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Feito por @resumou.enf Venda não autorizada Farmacologia Vias de administração dos fármacos Farmacocinética Farmacodinâmica Fatores que alteram o efeito do medicamento Sistema Nervoso Autônomo Funções do sistema nervoso parassimpático e simpático Fármacos antagonistas – sistema nervoso simpático Fármacos agonistas– sistema nervoso simpático Fármacos antagonista– sistema nervoso parassimpático Fármacos agonistas– sistema nervoso parassimpático Colinérgicos de ação indireta Fármacos antidepressivos Fármacos parkinsonianos Fármacos ansiolítico e sedativos Estabilizadores de humor Farmacoterapia da doença de Alzheimer Farmacoterapia da epilepsia Farmacoterapia do Sistema cardiovascular Farmacoterapia do Sistema digestório Farmacoterapia do Sistema Respiratório Anti-inflamatório não esteroides – AINES Anti-inflamatório esteroides – AIES Cascata do ácido araquidônico Bibliografia 1 Definições: Fármaco → é uma substância química essencial da dieta, que quando administrado produz um efeito biológico, podendo ser substâncias químicas sintéticas, substâncias obtidas a partir de plantas ou animais ou produtos de engenharia genética. Medicamento → é uma preparação química que não necessariamente contém um fármaco, normalmente contém outras substancias como: excipientes, conservantes e solventes a fim de tornar o uso do fármaco mais conveniente. Remédio → tudo aquilo que é aplicado com a intenção de combater a dor, a doença etc. Droga → toda substância capaz de modificar sistemas fisiológicos ou estados patológicos, com ou sem benefício Tóxico (veneno) → droga que produz efeito maléfico Terapêutica → medida que trata, alivia ou cura. Farmacoterapia → tratamento feito com a ajuda de medicamento. Correlatos → substância, produto ou aparelho que seja usado para defesa da proteção da saúde, higiene pessoal, de ambiente ou para fins diagnósticos e analíticos. Cosméticos → usados para embelezamento das diferentes partes do corpo. Dose máxima → é a dose máxima que o organismo pode suportar sem apresentar efeito indesejáveis. Dose mínima → é a menor dose capaz de provocar alguma resposta. Dose terapêutica → é a quantidade de medicamento que apresenta ação farmacológica ideal. Dose letal → quando o efeito observado é a morte dos animais. 2 Vias de administração dos fármacos É determinada pela propriedade do fármaco – hidro, lipo ou ionizado; pelos objetivos terapêuticos; início rápido de ação, tratamento por longo tempo e/ou restrição de acesso. As principais vias são enteral, parenteral e tópica. Enteral → ou pela boca, é o modo mais seguro, conveniente e econômico. Ao ser administrado via oral, ele pode ser deglutido ou deixado sob a língua (sublingual) isso facilita a sua absorção direta na corrente sanguínea. • Oral: oferece maior segurança, pois a dosagem excessiva pode ser neutralizada com antídotos (carvão ativado), porém, as vias de absorção são mais complexas e o baixo pH do estomago pode inativar os fármacos. ▪ Entéricas – são preparações revertidas, que apresentam uma proteção química que resiste à ação do estomago, mas que dissolve facilmente no intestino. ▪ Preparações de liberação prolongada – estes medicamentos são revestidos pos substancias que controlam a velocidade com que o fármaco é liberado, isso faz com que a adesão do paciente ao tratamento seja maior, já que a medicação não precisa ser ingerida frequentemente • Sublingual: permite difundir na rede capilar e, por isso, entrar diretamente na circulação, sendo assim a absorção rápida é a principal vantagem. Parenteral → Introduz diretamente o fármaco na circulação sistêmica, é uma via mais usada por fármacos que são poucos absorvidos ou instáveis no trato gastrintestinal (TGI). É uma via usada em pacientes inconscientes ou precisa iniciar rapidamente a ação medicamentosa, tem maior biodisponibilidade e não está sujeita à biotransformação de primeira passagem ou ao meio agressivo do TGI, porém é irreversível (tornando-se menos segura), pode causar dor, medo, lesionar a pele e/ou causar infecção. • Intravenosa (IV): é a mais comum para fármacos que não são absorvidos por via oral, permite efeito rápido, pode ser administrado em boulos ou como uma infusão durante um período prolongado. 