Buscar

livro-ebook-paradoxos-de-deus

Prévia do material em texto

4
Uma publicação da Igreja Batista da Lagoinha
Gerência de Comunicação: Ana Paula Costa.
Edição Abril/2008.
Transcrição: Else Albuquerque.
Copidesque: Jussara Fonseca.
Revisão: Adriana Santos.
Capa e Diagramação: Luciano Buchacra.
5
ApresentAção
o mundo tem uma visão consumista, materialista, em que o “ter” sufoca o “ser”. O homem tem aprendido 
que quanto mais possui, mais ele se torna poderoso e in-
vulnerável. A corrida pelo poder tem tornado os homens in-
sensíveis, auto-suficientes e arrogantes, crendo que o servir 
é tarefa apenas para subalternos, pessoas incapazes de algo 
maior. 
Vencer é a meta principal, não importam os meios, pois 
derrota é coisa de fracassado, e quem deseja esse rótulo? A 
vitória para o mundo é o acúmulo de riquezas e títulos. O 
homem ainda não se conscientizou de que como chegou 
ao mundo, assim sairá dele, ou seja, sem nada. Trabalham, 
lutam, derrotam, humilham... tudo em nome do poder e do 
6
sucesso.
Os homens não têm mais tempo para as coisas de Deus, 
porque dizem que “isso é conversa de gente desocupada, 
Deus não está preocupado com ‘essas coisas’”. O mundo é 
feito de coisas palpáveis, e do invisível, a única coisa que eles 
querem é respirar o ar, o que nem se lembram que também 
é obra de Deus.
A Palavra de Deus tem sido considerada loucura para 
muitos. As verdades nela contidas são concebidas por al-
guns como “contradições” indignas de crédito.
Será que tudo funciona mesmo dessa maneira? Cla-
ro que não. Nesta leitura, você conhecerá algumas dessas 
“contradições”. Ao conhecer os profundos ensinamentos 
que Deus revela por meio dessas verdades paradoxais, com 
certeza, a sua vida será transformada.
Boa leitura!
7
CApítulo 1 
A pAlAvrA vivA
“No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o 
Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coi-
sas foram feitas por intermédio dele, e, sem ele, nada do que foi 
feito se fez. A vida estava nele e a vida era a luz dos homens.” 
(João 1.1-4).
A Palavra de Deus não é simplesmente um livro, é uma 
Pessoa Viva, porque Jesus é o Verbo Vivo de Deus: “E o Verbo 
se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, 
e vimos a sua glória, glória como do unigênito do Pai.” (João 
1.14). A Palavra é vida. O Espírito Santo de Deus vivifica a 
Palavra e a torna geradora da vida que há em Cristo Jesus. 
8
O Senhor fala conosco por intermédio da sua Palavra. Em 
Provérbios 30.1, lemos que “toda palavra de Deus é pura; ele é 
escudo para os que nele confiam.” (Provérbios 30.5). Todas as 
vezes que lemos a Bíblia e ouvimos a Palavra, podemos estar 
certos de que Deus, nosso Pai, está falando conosco. Ele é o 
nosso escudo e mediante a Bíblia nos ensina e exorta-nos, 
consola-nos e nos edifica. Pela sua Palavra, Ele fala conos-
co e, como Pai zeloso nos instrui no caminho da verdade, 
o único caminho que nos leva à vida, porque “há caminho 
que ao homem parece direito, mas ao cabo dá em caminhos de 
morte” (Provérbios 14.12). Há muitas maneira de Deus nos 
falar. Ele nos fala por meio de profecias, sonhos, revelações, 
por meio de outras pessoas... Contudo, a sua Palavra é au-
toridade máxima. Ela é o meio mais contundente pelo qual 
Deus nos fala. Por meio do Espírito Santo, compreendemos 
a Palavra e a mais expressão da verdade, que ela encerra. 
“Passará o céu e a terra, porém as minhas palavras não passa-
rão.” (Marcos 13.31). As palavras do Senhor permanecerão 
para sempre, porque são a essência de Deus; e, como o pró-
prio Deus são eternas. Elas não perdem a validade; não têm 
prazo de expiração. Não há nenhuma ocasião em que você 
busque a Bíblia e fique sem uma mensagem para sua vida, 
que Deus não fale diretamente ao seu coração, porque a Pa-
lavra de Deus é viva e eficaz. 
 
9
A nossa fé é baseada, fundamentada na Bíblia. Não 
caminhamos baseados em sentimentos e suposições. Não 
conjecturamos a respeito do nada. Existe algum ideal que 
exprima maior veracidade do que aquele baseado no eter-
no? Aquele cuja base seja solidificada num fundamento que 
resiste a mais de dois mil anos de história, permanecendo 
inalterado e atual, aplicável e útil? Nosso fundamento é Je-
sus Cristo e suas palavras; nosso ideal é o seu estilo de vida. 
Nossa fé se firma na Palavra de Deus, que se explica por si 
mesma, dispensa correções ou adaptações. 
Nas próximas páginas, à luz do Espírito do Senhor, dis-
sertaremos a respeito de verdades que aparentemente são 
contraditórias. Apenas aparentemente, porque quando nos 
voltamos para o conhecimento, mediante a revelação da 
Palavra, entendemos que não há contradição alguma. Para 
aqueles cujos olhos ainda não contemplaram a verdadeira 
luz, para aqueles cujos corações ainda não abrigam o Espí-
rito Santo e cujas vidas ainda permanecem sem o senhorio 
de Jesus, essas verdades ainda se apresentam como contra-
dições; contudo, para nós, é a mais cristalina verdade. É a 
viva Palavra do Pai.
Essas verdades contraditórias que temos chamado de 
paradoxais, permeiam a Bíblia e nossa fé. Quando temos 
o entendimento, temos a compreensão e, no nosso cami-
nhar com Deus, quanto maior for a nossa comunhão com 
10
Ele, maior é a nossa compreensão. As Escrituras dizem que 
o povo de Deus “está sendo destruído, porque lhe falta o co-
nhecimento” (Oséias 4.6). Também afirmam que o povo que 
conhece o seu Deus será forte e fará proezas (Salmos 60.12). 
Jesus, quando mencionou a parábola do semeador, Ele disse 
que a semente é lançada num tipo de solo à beira do cami-
nho e que, vindo as aves, a comerão. Esses são os que ouvi-
ram a Palavra de Deus, mas não a compreenderam, por isso 
vieram as aves, que representam o maligno, e lhes roubaram 
o que lhes fora semeado no coração. A semente foi roubada 
por falta de entendimento e de compreensão. Por isso, ca-
minharemos juntos os doze passos que nos darão conheci-
mento para entender que, em aparentes contradições, está 
a mais genuína e inquestionável verdade. 
À luz do Espírito Santo de Deus, compreenderemos os 
mandamentos que regem essa pseudo-incoerência.
