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unidade 1 zoonosse

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Prévia do material em texto

Responsável pelo Conteúdo: 
Prof. Flávio Cesar Viani 
 
Revisão Textual: 
Profa. Ms. Rosemary Toffoli 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A atividade de aprofundamento vai levá-lo a uma compreensão mais profunda dos temas 
abordados. Nesta unidade, ela está na forma de fórum e será pontuada. 
Por fim, utilize o texto complementar para expandir seus conhecimentos. Tenho certeza de 
que, seguindo essas orientações, você terá sucesso nesta unidade e em todo o curso. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Zoonose e Saúde Pública 
Nesta unidade, serão abordados os conceitos essenciais para a 
compreensão da nossa disciplina, os quais vão auxiliá-lo a 
compreender melhor todas as próximas unidades. Assistam à 
apresentação, estudem com calma e dedicação o material 
teórico, pois nele você encontrará explicações detalhadas. 
Os exercícios de sistematização auxiliam na percepção da 
compreensão do conteúdo. Peço que todas as dúvidas sejam 
postadas no fórum de dúvidas, assim, poderei responder para 
todos os colegas e melhorar o entendimento do assunto. 
Atenção 
Para um bom aproveitamento do curso, leia o material teórico atentamente antes de realizar 
as atividades. É importante também respeitar os prazos estabelecidos no cronograma. 
 
 
 
http://globotv.globo.com/tv-tem-interior-sp/bom-dia-cidade-
bauru/v/zoonoses-de-marilia-sp-realiza-campanha-de-combate-
a-leishmaniose/2079019/ 
 
 
 
 
Para iniciarmos o estudo das zoonoses, peço que assista à reportagem exibida no 
programa Bom Dia Cidade – Bauru, com o tema “Zoonoses de Marília, SP, realiza Campanha 
de Combate à Leishmaniose”. Reflita e sobre as informações veiculadas que refletem bem o 
tema da unidade e da disciplina em geral, bem como sua importância em saúde pública. 
 
 
 
 
 
 
 
Contextualização 
http://globotv.globo.com/tv-tem-interior-sp/bom-dia-cidade-bauru/v/zoonoses-de-marilia-sp-realiza-campanha-de-combate-a-leishmaniose/2079019/
http://globotv.globo.com/tv-tem-interior-sp/bom-dia-cidade-bauru/v/zoonoses-de-marilia-sp-realiza-campanha-de-combate-a-leishmaniose/2079019/
http://globotv.globo.com/tv-tem-interior-sp/bom-dia-cidade-bauru/v/zoonoses-de-marilia-sp-realiza-campanha-de-combate-a-leishmaniose/2079019/
 
 
 
 
 
 
Saúde Pública 
A preocupação com a saúde individual e da população 
em geral é tão antiga como a história do homem na Terr a. Já na 
Grécia antiga, a mitologia, que simbolizava o pensamento 
humano bem como a moral de seu tempo, expressava não só 
preocupações com a saúde, mas nos mostra uma tensão entre os 
cuidados com a saúde individual e com a saúde coletiva. 
Esculápio (Figura 1), Asclépio em grego, filho de Apolo, 
foi dotado pelo seu pai na arte da cura, podendo inclusive 
restituir a vida. Plutão, alarmado com tal poder, conseguiu que 
Júpiter o eliminasse com um raio. Havia vários oráculos de 
Esculápio, sendo o mais célebre o de Epidauro. Pessoas 
enfermas procuram respostas para seu sofrimento dormindo no 
templo. As serpentes eram consagradas a Esculápio, sendo até 
hoje utilizadas como símbolo da medicina. 
Esculápio teve duas filhas as quais transmitiu sua arte: 
 
 
 
 
 
Desde que o homem começa a pensar sobre seus problemas, a saúde sempre aparece 
como questão fundamental. Até os dias de hoje, temos duas maneiras de abordar a questão: 
Pela medicina individual, onde o bem estar do paciente é o fundamental e este é 
tratado dissociado do restante da população e do ambiente – Especialidade da Panacéia. 
Pela medicina populacional, segundo a qual o bem-estar da população é o 
fundamental e o coletivo é prioritário em relação ou indivíduo – Especialidade de Higéia. 
 
