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Cheque: Conceito, Características e Diferenças com a Letra de Câmbio

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FACULDADE DOM BOSCO DE PORTO ALEGRE 
Disciplina: Direito Empresarial II (Títulos de Crédito) 
Professor: Silvio Battello 
Turmas: 7264MM e 7266NN 
 
1. Cheque 
 
1.1. Conceito e características 
O cheque é uma ordem de pagamento à vista emitida contra um banco, no qual o 
emitente possui a previsão dos fundos necessários para o pagamento do valor estabelecido 
no título. Está regulamentado na Lei 7.357/1985 (Lei do Cheque - LC), e por força do 
artigo 69 da mesma lei, o instituto também está submetido às determinações do Conselho 
Monetário Nacional (CMN), encarregado de editar regrar sobre o cheque. 
Para Vivante, o cheque é uma ordem de pagamento em favor de uma pessoa contra um 
banqueiro1 . (Trattato di Diritto Commerciale, it., vol III,p.578), no qual se destacam as 
seguintes características: 
 
(i) ato de natureza comercial; 
(ii) título bancário, uma vez que para ser sacado precisa de prévia e disponível provisão 
de fundos junto a banco ou instituição financeira equiparada (art 3º e 67 LC); 
(iii) natureza de bem móvel, se sujeitando, dessa forma, aos princípios regedores da 
circulação de bens móveis; 
(iv) Em regra pro solvendo, já que sua emissão ou transferência não excluem a ação 
fundada na relação causal, uma vez realizada a prova do não pagamento (art 62 LC); 
(v) Excepcionalmente de caráter pro soluto desde que, expressamente, se firme que sua 
emissão e entrega ao beneficiário, extinguirão a obrigação que provocou a sua emissão; 
(vi) documento formal (art 1º, 2º, 3º e 4º da LC); 
(vii) título abstrato, já que se adapta a qualquer obrigação, bem como se desvincula do 
negócio jurídico que motivou sua emissão (art 19 LUG); 
(viii) título de apresentação, uma vez que o portador só é capaz de exercer os direitos 
dele oriundos através da sua apresentação; 
(iv) título que pode ser de emissão nominal ou ao portador; 
(x) atende aos princípios da literalidade, da incorporação e da autonomia. 
São três as posições jurídicas materializadas no cheque: 
 Emitente: aquele que dá a ordem de pagamento ao banco. Préviamente deve 
ter aberto conta corrente perante a instituição e possuir nesta a previsão de 
fundos necessários para cobrir o valor do documento. 
 
1 VIVANTE, Cesare. Trattato di Diritto Commerciale, Vol III. Torino: Fratelli Bocca Editori, 1904, p.578. 
disponível em: https://archive.org/details/trattatodidirit00vivagoog/page/n10/mode/2up , acessado em 
22/03/2020. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L7357.htm
http://www.fazenda.gov.br/portugues/orgaos/cmn/cmn.asp
http://www.fazenda.gov.br/portugues/orgaos/cmn/cmn.asp
https://archive.org/details/trattatodidirit00vivagoog/page/n10/mode/2up
 Sacado: é o banco contra quem se emite a ordem. 
 Beneficiário: também denominado de portador ou tomador, aquele que tem 
o direito a receber o valor constante no título. ´ 
 
 
 
 
1.2. Diferenças com a Letra de Câmbio 
O cheque assemelha-se à letra de câmbio, que também é ordem de pagamento. 
No entanto, possui diferenças significativas: 
1) O cheque somente pode ser emitido quando atendido os requisitos dos artigos 
3° e 4° da LC; já a letra de câmbio é de emissão livre; 
2) Somente os bancos podem ser sacados nos cheques; já na letra de câmbio, o 
sacado pode ser qualquer pessoa, física ou jurídica, independentemente da sua 
atividade; 
3) No cheque é necessária a abertura prévia de conta corrente bancaria; e na letra 
de câmbio não se requer nenhuma relação prévia entre o sacador e o sacado; 
4) No cheque o sacador deve ter previsão de fundos para honrar o pagamento do 
título; na letra de câmbio não há necessidade de que o sacador antecipe ao 
sacado os valores referentes ao título, lembrando que este último sequer é 
obrigado ao pagamento antes do aceite. 
 