11
CApítulo 2 
vendo o invisível
A primeira contradição aparente é afirmar que nós ve-mos coisas invisíveis. Normalmente, as pessoas só 
vêem o que é visível, mas as Escrituras dizem em 2 Coríntios 
4.18: “Não atentando nós nas coisas que se vêem, mas nas que 
se não vêem; porque as que se vêem são temporais, e as que se 
não vêem são eternas.” É uma aparente contradição. Esse tex-
to nos exorta a não considerarmos aquilo que vemos, mas 
a ponderarmos exatamente sobre o que ainda não vemos. 
Como pode ser isso? Há muitas coisas que nós não vemos. 
Quando estamos no templo, participando e elevando nosso 
culto a Deus, ao olharmos os bancos e as pessoas ao nos-
12
so lado, não vemos nenhum anjo. Contudo, sabemos que 
eles estão lá. Antes das reuniões, oramos a Deus pedindo 
que envie seus anjos até você, guardando-o, ministrando 
em sua vida, impelindo-o a estar nos cultos. Fazemos assim 
porque cremos que os anjos são espíritos ministradores em 
favor daqueles que vão herdar a Salvação. Você não vê com 
os seus olhos naturais, mas há sempre um anjo ao seu lado: 
Ao se levantar, ao caminhar, ao se deitar... A Palavra diz que 
“o anjo do Senhor acampa-se ao redor dos que o temem e os 
livra” (Salmos 34.7). Mais real do que o seu reflexo no espe-
lho é a presença do anjos. Porque não os vemos, pode pare-
cer contradição, mas a Palavra diz que o “justo viverá pela fé” 
(Hebreus 10.38.) E a nossa fé é em Jesus Cristo em toda a Pa-
lavra de Deus, que afirma não só a existência, como também 
a presença dos anjos ao nosso lado, como ministradores das 
muitas bênçãos do Pai.
Você vê o seu corpo, mas esse corpo é físico, temporal. 
Ele passa; o que é espírito, entretanto, é invisível; porém, 
eterno. Ao caminharmos pela fé, precisamos reconhecer 
que o mundo espiritual é muito mais real do que o físico, 
porqueo espiritual permanece para sempre, enquanto o fí-
sico passa, bem como as suas concupiscências. Com a mes-
ma realidade dos anjos, caminha a realidade de Satanás e 
seus demônios. Com os nossos olhos físicos, não enxerga-
mos o mundo espiritual. Com os nossos cinco sentidos, ape-
13
nas tomamos consciência do mundo natural, mas pela fé, 
pelo nosso espírito, tocamos o mundo espiritual. E aqueles 
que não nasceram de novo não entendem isso. 
Houve um momento na vida de Eliseu que exemplifica 
bem isso. Ele estava com seu servo no alto do monte, cerca-
do pelo exército da Síria, que era numerosíssimo, com milha-
res e milhares de soldados. As lanças inimigas brilhavam, as 
bandeiras tremulavam... E ali estava Eliseu com o seu moço. 
Ambos na mesma situação, porém com atitudes muito dife-
rentes. Eliseu estava tranqüilo, mas seu servo, aflito, ansioso 
e desassossegado. Era como se ele dissesse: “Eliseu, como 
você consegue ter tranqüilidade numa hora dessas? Olhe 
o exército inimigo aí! Estamos cercados, sem saída, e você 
com essa calma? O que faremos?” Eliseu mantinha o equilí-
brio, estava sereno, mas o moço não impendia e se agitava. 
Então Eliseu orou pedindo? “Senhor, peço-te que lhe abras 
os olhos para que veja” (2 Reis 6.17) e, naquele instante, os 
olhos do moço foram abertos e ele pôde ver. Viu o exército 
de Deus, os anjos do Senhor, então ele pôde concordar com 
o que Eliseu já lhe havia dito: “mais são os que estão conosco 
do que os que estão com eles” (2 Reis 6.16). Era muito maior 
o exército de Deus. Por isso está escrito: “não atentando nós 
nas coisas que se vêem, mas nas que se não vêem; porque as 
que se vêem são temporais, e as que se não vêem são eter-
nas.” (2 Coríntios 4.18). Aquilo que vemos não é, mas aquilo 
14
que não vemos é exatamente o que é. Esse é mais um dos 
paradoxos que encontramos na Bíblia. Para muitos, isso é 
algo diferente e inaceitável.
15
CApítulo 3 
reinAmos 
servindo
o texto de Marcos 10.42-44 nos apresenta uma aparente contradição que, entretanto, é o princípio do Senhor: 
“Mas Jesus, chamando-os para junto de si, disse-lhes: Sabeis 
que os que são considerados governadores dos povos têm-
nos sob seu domínio, e sobre eles os seus maiorais exercem 
autoridade. Mas entre vós não é assim; pelo contrário, quem 
quiser tornar-se grande entre vós, será esse o que vos sirva; 
e quem quiser ser o primeiro entre vós será servo de todos.” 
“... e quem quiser ser o primeiro entre vós será servo de to-
16
dos.” Interessante! No mundo, quanto maior for o número de 
pessoas que nos servem, mais somos considerados grandes, 
importantes. Contudo, no reino de Deus é diferente: quanto 
mais pessoas nós servimos, mais nos tornamos fortes, in-
fluentes, maiores. Reinamos servindo. Pode soar estranho, 
porque o contexto do mundo é o oposto da nossa fé. Para o 
mundo, servir é sinal de pequenez, enquanto para nós, ser-
vir é privilégio.
Quando você está em um restaurante, quem é o maior, 
quem está à mesa ou o garçom? Muitas pessoas entende-
riam Assim: “Quem está à mesa, é claro! Porque quem está à 
mesa se encontra em uma posição superior.” Mas na ótica de 
Deus, pela qual também devemos ver o mundo, é o garçom 
que está em posição superior, porque é ele quem está ser-
vindo. “[...] quem quiser tornar-se grande entre vós, será esse 
o que vos sirva; e quem quiser ser o primeiro entre vós será 
servo de todos” – assim está escrito!
Jesus foi o maior e mais excelente exemplo de servo que 
temos. Sendo Rei, Jesus serviu em todo o tempo. No livro 
de João, Jesus nos dá um perfeito exemplo de humildade 
quando passa a lavar os pés dos seus discípulos. As palavras 
do próprio Jesus nos fazem compreender profundamente 
esse princípio:
“Depois de lhes ter lavado os pés, tomou as vestes e, vol-
tando à mesa, perguntou-lhes: Compreendeis o que vos fiz? 
17
Vós me chamais o Mestre e o Senhor e dizeis bem; porque eu o 
sou. Ora, se eu, sendo o Senhor e o Mestre, vos lavei os pés, tam-
bém vós deveis lavar os pés uns dos outros. Porque eu vos dei o 
exemplo, para que, como eu vos fiz, façais vós também. Em ver-
dade, em verdade vos digo que o servo não é maior do que seu 
senhor, nem o enviado, maior do que aquele que o enviou. Ora, 
se sabeis estas coisas, bem-aventurados sois se as praticardes.” 
(João 13.12-17).
Nosso modelo de perfeição é o Senhor Jesus, nele nos 
inspiramos. Você, eu e todos nós devemos servir com amor 
e nunca pensar que esta atitude se torna desmerecimento, 
muito ao contrário, o serviço revela grandeza de espírito e 
gera galardão no céu. Felizes serviremos, sabendo que no 
Senhor, nosso trabalho não é vão:
“Portanto, meus amados irmãos, sede firmes, inabaláveis 
e sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que, no Se-
nhor, o vosso trabalho não é vão.” (1 Coríntios 15.58). 
