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PTG 8° PERÍODO

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Sistema de Ensino Presencial Conectado
licenciatura EM EDUCAÇÃO FÍSICA
BRENO PETTINATI MENDES
CARLOS HENRIQUE GONÇALVES DA CRUZ
GUSTAVO BRUTIERI RIBEIRO SARAIVA
JOÃO CARLOS ROCHA DE OLIVEIRA
KESLEY RAFAEL DA SILVA ALVES
MARCOS PAULO CANGUSSU FAGUNDES
a atuação do professor de Educação Física 
no desenvolvimento e gestão de um projeto interdisciplinar a partir do conceito de educação em suas diferentes concepções
São Francisco/MG
2020
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO	3
1	DESENVOLVIMENTO	5
1.1	SITUAÇÃO GERADORA DE APRENDIZAGEM I	10
1.2	SITUAÇÃO GERADORA DE APRENDIZAGEM II	13
CONSIDERAÇÕES FINAIS	16
REFERÊNCIAS	17
INTRODUÇÃO
A Educação Física nos dias de hoje é considerada parte integrante do contexto escolar, e não se restringe apenas ao desenvolvimento físico do indivíduo. Para que esse novo conceito seja implantado com sucesso pela escola nós professores de Educação Física devemos estar dispostos a encarar o desafio da mudança, deixando para traz os vícios de uma prática convencional, que se preocupa apenas com a obtenção de resultados, para uma abordagem mais ampla que leve em consideração as diferenças, o respeito e a formação integral da criança.  As aulas de Educação Física não estão restritas apenas à quadra para formação de equipes com a finalidade de participar de competições ou rendimento físico, a matéria está integrada à proposta pedagógica da escola, fazendo parte do processo de ensino aprendizagem deste aluno, usando a interdisciplinaridade para atingir este objetivo.
Acreditamos que as atividades propostas pela Educação Física propicia o contato com a cultura corporal, através de experiências diversas, relativas aos aspectos corporais que contribuirão de maneira a fomentar o processo de ensino-aprendizagem e inclusão escolar. Estas atividades desenvolvem também o bem estar do aluno e forma-o no sentido de prepará-lo para uma melhor convivência social, política e ecológica. A interdisciplinaridade ocorre a partir do diálogo entre as disciplinas eliminando as barreiras artificialmente postas entre os conhecimentos produzidos em cada campo distinto que em seu todo se encontra. Além disso, promove a integração entre o conhecimento e a realidade concreta, as expressões de vida, que sempre dizem respeito a todas as áreas do conhecimento transmitido-adquirido. Nesse sentido, torna-se importante elucidar a questão interdisciplinar quanto á área da Educação Física Escolar.
Piaget afirma que a interdisciplinaridade pode ser entendida como “o intercâmbio mútuo e a integração recíproca de várias ciências”. É a construção do saber a partir da conjunção de várias áreas do conhecimento. A interdisciplinaridade na educação, dessa forma, nada mais é que a integração de disciplinas, a fim de propiciar a associação de várias áreas em torno de um mesmo tema.
Com isso, a ideia principal é em vez de trabalharmos separadamente com aulas de, por exemplo, frações em matemática de um lado, reações químicas de outro e interpretação de texto em outro, a interdisciplinaridade é a favor de juntar tudo em um único lugar. Assim, em vez de seguir um planejamento rígido e tradicional, a ideia é romper os limites entre as matérias, a fim de tornar o ensino mais genuíno. Com isso, o aluno enxerga o aprendizado como algo mais tangível à sua realidade.
Vale ressaltar que tudo isso exige que o professor tenha um conhecimento prévio da aplicabilidade e das práticas pedagógicas interdisciplinares para que realize um trabalho efetivo no ambiente escolar. Evidentemente, é conveniente dizer que cada professor “esteja impregnado de um espírito epistemológico suficientemente amplo para que possa observar as relações de sua disciplina com as demais, sem negligenciar o terreno de sua especialidade” (JAPIASSÚ, 1976, p. 35). Porém, não se pode afirmar que essa atitude seja uma tarefa fácil e simples de se realizar. Pelo contrário, é um processo complexo que envolve o interesse de todos os especialistas, de todas as disciplinas em desenvolver temas e projetos nos quais possam ser trabalhadas as práticas interdisciplinares.
