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Resenha REFLEXÕES SOBRE O EXCESSO DE CESARIANAS NO

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Resenha: REFLEXÕES SOBRE O EXCESSO DE CESARIANAS NO
BRASIL E A AUTONOMIA DAS MULHERES
Luiza de Paula Placides
Universidade Federal de Juiz de Fora Campus Governador Valadares
LEÃO, MRC et al. Reflexões sobre o excesso de cesarianas no Brasil e a autonomia das mulheres. Ciência & Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v. 18, n. 8, p. 2395-2400, ago. 2013. Disponível em: < https://repositorio.usp.br/item/002306533> . Acesso em: 10 de out. de 2020.
O artigo organizado por Míriam Rêgo de Castro Leão e colaboradores apresenta uma reflexão crítica sobre o excesso de cesarianas no Brasil e de como a medicalização influenciou isso. 
Desde a segunda metade do século XX, com o parto virando um procedimento cirúrgico, houve uma medicalização do corpo feminino. Antes o parto culturalmente era feito em casa, por parteiras ou membros da própria família, e desde então este ato se tornou posse do saber médico. 
O artigo mostra que é evidente que esse procedimento tem sido realizado indiscriminadamente e em muitos casos sem indicação adequada, levando a uma contraprodutividade. A contraprodutividade é quando a ferramenta causa mais danos do que benefícios. No caso das cesárias, desviando-se do objetivo inicial, que é o de reduzir o risco de complicações maternas e fetais durante o trabalho de parto e parto, e produzindo maior morbidade e mortalidade materna e neonatal.
O artigo traz a informação que estudos sobre preferência da via de parto mostram que, no Brasil, a maioria prefere o parto normal. E ainda assim, a via de parto mais utilizada é a cesariana. Isso mostra como a medicalização e o modelo biomédico tira a autonomia do corpo feminino e como não há livre escolha da via de parto pelas mulheres. 
Ainda é destacado como os grupos ativistas e os movimentos sociais são de grande relevância para a promoção da autonomia das mulheres. Diante disso, o artigo aponta como é importante e necessário haver uma aproximação entre as mulheres e os profissionais da saúde, pois estas nem sempre são inseridas nas discussões relacionadas à gestação e ao parto ou, ainda, não são informadas de forma clara sobre as indicações reais da cesariana. Isso tornaria o modelo atual para um modelo mais humanizado, colaborativo, em que haja a atuação conjunta dos profissionais, e assim daria mais autonomia e empoderamento às mulheres e evitaria cesarianas indesejadas.

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