 
 
Material Teórico 
Figura 1: Esculápio, deus mitológico da 
medicina 
Panacéia, que dominava a arte da medicina curativa, terapêutica, preces e fármacos. 
Higéia, seguida por quem concordava que a saúde resulta da harmonia do homem e 
ambiente. Do equilíbrio entre terra, água, ar e fogo. Daí vem as palavras: higiene e 
higiênico (Epidemiologia e Saúde). 
 
 
A Organização Mundial da Saúde, OMS (World Health Organization, WHO 
http://www.who.int ), define a saúde como: 
 
 
 
Este é um conceito absoluto e deixa bem claro que o fato do indivíduo não apresentar 
sintomas clínicos de doenças não significa que esteja em um bom estado de saúde. 
A saúde populacional é caracterizada como um estado médio de saúde de todos os 
indivíduos de uma população, as medidas preventivas se tornam aquelas de eleição tanto pela 
amplitude de sua resposta, quanto pelo custo reduzido em relação às medidas curativas 
individuais. 
Para que uma ação sanitária (ou em saúde) possa ser desenvolvida, todas as causas 
devem ser identificadas para ser antagonizadas e passa a ser fundamental o conhecimento da 
população e do ambiente que está inserido. 
A saúde pública centra sua ação a partir da ótica do Estado com os interesses que ele 
representa nas distintas formas de organização social e política das populações. Na concepção 
mais tradicional, é a aplicação de conhecimentos (médicos ou não), com o objetivo de 
organizar sistemas e serviços de saúde, atuar em fatores condicionantes e determinantes do 
processo saúde-doença controlando a incidência de doenças nas populações através de ações 
de vigilância e intervenções governamentais. Não deve ser confundida com o conceito mais 
amplo de saúde coletiva. 
 
Saúde Pública Veterinária 
Após a Segunda Guerra Mundial, em 1945, diplomatas se reuniram para a criação da 
Organização das Nações Unidas (OMS) e a constituição da OMS entrou em vigor em 07 de 
abril de 1948. Dentro da OMS foi proposta a criação de um setor específico denominado de 
Saúde Pública Veterinária que foi definida pela consulta da OMS sobre "as tendências futuras 
na saúde pública veterinária", realizada em Teramo, Itália, em 1999, como "a soma de todas 
as contribuições para o bem-estar físico, mental e social dos seres humanos através de uma 
compreensão e aplicação da ciência veterinária". 
“Estado de completo bem-estar físico, mental e social e não meramente 
a ausência de doença”. 
http://www.who.int/
 
 
A saúde humana está intrinsecamente ligada à saúde e produção animal. Esta ligação 
entre as populações humanas e animais e o ambiente circundante é particularmente estreita 
em regiões em desenvolvimento onde os animais estão extremamente envolvidos com o 
transporte, energia, combustível e vestuário, bem como proteínas alimentares (carne, ovos e 
leite). Tanto nos países em desenvolvimento como industrializados, esta intrínseca relação 
pode levar à riscos graves para a saúde pública, com graves consequências econômicas (OMS, 
2012). 
Cerca de 75% das novas doenças que têm afetado os seres humanos ao longo dos 
últimos 10 anos têm sido causadas por agentes provenientes de um animal ou a partir de 
produtos de origem animal. Muitas destas doenças têm o potencial de se espalhar por longas 
distâncias e tornarem-se problemas globais. Muitas doenças animais bem conhecidos e com a 
prevenção estabelecida e que podem ser transmitidas aos seres humanos, tais como a raiva, a 
leishmaniose, brucelose e equinococose continuam a ocorrer em muitos países, em especial 
nos países em desenvolvimento onde afetam principalmente o segmento mais pobre da 
população humana causando a morte de milhões de pessoas a cada ano. 
Grande parte das zoonoses impede a produção eficiente de alimentos de origem 
animal, especialmente das proteínas, tão necessárias à alimentação humana, e criam 
obstáculos ao comércio internacional de animais e produtos de origem animal interferindo 
drasticamente na economia de países exportadores de alimentos. 
A Saúde Pública Veterinária tem como área de atuação: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A Saúde pública veterinária é uma parte essencial da Saúde Pública e inclui vários 
tipos de cooperação entre as disciplinas que ligama tríade da saúde: pessoas, animais, meio 
ambiente e todas as suas interações. 
 