DESENVOLVIMENTO
Com a evolução da Educação Física a componente curricular do ensino básico e a incorporação da palavra “obrigatório” na Lei n° 9.394/94 LDB, a atuação do professor de Educação Física, no contexto escolar, passa a sofrer questionamentos, surgindo á necessidade de auto avaliação, sobre o seu papel nesta “nova” realidade, além da necessidade de reflexão sobre a postura de nós professores frente ás necessidades exigida por este enfoque educacional. Essa “nova” realidade da Educação Física emerge da necessidade de sua legitimação no contexto escolar. Não forjada pela força da Lei, mas construída sobre uma atuação de qualidade e competência, voltada para as necessidades da formação educacional.
Conforme a Lei de Diretrizes e Bases, o ensino fundamental e o ensino médio têm como finalidade preparar o aluno não apenas para o ensino superior, mas também formá-lo como pessoa apta a viver em sociedade. Essa formação diz respeito, entre outras coisas, ao posicionamento crítico e à aquisição de repertório para lidar com o mundo no qual o indivíduo está imerso. Paulo Freire completa o pensamento ao dizer que a educação básica deve proporcionar ao indivíduo á auto percepção, fazendo-o notar-se como um ser ativamente capaz de produzir e transformar, um elemento ativo, que está “com a sociedade”, e não apenas “na sociedade”.
Isso acarreta certa responsabilidade para o educador, que, para atingir tais propósitos, não deve estar preso apenas à sua disciplina. Entramos, assim, na importância da interdisciplinaridade, que é a melhor maneira de preparar o aluno para o pensamento crítico e para estimulá-lo a ter uma atitude mais ativa diante da vida. Podemos dizer que o grande objetivo da interdisciplinaridade na educação é sair do tradicional e mostrar ao aluno um conhecimento globalizante, rompendo qualquer limite. Por meio dessa metodologia, é possível capacitá-lo a ter uma nova postura diante do conhecimento adquirido. Ou seja, a interdisciplinaridade age em prol de construir mais contextualização e de formar um profissional que enxerga muito além do que o visto em sala de aula. Pensar na qualidade de ensino, é contribuir na formação integral do aluno, assim, entende-se que quanto mais integradas estiverem as disciplinas, mais fácil será o processo ensino aprendizagem.
Pelas pesquisas realizadas constatamos que a interdisciplinaridade surgiu no final do século XX, pela necessidade de responder à fragmentação causada pela concepção positivista. Subdivisão das ciências em várias disciplinas. O prefixo “inter” dentre as diversas conotações que podemos lhes atribuir tem o significado de “troca, reciprocidade” e “disciplina” de “ensino, instrução, ciência”. "Ferreira (apud Fazenda, 1998)" descreve que a “Interdisciplinaridade pode ser compreendida como sendo a troca de reciprocidade, entre as disciplinas ou ciências, ou melhor, áreas do conhecimento”. Para Fazenda, enquanto prática educacional a interdisciplinaridade é uma forma de agir, de pensar, muito mais crítica, construtiva e recheada de significados tanto para os alunos quanto para os professores. Quando entre as disciplinas há uma integração (entrelaçamento) para atingir um todo maior, ocorre o envolvimento expresso através do respeito e da responsabilidade, esse é o espírito da interdisciplinaridade. Interdisciplinaridade compreende a busca constante de novos caminhos, outras realidades, novos desafios, a ousadia da busca e do construir. Nessa perspectiva, compreende-se, que as práticas pedagógicas vão além da mera observação, visam interligar os conteúdos de diferentes disciplinas, relacionando-os ao contexto de estudo e as necessidades de aprendizagem do aluno. Cabe destacar que as propostas interdisciplinares são com certeza, mais trabalhosas para os professores, pois exigem planejamento e flexibilidade. Porém para o aluno são desafiadoras e instigantes, portanto, toda ação pedagógica voltada para a interdisciplinaridadeaponta para a construção de uma nova escola participativa que deriva da formação do ser social, em articular conhecimento e vivência.
