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Interesses Coletivos _Lato Sensu_ (Processo Coletivo)

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PROCESSO COLETIVO
Tema: Direitos/Interesses Coletivos Lato Sensu ou 
Direitos/Interesses Transindividuais
· Introdução
· Os interesses coletivos lato sensu também são denominados pela doutrina e pela jurisprudência de direitos/interesses transindividuais.
· Tecnicamente, interesse significa pretensão. Direito é a pretensão amparada pela ordem jurídica.
· De um modo geral, a doutrina emprega indistintamente as expressões direito e interesse transindividual para se referir ao objeto do processo coletivo.
· Neste nosso curso, utilizaremos os termos pretensão e direito como expressões sinônimas, em consonância com a linguagem adotada pela doutrina e jurisprudência.
· Categorias de direitos/interesses transindividuais
· Os direitos/interesses transindividuais, segundo dispõe o art. 81, parágrafo único do Código de Proteção e Defesa do Consumidor (Lei nº 8.078/90 – “CDC”), podem ser de 3 categorias diversas (em conjunto, denominadas “situações jurídicas coletivas”):
· Interesses difusos;
· Interesses coletivos em sentido estrito ou
· Interesses individuais homogêneos.
· Direitos/Interesses Difusos
· Difusos – como os conceitua o CDC – são interesses ou direitos transindividuais, de natureza indivisível, de que sejam titulares pessoas indeterminadas e ligadas por circunstâncias de fato (art. 81, Parágrafo único, inciso I).
· A partir desta definição legal, podemos vislumbrar 3 critérios jurídicos distintos : 
1) a titularidade do direito difuso: são pessoas indeterminadas, segundo o CDC. 
Observação: 
· Aqui, vale ressaltar a advertência de Hugo Nigro Mazzilli, ao enunciar que melhor do que pessoas indeterminadas, são antes pessoas indetermináveis.
2) O objeto do direito/interesse: tem natureza indivisível, isto é, não pode ser quantificado ou dividido entre os membros da coletividade (as pessoas lesadas). Logo, o produto de ventual indenização obtida será indivisível.
3) O liame/nexo entre os titulares (as pessoas lesadas) tem origem em circunstâncias de fato.
· Exemplo 1: uma propaganda enganosa veiculada em rede nacional de televisão.
CDC, art. 37. É proibida toda publicidade enganosa ou abusiva.
§ 1° É enganosa qualquer modalidade de informação ou comunicação de caráter publicitário, inteira ou parcialmente falsa, ou, por qualquer outro modo, mesmo por omissão, capaz de induzir em erro o consumidor a respeito da natureza, características, qualidade, quantidade, propriedades, origem, preço e quaisquer outros dados sobre produtos e serviços.
· Exemplo 2: a destruição da Floresta Amazônica.
Observação: 
· O art. 225, § 4º da CF/88 estabelece que a Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, a Serra do Mar, o Pantanal Mato-Grossense e a Zona Costeira são patrimônio nacional, e sua utilização far-se-á, na forma da lei, dentro de condições que assegurem a preservação do meio ambiente, inclusive quanto ao uso dos recursos naturais.
· Exemplo 3: Lei municipal de SP chamada “Cidade Limpa” (Direito Urbanístico)
Observação: a lei “Cidade Limpa” está em vigor desde 1º de janeiro de 2007. Existe projeto de lei na Câmara Municipal de SP para alterar a lei “Cidade Limpa”. O objetivo é permitir a instalação de outdoors (publicidade) no topo de prédios em SP. O projeto é de autoria do vereador e presidente da Câmara Eduardo Tuma – PSDB/SP.
 