 
 A vigilância, diagnóstico, epidemiologia, controle, prevenção e eliminação de 
zoonoses; 
 Proteção de alimentos, gestão de aspectos de saúde de instalações para animais de 
laboratório e laboratórios de diagnóstico, pesquisa biomédica, educação em saúde 
e de extensão, produção e controle de produtos biológicos e dispositivos médicos. 
 Pode também incluir a gestão de populações de animais domésticos e selvagens, de 
proteção de água potável e do meio ambiente, e gestão de emergências de saúde 
pública. 
 
 
 
Zoonoses 
A palavra zoonoses (Zoo: animal + nosos: doença) em sua origem significa “doença animal”, 
porém, o comitê da Organização Mundial de Saúde coloca uma definição muito mais 
abrangente: “Doenças ou infecções naturalmente transmissíveis entre animais vertebrados e 
seres humanos”. A expressão “naturalmente transmissíveis” exclui as possíveis patologias que 
poderão ser transmitidas apenas em condições experimentais, em indivíduos submetidos a 
condições artificiais tais como imunossupressão ou diferentes formas de stress. 
Classificação das zoonoses 
Mais de 200 doenças transmissíveis enquadram-se na definição de zoonoses proposta pela 
Organização Mundial de Saúde, para facilitar o estudo destas doenças, algumas classificações 
foram propostas. Segue abaixo algumas delas. 
Classificação segundo o sentido da transmissão: 
Esta classificação leva em consideração o sentido da transmissão, se animal para homem; 
homem para animal ou as duas vias. 
 
Antropozoonose 
Doenças onde o agente é perpetuado pela transmissão entre animais podendo acometer seres 
humanos. É exemplo de antropozoonose a raiva, doença que circula entre os animais 
silvestres, incluindo o morcego e, eventualmente, chega à espécie humana. 
Zooantroponose 
Doenças em que o agente é perpetuado pela transmissão entre os seres humanos podendo 
acometer eventualmente animais. Um exemplo de zooantroponose é quando a tuberculose 
humana por Mycobacterium tuberculosis atinge os bovinos. É um fato relativamente raro que 
ocorre quando um tratador doente possui contato constante com os animais. 
Amphixenosis 
São doenças em que o agente é mantido pela população humana e animal indistintamente. 
Temos como exemplos algumas estafilococoses e estreptococoses por meio das quais os 
agentes circulam entre humanos e animais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Classificação segundo os ciclos de manutenção do agente etiológico 
Esta classificação leva em conta o ciclo do agente, se faz ciclo em uma única espécie, se 
necessita de mais de uma espécie, se há necessidade de um invertebrado ou se faz parte do 
ciclo no solo. 
Zoonoses diretas 
São classificadas como zoonoses diretas aquelas onde o agente pode persistir com passagens 
sucessivas em uma única espécie de animal vertebrado, um exemplo é a raiva canina que 
historicamente já foi registrada passando de cão a cão por anos. 
Ciclozoonoses 
Nas ciclozoonoses o agente necessita obrigatoriamente passar por duas espécies distintas de 
animais vertebrados para que o seu ciclo se complete. As ciclozoonoses são dividias em 
Euzoonoses, aquelas em que o agente etiológico deve obrigatoriamente fazer parte do ciclo na 
espécie humana, como no complexo teníase-cisticercose e as Parazoonoses, em que o agente 
etiológico pode fazer o ciclo em duas espécies animais e, eventualmente, utilizar a espécie 
humana, um exemplo é o complexo Equinococose-Hidatidose. 
Metazoonoses 
Nas metazoonoses o agente necessita passar por hospedeiro invertebrado para que o seu ciclo 
se complete, são exemplos de metazoonoses a Febre Maculosa, que faz parte do ciclo no 
carrapato do gênero Amblyoma; A Encefalite Equina Americana que necessita de mosquitos; 
A Doença de Chagas, onde o Trypanosoma necessita do barbeiro; A Leishmanioses onde o 
protozoário Leishmania necessita do mosquito palha (Lutzomyia sp). 
Saprozoonose 
Classifica-se como saprozoonose quando o agente necessita passar por transformações que 
ocorrem no ambiente externo em ausência de parasitismo como na Toxoplasmose onde o 
protozoário matura seu oocisto e a Toxocaríase, onde o ovo do Toxocara torna-se ebrionado 
no solo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Conceitos Fundamentais em Epidemiologia 
Vamos discutir alguns conceitos importantes para garantir um bom entendimento das 
zoonoses estudadas neste curso. 
 Como já vimos, segundo a OMS, saúde pode ser conceituada como: 
“Estado de completo bem estar físico, mental e social e não meramente a ausência de 
doença”. 
 Este conceito, proposto pela OMS, é absoluto, porém, Leser, 1985, atribuiu graus de 
saúde em sua classificação que segue abaixo: 
 O indivíduo sente-se doente; 
 Não sente doente, mas pode ser detectado por métodos diagnósticos; 
 Não pode ser detectado; 
 Não há configuração de agravo à saúde 
 Além de entender e classificar a saúde de um indivíduo convém, em saúde pública, 
entender o conceito de Saúde Populacional que pode ser entendida como: 
 