Sendo assim, ao definirmos interdisciplinaridade como junção de disciplinas, cabe pensar currículo apenas na formatação de sua grade. Porém se definirmos interdisciplinaridade como atitude de ousadia e busca frente ao conhecimento, cabe pensar aspectos que envolvem a cultura do lugar onde se formam professores.
Como já sabemos toda prática pedagógica exige planejamento, e todo planejamento envolve ações e estas precisam de uma metodologia para que sejam realizadas. Nessa direção é que as estratégias e ações tiveram início, tendo como ponto de partida as pesquisas bibliográficas sobre Educação Física e interdisciplinaridade que envolveu leitura, análise e interpretação de livros, periódicos, artigos, sites e documentos que auxiliam na elaboração e construção efetiva de uma investigação.
Sabe-se que a aprendizagem do aluno começa muito antes de uma escola, assim quando o trabalho pedagógico acontece num espaço de interação e de partilha, mediado pelo professor, independe do nível escolar em que o aluno se encontra, ele estará tendo oportunidade de aprender e saber interagir. O desenvolvimento da unidade didática envolveu ao longo de sua aplicação, vários instrumentos avaliativos e de discussão de seus resultados, tendo como ponto de partida o questionário pré-teste. O trabalho interdisciplinar deveria ser organizado e sistematizado da seguinte ordem:
1°- Verificar as dificuldades e os atrasos de aprendizagem mais grave segundo o planejamento e planos de aulas dos professores;
2°- Verificar as dificuldades dos professores em ministrar conteúdos pertinentes á interdisciplinaridade;
3°- Verificar o planejamento e os planos do professor de Educação Física e a possível interdisciplinarização destes conteúdos com os conteúdos dos demais professores, atendendo as necessidades de professores e alunos;
4°- Discutir e trocar informações sobre os conteúdos e metodologias;
5°- Elaborar estratégias de ação, e aplicar as estratégias criadas;
6°- Avaliar e refletir a importância do trabalho interdisciplinar.
Nesse contexto a integração de conhecimentos no currículo depende da postura de cada professor envolvido no processo interdisciplinar. Como exemplo o professor de Química, de Matemática, de História, de Língua Portuguesa e outros devem em conjunto, repensar seu planejamento definindo metas e objetivos, isto é pensar em sua atuação, não somente como professores da formação geral, mas sujeitos que se dispõem a compreender e a agir no mundo, fazendo-o a partir da contribuição de seus conhecimentos específicos, mas sempre em diálogo com o outro.
Constatamos que nessa linha de trabalho o que caracteriza a atitude interdisciplinar é a ousadia da busca, da pesquisa, é a transformação da insegurança num exercício do pensar, do construir. Fazer pesquisa numa perspectiva interdisciplinar significa buscar a construção coletiva do novo conhecimento, compreender a interdisciplinaridade em seus fundamentos e a partir de sua existência. A interdisciplinaridade precisa ser compreendida para não haver desvio na sua prática, o que caracteriza a interdisciplinaridade é o sentimento intencional que ela carrega. Se não há intenção consciente, clara e objetiva por parte daqueles que praticam. Não havendo a intenção de um projeto, podemos dialogar e integrar sem, no entanto, estarmos trabalhando interdisciplinarmente.
Citaremos exemplos de trabalhos interdisciplinares nas aulas de Educação Física. Segundo FAZENDA (2001), Citado por Pereira (2007), qualquer trabalho do gênero deve ir muito além de misturar intuitivamente geografia, química, matemática e português. O objetivo dessa metodologia é bem mais profundo do que procurar interconexões entre as diversas disciplinas. Ela serve para "dar visibilidade e movimento ao talento escondido que existe em cada um de nós". A Educação Física Escolar nos dá uma ideia muito interessante de um trabalho interdisciplinar. Nós como professores devemos envolver, por exemplo, não só os alunos que farão parte dos times, os alunos que não estiverem jogando, envolvendo-os nas aulas realizando tarefas ligadas a outras matérias.