18
19
CApítulo 4 
os dois jugos
Outro paradoxo da Palavra de Deus está em afirmar que 
só encontramos descanso quando estamos debaixo do jugo. 
Vejamos o que está escrito em Mateus 11.28-30: “Vinde a 
mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos 
aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, por-
que sou manso e humilde de coração; e achareis descanso para 
a vossa alma. Porque o meu jugo é suave, e o meu fardo é leve.” 
Aparentemente, a única maneira de encontrarmos descan-
so é em uma confortável poltrona, debaixo de uma sombra 
ou em um colchão bem macio. Ilusoriamente, pensa-se que 
o descanso mental está relacionado à independência, isto é, 
20
em não ter alguém acima de nós que venha, de alguma ma-
neira, direcionar nossos pensamentos ou atitudes. Nenhu-
ma submissão. Mas as Escrituras afirmam que nós achamos 
descanso quando estamos debaixo do jugo. Primeiramente, 
precisamos entender o que é jugo. Jugo é a junta de bois, a 
canga, ou seja, aquilo que se põe nos pescoço dos bois para 
que andem alinhados e harmoniosamente puxem o carro, 
tornando o trabalho suave e produtivo. Uma vez entendido 
o significado desse vocábulo, é necessário compreender de 
qual jugo a Palavra está falando.
Há muitos tipos de jugo. Antes da nossa conversão, tam-
bém estávamos debaixo de um jugo. Todos os homens estão 
nessa situação, queiram ou não; tenham ou não consciência 
disso. Aqui, mostraremos dois tipos de jugo: o pesado, de 
Satanás, e o leve, de Jesus. Quando a pessoa não conhece ou 
recebe Jesus como Senhor de sua vida, ela está sob o jugo 
opressor e do fardo pesado de Satanás. Quando ela recebe 
a Jesus como Salvador e Senhor, aceitando totalmente seu 
senhorio, então, está debaixo do jugo suave e do fardo leve, 
que é o de Jesus. É uma questão de escolha. Podemos optar 
pelo jugo do Senhor Jesus ou pelo de Satanás. Nós podemos 
eleger os fatores determinantes da nossa vida. Não existe o 
chamado destino, enquanto predeterminação, ou algo que 
invariavelmente vai acontecer. Não existe esse fatalismo tão 
divulgado, ao contrário, o que a Bíblia afirma e que pela fé 
21
proclamamos é que a nossa vida é feita de escolhas. “[...] Se 
alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa 
e cearei com ele, e ele, comigo [...] se, com a tua boca, confes-
sares Jesus como Senhor [...] se, porém, andarmos na luz, como 
ele está na luz, [...] se guardarmos os seus mandamentos [...]” 
(Apocalipse 3.20; Romanos 10.9; 1 João 1.7; 2.3).
“Se” é uma conjunção que indica condição, e toda vez 
que temos uma condicional, temos também um escolha: ou 
nos rendemos às condições ou as rejeitamos. Essas escolhas 
são os fatores determinantes da nossa vida. Só há descanso 
real quando estamos sob o jugo de Jesus. Todas as palavras 
do Senhor não são por jugo pesado. Porque quando acei-
tamos Jesus, experimentamos a boa, perfeita e agradável 
vontade de Deus para nossa vida (Romanos 12.2). 
22
23
CApítulo 5 
venCendo pelA 
rendição
É contraditório dizer que vencemos quando nos redemos. Aparentemente, a vitórianuma guerra é assim: vence 
quem se sobrepõe ao outro. Mas é interessante que há ou-
tro paradoxo dizendo que nós vencemos quando nos sub-
metemos; quando nós nos rendemos. Em Romanos 6.16-18; 
22 está escrito: “Não sabeis que daquele a quem vos ofereceis 
como servos para obediência, desse mesmo a quem obedeceis 
sois servos, seja do pecado para a morte ou da obediência para 
a justiça? Mas graças a Deus porque, outrora escravos do pe-
24
cado, contudo, viestes a obedecer de coração à forma de dou-
trina a que fostes entregues; e, uma vez libertados do pecado, 
fostes feitos servos da justiça... transformados em servos de 
Deus, tendes o vosso fruto para a santificação e, por fim, a vida 
eterna.” Um dia, fizemos essa opção. Não queríamos mais 
continuar como servos do pecado e, então, nos rendemos 
ao Senhor. Pelo fato de termos nos rendido a Ele, tornamo-
nos servos da obediência e da justiça. Esse texto da Palavra 
fala de modo claro que nós vencemos exatamente pela sub-
missão. Contudo, é preciso estar atentos a quem vamos nos 
submeter, porque a Palavra nos adverte dizendo: “Sujeitai-
vos, portanto, a Deus; mas resisti ao diabo, e ele fugirá de vós.” 
(Tiago 4.7). Porque “a nossa luta não é contra o sangue e a 
carne, e sim contra os principados e potestades, contra os do-
minadores deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais 
do mal nas regiões celestes.” (Efésios 6.12).
A nossa luta não é carnal, e sim espiritual. Muitas pes-
soas ficam se digladiando, medindo forças, tentando subju-
gar um ao outro, enquanto, na verdade, deveriam unir suas 
forças contra o inimigo comum – Satanás. Somente quando 
estamos em total submissão ao Senhor e tomamos posse 
de toda a armadura de Deus é que somos verdadeiramente 
vencedores. Porque está escrito: 
“Quanto ao mais, sede fortalecidos no Senhor e na força 
do seu poder. Revesti-vos de toda a armadura de Deus, para 
25
poderdes ficar firmes contra as ciladas do diabo; porque a nos-
sa luta não é contra o sangue e a carne, e sim contra os princi-
pados e potestades, contra os dominadores deste mundo tene-
broso, contra as forças espirituais do mal, nas regiões celestes. 
Portanto, tomai toda a armadura de Deus, para que possais re-
sistir no dia mau e, depois de terdes vencido tudo, permanecer 
inabaláveis. Estai, pois, firmes, cingindo-vos com a verdade e 
vestindo-vos da couraça da justiça. Calçai os pés com a prepa-
ração do evangelho da paz; embraçando sempre o escudo da 
fé, com o qual podereis apagar todos os dardos inflamados do 
Maligno. Tomai também o capacete da salvação e a espada do 
Espírito, que é a palavra de Deus.” (Efésios 6.10-17).
Existe vitória maior do que aquela que nos faz 
permanecer inabaláveis? Nós somente somos verda-
deiramente grandes quando nos tornamos peque-
nos – na visão de Deus. O mundo não entende isso. 
Grande é grande e pequeno é pequeno, simples e lite-
ral. Mas no reino de Deus, o pequeno é que é grande. 