O valor médio da saúde resultante de um grupamento de indivíduos. 
 
Vejam que, quando trabalhamos com população, é a saúde do grupo como um todo 
que importa e não a saúde de cada indivíduo em particular. Vejam que em um grupo muito 
grande, sempre haverá indivíduos com a saúde alterada, porém, se em termos médios, a 
saúde for adequada, considera-se satisfatório. 
Prevenção 
 Para que uma ação sanitária posse ser desenvolvida, todas as causas devem ser 
identificadas para ser antagonizadas. As ações que visam antagonizar as possíveis causas de 
doença constituem a prevenção. 
Epidemiologia 
 Entendendo a etimologia da palavra temos: 
 
 
Epi sobre 
Demos população 
Logos estudo 
 
 
 
 A epidemiologia estuda os efeitos da doença e considera sua distribuição no espaço, no 
tempo e na população, ao mesmo tempo em que busca os principais eventos capazes de 
explicar ou influenciar sua ocorrência. 
 
História natural da doença 
 A história natural das doenças (figura 2) abrange o conhecimento da evolução da 
doença num indivíduo, na ausência de tratamento, num período de tempo suficiente para que 
chegue a um desfecho (cura ou óbito). 
 O tempo de evolução e as manifestações variam em cada indivíduo. As características 
gerais são bem conhecidas, permite a aplicação de medidas de intervenção (de prevenção ou 
terapêuticas) para alterar o curso pela cura, diminuição da incapacidade ou pelo 
prolongamento da vida. 
 
 
Figura 2: Esquematização da história natural da doença 
 A fase susceptível é representada no momento onde o indivíduo encontra-se hígido, 
porém, susceptível ao agente etiológico. Segue o momento da exposição, onde o agente 
etiológico entra em contato com o indivíduo iniciando uma sequência de fatos que vai resultar 
na expulsão deste agente ou na sua instalação e posterior início da doença. O 
desenvolvimento do agente vai provocar alterações no organismo que futuramente vão 
justificar seus sintomas, na fase inicial, ainda assintomática, alterações patológicas podem ser 
detectadas por técnicas diagnósticas, esta fase é denominada de fase da doença subclínica. O 
aparecimento dos primeiros sintomas caracteriza a fase com manifestações clínicas, onde 
normalmente surgem as reclamações que levam o indivíduo a procurar auxílio e onde 
 