Exemplo, SOLER (2003): 
· Matemática: Realizando um trabalho com as figuras geométricas que compõem o campo de jogo, com os números de jogadores, com as medidas da quadra ou do campo etc.
· Língua Portuguesa: Através de redações sobre o tema, textos das faixas e cartazes.
· Educação Artística: Trabalhar com, os símbolos dos times, um logotipo para o campeonato.
· Geografia: Serve para localizar geograficamente o país de cada time (se a escolha for por formar com nomes de países), ensina em qual país foi criado o futebol, também quais países já foram sede de alguma competição importante etc.
· História: Utilizada para descrever toda a história do esporte em disputa, quando foi criado, quais são os principais jogadores ao longo da história etc.
· Ciências: Mostrando além dos benefícios do esporte, os perigos das contusões.
Com esses exemplos acima denotamos que o caminho interdisciplinar é amplo no contexto, e exige redefinição no processo de ensino atual. Tal constatação nos induz a refletir sobre a necessidade de professores e alunos trabalharem em prol de um mesmo objetivo. Para isso é necessário: União, conhecimento, e relacionamento harmonioso professor/aluno e aluno/aluno.
Cabe ressaltar que na construção do conhecimento a integração das muitas ciências não garante a sua perfeita execução, por isso a importância do planejamento flexível. Pois, Interdisciplinaridade, vista desse modo é a possibilidade de enriquecer e ultrapassar a integração dos elementos do conhecimento, perpassando todos os elementos do ininterrupto, criando ou recriando outros pontos para a discussão. Aprende-se com a interdisciplinaridade, por exemplo, que, um fato ou solução nunca é isolado, mas sim consequência da relação entre muitos outros. E descobrir-se como professor interdisciplinar é uma experiência inovadora e gratificante.
Nesse sentido, acreditamos que se a escola realmente se preocupa em ofertar qualidade de ensino deve incentivar a prática pedagógica fundamentada em diferentes metodologias, valorizando concepções de ensino, aprendizagem e de avaliação que permitam aos professores e estudantes conscientizarem-se da necessidade de uma transformação emancipadora. Embora se compreenda as disciplinas escolares como indispensáveis no processo de socialização e sistematização dos conhecimentos, não se podem conceber esses conhecimentos restritos aos limites disciplinares. A valorização e o aprofundamento dos conhecimentos organizados nas diferentes disciplinas escolares são condições para se estabelecerem as relações interdisciplinares, entendidas como necessárias para a compreensão da totalidade. Entende-se a escola como espaço de confronto e diálogo entre os conhecimentos sistematizados e os conhecimentos do cotidiano.
Por fim, esses foram apenas alguns dos variados exemplos existentes na forma de aplicar a interdisciplinaridade. Como já citamos, é importante estar atento às demandas de cada turma, é importante se criar um planejamento, os professores devem adquirir conhecimento sobre o tema e estar disposto a aceitar essas mudanças no modo de ensinar, a fim de saber o que pode funcionar melhor em cada caso. Não devemos deixar de pesquisar sobre o tema e buscar mais dicas para aplicar interdisciplinaridade em sala de aula.
Para concluirmos nosso assunto sobre interdisciplinaridade na educação, podemos dizer que, daqui em diante, esse estilo de abordagem se tornará cada vez mais primordial. É preciso aceitar que algumas mudanças terão de ser feitas no ensino para que a instituição consiga acompanhar as novas exigências da vida.
SITUAÇÃO GERADORA DE APRENDIZAGEM I
Educação Física e Linguagens: futebol como arte
Nesta Situação Geradora de Aprendizagem, temos a professora de Educação Física Márcia, que quer trabalhar interdisciplinarmente sua matéria com as disciplinasde Língua Portuguesa e Artes. Tivemos a opção de trabalhar com o tema: Futebol, identidade nacional? O material disponível para integrar as disciplinas no trabalho foi á crônica de Nelson Rodrigues.