1.3 Natureza Jurídica do Cheque 
 
Há divergência na doutrina quanto a sua natureza, existindo três correntes sobre tal: 
 
(i) 1ª corrente (Fábio Comparato): corresponde a título de exação por ser um 
instrumento de curta duração que se extingue com o pagamento pelo banco; 
 
(ii) 2ª corrente (Fran Martins): corresponde a título de crédito impróprio, desde que 
circule mediante endosso, já que existindo o elemento crédito, fica o endossante 
vinculado a responsabilidade do seu pagamento; 
 
(iii) 3ª corrente (Luiz Emydio): corresponde a título de crédito desde que emitido em 
favor de terceiro e ainda que não venha a circular por endosso, pois nele se encontram o 
SUJEITOS NECESSARIOS NO CHEQUE
Emitente:
Quem dá a ordem de 
pagamento. Deve possuir 
conta perante o sacado
Beneficiário:
Qualquer pessõa, física ou 
jurídica 
Sacado:
Somente banco ou 
instituição financeira 
autorizada 
elemento confiança e prazo, caracterizadores do crédito. Ademais, é um documento 
formal, a ele se aplicando os princípios dos títulos de crédito; 
 
1.4 Requisitos do Cheque 
 
1.4.1 Requisitos Essenciais 
 
 
(m19i05) – O cheque é um título de crédito de modelo vinculado que somente poderá ser feito em 
modelo padronizado, fornecido pelo banco do emissor. 
Fonte: Serviço Central de Protesto de Títulos 
 
Da imagem podemos destacar seis requisitos essenciais para preenchimento do 
cheque: 
1) Denominação Cheque: inserida no corpo do documento e no idioma 
utilizado para sua redação (art. 1°, I da LC). 
2) Ordem Incondicional de Pagamento: o emissor obriga-se a pagar 
quantia determinada em dinheiro (art. 1°, II da LC). 
3) Identificação do Banco: somente pode figurar como sacado um banco 
(art. 1°, III da LC). É nulo o cheque sacado contra outro sujeito que não 
for banco (art. 3° da LC). 
4) Local de Pagamento: considera-se local de pagamento aquele indicado 
ao lado do nome do sacado ou o local referido junto ao nome do emitente 
(Art. 1°, IV, e 2°, I, II da LC). 
5) Data de Emissão: requisito necessário para a contagem dos prazos (art. 
1°, V da LC). 
6) Assinatura do Sacador: também se admite a assinatura de mandatário 
com poderes especiais e a substituição da assinatura manual por 
assinatura mecânica ou processo equivalente (art. 1°, IV da LC). 
Por determinação do art. 3° da Lei 6.268/1975, o sacador deverá ser identificado 
com seu número de RG, CPF ou título de eleitor. 
 
http://www.protesto.com.br/html/ch/chport.html
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/1970-1979/L6268.htm
1.4.2 Requisitos Dispensáveis 
O local de emissão também deve constar no cheque. Em caso de ausências, 
o cheque considera-se emitido no local designado ao lado do nome do sacador (art. 2°, II, 
da LC). 
1.5 Regime Jurídico 
O cheque regulamenta-se pela Lei do Cheque, e subsidiariamente, e naquilo que 
esta lei for omissa, pela LUG, em especial no que tange a sua circulação. Do regime 
jurídico podemos destacar algumas características: 
 O cheque com valor inferior a R$ 100,00 não precisa ser nominativo, podendo 
circular ao portador. Quando seu valor for superior pode ser emitido com 
cláusula à ordem ou não à ordem. 
 O devedor principal do cheque é sempre seu sacador. 
 O cheque não admite endosso-caução. É uma consequência de ser uma ordem 
de pagamento à vista. 
 O sacado não pode endossar o cheque. Exceto se o endosso for de um 
estabelecimento seu para ser descontado em outro (art. 18 da LC). 
 O aval em branco favorece ao sacador (art. 30, parágrafo único da LC) 
 O aval do sacado é proibido (art. 29 da LC). 
 O cheque pode conter cláusula ‘sem despesas’, desta forma, se dispensa ao 
credor de protestar o título para conservar os direitos de crédito contra um ou 
mais coobrigados (art. 50 da LC). 
2.4.1 Endosso 
Por força de lei, o cheque somente pode receber um endosso, limitando assim seu 
efeito multiplicador. E por consequência, considera-se nulo o endosso parcial. 
O cheque admite endosso mandato, como exceção ao desconto do título em favor 
de quem estiver referido como beneficiário da ordem. Por tratar-se de mandato, o mesmo 
se extingue com a morte do endossante.O cheque também pode ser endossado após o vencimento do título. Neste caso 
considera-se tardio, gerando os efeitos da sessão civil (art. 27 da LC). 
1.6 Modalidades de Cheques 
 
1.6.1 Cheque Visado 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L7357.htm
É quando o banco emite declaração sobre a suficiência de fundos do 
sacador perante a instituição para o pagamento do título. O visado somente é dado a 
pedido do sacador ou beneficiário do cheque. 
 