 
normalmente ocorre o diagnóstico. O final do processo acontece com a recuperação 
espontânea, a incapacidade permanente do paciente ou seu óbito. 
 Chamamos de período de incubação, o intervalo entre a exposição efetiva do 
hospedeiro suscetível a um agente biológico e o início dos sinais e sintomas clínicos da doença 
nesse hospedeiro e de horizonte clínico o período que se inicia com os sintomas, a transição 
entre a fase subclínica e clínica, é o momento onde ocorre o diagnóstico. 
 
Cadeia Epidemiológica 
 A cadeia epidemiológica(figura 3) é constituída de todos os elementos envolvidos na 
transmissão do agente etiológico de um hospedeiro a outro. São os elos da cadeia 
epidemiológica: 
FI: fonte de infecção; 
VE: vias de eliminação; 
VT: vias de transporte; 
PE: porta de entrada; 
S: Susceptível. 
 
 
Figura 3: Representação esquemática da cadeia epidemiológica 
 
Fonte de infecção 
 Fonte de infecção é um hospedeiro vertebrado que alberga o agente causador da 
doença com potencial de eliminá-lo. A fonte de infecção pode ser classificada como: 
Doente: Aquele que padece com o agente etiológico apresentando sintomas da doença. 
 
 
Reservatório: Hospedeiro responsável pela manutenção do agente etiológico em um 
determinado ambiente. 
Portador: Hospedeiro que não está apresentando sintomas da doença, podendo ser 
Convalescente, quando já esteve doente; em incubação, aquele que ainda não está doente e o 
permanente, aquele que não apresentou e nem vai apresentar a doença. 
Vias de eliminação 
 Via de eliminação é o trajeto pelo qual o agente, a partir da fonte de infecção, atinge o 
meio ambiente. São exemplos de vias de eliminação: 
 Trato respiratório – secreções; 
 Trato digestório – fezes; 
 Vias urinárias – urina; 
 Sangue; 
 Descamação da pele. 
 
Vias de Transmissão 
 Via de transmissão é o método de transferência do agente etiológico de uma fonte de 
infecção para um novo hospedeiro suscetível. A transmissão pode ocorrer de forma direta ou 
indireta. 
I-Transmissão direta (contágio): Transferência rápida do agente etiológico, sem a interferência 
de qualquer veículo. Normalmente, ocorre por contato ou proximidade entre os indivíduos. 
II-Transmissão indireta: Transferência do agente etiológico por meio de veículos animados ou 
inanimados. Como veículos inanimados, temos vários utensílios utilizados no dia a dia, como 
instrumentos e aparatos utilizados nos sistemas de saúde. Enquanto veículos animados, temos 
os vetores, que são artrópodes que transportam o agente etiológico, muitas vezes são 
fundamentais no ciclo destes agentes. 
 
Vias de penetração 
 Consideramos uma via de penetração o trajeto pelo qual o agente introduz-se no novo 
hospedeiro. A via de penetração oferece acesso a tecidos nos quais o agente pode multiplicar-
se ou local onde a toxina, por ele produzida, pode agir. Frequentemente as vias de eliminação 
e de penetração são coincidentes. 
 
 
 
As vias mais importantes de penetração são: 
 trato respiratório; 
 trato digestivo; 
 trato urinário; 
 pele e mucosas. 
 
Medidas de ocorrência de uma doença na população 
 Para entender a dinâmica de uma determinada doença em uma população, é 
necessário quantificar a ocorrência para que possamos entender, prever e tomar medidas que 
possam interferir neste processo de disseminação. Seguem algumas das medidas mais 
utilizadas no estudo das doenças. 
 
Incidência 
 A incidência reflete o número de casos novos de uma doença ou evento, adverso à 
saúde, ocorrida durante um período de tempo especificado numa população sob risco de 
desenvolver a doença ou evento de interesse. 
 