No texto estudado de Nelson Rodrigues, entendemos que o futebol constituiu-se como elemento formador da identidade brasileira na medida em que foi ganhando adeptos e se popularizando no país. A inclusão dos jogadores negros foi um passo decisivo que deu mais força a esse processo. A maneira de jogar trazida por estes atletas ajudou a formar um ideal do que significa ser brasileiro no imaginário popular, não só no Brasil como no resto do mundo. Ao atingir o status de principal esporte nacional, o futebol foi feito instrumento político em diferentes épocas. AS ideias de malandragem foram tiradas da cena do esporte, substituídos pelas figuras da disciplina e hierarquia. O tempo nos mostrou que a história do futebol e a história do Brasil se misturaram, tornaram-se elementos indispensáveis uma da outra. A partir do momento em que vinte e duas pessoas tentaram, pela primeira vez, chutar uma bola através de uma meta de aproximadamente sete metros de largura, o Brasil e os brasileiros jamais seriam os mesmos.
A partir desses estudos, e realizando algumas pesquisas desenvolvemos uma ideia para a professora Márcia trabalhar a Educação Física, juntamente como as disciplinas de Artes e Língua Portuguesa. A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) apresenta a Linguagem em destaque e de forma diferenciada:
“As linguagens, antes articuladas, passam a ter status próprios de objetos de conhecimento escolar. O importante, assim, é que os estudantes se apropriem das especificidades de cada linguagem, sem perder a visão do todo no qual elas estão inseridas. Mais do que isso, é relevante que compreendam que as linguagens são dinâmicas, e que todos participam desse processo de constante transformação.”
Sendo assim, desenvolvemos um projeto: Futebol: como brincadeira e jogos na cultura popular. Seria importante para o desenvolvimento desse projeto que a professora Márcia, juntamente com os outros professores, destacasse da Base e do currículo da sua rede as competências específicas e as habilidades que ela irá explorar com a turma do 9º ano. Pretendemos que esses elementos construam essa ideia de unidade e do todo na área de Linguagem para que também atendam as necessidades de aprendizagem dos alunos.
O Projeto tem como principais objetivos: Utilizar diferentes linguagens – verbal (oral ou visual-motora, como Libras, e escrita), corporal, visual, sonora e digital –, para se expressar e partilhar informações, experiências, ideias e sentimentos em diferentes contextos e produzir sentidos que levem ao diálogo, à resolução de conflitos e à cooperação. Dessa forma destacamos algumas habilidades de cada disciplina para serem trabalhadas de forma interdisciplinar.
· Língua Portuguesa: Ler e compreender, em colaboração com os colegas e com a ajuda do professor ou já com certa autonomia, listas, agendas, calendários, avisos, convites, instruções de montagem (digitais ou impressos), dentre outros gêneros do campo, tudo sobre o futebol, considerando a situação comunicativa e o tema/assunto do texto e relacionando sua forma de organização à sua finalidade, que possam ser repassados oralmente por meio de ferramentas digitais, em áudio ou vídeo, considerando a situação comunicativa e o tema/assunto/finalidade do texto.
· Artes: Experimentar diferentes formas de expressão artística (desenho, pintura, colagem, quadrinhos, dobradura, escultura, modelagem, instalação, vídeo, fotografia etc.), fazendo uso sustentável de materiais, instrumentos, recursos e técnicas convencionais e não convencionais. Experimentar a criação em artes visuais de modo individual, coletivo e colaborativo, explorando diferentes espaços da escola e da comunidade. Dialogar sobre a sua criação e as dos colegas, para alcançar sentidos plurais. Reconhecer e experimentar, em projetos temáticos, as relações processuais entre linguagens artísticas. Caracterizar e experimentar brinquedos, brincadeiras, jogos, canções e histórias de diferentes matrizes estéticas e culturais, que envolva o futebol e a sua história.