3 • Intramuscular (IM): podem estar em soluções aquosas (absorvidas rapidamente) ou em preparações de depósitos (absorvidas lentamente) • Subcutânea (SC): é um pouco mais lenta que a via IV, minimiza os riscos associado a IV, pode ter efeito lento, constante e prolongado. Não deve ser usado com fármacos que causam irritação da pele, pois pode causar dor intensa e até necrose. Inalação oral → assegura a rápida oferta do fármaco, produzindo um efeito quase tão rápido quanto o obtido pela via IV. É usado para fármacos que são gases ou que podem ser dispersos em um aerossol, é bastante eficaz para pacientes que apresentam problemas respiratórios. Inalação nasal → envolve a administração diretamente no nariz e tem ação similar a inalação oral. Tópica → a aplicação tópica é usada quando deseja-se ter um efeito localizado. Transdérmica → proporciona efeitos sistêmicos pela aplicação do fármaco na pele, normalmente por meio de um adesivo cutâneo. A velocidade de absorção varia de acordo com as características físicas da pele, local de aplicação e lipossolubilidade do fármaco. Retal → minimiza a biotransformação do fármaco pelo fígado, assim como a via sublingual evita a destruição do fármaco pelas enzimas e pH do estomago, é normalmente usada quando o paciente encontra- se vomitando ou inconsciente. 4 Farmacocinética Estuda o que o organismo faz com o fármaco, já a farmacodinâmica descreve o que o fármaco faz com o organismo. Ao ser administrado quatro propriedades farmacocinéticas acontecem: 1. Absorção: desde o local de administração permite acesso do agente terapêutico no plasma. → todas as vias sofrem, exceto a endovenosa. 2. Distribuição: o fármaco pode sair da circulação sanguínea e distribui-se nos líquidos intersticial e intracelular. 3. Biotransformação ou metabolismo: o fármaco pode ser biotransformado no fígado ou em outros tecidos. 4. Eliminação: eliminação do fármaco e seus metabólitos do organismo na urina, bile e fezes. Absorção É a transferência de um fármaco do seu local de administração para a corrente sanguínea, Fatores que influenciam na absorção: pH – Fármacos são ácidos ou bases orgânicas fracas. Dessa forma, o pH dessas substâncias define se esta é uma base fraca ou um ácido fraco. Substâncias com pH baixo são ácidos fracos (quanto mais baixo o pH, mais forte é esse ácido fraco) e substâncias com pH alto são consideradas bases fracas (quanto mais alto o pH, mais forte é a base fraca). De acordo com o pH do meio em que o fármaco se encontra ele pode ou não adquirir carga, caso ele adquira carga, o fármaco se torna parcialmente ionizado, o que dificulta a sua absorção (transposição Alvo Corrente sanguínea O que precisa para ter uma boa absorção? • Ser lipossolúvel; • Ser apolar; • Molécula leve • Molécula sem carga 5 de barreiras). Fármacos ácidos se tornam ionizados em pH básico, dessa forma, são melhor absorvidos em meios ácidos. Já fármacos básicos se tornam ionizados em pH ácido, sendo melhor absorvidos em meios com pH básico. Ácido + Base Sal + H2O Fármaco básico + estômago carga + H2O (menor absorção) Fármaco básico + intestino sem carga +H20 (maior absorção) Fármaco ácido + estômago sem carga +H20 (maiorabsorção) Fármaco ácido + intestino carga + H2O (menor absorção) Vascularização - Como o fluxo de sangue para o intestino é muito maior do que o fluxo para o estômago, a absorção no intestino é maior do que a que ocorre no estômago Área ou superfície disponível para absorção - Com uma superfície rica em bordas de escova contendo microvilosidades, o intestino tem uma superfície cerca de 1.000 vezes maior do que a do estômago, tornando a absorção de fármacos pelo intestino mais eficiente. Tempo de contato com a superfície de absorção - Se um fármaco se desloca muito