Prevalência 
 A prevalência é dada pelo número de indivíduos afetados por determinada doença 
numa população em determinado ponto no tempo, dividido pelo número de indivíduos dessa 
população no mesmo intervalo de tempo. Enquanto a incidência se refere aos casos novos, a 
prevalência nos informa o total de casos. 
 
Taxa de mortalidade 
 Toda taxa nos revela uma ideia de velocidade e são medidas utilizadas para previsão. 
A taxa de mortalidade se refere ao número de óbitos em uma população definida, por todas 
as causas ou por uma determinada causa, dividido pelo tamanho da população em um tempo 
definido. 
 
 
 
 
 
 
Taxa de morbidade 
 A taxa de morbidade expressa a frequência da doença na população, temos, então, a 
ideia do risco de ficar doente. É dada pelo número de doentes por uma causa em um 
determinado período dividido pelo tamanho da população em um tempo definido. 
 A letalidade: 
 mede a probabilidade de um indivíduo, atingido por uma doença, morrer em 
função dessa mesma doença; 
 expressa o prognóstico e o grau de gravidade de uma determinada doença; 
 é dada pelo total de óbitos por uma determinada causa pelo total de doentes por 
esta causa em uma dada população em um tempo definido. 
 
Formas de ocorrência da doença na população 
 As doenças podem ocorrer nas populações seguindo padrões preestabelecidos. São 
estes: 
Ocorrência endêmica: As doenças possuem uma presença constante na população, sendo que 
a incidência é conhecida e previsível. 
Epidemia: Dizemos que a doença está em estado epidêmico quando a incidência está acima 
do nível endêmico, ou seja, foi superior àquilo que era esperado para aquela população 
naquele período. 
Pandemia: Quando temos uma epidemia disseminada que compromete grande parte da 
população, onde muitos países podem ser afetados, então está caracterizada uma pandemia. 
Ocorrência esporádica: Doenças de ocorrência esporádica são aquelas que ocorrem 
irregularmente e ao acaso, não existe nível de ocorrência esperado ou previsível, são 
necessárias circunstâncias locais para serem desencadeadas. 
 
Prevenção das doenças transmissíveis e ações profiláticas 
 As medidas preventivas são constituídas de um conjunto de procedimentos que visam 
proteger e melhorar a saúde de uma população e, portanto, sua qualidade de vida, seja 
impedindo a entrada da doença em áreas geográficas ainda livres, seja protegendo as 
populações de regiões onde a doença já ocorre. 
 
 
 
 
 
Níveis de prevenção 
 A prevenção das doenças pode ocorrer em três níveis: primário, secundário e terciário. 
 O nível primário ocorre no período pré-patogênico e é caracterizado pela 
promoção da saúde, visam Impedir ou evitar a introdução do agente no ecossistema e a 
instalação no indivíduo do processo doença. As ações indicadas para o período pré-
patogênicos do processo doença estão relacionadas: 
 
 
 
 
 
 
 
 
O nível secundário de prevenção ocorre no período patogênico atuando no doente 
objetivando impedir a progressão e a disseminação da doença. Suas ações estão relacionadas 
à identificação das fontes de infecção, através de diagnóstico adequado. Uma medida 
adequada nesta fase é o isolamento das fontes de infecção. 
 O nível terciário de prevenção atua no período patogênico tardio e sua função é a 
reabilitação do paciente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 A estrutura: Caracterizada pela adequação do ambiente, da habitação, da alimentação, do 
lazer e de convívio social ou da densidade populacional. 
 A educação: Ações que levam à comunidade os conhecimentos essenciais relativos às ações de 
saúde. 
 Ao saneamento: Ações dirigidas diretamente aos componentes ambientais, eliminando riscos a 
saúde da população. 
 À proteção específica: Utilização de imunógenos com o objetivo de aumentar a proteção 
específica da população. 
 