Vejamos o que está escrito em Lucas 9.46-48:
“Levantou-se entre eles uma discussão sobre qual deles seria 
o maior. Mas Jesus, sabendo o que se lhes passava no coração, 
tomou uma criança, colocou-a junto a si e lhes disse: Quem rece-
ber esta criança em meu nome a mim me recebe; e quem receber 
a mim recebe aquele que me enviou; porque aquele que entre 
vós for o menor de todos, esse é que é grande.”
26
O mundo espiritual é mesmo interessante e peculiar! O 
menor de todos é considerado o maior; por isso, quem qui-
ser ser grande deve ser o menor. O estilo de vida do povo de 
Deus é uma prática diferente. Lendo a biografia de um moço 
africano, chamado Samuel Mores, fiquei profundamente 
sensibilizado. Ele foi para uma faculdade teológica nos Es-
tados Unidos porque queria aprender a conhecer mais o 
Espírito Santo. Lá, quando foi receber as chaves do seu apo-
sento, perguntaram-lhe: “Em qual apartamento você deseja 
ficar?” Aquele moço possuía muito de Jesus em sua vida, e as 
pessoas que conviviam com ele atestavam isso. E a respos-
ta daquele moço me marcou até hoje. Ele disse: “Eu quero 
um aposento que ninguém queira.” Ele escolhera aquele 
quarto que ninguém queria. Isso é muito interessante! Ou-
tros tantos milhares passaram por aquela faculdade e foram 
esquecidos. Entretanto, até hoje, Samuel Mores é lembrado, 
porque ele manifestava a vida do Senhor, e é o próprio Jesus 
quem diz: “[...] aquele que entre vós for o menor de todos, 
esse é grande.”
27
CApítulo 6 
HumilHAdo e 
exAltAdo
exaltação e humilhação. Termos opostos; um é procura-do, e o outro é evitado. Um dos paradoxos interessantes 
da nossa fé, que tem uma conotação muito profunda, está 
em Mateus 23.12, que diz assim: “Quem a si mesmo se exal-
tar será humilhado; quem a si mesmo se humilhar será exal-
tado.” Nós somos verdadeiramente exaltados quando nos 
humilhamos. A palavra “humilhar”, aqui, não tem o sentido 
de rebaixar-se moralmente; trata-se da virtude que nos dá o 
entendimento da nossa fraqueza; é submissão. No conceito 
28
do mundo, porém, aquele que se exalta é porque tem mes-
mo valor e poder. E até mesmo alguns irmãos falam de si 
mesmos como se fossem auto-suficientes, como se o poder 
emanasse deles mesmos. Não são poucos os que dizem: “Eu 
estendi a minha mão... ah, eu amarrei o diabo... quando eu 
oro... eu converti muitas pessoas...” e nem se lembram de di-
zer que tudo o que fizeram foi em nome de Jesus, no qual re-
side todo o poder. Esses serão humilhados, porque o Senhor 
não dá a sua glória para ninguém, conforme Isaías 42.8: “Eu 
sou o Senhor, este é o meu nome; a minha glória, pois, não a 
darei a outrem, nem a minha honra, às imagens de escultura.” 
Deus não humilha ninguém, portanto, nós também não po-
demos humilhar ninguém. No Sermão do Monte, Jesus dis-
se: “Guardai-vos de exercer a vossa justiça diante dos homens, 
com o fim de serdes vistos por eles; doutra sorte, não tereis 
galardão junto de vosso Pai celeste.” Ao Senhor cabe exaltar 
ou fazer com que as pessoas reconheçam a própria fraqueza 
diante do seu poder infinito, porque “justiça e direito são o 
fundamento do teu trono; graça e verdade te precedem.” (Sal-
mos 89.14).
Como cristãos, semelhantes a Cristo, não precisamos fa-
lar muito de nós mesmos e das nossas obras. Deixe a vaida-
de de se auto-promover e exalte o nome do Senhor. 
Somente Jesus Cristo deve ser exaltado. Esse é o cami-
nho do Senhor. O caminho da exaltação é a humilhação, a 
29
humildade sincera. Não podemos agir como aquele que, 
tendo recebido da congregação uma medalha por sua hu-
mildade, apareceu no culto seguinte ostentando-a no peito. 
Mediante essa atitude de exaltação pela falsa humildade, não 
restou à congregação, outra medida senão a de retirar-lhe a 
medalha. Essa é apenas uma ilustração, mas que exemplifica 
muito bem a questão da humildade. Alguém me disse, e eu 
achei muito interessante, que o crente no Senhor Jesus deve 
crescer semelhantemente ao rabo do cavalo: sempre para 
baixo. Quanto mais crescemos, mais devemos ter os nossos 
“joelhos em terra”, como sinal de humildade, submissão e 
dependência em relação ao Senhor, àquele a quem eleva-
mos toda honra e glória. Mas é interessante que, à medida 
que desce, é que verdadeiramente você sobe. É como entrar 
em uma gruta: quanto mais descemos, mais desvendamos 
os seus mistérios, conhecemos as suas riquezas e maravi-
lhas. Só percebemos que estamos descendo porque temos 
um referencial: o solo. Assim, quanto mais nos humilharmos 
perante o Senhor, mais próximos dele e das suas riquezas 
ficaremos. Para nos humilharmos, também devemos ter um 
referencial, que não deve ser outro senão o próprio Senhor 
da nossa vida – Jesus. 
Não vamos nos transformar em capachos, porque o nos-
so parâmetro não é o homem, e sim Deus. A exaltação e a 
humilhação estão nas mãos do Senhor. 
30
31
CApítulo 7 
sábiA louCurA
Outra maravilhosa contradição da Palavra de Deusestá 
em 1 Coríntios 1.20-25:
“Onde está o sábio? Onde, o escriba? Onde, o inquiridor 
deste século? Porventura, não tornou Deus louca a sabedo-
ria do mundo? Visto como, na sabedoria de Deus, o mundo 
não o conheceu por sua própria sabedoria, aprouve a Deus 
salvar os que crêem pela loucura da pregação. Porque tanto 
os judeus pedem sinais, como os gregos buscam sabedoria; 
mas nós pregamos a Cristo crucificado, escândalo para os 
judeus, loucura para os gentios; mas para os que foram cha-
mados, tanto judeus como gregos, pregamos a Cristo, poder 
32
de Deus e sabedoria de Deus. Porque a loucura de Deus é 
mais sábia do que os homens; e a fraqueza de Deus é mais 
forte do que os homens.” 