rápido ao longo do TGI, como pode ocorrer em uma diarreia intensa, ele não é bem absorvido. Contudo, qualquer retardo no transporte do fármaco do estômago para o intestino reduz a sua velocidade de absorção Obs.: A presença de alimento no estômago dilui o fármaco e retarda o esvaziamento gástrico. Portanto, quando um fármaco é ingerido com o alimento, em geral, será absorvido mais lentamente. Lipossolubilidade e tamanho da molécula – são um dos principais fatores que influenciam na absorção do fármaco, já que para que exerça a sua função precisa atravessas a membrana citoplasmática, que por sua vez é formada por uma dupla camada fosfolipídica que permite a passagem de substancias seletivamente. Por sua característica lipídica, substâncias lipossolúveis tendem a atravessar essa membrana com facilidade. Além disso, pela organização da membrana, substâncias pequenas, mesmo que hidrossolúveis também apresentam fácil absorção e transporte pelas membranas. Dessa forma, para que as substâncias transponham membranas com facilidade estas não devem ser muito grandes e devem apresentar certa lipossolubilidade. Obs.: estômago → ácido Intestino → básico 6 Biodisponibilidade É a fração do fármaco administrada que alcança a circulação sistêmica, determinar a biodisponibilidade é importante para calcular a dosagem de fármaco para vias de administração não IV, sendo determinada pela comparação dos níveis plasmáticos do fármaco depois de uma via particular de adm, (sublingual, por exemplo), com os níveis plasmáticos do fármaco obtidos por injeção IV, na qual todo o fármaco entra na circulação. Fatores que influenciam na biodisponibilidade: Biotransformação hepática de primeira passagem - Quando um fármaco é absorvido a partir do TGI, primeiro ele entra na circulação portal antes de entrar na circulação sistêmica. Se o fármaco é rapidamente biotransformado no fígado ou na parede intestinal durante esta passagem inicial, a quantidade de fármaco inalterado que tem acesso à circulação sistêmica diminui. Fármacos que sofrem biotransformação de primeira passagem elevada devem ser administrados em quantidade suficiente para assegurar que fármaco ativo suficiente alcance a concentração desejada Obs.: nenhum fármaco administrado por via oral tem biodisponibilidade de 100%, devido ao metabolismo hepático de primeira passagem. Solubilidade do fármaco - Fármacos muito hidrofílicos são pouco absorvidos devido à sua inabilidade em atravessar as membranas celulares ricas em lipídeos. Fármacos extremamente hidrofóbicos são também pouco absorvidos, pois são totalmente insolúveis nos líquidos aquosos do organismo e, portanto, não têm acesso à superfície das células. Para que um fármaco seja bem absorvido, ele deve ser basicamente hidrofóbico, mas ter alguma solubilidade em soluções aquosas. Curva de biodisponibilidade de acordo com as vias de adm. Bioequivalência Duas preparações de fármacos relacionados são bioequivalentes se eles apresentam biodisponibilidades comparáveis e tempos similares para alcançar o pico de concentração plasmática. 7 Distribuição Distribuição de fármacos é o processo pelo qual um fármaco reversivelmente abandona o leito vascular e entra no interstício (líquido extracelular) e, então, nas células dos tecidos, a passagem do fármaco do plasma ao interstício depende: Fluxo sanguíneo: A velocidade do fluxo sanguíneo nos tecidos capilares varia bastante como resultado de uma distribuição desigual do débito cardíaco aos vários órgãos. Permeabilidade capilar: A permeabilidade capilar é determinada pela estrutura capilar e pela natureza química do fármaco. No fígado e no baço, grande parte da membrana basal é exposta a capilares descontínuos e grandes, através dos quais podem passar grandes proteínas plasmáticas. Isso contrasta com o cérebro, onde a estrutura capilar é contínua e não existem fendas. Para entrar no cérebro, o fármaco precisa passar através das células endoteliais dos capilares do SNC ou ser transportado ativamente. Ligação de fármacos