 
 
Controle: 
Conjunto de medidas ou ações empregadas com o objetivo de reduzir a frequência da 
ocorrência de uma doença já presente na população, até que essa se detenha em níveis 
compatíveis com a realidade existente. 
Erradicação: 
Conjunto de ações dirigidas com os fins específicos de eliminar uma doença de um determinado 
território. Trata-se de um procedimento radical e intensivo, cujo sucesso depende de uma 
integração ampla envolvendo diferentes segmentos profissionais e múltiplas medidas sanitárias. A 
erradicação seria o nível mais elevado das ações de prevenção aplicadas a uma doença 
Intensidade da ação preventiva 
Dependendo da intensidade das ações implementadas, conseguimos atingir diferentes 
objetivos. Podemos dizer que em um programa de prevenção de uma determinada doença 
podemos ter como objetivo controlar a doença ou erradicar a doença. 
 
 
 
 
 
 
 
 
. 
Conclusão 
 As zoonoses são doenças transmissíveis ao homem, com a participaçãodos animais em 
diversos níveis, o controle é uma tarefa multidisciplinar com a participação de vários 
profissionais da saúde incluindo o Médico Veterinário. A saúde pública se preocupa com o 
controle das zoonoses, uma vez que acarretam epidemias, prejuízos econômicos derivados do 
alto custo dos tratamentos e do impedimento da comercialização de animais e seus produtos. 
O entendimento das zoonoses é fundamental para todas as áreas de atuação do médico 
veterinário como a clínica de animais de companhia e produção, a produção de animais de 
interesse econômico, a produção de alimentos de origem animal bem como a atuação em 
saúde pública juntamente com as autoridades governamentais. 
 
 
 
 
 . 
 
 
 
 
 
 
 
Para uma boa leitura sobre Epidemiologia e Saúde Pública recomendo o livro: 
Franco, L J; Passoa, A D C. Fundamentos de Epidemiologia. 2º. ED, Ed Manole, São Paulo. 
2001. 
Para informações atualizadas sobre Zoonoses no Brasil e América Latina recomendo o site da 
OPOS (Organização Panamericana de Saúde): 
http://www.paho.org/spanish/ad/dpc/vp/zoonosis.htm 
Para informações aplicadas sobre zoonoses na cidade de São Paulo, recomendo o site do 
Centro de Controle de Zoonoses – SP: 
http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/saude/vigilancia_em_saude/controle_de_zoo
noses/ 
Para entender a abordagem de Saúde Pública em relação às zoonoses do Ministério da 
Sáude, segue caderno de atenção básica – zoonoses do Ministério da Saúde. 
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/vigilancia_saude_zoonoses_p1.pdf 
 
Material Complementar 
http://www.paho.org/spanish/ad/dpc/vp/zoonosis.htm
http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/saude/vigilancia_em_saude/controle_de_zoonoses/
http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/saude/vigilancia_em_saude/controle_de_zoonoses/
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/vigilancia_saude_zoonoses_p1.pdf
 
 
 
 
 
 
 
World Health Organization in: http://www.who.int/zoonoses/vph/en/. 04/01/2013 
ROUQUAYROL, MZ & ALMEIDA FILHO, N Epidemiologia e Saúde, 6º. Ed, Rio de 
Janeiro, Ed. Guanabara Koogan, 2003. 
LESER, W. S.; BARBOSA, V.; BARUZZI, R. G.; RIBEIRO, M. D. B. & FRANCO, L. J., 1985. 
Elementos de Epidemiologia Geral. São Paulo: Atheneu. 
WALDMAN, E. A. ; ROSA, T. E. C. . Vigilancia Em Saúde Pública. 1. ed. SAO PAULO: 
Faculdade de Saúde Pública da USP, 1998. v. 3000. 225 p. 
ROUQUAYROL, MZ & ALMEIDA FILHO, N Epidemiologia e Saúde, 6º. Ed, Rio de 
Janeiro, Ed. Guanabara Koogan, 2003 
 
Referências 
 
 
 
 
 
_________________________________________________________________________________ 
_________________________________________________________________________________ 
_________________________________________________________________________________ 
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