· Direitos/Interesses Coletivos (Stricto Sensu)
· Em sentido amplo ou lato, direitos/interesses coletivos significam os transindividuais, pertencentes à coletividade, ou seja, titularizados por grupos, categorias ou classes de pessoas.
Exemplos: 
· CF/88, Título II: Direitos Coletivos;
· CF/88, art. 129, III: 
Art. 129. São funções institucionais do Ministério Público:
(...)
III - promover o inquérito civil e a ação civil pública, para a proteção do patrimônio público e social, do meio ambiente e de outros interesses difusos e coletivos;
· Já em sentido estrito, direitos/interesses coletivos significam, segundo dispõe o CDC, os transindividuais, de natureza indivisível de que seja titular grupo, categoria ou classe de pessoas ligadas entre si ou com a parte contrária por uma relação jurídica base (Art. 81, Parágrafo único, inciso II).
Observação: 
· Esta definição restrita do CDC de direito/interesse coletivo foi transplantada posteriormente para a Lei do Mandado de Segurança (Lei nº 12.016/09):
Art. 21. O mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por partido político com representação no Congresso Nacional, na defesa de seus interesses legítimos relativos a seus integrantes ou à finalidade partidária, ou por organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em funcionamento há, pelo menos, 1 (um) ano, em defesa de direitos líquidos e certos da totalidade, ou de parte, dos seus membros ou associados, na forma dos seus estatutos e desde que pertinentes às suas finalidades, dispensada, para tanto, autorização especial.
Parágrafo único.  Os direitos protegidos pelo mandado de segurança coletivo podem ser:
I - coletivos, assim entendidos, para efeito desta Lei, os transindividuais, de natureza indivisível, de que seja titular grupo ou categoria de pessoas ligadas entre si ou com a parte contrária por uma relação jurídica básica;
Exemplo:
· Cláusula ilegal/abusiva em contrato de adesão (CDC, art. 51, §4º).
· A ação civil pública que busque a nulidade desta cláusula ilegal/abusiva envolverá uma pretensão à tutela de interesse coletivo em sentido estrito, pois o grupo atingido por uma relação jurídica básica comum, que, neste tipo de ação, deverá necessariamente ser resolvida de maneira uniforme para todo o grupo lesado (Hugo Nigro Mazzilli).
Exemplo:
· Alunos de um colégio particular. 
· Qual é a diferença entre interesses difusos e interesses coletivos stricto sensu ? Segundo Hugo Nigro Mazzilli, “Tanto os interesses difusos como os coletivos são indivisíveis, mas se distinguem não só pela origem da lesão como também pela abrangência do grupo. Os interesses difusos supõem titulares indetermináveis, ligados por circunstâncias de fato, enquanto os coletivos dizem respeito a grupo, categoria ou classe de pessoas determinadas ou determináveis, ligadas pela mesma relação jurídica básica”.
· Ainda segundo Mazzilli, “Por sua vez, os interesses coletivos e os interesses individuais homogêneos têm também um ponto de contato: ambos reúnem grupo, categoria ou classe de pessoas determináveis; contudo, distinguem-se quanto à divisibilidade do interesse: só os interesses individuais homogêneos são divisíveis, supondo uma origem comum”.
· Direitos/interesses individuais homogêneos
· Para o CDC, interesses ou direitos individuais homogêneos são aqueles de grupo, categoria ou classe de pessoas determinadas ou determináveis que compartilhem prejuízos divisíveis, de origem comum, normalmente oriundos das mesmas circunstâncias de fato (Hugo Nigro Mazzilli).
· Exemplo: os compradores de veículos produzidos com o mesmo defeito de série.
· Neste caso, cada consumidor lesado do grupo que adquiriu veículos com o mesmo defeito de série terá direito divisível à reparação devida.
· A homogeneidade está na origem da lesão e não na expressão individual do dano, que pode ser variável de pessoa para pessoa.
· Conclusões
· Constitui erro comum supor que, em ação civil pública ou coletiva, só se possa discutir, por vez, uma só espécie de interesse transindividual: ou somente interesses difusos, ou somente coletivos ou somente interesses individuais homogêneos. Nessas ações, não raro se discutem interesses de mais de uma espécie (Hugo Nigro Mazzili).
Exemplo: contrato bancário de adesão – cláusulas abusivas (CDC, art. 51)
1º pedido ➤ nulidade das cláusulas contratuais + obrigação de não-fazer, i.e., não utilizar as cláusulas abusivas nos contratos futuros ☛ é interesse difuso.
2º pedido ➤ obrigação de fazer, i.e., expurgar dos contratos formalizados as cláusulas abusivas ☛ aqui é o interesse de um grupo de lesados, i. e., são as vítimas (consumidores) que celebraram contrato com o banco ☛ é interesse coletivo em sentidoestrito (stricto sensu).
3º pedido ➤ indenizar os consumidores pelos danos individuais que sofreram ☛ aqui é o interesse de um grupo de lesados, i. e., são as vítimas (consumidores) que celebraram contrato com o banco ☛ é interesse individual homogêneo.
 
· Quadro sistemático dos interesses difusos, coletivos e individuais homogêneos
· Cor verde: literalidade da lei;
· Cor vermelha : doutrina e jurisprudência
	CDC, art. 81, Parágrafo único, I, II e III
	Titularidade
(= grupo de pessoas lesadas)
	Objeto
(= pedido)
	Liame/Nexo
(= origem)
	Inciso I 
(int./dir. DIFUSOS)
	Pessoas indeterminadas
Pessoas indetermináveis
	Indivisível
	Circunstâncias de fato
	Inciso II
(int./dir. COLETIVOS)
	Grupo, categoria ou classe;
Pessoas determinadas ou determináveis
	Indivisível
	Relação jurídica base (ou básica) comum
	Inciso III
(int./dir. INDIVIDUAIS HOMOGÊNEOS)
	Grupo, categoria ou classe;
Pessoas determinadas ou determináveis
	Divisível
	Origem comum (da lesão)
Ato/fato/contrato

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