Em outras palavras, nós somos sábios quando vivemos 
estritamente pelos princípios de Deus. Por amor a Cristo, so-
mos, muitas vezes, considerados loucos. Loucura é tudo que 
sai fora do comum, e a nossa fé é loucura porque amamos in-
tensamente a Jesus e a Ele seguimos sem questioná-lo. Mas 
esse foi o caminho que o Criador escolheu. Aprouve a Deus 
salvar os homens pela loucura da pregação, ou seja, o fato 
de pregarmos o Evangelho, aparentemente, para alguns, é 
loucura. A cruz se transforma em loucura, a Palavra para o 
mundo é loucura, mas determinou Deus que essa fosse a di-
reção. “O temor do Senhor é o princípio da sabedoria, revelam 
prudência todos os que o praticam [...]” (Salmos 111.10). Prin-
cípio, começo; elementos predominantes na restauração do 
novo homem em Cristo. Um paradoxo tremendo este – nós 
nos tornamos sábios quando loucos por Cristo. Isso não sig-
nifica que vamos ter um “parafuso” a mais ou a menos, muito 
pelo contrário, somos perfeitos. Porque o nosso Deus é per-
feito, se, em reverência e respeito, praticamos o temor do 
Senhor, então nos tornamos perfeitos. E a nossa perfeição 
é plano de Deus para nós. “Portanto, sede vós perfeitos como 
perfeito é o vosso Pai celeste.” (Mateus 5.48). Muitos consi-
deram a pregação do Evangelho uma loucura, a Salvação 
33
apenas pela fé. Se ao Evangelho fossem acrescentados al-
guns “faça isso ou aquilo”, “beba isso ou vista-se desse jeito” 
e outras coisas assim, talvez muitos se voltassem para Jesus. 
Contudo, ser salvo apenas pela fé no Senhor é loucura para 
muitos. Mas Deus quis que o homem fosse salvo dessa ma-
neira. “Nada acrescentareis à palavra que vos mando, nem di-
minuireis dela, para que guardeis os mandamentos do Senhor, 
vosso Deus, que eu vos mando.” (Deuteronômio 4.2).
O nosso Deus trino é perfeito, é auto-suficiente, a sua 
palavra basta. Jesus é o verbo de Deus, a palavra de vitória 
que nos foi liberada. Não é preciso acrescentar nada, porque 
nada falta; não é necessário tirar nem um ponto, porque não 
existe nada supérfluo. Assim como os judeus não aceitaram 
o Messias porque esperavam um Salvador coberto de ouro 
e com muitas riquezas, assim o homem, equivocadamente, 
espera obter a sua Salvação mediante sacrifícios e obras. O 
desejo do coração de Deus é que todo homem reconheça 
Jesus como Filho de Deus e o confesse como seu Senhor 
e Salvador, admitindo que o único sacrifício capaz de redi-
mir o homem foi realizado por Jesus na cruz. E, assim, toda 
humanidade aceite a “loucura” da pregação como verdade 
redentora. 
34
35
CApítulo 8 
verdAdeirA 
riquezA
“entristecidos, mas sempre alegres; pobres, mas enrique-cendo a muitos; nada tendo, mas possuindo tudo.” (2 
Coríntios 6.10). Essa é mais uma verdade bíblica repleta de 
palavras antagônicas. Como uma pessoa, estando triste, 
pode permanecer alegre? Como é possível que o pobre pos-
sa enriquecer não a um, mas a muitos? Como alguém que 
nada tem pode possuir tudo? São mistérios dos paradoxos 
divinos que o Espírito Santo nos revela à medida caminha-
mos com Ele. Porque não nos basta apenas tomar conheci-
mento da verdade, é preciso que haja revelação pelo Espí-
rito de Deus. É por isso que em Zacarias 4.6, o Senhor nos 
disse: “Não por força nem por poder, mas pelo meu Espírito, diz 
o Senhor dos Exércitos.” 
“Entristecidos, mas sempre alegres” (2 Coríntios 6.10), isso 
realmente acontece? Sim, “porque a palavra de Deus é viva, 
e eficaz, e mais cortante do que qualquer espada de dois gu-
mes, e penetra até ao ponto de dividir alma e espírito, juntas e 
medulas, e é apta para discernir os pensamentos e propósitos 
do coração” (Hebreus 4.12). A nossa alegria não está firmada 
nas circunstâncias, não vem do exterior para o interior, mas 
do nosso interior é que brotam rios de água viva. Jesus é a 
água da vida, e é ele quem nos proporciona a verdadeira 
alegria. Ainda que estejamos contristados por alguma situa-
ção, a nossa alegria jamais vai desaparecer. Se perdermos al-
guma coisa material, ficamos tristes por isso, mas nos alegra-
mos na certeza de que muito mais tem o Senhor para dar, 
porque “nem olhos viram, nem ouvidos ouviram, nem jamais 
penetrou em coração humano o que Deus tem preparado para 
aqueles que o amam.” (1 Coríntios 2.9). Se perdemos um ente 
querido, sofremos por sua ausência, mas nos alegramos em 
saber que ele estará com o Senhor. Ainda que ele tenha 
partido sem conhecer Jesus, apesar de a tristeza ser ainda 
maior, alegramo-nos porque o Senhor nos tem dado vida 
37
para levarmos outros à Salvação. Nessas e em tantas outras 
situações de aflição, conservamos a nossa alegria, porque 
temos aprendido a viver conforme Filipenses 4.4: “Alegrai-
vos sempre no Senhor; outra vez digo: alegrai-vos.” 
E um pobre pode levar riqueza a muitos? O maior tesou-
ro é aquele que não acaba. E qual a única riqueza que per-
manece para sempre senão a Palavra de Deus? Quando uma 
pessoa, considerada pobre pelo mundo, evangeliza levando 
Jesus Cristo ao coração de muitos, ela está enriquecendo a 
tantos quantos aceitarem a Palavra. Esse “pobre” estará en-
riquecendo a muitos porque certamente, como Moisés, ele 
“considerou o opróbrio de Cristo por maiores riquezas do que 
os tesouros do Egito, porque contemplava o galardão.” (He-
breus 11.26). 
Tudo que o cristão tem, ele não possui. Como? Jesus dis-
se em Lucas 12.37-44:
“Bem-aventurados aqueles servos a quem o senhor, quan-
do vier, os encontre vigilantes; em verdade vos afirmo que 
ele há de cingir-se, dar-lhes lugar à mesa e, aproximando-se, 
os servirá. Quer ele venha na segunda vigília, quer na tercei-
ra, bem-aventurados serão eles, se assim os achar. Sabei, po-
rém, isto: se o pai de família soubesse a que hora havia de vir 
o ladrão, vigiaria e não deixaria arrombar a sua casa. Ficai 
também vós apercebidos, porque, à hora em que não cuidais, 
o Filho do Homem virá. Então, Pedro perguntou: Senhor, pro-
38
feres esta parábola para nós ou também para todos? Disse o 
Senhor: Quem é, pois, o mordomo fiel e prudente, a quem o 
senhor confiará os seus conservos para dar-lhes o sustento a 
seu tempo? Bem-aventurado aquele servo a quem seu senhor, 
quando vier, achar fazendo assim. Verdadeiramente, vos digo 
que lhe confiará todos os seus bens.” 