· Educação Física: Experimentar, fruir e recriar diferentes brincadeiras e jogos da cultura popular do futebol presentes no contexto comunitário e regional, reconhecendo e respeitando as diferenças individuais de desempenho dos colegas. Explicar, por meio de múltiplas linguagens (corporal, visual, oral e escrita), as brincadeiras e os jogos populares do contexto comunitário e regional, reconhecendo e valorizando a importância do futebol, desses jogos e brincadeiras para suas culturas de origem. Planejar e utilizar estratégias para resolver desafios de brincadeiras e jogos populares do contexto comunitário e regional, com base no reconhecimento das características dessas práticas. Colaborar na proposição e na produção de alternativas para a prática, em outros momentos e espaços, de brincadeiras e jogos e demais práticas corporais tematizadas na escola, produzindo textos (orais, escritos, audiovisuais) para divulgá-las na escola e na comunidade.
Nossa proposta é que os alunos, através da exploração do objeto de conhecimento, brincadeiras e jogos no futebol, possam se expressar e partilhar informações, experiências, ideias e sentimentos fazendo uso de diferentes linguagens. Por ser uma turma do 9° ano, a turma vai brincar, jogar, pesquisar, conhecer diferentes culturas, ler e escrever textos, cantar, dialogar, conhecer artistas e obras das artes visuais, fotografar, desenhar, criar obras e releituras das artes visuais, buscar soluções para conflitos, se movimentar. Todo esse percurso de aprendizagem culminará com a produção pelos alunos de um pequeno manual de brincadeiras da turma, com instruções de como brincar e/ou jogar o futebol.
Essas práticas serão exploradas de forma integrada, mas cada professor, em sua disciplina, mesmo que trabalhando juntos, desenvolverá a temática com diferentes linguagens. Os alunos vão brincar de uma determinada brincadeira (o futebol) na Educação Física, em que a professora vai explorar a expressão corporal, o papel de cada um no jogo, as versões desse jogo em outras culturas, a cooperação, o respeito. Já na aula de Arte o professor vai apresentar como os alunos e o jogo é representado nas artes plásticas, nas esculturas, em vídeo e propor a eles que façam suas próprias representações. Na aula de Língua Portuguesa, propusemos o registro escrito e em imagem do passo a passo de como brincar e jogar o futebol, legendas em imagens sobre o jogo e a leitura de textos instrucionais.
Dessa forma contribuiremos no desenvolvimento integral de nossos alunos, oferecendo a oportunidade de explorarem as diferentes linguagens para se expressar e desenvolver as habilidades previstas. E essa é uma proposta dentro de inúmeras de explorar a linguagem em sala de aula. Temos muito a aprender estudando a BNCC.
1.2	SITUAÇÃO GERADORA DE APRENDIZAGEM II
Educação Física e Corpo: Visão biológica
Nesta segunda Situação Geradora de Aprendizagem, temos o professor de Ciências, Ítalo que depois do sucesso do projeto da professora Márcia, resolveu trabalhar sua disciplina juntamente com a de Educação Física. Ele está trabalhando aspectos nutricionais com seus alunos e sua importância para a realização das atividades físicas diárias e exercícios físicos. Assim, partindo da realidade escolar atendida, passou a analisar a importância da merenda escolar em seus aspectos nutricionais e seus impactos.
Através de algumas pesquisas desenvolvemos algumas aulas que seriam interessantes de serem trabalhadas nas disciplinas de Educação Física e Ciências, ao invés de criarmos um projeto igual fizemos no caso da professora Márcia, aqui citaremos exemplos de como trabalhar alguns conteúdos dessas matérias, no qual os alunos no final de cada aula terá que responder perguntas sobre o conteúdo estudado e registrar em seus cadernos, como se fosse um “diário”. Deste modo teremos a participaçãoefetiva de todos os alunos e todos irão participar de forma conjunta e ao mesmo tempo individual, onde cada irá relatar o que aprendeu em cada aula.
AULA 01
Temática da aula: Estrutura e funcionamento do músculo em exercício.
Objetivos aos alunos: Conhecer os tipos de músculos, anatomia músculo esquelética, os tipos de fibras musculares e tipos de contrações musculares. Reconhecer os movimentos corporais de Flexão e Extensão: movimentos de adução, abdução e rotação.