a proteínas plasmáticas e tecidos • Ligação a proteínas plasmáticas: A ligação reversível às proteínas plasmáticas sequestra os fármacos de forma não difusível e retarda sua transferência para fora do compartimento vascular. A albumina plasmática é a principal proteína ligadora e pode atuar como uma reserva de fármaco; isto é, à medida que a concentração do fármaco livre diminui, devido à eliminação por biotransformação ou excreção, o fármaco ligado se dissocia da proteína. • Ligação a proteínas dos tecidos: Numerosos fármacos acumulam nos tecidos levando a concentrações mais elevadas do fármaco no tecido do que nos líquidos extracelulares e sangue. Estes reservatórios tissulares podem servir de fonte principal de fármaco e prolongar sua ação ou, por outro lado, podem causar toxicidade local ao fármaco. • Hidrofobicidade: Os fármacos hidrofóbicos se movem mais facilmente através das membranas biológicas. podem se dissolver nas membranas lipídicas e, por isso, permeiam toda a superfície celular. O principal fator que influencia a distribuição hidrofóbica de um fármaco é o fluxo de sangue para aquela área. Em contraste, os fármacos hidrofílicos não penetram facilmente as membranas celulares e devem passar através de junções com fendas. 8 Biotransformação O metabolismo ou biotransformação de fármacos é fundamental para a eliminação dos mesmos. Esse processo tem como função inativar os compostos e torna-los hidrossolúveis. O principal órgão responsável por tais transformações é o fígado, apesar do metabolismo poder ocorrer também no intestino, pulmões e rins. A lipossolubilidade é extremamente importante para a absorção de fármacos, porém dificulta a excreção do mesmo já que compostos lipossolúveis tendem a ser reabsorvidos ao passarem por sistemas de excreção. Dessa forma, tornar os compostos hidrossolúveis é fundamental para sua excreção. Os produtos do metabolismo são chamados metabólitos e podem ou não apresentar ainda alguma atividade biológica. Quando esse metabólito é ativo biologicamente, pode apresentar certa toxidade. O metabolismo é divido em duas fases, a Fase I em quem ocorrem reações não sintéticas (catalíticas) e a Fase II em que ocorrem reações sintéticas (conjugação) Obs.: Sistema p450 – conjunto de enzimas que degradam vários tipos de substâncias, incluindo fármacos e estão presentes em grandes quantidades no fígado. MAO (mono amino oxidade) – enzima que degrada as catecolaminas, é encontrada no fígado, TGI, interior de neurônios noradrenérgicos, dopainergicos e aderido a membrana da mitocôndria. Fatores que alteram a biotransformação 1. Idade – recém-nascido tem metabolismo incompleto, sendo assim as doses precisam ser menores; idosos tem o metabolismo deficiente devido a menor quantidade de hepatócitos. 2. Sexo – os fármacos são feitos para ambos os sexos, porém em gestantes e na menopausa podem sofrer alterações 3. Insuficiência hepática – causa diminuição da quantidade de hepatócitos e como consequência de enzimas que degradam o fármaco, sendo assim se a dose não for reduzida pode acumular no organismo 4. Propriedades dos fármacos: Indução enzimáticaestimula as enzimas a metabolizar, ou seja, degrada mais o fármaco, causando menor efeito farmacológico ex.: fenobarbital Inibição enzimática inibição de algumas enzimas, diminuindo a sua atividade, deixando o fármaco mais tempo livre, causando maior efeito farmacológico ex.: inibidores da MAO 9 • Tolerância: fenômeno reversível em que há necessidade de aumentar a dose para que se obtenha o mesmo efeito, acontece devido ao uso frequente. • Tolerância cruzada: fenômeno em que um fármaco se torna tolerante devido a outro, pois são degradados pela mesma enzima. • Taquifilaxia: tolerância momentânea. Excreção Processo pelo qual um fármaco ou seu metabólito é eliminado do organismo, ocorre através das vias: • Pulmonar • Biliar-fecal • Leite Materno • Renal Os rins são os principais órgãos que excretam as substâncias hidrossolúveis. O sistema biliar contribui para a excreção