A palavra “mordomo” vem do latim “majordomu”, que 
significa “o criado maior da casa”, o “administrador dos bens 
de uma casa”, o “serviçal encarregado da administração da 
casa.” Somos apenas os administradores dos bens do Se-
nhor, os serviçais da sua casa; porém somos considerados os 
criados maiores. Por isso, ainda que tenhamos a nota fiscal, 
o certificado de propriedade, a escritura... ainda assim, tudo 
isso são bênçãos materiais e não bens materiais. Há uma di-
ferença muito grande entre um e outro, porque como bên-
ção, vamos cuidar do que temos, mas não vamos nos ape-
gar às coisas. Não teremos nada como posse, como nossa 
propriedade. O carro é seu, com o certificado e nota fiscal; 
a casa é sua; você tem a escritura dela e paga os impostos 
devidos, contudo, você é apenas o mordomo disso. Esses e 
outros bens pertencem a Deus, por isso não devemos colo-
car o nosso coração nas coisas materiais. Em Mateus6.19-21, 
estão registradas as palavras de Jesus que nos diz:
“Não acumuleis para vós outros tesouros sobre a terra, 
onde a traça e a ferrugem corroem e onde ladrões escavam e 
39
roubam; mas ajuntai para vós outros tesouros no céu, onde 
traça nem ferrugem corrói, e onde ladrões não escavam, nem 
roubam; porque, onde está o teu tesouro, aí estará também o 
teu coração.” 
Por isso a Palavra diz, “nada tendo, mas possuindo tudo” 
(2 Coríntios 6.10). Podemos não ter muitos bens pessoais, 
mas continuamos tendo tudo, porque aqui desfrutamos 
as coisas, mas nosso tesouro está no céu, e a verdadeira ri-
queza está em desfrutar a comunhão com o Senhor aqui e 
eternamente. Poder dialogar com Deus, sentindo a sua pre-
sença, é a maior riqueza que o ser humano pode possuir. 
Quando temos esse entendimento, não são as riquezas que 
nos possuem, no sentido de nos dominar; somos nós que 
as dominamos quando não permitimos ser subjugados pela 
ambição do “ter”.
Dois rapazes fazendeiros estavam conversan-
do. Um deles era considerado rico, e o outro, pobre. O 
que se dizia rico, envaidecido, começou a contar van-
tagens: “Oh, está vendo aquela lagoa? Ela pertence 
à fazenda do meu pai; aqueles bois pertencem ao meu pai, 
e aquele roçado ali na frente é todinho nosso!” E apontava 
e falava. Aquele que era considerado pobre, mas que era 
cheio do Espírito do Senhor, disse: “Está vendo aquelas es-
trelas e também a lua? Elas pertencem ao meu Pai; está ven-
do as montanhas e todas aquelas campinas? Também são 
40
do meu Pai. Sabe o Sol, que agora você não vê, mas que está 
fornecendo luz para a lua brilhar? Ele pertence ao meu Pai. 
Está sentido o vento e o ar que respiramos? Então, também 
pertencem ao meu Pai!” A Palavra afirma que tudo foi criado 
para o nosso benefício (veja Gênesis 1.28-30). Quando cami-
nhamos de acordo com essa visão, tomamos consciência da 
nossa riqueza no Senhor e abandonamos o apego às coisas 
materiais, “porque o amor do dinheiro é a raiz de todos os ma-
les [...]” (1 Timóteo 6.10). 
Nós estamos neste mundo como peregrinos, como fo-
rasteiros, por isso não nos apegamos às coisas deste mundo, 
porque o nosso tesouro é o Senhor. Passe a tratar como bên-
çãos materiais e não como bens materiais tudo que lhes foi 
confiando pelo Senhor. Você sentirá a diferença. 
41
CApítulo 9 
A forçA dA 
frAquezA
O Senhor sempre deseja manifestar a sua vida em nossa 
própria vida. Em 2 Coríntios 12.10 está escrito: “Pelo que sinto 
prazer nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas perse-
guições, nas angústias, por amor de Cristo. Porque, quando sou 
fraco, então, é que sou forte.” Força e fraqueza são palavras 
cujos sentidos são naturalmente concebidos como antagô-
nicos. Contudo, pela fé, entendemos essa verdade bíblica 
não apenas pela fé, mas por vivenciá-la. Somente quando 
reconhecemos a nossa total dependência do Senhor nos 
42
tornamos fortes, porque quando nos julgamos auto-sufi-
cientes, lutamos com nossas próprias forças e utilizamos 
somente as armas naturais que conhecemos. Prosseguimos 
fazendo planos, estratégias e agindo conforme o nosso en-
tendimento natural. Mas a Palavra de Deus nos diz que “há 
caminho que ao homem parece direito, mas ao cabo dá em 
caminhos de morte.” (Provérbios 14.12). Ao reconhecer o fra-
casso, baixando suas armas, o homem se volta para Deus e, 
então, permite que Ele aja, tornando-se, dessa forma, forte 
no Senhor. 
Temos de reconhecer que estamos de pé não porque 
somos bons, mas porque a misericórdia do Senhor se reno-
va a cada manhã; porque ela dura para sempre. O apóstolo 
Paulo nos exorta dizendo: “Aquele, pois, que pensa estar em 
pé veja que não caia.” (1 Coríntios 10.12.) A Palavra de Deus 
não diz “aquele que está de pé”, e sim, “aquele que pensa 
estar em pé”. Estamos caminhando como em um fio, como 
equilibristas. Não devemos nos iludir acreditando que so-
mos tão fortes que vento algum poderá nos derrubar, ou 
situação alguma poderá nos abater, porque a Palavra diz: 
“aquele que pensa estar em pé [...]” Quando somos fracos 
da nossa própria força é que verdadeiramente nos tornamos 
fortes. Não estamos em pé por mérito próprio, mas porque o 
Senhor nos tem sustentado: “Eis que Deus é o meu ajudador, 
o Senhor é quem me sustenta a vida.” (Salmos 54.4). 
43
Precisamos caminhar como a certeza de que se não fos-
se a abundante graça do Senhor em nossa vida, se não fosse 
o Senhor nos sustentando, se não estivéssemos segurando 
em suas mãos, se não fosse o seu Espírito habitando em nós, 
se não fosse as suas misericórdias... já teríamos sido consu-
midos. O pensamento de que “eu posso, sou capaz, sou o 
bom, faço e aconteço por minha própria força” é o início do 
caminho da derrota. A Palavra nos diz que eu “tudo posso”, 
mas não na minha própria força, e sim “naquele que me forta-
lece” – Jesus Cristo (Filipenses 4.13). Sou forte quando estou 
na dependência do Senhor, vivendo totalmente ligado a Ele. 
Quando você começa a dizer que pode tudo em si mesmo, 
quando você declara a sua auto-suficiência e diz “Deus, eu 
não preciso do Senhor, eu já sou mais do que capaz”, você 
entra em rota de colisão e se destrói. 
Moisés foi diplomado em todos os cursos lá no Egito. 
Ele era inteligente e capaz. Ele pensava que podia resolver 
todas as coisas com a sua força, e acabou matando um sol-
dado egípcio, e por causa disso foi ridicularizado quando 
repreendeu dois hebreus que brigavam. Para o Senhor não 
importava toda a cultura de Moisés. Foi preciso que ele fi-
casse quarenta anos no deserto. Quando o Senhor se reve-
lou a ele, dizendo: “vem, agora, eu te enviarei a Faraó, para 
que tires o meu povo, os filhos de Israel, do Egito”, Moisés 
respondeu: “Quem sou eu para ir até Faraó e tirar do Egito os 
44
filhos de Israel?” Deus disse a Moisés: “Eu serei contigo...”, porém 
Moisés ainda insistiu: “Ah! Senhor! Eu nunca fui eloqüente, nem 
outrora nem depois que falaste a teu servo; pois sou pesado de 
boca e pesado de língua”. Então Deus disse a Moisés: “Vai, pois, 
agora, e eu serei com a tua boca e te ensinarei o que hás de 
falar.” (Êxodo 3.10-12; 4.10-12).