Problematização inicial: Pedir aos alunos para realizarem movimentos de flexão e extensão dos braços e das pernas através de demonstração da professora, após a realização dos movimentos, perguntar aos alunos:
· Você conseguiu sentir a ação dos músculos em movimento?
· O que além dos músculos estão envolvidos para a realização de um movimento?
· Você conseguiu sentir a ação dos músculos em movimento? 
· O que é tecido muscular? 
· Para que serve o tecido muscular? 
· Quem dá os comandos para o tecido muscular?
AULA 02
Temática da aula: Composição corporal e nutrição para o esporte.
Objetivos aos alunos: Reconhecer a importância da atividade física para a saúde. Compreender o que é Índice de Massa Corporal (IMC). Realizar práticas para compreender a relação da composição corporal e o IMC.
Problematização Inicial: Perguntas iniciais aos alunos:
· O que é atividade física?
· O que é exercício físico?
· Qual a diferença entre atividade física e exercício físico?
· O que é IMC?
· Como identificar se alguém está em risco de obesidade, ou qualquer outra doença crônica acarretada pelo acúmulo de gordura corporal?
AULA 03
Temática da aula: Prescrição do exercício físico para a promoção da saúde e condicionamento físico.
Objetivos: Identificar onde estão presentes as capacidades físicas nos esportes e nas atividades do dia a dia. Construir um conceito próprio de capacidade física. Identificar quais capacidades físicas voltadas á saúde que interferem no desenvolvimento esportivo.
Problematização inicial: Os alunos irão responder o diário de aprendizagem para iniciar as discussões da aula, sendo importante destacar que inicialmente serão investigados o que os alunos pensam para posteriormente ocorrer á organização do conhecimento.
· O que são capacidades físicas?
· Quais são as capacidades físicas?
· Onde as capacidades físicas estão presentes no nosso dia a dia? E onde estão presentes nos esportes?
AULA 04
Temática da aula: Envelhecimento, obesidade, diabetes e atividade física.
Objetivos aos alunos: Identificar os índices de sobrepeso, obesidade. Identificar algumas mudanças físicas causadas pelo envelhecimento. Investigar qual o papel da atividade física no controle de peso e envelhecimento. Identificar problemas de saúde associados á diabetes e atividade física.
Problematização inicial: Os alunos serão questionados se sabem identificar os índices de sobrepeso e obesidade; identificar algumas mudanças físicas causadas pelo envelhecimento e qual o papel da atividade física no controle de peso e envelhecimento.
Organização do conhecimento: Os alunos divididos em grupos irão realizar as seguintes pesquisas:
1. O que é diabetes e quais os tipos?
2. Qual o papel das atividades físicas na prevenção de um dos tipos de diabetes?
3. O que a atividade física auxilia no individuo diabético que usa insulina?
4. Quais os problemas da saúde associados á diabetes?
5. O que é obesidade e quais suas doenças associadas?
6. Quais são indicadores de obesidade e sobrepeso?
7. Qual o papel da atividade física no controle de peso corporal?
8. Quais os índices indicados de minutos de prática de atividade física para indivíduos para combater a obesidade?
9. O que é sedentarismo?
10. Quais os índices indicados de minutos de prática de atividade física para indivíduos para superar o sedentarismo?
11. Quais as mudanças musculares e ósseas com o envelhecimento?
12. Quais as atividades físicas indicadas para auxiliar no controle das mudanças corporais do envelhecimento?
O objetivo geral dessas aulas serão realizar pesquisas, construir painéis e apresentar aos colegas, realizar discussões com os professores sobre os assuntos. Para a aplicação do conhecimento os alunos formularão textos sobre as perguntas e respostas pesquisadas a partir de suas compreensões nos diários de aprendizagem. Acreditamos que essa forma de trabalho conjunto irá contribuir bastante para o conhecimento dos alunos. 