(m19i06) – Somente o cheque nominativo não endossado pode ser visado. 
Fonte: Mônica Gusmão 
 
IMPORTANTE: Não confundir visamento com aceite. O cheque não precisa de 
aceite para seu pagamento. O cheque visado tampouco se confunde com o aval. As 
instituições financeiras não estão autorizadas a avalizar a obrigação de seus clientes. 
 Após o visamento, o banco deve reservar na conta corrente do sacador os 
fundos necessários para o pagamento do cheque visado até o vencimento do prazo de 
apresentação (art. 7°, §1° da LC). O banco assume uma responsabilidade civil para 
pagamento do título, mas o visamento não o transforma em obrigado cambial. Se não 
reservar os respectivos fundos respectivos para o pagamento do título, responderá 
civilmente por seu inadimplemento, mas não poderá se executado por ação cambial. 
1.6.2 Cheque Administrativo 
 É aquele lançado por um banco contra um de seus estabelecimentos. 
 
(m19i07) – O cheque administrativo somente pode ser emitido nominativamente. 
Fonte: Andressa Fernanda 
O cheque administrativo está previsto no art. 9°, III, da LC. É utilizado 
geralmente pelos próprios bancos para honrar suas obrigações, e também por particulares 
que utilizam esta forma especial de cheque para dar maior segurança a suas transações. 
 
http://amigonerd.net/trabalho/29031-titulos-de-credito
 
 
Cheques de Viagem (Traveller’s Checks): 
 
São aqueles emitidos por um banco em favor de um terceiro, para serem pagos em uma 
de suas agências ou correspondentes existentes no país ou no exterior. Tem o intuito de 
facilitar a segurança dos recursos que o viajante ou turista transporta consigo, possui 
grande utilidade e conforto 
No Brasil não há lei específica para os cheques de viagem. As instruções n° 237 de 63 
permitiu que os estabelecimentos bancários os emitissem, com a específica denominação 
desde que fossem previamente autorizados pela autoridade competente. 
O art. 66 da lei do cheque estipula que os cheques de viagem sejam regulados pelas 
disposições especiais a eles referentes. 
São emitidos cheques de viagem no Brasil, porém seu uso não é tão freqüente visto que 
sua maior utilização é no exterior. 
 
Cheque Postal (Vales Postais): 
São cheques que serão pagos pelas agências dos correios onde é preciso, primeiramente, 
que o emitente tenha aberto uma conta para tal finalidade. Têm como objetivo a 
facilitação de transferência de dinheiro, diferente da ordem de pagamento comum nos 
países. 
Onde foi adotado esse sistema é preciso que haja uma autorização par que a agência postal 
possa receber em depósito, os valores destinados a tal fim. 
O art. 66 da nova lei de cheque dispõe que “ os valores de cheques postais, os cheques de 
poupança ou assemelhados, e os cheques de viagem regem-se pelas disposições especiais 
a eles referentes”. Por tanto, pode-se concluir que esses cheques não são regidos pela lei 
dos cheques. 
 
 
1.6.3 Cheque Cruzado 
 O cruzamento do cheque se traduz na inserção de uma cláusula cambial, 
em virtude do qual o título somente pode ser cobrado por depósito bancário. O 
cruzamento materializa-se pela oposição no anverso do documento de dois traços 
transversais. 
 
(m19i09) – O cruzamento pode ser em branco ou em preto (ou especial). Em branco, pode ser 
depositado em qualquer banco, em preto (ou especial) somente pode ser depositado na instituição 
indicada entre os travessões. 
Fonte: O Paralelo 
 
 
(m19i08) – Os cheques de viajante (traveller’s check) são uma espécie de cheque administrativo. 
Possuem como característica que sua emissão está relacionada a um contrato de câmbio de moedas, e 
que seu pagamento pode ser efetuado no exterior. 
Fonte: Blog de Viagens 
 
http://oparalelocampestre.blogspot.com.br/2012_05_11_archive.html
http://www.blogdeviagens.com.br/2010/07/29/travelers-cheques/
1.6.4 Cheque para ser Levado em Conta 
 Da mesa forma que o cheque cruzado, o cheque para ser levado em conta 
somente não pode ser pago em dinheiro. Trata-se de outra modalidade de pagamento de 
cheque, que somente poderá ser quitado por lançamento contábil (crédito em conta, 
transferência, compensação, etc.). 
 