Quando Moisés reconheceu a sua fraqueza e a sua de-
pendência, o Senhor interveio em sua vida. Então Moisés se 
tornou forte, não porque confiava apenas em si mesmo, mas 
principalmente porque cria no que Deus realizaria por seu 
intermédio. Assim somos nós. Não devemos nos amedron-
tar e sim dizer: “Eu posso, porque o Senhor está comigo. Eu 
sei, porque o meu Deus me ensina. Eu faço, porque o Senhor 
realiza por meio de mim; sou forte, porque a força do Senhor 
é a minha força.”
Quando Gideão disse “Senhor, eu não posso”, o Senhor 
lhe respondeu: “Eu posso através de você.” Quando Sansão 
dizia: “Eu não posso”, o Senhor respondia: “Eu posso atra-
vés de você.” Somos fortes quando reconhecemos a nossa 
própria fraqueza. “Confia no Senhor de todo o teu coração e 
não te estribes no teu próprio entendimento. Reconhece-o em 
todos os teus caminhos, e ele endireitará as tuas veredas. Não 
sejas sábio aos teus próprios olhos...” (Provérbios 3.5-7).
Em 2 Coríntios 12.7-9, está escrito que triunfamos pela 
derrota. “E, para que não me ensoberbecesse com a grandeza 
45
das revelações, foi-me posto um espinho na carne, mensageiro 
de Satanás, para me esbofetear, a fim de que não me exalte. 
Por causa disto, três vezes pedi ao Senhor que o afastasse de 
mim. Então, ele me disse: A minha graça te basta, porque o po-
der se aperfeiçoa na fraqueza. De boa vontade, pois, mais me 
gloriarei nas fraquezas, para que sobre mim repouse o poder 
de Cristo.” Isto é muito profundo: “gloriar nas fraquezas, ga-
nhar quando se perde”. “Eu ganho quando ganho” é o pris-
ma do mundo. A perspectiva de Deus é mesmo diferente. 
Quando um avião decola e um passageiro perde o vôo, apa-
rentemente ele sai perdendo; mas, se esse avião cai, na ver-
dade ele ganhou. Na vidahá muita gente embarcando em 
avião com queda certa, achando que quem fica de fora é o 
perdedor. Entretanto, ao iniciar-se a queda, fica visível quem 
realmente foi o ganhador. Quando duas pessoas se mago-
am mutuamente, é comum pensar que aquela que tomou a 
iniciativa de pedir perdão foi a perdedora, ou seja, ela teve 
de se “rebaixar” e reconhecer seu erro. Mas, na verdade, ela 
foi a ganhadora, a vitoriosa, pois o Senhor no perdoa confor-
me perdoamos, e só pedimos perdão quando já perdoamos. 
No mundo espiritual é assim. Quantas vezes aparentemen-
te você está perdendo, mas é aí que você está ganhando. 
Quando Jesus estava ali na cruz, todos diziam que Ele tinha 
sido derrotado; o diabo batia no peito e dizia: “Eu venci, eu 
triunfei; eu venci, eu alcancei”, e dava os brados de vitória. E 
46
quem olhasse para Jesus na cruz, vendo ali o sangue se es-
vaindo, Seu corpo dilacerado, a vergonha encarnada, dizia: 
“Eis um derrotado, um fracassado.” Mas o importante era que 
a morte de Jesus era a sua própria vitória. Três dias depois, 
quando o corpo inerte do Senhor estava ali no túmulo, eis 
que o Espírito de Deus vivificou a carne. Três dias, e o Senhor 
se levanta, ressurrecto, vitorioso, cheio de glória, cheio de 
majestade, cheio de poder. Muitas vezes, você não espera 
acontecer a ressurreição. Muitas vezes você vê a derrota e 
não espera, não abre espaço para ver a ressurreição. Você 
precisa entender isto: a nossa vitória, muitas vezes, vem com 
uma aparente derrota. Se você não tiver essa compreensão 
do mundo espiritual, de poder ver o que os olhos naturais 
não vêem, então jamais poderá ser um autêntico vencedor.
Quando você reconhece Deus como soberano e sabe 
que Ele está no trono, você assume a Palavra que diz: “... que 
todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a 
Deus...” (Romanos 8.28). Há momentos em que não compre-
endemos nada do que está acontecendo, mas o próprio Je-
sus fala: “O que eu faço não o sabes agora; compreendê-lo-ás 
depois.” (João 13.7). Se você não estiver entendendo, não é 
hora para blasfemar, abrindo espaço de murmuração. Sai-
ba que o Senhor Deus continua sendo Deus e não muda. 
Paulo experimentou isso, a sua vitória vindo por meio de 
uma aparente derrota. Nós gostamos de nos gloriar muito 
47
em nossas virtudes, mais ainda no capítulo 12, no versículo 
5 de 2 Coríntios, nós encontramos algo muito significativo. 
Paulo nos diz: “De tal coisa me gloriarei; não, porém, de mim 
mesmo, salvo nas minhas fraquezas.” O que significa gloriar-
se nas fraquezas? Significa reconhecer as suas fraquezas no 
sentido de expô-las diante de Deus; como um livro aberto, 
para que Deus possa intervir. Quando reconhecemos nos-
sa fragilidade, nossa imperfeição, damos liberdade para o 
Senhor entrar, manifestar a sua glória e comunicar vida. É 
isso que o Senhor deseja. Toda proposta do Evangelho é nos 
levar à conformidade da imagem de Jesus. A proposta dele 
é esta: que eu e você andemos aqui na terra como Jesus an-
dou, pisando sobre suas pisadas, vivendo, manifestando a 
vida dele.
48
49
CApítulo 10 
A morte trAz vidA
Em 2 Coríntios 4.10-11, há uma referência que não gos-
tamos de falar, mas que é contundente. É o fato de que, 
quando morremos, vivemos. Vejamos o que diz a Palavra: 
“Levando sempre no corpo o morrer de Jesus, para que tam-
bém a sua vida se manifeste em nosso corpo. Porque nós, 
que vivemos, somos sempre entregues à morte por causa 
de Jesus, para que também a vida de Jesus se manifeste em 
nossa carne mortal.” Ou seja, morrendo, vivemos. Quando 
caminhamos dessa maneira, experimentamos a vida de 
Cristo, a paz que excede ao entendimento humano. Por isso 
Paulo disse em Romanos 12.1: “Rogo-vos, pois, irmãos, pelas 
50
misericórdias de Deus, que apresenteis o vosso corpo por sacri-
fício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racio-
nal.” No Antigo Testamento, as ofertas que eram levadas ao 
sacerdote para serem imoladas, colocadas no altar, podiam 
ser oferendas mortas ou vivas. Se trouxessem o cordeiro já 
morto, tudo o que sacerdote precisava fazer era colocá-lo 
sobre o altar e pôr fogo. Ao receber um cordeiro vivo, o sa-
cerdote podia imolá-lo no mesmo dia, no dia seguinte até 
um mês depois de recebê-lo. Entretanto, aquele cordeiro já 
era considerado um animal morto. Em outras palavras, ele 
estava vivo, mas não era mais dele, ele tinha sido consagra-
do. Caminhando de acordo com essa visão, por mais que pa-
reça estranho, a cada dia que passa, mais nos consideramos 
mortos, recebendo a verdadeira vida.
