime de trânsito, é obrigatório que o magistrado, ao julgar a nova infração, fixe a pena prevista no tipo, associada à suspensão da permissão ou habilitação de dirigir veículo automotor. A questão foi considerada correta, já que é obrigatória a fixação da pena de suspensão pela autoridade judiciária. Em 2012, questão semelhante da CESPE/CEBRASPE cobrou o tema praticamente da mesma forma: (CESPE/UNB/JUIZ/TJ/AC/2012) Conforme previsão do Código de Trânsito Brasileiro, é facultativa, nos casos de reincidência, a aplicação da penalidade de suspensão da permissão ou habilitação para conduzir veículo automotor. Logicamente considerada incorreta a questão. DA MULTA REPARATÓRIA Art. 297. A penalidade de multa reparatória consiste no pagamento, mediante depósito judicial em favor da vítima, ou seus sucessores, de quantia calculada com base no disposto no § 1º do art. 49 do Código Penal, sempre que houver prejuízo material resultante do crime. § 1º A multa reparatória não poderá ser superior ao valor do prejuízo demonstrado no processo. § 2º Aplica-se à multa reparatória o disposto nos arts. 50 a 52 do Código Penal. § 3º Na indenização civil do dano, o valor da multa reparatória será descontado. Perceba que a penalidade de multa que trataremos abaixo não tem nada a ver com aquelas multas de trânsito (para as quais o infrator receberá pontos na carteira etc.). Falamos de multas reparatórias. A penalidade de multa reparatória consiste no pagamento, mediante depósito judicial em favor da vítima, ou seus sucessores, de quantia calculada com base no disposto no § 1º do art. 49 do Código Penal, sempre que houver prejuízo material resultante do crime, não podendo ser superior ao valor do prejuízo demonstrado no processo. DO FLAGRANTE PROIBIDO Art. 301. Ao condutor de veículo, nos casos de acidentes de trânsito de que resulte vítima, não se imporá a prisão em flagrante, nem se exigirá fiança, se prestar pronto e integral socorro àquela. alfaconcursos.com.br MUDE SUA VIDA! 18 Trata-se do flagrante proibido. Circunstância prevista em lei que impede a prisão em flagrante de uma pessoa que está cometendo ou acabou de consumar o crime de trânsito. Para tanto, é necessário que o condutor tenha prestado pronto, ou seja, na hora e integral socorro à vítima, independentemente de ter sido considerada culpada ou não. Não há muito o que discutir a respeito, apenas saber que, mesmo não prestando socorro, caso comprove que não pode fazê-lo por motivo de força maior, também obterá essa benesse processual. Vejam a questão elaborada pela CESPE/CEBRASPE sobre o assunto: (CESPE/UNB/PRF/2008) Ao condutor de veículo, nos casos de acidentes de trânsito de que resulte vítima, não se imporá a prisão em flagrante, nem se exigirá fiança, se ele prestar pronto e integral socorro àquela. A questão foi considerada correta, pois, trata-se da exata dicção do art. 301 do CTB. SEM FLAGRANTE E FIANÇA PRESTAR PRONTO E INTEGRAL SOCORRO QUANDO DAS AGRAVENES E DAS CAUSAS DE AUMENTO DE PENA Como falamos no início do capítulo, boa parte das questões de prova abordam os seguintes conhecimentos: Se o crime é de perigo abstrato ou de perigo concreto. Agravantes genéricas do CTB e causas de aumento de pena. Vamos tratar desse segundo ponto agora. DAS AGRAVANTES Art. 298. São circunstâncias que sempre agravam as penalidades dos crimes de trânsito ter o condutor do veículo cometido a infração: alfaconcursos.com.br MUDE SUA VIDA! 19 I - com dano potencial para duas ou mais pessoas ou com grande risco de grave dano patrimonial a terceiros; II - utilizando o veículo sem placas, com placas falsas ou adulteradas; III - sem possuir Permissão para Dirigir ou Carteira de Habilitação; IV - com Permissão para Dirigir ou Carteira de Habilitação de categoria diferente da do veículo; V - quando a sua profissão ou atividade exigir cuidados especiais com o transporte de passageiros ou de carga; VI - utilizando veículo em que tenham sido adulterados equipamentos ou características que afetem a sua segurança ou o seu funcionamento de acordo com os limites de velocidade prescritos nas especificações do fabricante; VII - sobre faixa de trânsito temporária ou permanentemente destinada a pedestres. São circunstâncias em que, se ocorrerem, em qualquer crime de trânsito, o agente sempre terá sua pena agravada. Mas o que é uma agravante? O que é ter sua pena agravada? Quando dizemos que uma pena é agravada, NÃO estamos dizendo que ela será maior em um valor pré-estabelecido. O magistrado apenas deve levar em consideração as