(m19i10) – Esta modalidade foi introduzida pela Lei do Cheque, em 1985. O cheque considera-se 
lançando para ser levado em conta quando inserida no documento alguma cláusula que demonstre 
que o cheque somente poderá ser depositado, por exemplo: para ser creditado em conta. 
Fonte: Miggo 
O art. 46 da LC afirma que a cláusula deve aparece de forma transversal 
no documento. No entanto, a doutrina entende que se trata de um requisito não essencial, 
e desde que a mesma não se confunda com outra declaração cambial, considera-se 
igualmente válida. 
1.7 Vencimento e Pagamento do Cheque 
O cheque é uma ordem de pagamento à vista, e deve ser apresentado ao banco 
para cobrança nos prazos estabelecidos por lei, que são: 
 Trinta dias para cheques lançados na mesma praça do pagamento. Por praça 
de emissão entende-se o município onde o titulo foi lançado. 
 
 Sessenta dias para cheques lançados em praça distinta daquele indicado no 
documento como local de pagamento. Por praça de pagamento entende-se 
município onde o cheque será pago. 
 
CHEQUE - PRESCRIÇÃO - CONTAGEM DO PRAZO - 
EXCEÇÃO DO ART. 47, § 3º DA LEI DO CHEQUE - 
QUESTÃO QUE EXIGE PROVA. 
I - O prazo de prescrição da ação para cobrança do cheque é de 
seis meses, contados da expiração do prazo de apresentação e 
não da data de sua emissão. 
II - Eventual ocorrência da exceção prevista no § 3º do art. 47 
do CPC, exige dilação probatória. Não se pode afirmar sua 
ocorrência, apenas porque o cheque foi cobrado ao sacado, 
após o prazo de apresentação. 
III - Afastada a prescrição da ação cambiária, reconhecida de 
ofício em segundo grau de jurisdição, mister o retorno dos 
autos à instância de origem para que o Tribunal aprecie a 
apelação da parte, sob pena de supressão de instância. 
http://www.miggo.com.br/imgarq/181/293363_533.jpg
IV - Recurso conhecido e provido." (STJ – 3ª Turma, Recurso 
Especial 182639/MS, Rel. Min. Waldemar Zveiter, j. 
18/10/1999, DJU 29/11/1999, pág: 160 – grifou-se) 
 
 
Cuidado ! não confundir com os prazos de compensação dos mesmos, que 
são: 
 
 
(m19i11) – Os Prazos de Compensação dos Cheques são determinados pelo Banco Central. 
Fonte: Banco Central do Brasil 
 
IMPORTANTE: o local indicado (praça) é um requisito formal, e não 
necessariamente deve coincidir com o local em que efetivamente o documento foi 
preenchido inserido no documento. 
O cheque não apresentado no prazo legal pode ser pago pelo banco, desde que 
ainda não tenha ocorrido a prescrição do título e o correntista possuir fundos suficientes 
(art. 35 da LC). No entanto, vencido o prazo para apresentação do cheque para 
pagamento, o credor fica submetido às seguintes consequências: 
 Perde o direito de cobrar dos coobrigados cambiários. Por tanto, os 
endossantes e avalistas do endossante não poderão ser executados. 
 Perde o direito de executar o emitente do cheque, se este, durante o prazo da 
apresentação dispunha de fundos para o pagamento da cártula, e após o 
vencimento de dito prazo os fundos da sua conta corrente deixaram de existir 
sem sua culpa (por exemplo, por falência do banco). 
 
17.1 Pagamento de cheque por meio de compensação: 
 
Nos termos do art. 368 do Código Civil, há compensação quando duas pessoas forem 
ao mesmo tempo credor e devedor uma da outra, as duasobrigações extinguem-se, até 
onde se compensarem. 
http://www.bcb.gov.br/?chequeprazo
 
Nesse sentido, o pagamento do cheque por compensação representa sua liquidação. 
A lei do Cheque refere-se à compensação no art. 34, quando informa: “A apresentação 
do cheque à câmara de compensação equivale à apresentação a pagamento”. Esse “serviço 
de compensação” foi delegado ao Banco do Brasil S.A. pelo Banco Central do Brasil, 
sendo assim, acabe àquele a função de organizar e dirigir a câmara de compensação. 
 