Vamos entender mais claramente isso. Ao entregar sua 
vida a Jesus e aceitá-lo como seu Senhor e Salvador, ime-
diatamente você reconhece que, quando Ele morreu, você 
morreu nele. O batismo proclama a nossa identificação 
com cristo. Ao passarmos pelas águas batismais, estamos 
proclamando ao mundo, confessando publicamente que 
morremos em Cristo para o pecado, e ressurgimos com Ele 
para uma nova vida, sem a prática do pecado. Porque quan-
do Cristo morreu, não morreu apenas por nós, mas morreu 
como nós. Por isso, no batismo, somos submersos na água, 
indicando sepultamento, e de novo trazidos à superfície, 
51
simbolizando ressurreição. Morremos e ressuscitamos com 
Cristo. A nossa identificação é com Ele: “Levando sempre 
no corpo o morrer de Cristo, para que também a sua vida 
se manifeste em nosso corpo. “Ah, isso é lindo demais! Você 
pode escolher: manifestar a vida de Jesus ou manifestar a 
sua própria vida. Morrer para que a Vida se manifeste. Isso é 
um paradoxo tremendo!
52
53
CApítulo 11 
perder pArA 
gAnHAr
E em João 12.24-25 o Senhor diz: “Em verdade, em ver-
dade vos digo: que, se um grão de trigo, caindo na terra, não 
morrer, fica ele só; mas, se morrer, produz muito fruto. Quem 
ama a sua vida, perde-a; mas aquele que odeia sua vida nes-
te mundo, preservá-la-á para a vida eterna.” Vamos entender 
por odiar, aqui, não significa que você deve deixar sua es-
posa, seus filhos e ir morar num mosteiro. Não significa que 
você nunca mais vai pentear os cabelos, usar desodorante, 
tomar banho, não é isso. Não é odiar a si mesmo. Nem que 
54
você deverá jejuar até a morte. Não é assim. Perder a sua 
vida é deixar a vida de Cristo se manifestar por meio da sua 
vida. A sua perspectiva de vida tem de ser a de Jesus, por-
que o centro é o Senhor. Quem ama a sua vida, colocando-a 
em primeiro lugar, como centro de tudo, diz a Palavra que 
esse que assim procede perdê-la-á. Mas aquele que odeia a 
sua vida neste mundo preservá-la-á para a vida eterna. Em 
outras palavras, você não vai fazer aquilo que sua carne, sua 
vontade lhe mandar fazer. Você vai fazer, sim, aquilo que o 
Senhor lhe ordenar que faça.
Foram descortinados, nesta leitura, alguns paradoxos: 
Vemos coisas invisíveis; vencemos pela derrota, pela sub-
missão, pela entrega; encontramos descanso sob um jugo, 
reinamos servindo; somos grandes quando nos tornamos 
pequenos; somos sábios quando loucos por amor a Cristo; 
possuímos todas as coisas quando não temos nada, ficamos 
fortes sendo fracos; triunfamos pela derrota, encontramos 
vitória quando nos gloriamos em nossa fraqueza; e vivemos 
quando morremos.
Quando nós caminhamos com essa visão, procedendo 
dessa maneira, é que encontramos a vitória. A cada momen-
to, ao reconhecermos a nossa fraqueza, tornamos-nos mais 
que vencedores. Em meio à fraqueza, Deus disse para Paulo: 
“Paulo, a minha graça te basta, porque o meu poder se aperfei-
çoa na fraqueza” (2 Coríntios 12.9). Você pode experimentar 
55
a perfeição do poder do Senhor em sua própria vida. Reco-
nhecendo essa tremenda realidade. Dessa maneira é que 
nós caminhamos. Somos o povo de Deus, um povo diferen-
te que aparentemente vive alienado por algumas contradi-
ções da sua fé. 
Mas, quando Jesus foi apresentado no templo, foi dito 
que “Ele serviria de contradição”. Para o mundo,apesar de 
vivermos tantas experiências, somos considerados como 
contradição. Porém, aos olhos do Senhor, nós vemos pela 
perspectiva correta: debaixo da graça, do favor, da unção e 
do poder do Senhor nosso Deus.
Por isso, amigo prossiga vendo o invisível de Deus, ven-
cendo pela submissão ao Pai e descansando sob o jugo leve 
e suave de Jesus. Para que você seja grande, torne-se pe-
queno e reine servindo. Permita que sua loucura por Cristo 
o torne sábio diante de Deus. Assim, você será alegre mes-
mo quando triste. E, mesmo que seja pobre, enriquecerá a 
muitos, porque ainda que nada tenha, possuirá tudo, por-
que todas as coisas existem por amor a você. Dessa forma, 
quando se sentir fraco, experimentará o poder de Deus ser 
aperfeiçoado em sua vida. Então, estando morto com Cristo 
para o pecado, viverá também com Ele nas regiões celestes, 
vivenciando aqui a vida abundante que Cristo oferece pela 
graça. Andando dessa maneira, você será mais que vence-
dor e habitará para sempre no Esconderijo do Altíssimo.
56
Você ainda não entregou sua vida a esse Jesus tremen-
do? Se você quer usufruir todas essas verdades, repita esta 
oração, crendo com o coração:
Senhor Jesus, reconheço nesta hora a minha fraqueza, a 
minha imperfeição. Reconheço que sou pecador e que pre-
ciso da tua vida para que a minha vida seja salva. Por isso 
eu declaro para o mundo que tu és o meu Senhor e o meu 
Salvador. Renuncio a todo pacto feito anteriormente com as 
trevas e te peço que escrevas o meu nome no Livro da Vida. 
Peço-te, ainda, que o Espírito Santo me capacite a não me 
esquecer de uma só Palavra do Pai para que eu a pratique 
totalmente. Amém.
Guarde esta realidade e desfrute-a para o louvor da gló-
ria do nosso Deus.
“Não ameis o mundo nem as cousas que há no mundo. Se 
alguém amar o mundo, o amor do Pai não está nele; porque 
tudo o que há no mundo, a concupiscência da carne, a concu-
piscência dos olhos e a soberba da vida, não procede do Pai, 
mas procede do mundo. Ora, o mundo passa, bem como a sua 
concupiscência; aquele, porém, que faz a vontade de Deus, 
permanece eternamente. “ (1 João 2.15-17).
Deus abençoe,
Pr. Márcio
57
58
Uma publicação da Igreja Batista da Lagoinha
Gerência de Comunicação
Rua Manoel Macedo, 360 - São Cristóvão
CEP 31110-440 - Belo Horizonte - MG
www.lagoinha.com

Continue navegando