agravantes para definir a pena (que deve respeitar a pena máxima para aquele crime) na segunda fase da dosimetria da pena. Nos dizeres do mestre Cleber Masson: “Agravantes são circunstâncias legais, de natureza objetiva ou subjetiva, não integrantes da estrutura do tipo penal, mas que a ele se ligam com a finalidade de aumentar ou diminuir a pena”. As circunstâncias agravantes não se confundem com as hipóteses de aumento de pena, aquelas serão utilizadas pela autoridade judiciária sempre de forma subsidiária (quando não for possível a utilização de causa de aumento de pena). Devo repetir que a autoridade judiciária não pode, invocando circunstâncias agravantes, aumentar a pena além do limite previsto na pena base, mesmo quando existentes mais de uma delas. Assim, as agravantes não terão qualquer efeito quando a pena-base já tiver sido fixada no máximo legalmente previsto. AGRAVANTES Com dano potencial para duas ou mais pessoas ou com grande risco de grave dano patrimonial a terceiros; Utilizando o veículo sem placas, com placas falsas ou adulteradas; Sem possuir permissão para dirigir ou carteira de habilitação; alfaconcursos.com.br MUDE SUA VIDA! 20 Com permissão para dirigir ou carteira de habilitação de categoria diferente da do veículo; Quando a sua profissão ou atividade exigir cuidados especiais com o transporte de passageiros ou de carga; Utilizando veículo em que tenham sido adulterados equipamentos ou características que afetem a sua segurança ou o seu funcionamento de acordo com os limites de velocidade prescritos nas especificações do fabricante; Sobre faixa de trânsito temporária ou permanentementedestinada a pedestres. DAS CAUSAS DE AUMENTO DE PENA Art. 302. § 1º No homicídio culposo cometido na direção de veículo automotor, a pena é aumentada de 1/3 (um terço) à metade, se o agente: I - não possuir Permissão para Dirigir ou Carteira de Habilitação; II - praticá-lo em faixa de pedestres ou na calçada; III - deixar de prestar socorro, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à vítima do acidente; IV - no exercício de sua profissão ou atividade, estiver conduzindo veículo de transporte de passageiros. Art. 303§ 1º Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) à metade, se ocorrer qualquer das hipóteses do § 1o do art. 302. Ao contrário das agravantes, que se aplicam a qualquer crime de trânsito, as causas de aumento de pena só serão aplicadas aos crimes de Homicídio Culposo da direção de veículo automotor (artigo 302) e Lesão Corporal, GRAVE OU GRAVÍSSIMA, culposa na direção de veículo automotor. CAUSAS DE AUMENTO DE PENA NOS CRIMES DE: Homicídio culposo na direção veicular + Lesão corporal grave ou gravíssima culposa na direção de veículo automotor. Não possuir Permissão para Dirigir ou Carteira de Habilitação. Praticá-lo em faixa de pedestres ou na calçada; Deixar de prestar socorro, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à vítima do acidente No exercício de sua profissão ou atividade, estiver conduzindo veículo de transporte de alfaconcursos.com.br MUDE SUA VIDA! 21 passageiros Alguns pontos bons de prova: Transporte de CARGA é só agravante, não é aumento. CALÇADA é só aumento, não é agravante. Álcool qualifica o crime de Homicídio ou Lesão. NÃO É AUMENTO. LEMBRE-SE: As causas de aumento de pena prevalecem sobre as agravantes. DOS CRIMES EM ESPÉCIE ART. 302 HOMICÍDIO CULPOSO NA DIREÇÃO DE VEÍCULO AUTOMOTOR Art. 302. Praticar homicídio culposo na direção de veículo automotor: Penas - detenção, de dois a quatro anos, e suspensão ou proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor. § 1º No homicídio culposo cometido na direção de veículo automotor, a pena é aumentada de 1/3 (um terço) à metade, se o agente: I - não possuir Permissão para Dirigir ou Carteira de Habilitação; II - praticá-lo em faixa de pedestres ou na calçada; III - deixar de prestar socorro, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à vítima do acidente; IV - no exercício de sua profissão ou atividade, estiver conduzindo veículo de transporte de passageiros. § 3º Se o agente conduz veículo automotor sob a influência de álcool ou de qualquer outra substância psicoativa que determine dependência: Penas - reclusão, de cinco a oito anos, e suspensão ou proibição do direito de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor. HOMICÍDIO CULPOSO Conduta Matar alguém Elemento subjetivo Culpa. Caso seja doloso, o crime é o do art. 121 do Código penal Veículo Automotor, inclusive os elétricos. Não se enquadram: Veículos que se deslocam sobre trilhos; Veículos de propulsão humana: Ex. bicicleta Veículos de tração animal: Ex. carroça de burro. Reboque e semirreboque. Local Via terrestre. Todas as vias consideradas terrestres pelo CTB, http://www.planalto.gov.br/CCIVIL_03/LEIS/L9503.htm http://www.planalto.gov.br/CCIVIL_03/LEIS/L9503.htm http://www.planalto.gov.br/CCIVIL_03/LEIS/L9503.htm alfaconcursos.com.br MUDE SUA VIDA! 22 inclusive áreas consideradas particulares, como condomínios e áreas de estacionamentos coletivos Pena base 2 a 4 anos de detenção com suspensão do direito de dirigir Causas de aumento de pena I - não possuir Permissão para Dirigir ou Carteira de Habilitação; II - praticá-lo em faixa de pedestres ou na calçada; III - deixar de prestar socorro, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à vítima do acidente; IV - no exercício de sua profissão ou atividade, estiver conduzindo veículo de transporte de passageiros. Qualificadora Motorista sob a influência de álcool ou substância psicoativa Pena 5 a 8 anos de reclusão e suspensão do direito de dirigir Ação Penal Pública Incondicionada Vamos lá, como vimos no quadro acima, estamos falando de um homicídio CULPOSO na direção de veículo automotor. Ou seja, se houver dolo em matar, o agente deve responder pelo artigo 121 do código penal. Imagine que alguém conduz seu veículo pela via pública quando vê seu desafeto atravessando a rua. Com a intenção de mata-lo, acelera e atropela-o. Nesse caso, perceba que houve a intenção de matar e o veículo foi apenas o meio de execução. Nesse caso, o homicídio será doloso, o agente deverá responder pelo artigo 121 do código penal e ser julgado pelo tribunal do júri. Em outra análise, imagine que outra pessoa conduz seu veículo e, por ser novo habilitado, sem muitas habilidades, confunde o freio com o acelerador e atropela um pedestre, que acaba falecendo. Note que houve uma imperícia por parte do condutor, ou seja, ele agiu com culpa (quando não há a intenção de se alcançar aquele resultado). Nesse caso, o condutor responderá pelo crime do artigo 302 do CTB. DO DOLO EVENTUAL Meu aluno, agora imagine que alguém, mesmo não querendo matar uma pessoa utilizando o seu veículo, assume o risco de fazê-lo. Imagine que alguém alcoolizado, sabendo que tem suas habilidades e reflexos prejudicados pelo efeito do álcool, decide pegar seu veículo e trafegar pela via pública e ainda, achando pouco, opta por trafegar pela contramão e, isso tudo, em uma região onde sabidamente há intenso fluxo de pedestres. Note que mesmo que ele não tenha a intenção de matar ninguém, ele está evidentemente assumindo esse risco. Quando alguém não quer o resultado, mas assume o risco estamos diante de um caso de dolo eventual. Certo... mas e o que é que tem esse dolo eventual? É simples, nessa situação, a jurisprudência entende que o agente deve responder pelo artigo 121 do Código Penal e ser julgado pelo Tribunal do Júri (lembre-se, o crime do artigo 302 do CTB é CULPOSO. Se estamos falando de Dolo, ainda que eventual, não há de se falar na aplicação do crime do CTB). Na hipótese de homicídio praticado na direção de veículo automotor, havendo elementos nos autos indicativos de que o condutor agiu, possivelmente, com dolo alfaconcursos.com.br MUDE SUA VIDA! 23 eventual, o julgamento acerca da ocorrência deste ou da culpa consciente compete ao Tribunal do Júri, na qualidade de juiz natural da causa. Julgados: AgRg no AREsp 1013330/TO, Rel. Ministro JORGE MUSSI, QUINTA TURMA, julgado em 25/09/2018, DJe 03/10/2018; AgRg no AREsp 1142134/CE, Rel. Ministro RIBEIRO DANTAS, QUINTA TURMA, julgado em 04/09/2018, DJe 14/09/2018; HC 454375/SP, Rel. Ministro REYNALDO SOARES DA FONSECA, QUINTA TURMA, julgado em 02/08/2018, DJe 10/08/2018; AgRg no REsp 1688027/SP, Rel. Ministro NEFI CORDEIRO, SEXTA TURMA, julgado em 21/06/2018, DJe 01/08/2018; AgRg no AREsp 1226580/DF, Rel. Ministro ROGERIO SCHIETTI CRUZ, SEXTA TURMA, julgado em 05/06/2018, DJe 12/06/2018; AgRg no AREsp 1006681/SP, Rel. Ministro FELIX FISCHER, QUINTA TURMA, julgado em 15/03/2018, DJe 23/03/2018. (Vide Informativo de Jurisprudência N. 623) GABARITO QUESTÕES DA ÚLTIMA PROVA PRF 2019 (CESPE) 51 CERTO 52 ERRADO 53 CERTO 54 CERTO alfaconcursos.com.br MUDE SUA VIDA! 24 55 CERTO 56 ERRADO 57 ERRADO 58 ERRADO 59 ERRADO 60 ERRADO 61 PROFESSOR: ERRADA/ CESPE: CERTO GABARITO OUTRAS QUESTÕES DA BANCA 1 ERRADO 2 CERTO QUESTÕES DA PRF 2019 (CESPE) – CFP 38 ERRADO 39 ANULADA 40 CERTO
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