1.8 Sustação do Cheque 
Após emissão do cheque o sacador pode excepcionalmente sustar o pagamento 
do título, de duas formas: 
1.8.1 Revogação (ou Contraordem) 
É o ato jurídico praticado exclusivamente pelo emissor do cheque em 
virtude do qual este comunica a sustação do pagamento. A revogação pode ser por aviso 
epistolar, notificação judicial ou extrajudicial e deve estar acompanhada dos motivos ou 
razões que fundamentam a contraordem. Cumpridos os requisitos formais, o banco não 
pode questionar o pedido do sacador. 
Importante: a revogação somente é possível após o vencimento do prazo 
de apresentação (art. 35 da LC). 
1.8.2 Oposição 
É o ato jurídico que pode ser praticado pelo emissor ou beneficiário do 
título em virtude do qual se comunica a sustação do pagamento. 
 A Oposição pode ser feita por notificação escrita ao banco, informando dos motivos jurídicos que 
levaram a sustação, como pode ser, por exemplo, o roubo do documento, extravio, etc. 
 
A partir de momento em que a oposição é informada ao banco, e estando 
presentes os requisitos formais, este não pode questionar a solicitação e fica obrigado ao 
não pagamento do cheque. 
1.8.3 A Sustação como Crime de Fraude 
O artigo 171, § 2°, VI do Código Penal, considera crime a sustação de 
cheque quando feita de forma dolosa ou fraudulenta provocando dano ao legítimo 
portador da cártula. A punição é valida tanto para a sustação por revogação como por 
oposição. A aplicação da norma é pacífica pelos tribunais nacionais. 
1.9 Cheque Sem Fundos 
São vários os motivos pelo qual o banco pode devolver o cheque ao beneficiário, 
e por tanto, negar-se ao pagamento do título. 
(m19i13) As causas são determinadas por Resolução do Banco Central. 
 
http://www.bcb.gov.br/pom/spb/Estatistica/Port/tabdevol.pdf
As causa mais comum de devolução é a falta de fundos. Neste caso, o credor tem 
duas alternativas: 
 Proceder a seu protesto, no local de pagamento ou no domicilio do emitente 
(art. 6° da Lei 9.492/97) 
 Substituir o protesto por declaração do banco sacado, em que consta a data de 
apresentação do cheque (ou escrita e datada pela câmara de compensação) 
deixando registrada a falta de fundos para honrar a obrigação cartular. 
Importa salientar que a declaração bancaria somente substitui o protesto para fins 
de conservação do direito creditício. 
Para pedir falência do empresário emissor de cheque sem fundos ainda é 
necessário o protesto. 
1.9.1 O Crime de Emissão de Cheque Sem Fundo 
A emissão de cheque sem fundo é considerado crime nos termos do art. 
171, § 2°, VI do Código Penal. Trata-se de crime doloso, e portanto, incorre em ilícito 
penal quem lança cheque sem fundos por culpa ou negligência no controle de seu saldo 
bancário. Jurisprudência. 
1.9.2 Prazos para Execução 
A ação de cobrança de cheque sem fundos contra qualquer devedor prescreve aos 
seis meses contados desde o término do prazo de apresentação a pagamento (art. 59 da 
LC). Por sua vez, a ação de regresso de um coobrigado contra outro, prescreve aos seis 
meses contando do pagamento ou da distribuição judicial (art. 59, parágrafo único da LC). 
Importante! se a ação de cobrança for relacionada a cheque pós-datado, para a 
contagem do prazo considera-se como data inicial a de apresentação para pagamento, e 
não a data lançada no título. 
Vencido o prazo para execução cambial, poderá o credor ingressar com ação de 
conhecimento com base no enriquecimento sem causa de emitente do cheque. Neste caso, 
o prazo prescricional é de dois anos (art. 61 da LC). 
Cambiário - O credor de cheque sem fundos deve receber 
juros de mora a partir da data da primeira apresentação do 
título que tem seu pagamento negado pelo banco devido ao 
saldo insuficiente na conta. A regra está prevista no artigo 52, 
inciso II, da Lei 7.357/85 – a Lei do Cheque. O dispositivo 
estabelece que o portador do cheque pode exigir do devedor os 
juros legais desde o dia da apresentação. Com base nessa regra, 
a Quarta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) negou 
recurso especial de uma devedora que pretendia fazer com que 
os juros fossem cobrados apenas a partir da citação na ação de 
cobrança. Em seu recurso, ela apontou violação ao artigo 219 
do Código de Processo Civil (CPC), que estabelece que a 
citação constitui em mora o devedor. (REsp 1354934, STJ 
29.8.13) 
 
1.10 Cheque como Instrumento de Prova 
Além da sua função cambial específica, o cheque pode servir como instrumento 
de prova para demonstrar a extinção de obrigações. Para tanto, é necessário que sejam 
observados os requisito formais do art. 28 da LC.

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