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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA VARA CÍVEL DA COMARCA... DO ESTADO ALFA MARIA DA SILVA, nacionalidade..., estado civil..., profissão..., portadora do RG de nº ..., inscrito no CPF/MF sob o nº ..., endereço eletrônico ..., residente e domiciliada na Rua ..., por meio de seu advogado ...., inscrito na OAB/SP sob o nº ..., instrumento de mandato incluso (doc. 01), endereço eletrônico ..., com escritório na Rua ..., vem à presença de Vossa Excelência ajuizar a presente. AÇÃO INDENIZATÓRIA em face do ESTADO ALFA, pessoa jurídica de direito público, representado pelo Procurador Geral do estado Alfa ...., com endereço profissional em..., local onde deverá ser citado de acordo com as razões de fato e de direito a seguir expostas: I - DA GRATUIDADE DA JUSTIÇA Salienta, ainda, o Autor nos termos da Lei Federal nº 1.060/50 e Artigo 98 do Código de Processo Civil, que não possui condições financeiras de arcar com as custas processuais sem prejuízo do próprio sustento (doc. 02). E sobre a matéria já se decidiu que: “A simples declaração de miserabilidade jurídica por parte do interessado é suficiente para a comprovação desse estado, nos termos do artigo 4º, § 1º da Lei 1060/50. (STF-RE 205.029-RS-DJU de 07.03.97)”. Requer e faz jus, portanto, ao benefício da GRATUIDADE DA JUSTIÇA. http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/109499/lei-de-assist%C3%AAncia-judici%C3%A1ria-lei-1060-50 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/11707350/artigo-4-da-lei-n-1060-de-05-de-fevereiro-de-1950 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/11707312/par%C3%A1grafo-1-artigo-4-da-lei-n-1060-de-05-de-fevereiro-de-1950 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/109499/lei-de-assist%C3%AAncia-judici%C3%A1ria-lei-1060-50 II - DOS FATOS Apolônio Silva foi encarcerado há três anos, pela prática do crime de lesão corporal seguida de morte ( Art. 129, § 3º, do CP), em razão de decisão penal transitada em julgado proferida pelo Tribunal de Justiça do Estado Alfa, que o condenou à pena de doze anos de reclusão. Apesar das tentativas da Defensoria Pública de obter a ordem de soltura, Apolônio permaneceu preso, até que, no ano corrente, foi morto durante a rebelião que ocorreu no presídio em que estava acautelado. Durante a mesma rebelião, numerosos condenados foram assassinados a tiros, sendo certo que as armas ingressaram no local mediante pagamento de propina aos agentes penitenciários. Sua mãe, então autora, demonstrou que, ao tempo da prisão, ele era filho único, solteiro, sem filhos, trabalhador, e provia o seu sustento. Como Maria tem idade avançada e problemas de saúde, ela não tem condições de arcar com os custos do processo, notadamente porque gastou as últimas economias para proporcionar um funeral digno para o filho. III - DO DIREITO A) DA RESPONSABILIDADE OBJETIVA DO ESTADO Apolônio, filho da autora, foi encarcerado há três anos, pela prática do crime de lesão corporal seguida de morte ( Art. 129, § 3º, do CP), em razão de decisão penal transitada em julgado proferida pelo Tribunal de Justiça do Estado Alfa, sendo morto durante uma rebelião que ocorreu no presídio em que estava acautelado. Embora o finado estivesse cumprindo uma pena é dever do Estado zelar por sua integridade física durante o período de encarceramento, conforme o Art. 5º, inciso XLIX, da CRFB/88. Assim, com a morte de Apolónio durante a rebelião fica claro que o Estado descumpriu com seu dever constitucional, e deve assim ser responsabilizado porá tal violação. Desta forma, ainda que a causa mortis não tenha sido diretamente causada por uma ação do ente público, este tem responsabilidade objetiva em reparar os danos, pois ocorre a incidência do Artigo 37, § 6º, da CRFB/88, no qual é adotada a teoria do risco administrativo. Assim é evidente que em relação a morte de Apolônio o Estado Alfa tem responsabilidade objetiva e arcar com os danos a autora. B) DO DANO MORAL O filho da autora foi morto durante uma rebelião no estabelecimento prisional em que se encontrava. Durante a mesma rebelião, numerosos condenados foram assassinados a tiros, sendo certo que as armas ingressaram no local mediante pagamento de propina aos agentes penitenciários. Dito isto deve se apreciar o dano moral causado à autora por causa da morte de seu filho. A indenização do dano moral tem o caráter não só de compensar a dor, mas também de penalização e de prevenção para evitar a reincidência. Tal indenização deve ser fixada levando-se em conta a situação econômica da autora, que dependia dos proventos do trabalho de seu filho. Por fim, requer seja condido a autora uma indenização com base no dano moral sofrido pela morte de seu filho. C) DO DANO MATERIAL A autora dependia financeiramente do trabalho de seu filho. Com a morte dele ela já não tem como garantir meios para o seu sustento, disto nasce o dever do Estado de lhe proporcionar um pensionamento na forma do Art. 948, inciso II, do Código Civil. Além disto, ela gastou as últimas economias para proporcionar um funeral digno para o filho. O que gera a necessidade de ressarcimento por parte do Estado à autora em relação as despesas do funeral, de acordo com o Art. 948, inciso I, do Código Civil. Assim, requer que seja concedido à autora um pensionamento suficiente para garantir seu sustento, e também que o Estado cubra os gastos com o funeral de seu filho. IV – DOS PEDIDOS Diante de todo o acima exposto, requer: 1. Seja determinada a citação da parte Ré, na pessoa de seu representante, no endereço retrocitado, para que, querendo, apresente contestação no prazo legal, sob pena de revelia nos moldes do artigo 344 do Código de Processo Civil, devendo acompanhar a presente até final sentença; 2. Seja julgada totalmente procedente a presente ação com a condenação do Réu pelo pagamento de indenização por danos morais e materiais, incluindo o pensionamento em decorrência da morte e as despesas que a autora teve que arcar com o funeral, onde entendemos justo o quantum indenizatório no valor de R$ ..., caso entendimento contrário seja arbitrada por Vossa Excelência, com base na equidade como reparação e coercibilidade; 3. A concessão do benefício da assistência judiciária gratuita por ser a Autora pobre na acepção legal do termo e não podendo arcar com as custas processuais sem prejuízo da própria sobrevivência e de sua família (doc. 02); 4. Requer, finalmente, a produção de todos os meios de prova admitidos em direito, especialmente documental. https://jus.com.br/tudo/dano-moral http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10703146/artigo-344-da-lei-n-5869-de-11-de-janeiro-de-1973 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91735/c%C3%B3digo-processo-civil-lei-5869-73 V – DA AUDIÊNCIA Ainda, deixamos à disposição da parte Ré, a alternativa de audiência de conciliação e mediação, com os requisitos dispostos no artigo 319, inciso VII do Código de Processo Civil, a fim de que o litígio seja resolvido de forma pacífica auferindo vantagem para ambas às partes. Dá-se a causa, para efeitos fiscais, o valor de R$.... Termos em que Pede deferimento. Local..., Data.... Advogado... OAB... http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10705427/artigo-319-da-lei-n-5869-de-11-de-janeiro-de-1973 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91735/c%C3%B3digo-processo-civil-lei-5869-73
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