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com base no que estudamos e pesquisamos, vimos que a interdisciplinaridade é um tema bastante complexo no que se refere à sua definição, uma vez que ainda não chegou a um consenso sobre o que é realmente sua prática de maneira integral. Tentativas e ações interdisciplinares não são recentes, porém sua prática efetiva tem sido um desafio constante aos educadores que acreditam ser vital à educação a construção de um espírito investigatório em alunos, baseados no hábito do debate e da pesquisa científica. Na Educação Física escolar, a utilização de diferentes metodologias nas aulas que possibilita que os alunos vivenciem diversas experiências: conheçam os limites de seu corpo, como trabalhar em equipe, aprenda a tomar decisões, a fazer escolhas, entre outros. Essas experiências podem ser aproveitadas pelo aluno nas demais disciplinas e também em seu convívio social.
O currículo atual, com disciplinas representando campos de conhecimento e apenas um professor lecionando para uma turma sustentável de alunos, foi a forma de organizar a estrutura escolar encontrada e padronizada na atualidade desde a modernidade. Essa estrutura educacional deve continuar sendo analisada para, posteriormente, ser reestruturada e criar novas possibilidades de educação que o momento histórico exige. Essa atual estrutura curricular, às vezes, reduz o interesse dos alunos e a principal alternativa encontrada é a interação entre disciplinas, como no caso da realização de projetos principalmente. Não somente na extensão de uma disciplina por outra, ou por outro professor que leciona uma matéria distinta, mas uma interação de forma que o aluno utilize seu aprendizado em outras disciplinas e situações cotidianas externas à escola.
Não devemos relacionar Educação Física como a matéria que auxilia as outras, mas com a aquisição de novos conhecimentos cognitivos, emotivos e sociais, os dois últimos destacam-se, respectivamente, pela possibilidade de oferecer espaços de liberdade para expressões da subjetividade e pela constante interação e sociabilidade entre os alunos das referidas aulas. Com isso, ressaltamos a importância da busca de alternativas para a interdisciplinaridade na Educação Física, e a necessidade de reestruturação do conceito desse termo nas escolas, a fim de promover o desenvolvimento cultural do aluno.
REFERÊNCIAS
COELHO, A. L. Z.; SCORTEGAGNA, A.; SASSI, V. O. interdisciplinaridade nas aulas de educação física. Anais. XII Congresso Nacional de Educação – Educere, PUCPR, Curitiba, 2015. Disponível em: https://educere.bruc.com.br/arquivo/pdf2015/19648_9037.pdf.
CORREIA, W. R. Educação Física Escolar: o currículo como oportunidade histórica. Revista Brasileira de Educação Física e Esporte, (São Paulo) 2016 Jul-Set; 30(3):831-36. Disponível em: https://www.scielo.br/pdf/rbefe/v30n3/1807-5509-rbefe-30-03-0831.pdf.
GRANDO, D. et al. A educação física na base nacional comum curricular: pressupostos, avanços e retrocessos. COMPEF - 9º Congresso Norte Paranaense de Educação Física Escolar. Londrina, PR, 2019. Disponível em: http://www.uel.br/eventos/conpef/portal/pages/arquivos/ANAIS%202019%20%20ARTIGOS%20COMUNICACAO%20ORAL%20E%20CARTAZ/A%20EDUCACAO%20FISICA%20NA%20BASE%20NACIONAL%20COMUM%20CURRICULAR.pdf.
http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/cadernospde/pdebusca/producoes_pde/2016/2016_artigo_edfis_unicentro_eltonvicenteruths.pdf
https://blog.lyceum.com.br/interdisciplinaridade-na-educacao/
http://www.nepecc.faefi.ufu.br/arquivos/simp_2004/1.escola_educ_fisica/1.4_possib_pensar_ef.pdf
http://bdtd.unoeste.br:8080/tede/bitstream/tede/807/1/MARCELO_12_01_2011.pdf
file:///C:/Users/Charles/Downloads/245-742-1-PB.pdffile:///C:/Users/Charles/Downloads/2304-7712-1-PB.pdf
http://congressos.cbce.org.br/index.php/conbrace2011/2011/paper/viewFile/2829/1523

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