até o ponto em que o fármaco não é reabsorvido do trato GI. Em geral, a contribuição de intestino, saliva, suor, leite materno e pulmões à excreção é pequena, com exceção à exalação de anestésicos voláteis. A excreção via leite materno pode afetar o lactente, por isso alguns fármacos não são indicados para mães que amamentam. A filtração renal responde pela maior parte da excreção de fármacos. Cerca de um quinto do plasma que alcança o glomérulo é filtrado pelos poros no endotélio glomerular; quase toda a água e a maioria dos eletrólitos são reabsorvidas passiva ou ativamente dos túbulos renais de volta à circulação. Entretanto, os compostos polares, que são responsáveis pela maioria dos metabólitos de fármacos, não podem ser difundidos de volta à circulação e são excretados 10 Farmacodinâmica Descreve as ações dos fármacos no organismo e as influências das suas concentrações na magnitude das respostas. A maioria dos fármacos exerce seus efeitos, desejados ou indesejados, interagindo com receptores presentes na superfície ou dentro da célula. O complexo fármaco- receptor (FR) inicia alterações na atividade bioquímica e/ou molecular da célula por meio de um processo denominado transdução de sinal. Existem vários alvos moleculares que os fármacos se ligam para exercer sua ação, entre eles: • Canais iônicos • Enzimas • Moléculas transportadoras • Receptores Os receptores podem ser inativos (R) – quando não tem a ligação ou ativos (R*) quando tem a ligação. Substância química que se liga célula Receptor Todo fármaco específico precisa se ligar com seu receptor para desencadear efeito farmacológico 11 Fármacos Agonistas Os agonistas ativam os receptores, podem ser: • Agonistas totais → produz uma resposta máxima • Agonistas parciais → tem resposta maior do que zero e menor do que a de agonista total, mesmo que ocupando todos os receptores, podem atuar como antagonista do agonista total. • Agonistas inversos → inativa o receptor, converte os receptores ativos para a forma inativa. Fármacos Antagonistas Os antagonistas ou antiadrenérigicos diminuem ou se opõe a ação de um outro fármaco ou ligante endógeno, não tem efeito na ausência de um agonista e não possuem atividade intrínseca, podem ser: • Antagonistas competitivos → impede que o agonista se ligue ao receptor e mantem o receptor inativo, porém pode ser superado com adição de mais agonistas • Antagonistas irreversíveis → causa uma redução do efeito máximo, porém pode não ser superado com adição de mais agonistas. • Antagonismo funcional e químico → Um antagonista pode atuar em um receptor completamente separado, iniciando eventos que são funcionalmente opostos aos do agonista. O antagonismo funcional também é conhecido como "antagonismo fisiológico". O antagonismo químico evita as ações de um agonista, modificando-o ou sequestrando- o, de modo que fica incapaz de se ligar e de ativar seu receptor. EFEITO EEfeito Agonista EEfeito Antagonista EEfeito Exemplo de fármacos: Bloqueadores β1 seletivos (atenolol, metoprolol, acebutalol) antagonizam os efeitos na noradrenalina junto aos receptores β1 do coração, ou seja, pode ser usado para diminuir a PA. 12 Fatores que alteram o efeito do medicamento As alterações podem ser quantitativas – quando apenas a intensidade do efeito farmacológico é alterada ou qualitativas – quando a natureza da resposta é alterada, ou seja, está esperando um efeito X e acontece um efeito Y. Fatores extrínsecos – dependem do fármaco ou condição de administração • Fármaco o Propriedade inerente ao fármaco, ou seja, a estrutura química, características, solubilidade etc. o Formulações farmacêuticas que influencia principalmente na velocidade e absorção. • Condições de administração o Via de administração o Dose o Relação quantitativa – efeito proporcional a quantidade administrada o Relação quantal – efeitos que não podem ser mensurados • Condições de uso o Resistência - acontece quando há o uso indiscriminado de certo fármaco, e ele não vai mais agir. o Tolerância – acontece devido ao uso continuo, em que uma mesma dose não oferece o mesmo efeito, sendo necessário aumenta-la – é reversível. o Taquifilaxia – é uma tolerância desenvolvida rapidamente. o Dependência – pode ser física (alterações orgânicas funcionais devido a interrupção do uso continuo de uma droga) ou psíquica (que é o desejo de continuar fazendo o uso de uma droga para se sentir bem). • Interações medicamentosas o Sinergismo – quando o efeito combinado de dois fármacos é igual ou maior à soma dos efeitos isolados de cada um. A B A + B Sinergismo por adição: acontece com fármacos com o mesmo mecanismo de ação 6h 8h 14h 6h 8h 30h A B A + B Sinergismo por potencialização: acontece com fármacos com o mecanismo de ação diferente Medicação Medicação 13 o Antagonismo – quando o efeito combinado de dois fármacos é menos que a soma dos efeitos isolados de cada um. Fatores intrínsecos – dependem do sistema biológico da pessoa que está recendo o fármaco. • Fatores constitucionais o Fatores genéticos – variações genéticas que levam ao surgimento de respostas inesperadas o Idade - idosos e recém-nascido possuem maior probabilidade de toxicidade, pois há o aumento do fármaco livre, sendo necessário diminuir a dose. o Peso e composição corpórea – indivíduos obesos ou muito magros precisam receber ajuste de dose. Fármaco lipossolúvel em uma pessoa obesa Fármaco hidrossolúvel em uma pessoa obesa Fármacos lipossolúveis em pessoas muito magra Alvo Corrente sanguínea Tecido adiposo Em uma pessoa obesa fármacos lipossolúveis, ou seja, que tem maior afinidade por lipídios, será mais distribuído para o tecido adiposo, diminuindo a ação farmacológica. Aumento da dose Tecido adiposo Corrente sanguínea Alvo Em uma pessoa obesa fármacos hidrossolúveis, aumentará o efeito farmacológico. Diminuir a dose Massa magra Corrente sanguínea Alvo Em uma pessoa muito magra, fármacos lipossolúveis, aumentará o efeito farmacológico. Diminuir a dose 14 Fármacos hidrossolúveis em pessoas muito magra • Fatores condicionais o Patologias – pacientes nefropatas , hepatopatas e com distúrbios gastrintestinais é necessário realizar o ajuste de dose o Estado nutricional o Estado psicológico Alvo Corrente sanguínea Massa magra Em uma pessoa muito magra, fármacos hidrossolúveis, diminuirá o efeito farmacológico. Aumento da dose 15 Sistema Nervoso Autônomo O Sistema Nervoso é dividido em sistema nervoso central (SNC) – cérebro e medula espinal e o sistema nervoso periférico – neurônios localizados fora do cérebro e da medula espinal. Este por sua vez, divide-se emeferente – neurônios que transmitem sinal do cérebro e da medula e os aferentes que trazem os sinais da periferia para o SNC. A porção eferente do sistema periférico é dividida em sistema somático – controle voluntário de funções e autônomo – controle das funções involuntárias. Neurônio Eferente →é aquele que transporta impulsos nervosos do SNC para os órgãos, são divididos em dois tipos: • Neurônio pré ganglionar (seu corpo está localizado dentro o SNC) • Neurônio pós ganglionar (tem o corpo no gânglio, terminando nos órgãos efetores. AFERENTE EFERENTE Somático X Autônomo Voluntário Involuntário SNC Órgão efetor Pré- ganglionar Pós- ganglionar 16 Neurônios aferentes → são os que recebem estímulos sensoriais e conduzem o impulso nervoso ao sistema nervoso central. Neurônio simpático → o SNA é dividido em simpático, parassimpático e entérico. Os neurônios pré-ganglionares originam das regiões torácica e lombar da medula espinal e são mais curtos quando comparados aos pós-ganglionares. Neurônios parassimpáticos → os neurônios pré-ganglionares parassimpáticos emergem com os nervos craniais 3,7,9 e 10 e da região sacral. Os neurônios pós-ganglionares inervam a maioria dos órgãos na cavidade torácica e abdominal. E ao contrário do sist. simpático, no parassimpático, os neurônios pré são longos e os pós mais curtos. Neurônios entéricos → compreende uma coleção de fibras nervosas que inervam o TGI, pâncreas e vesícula biliar, funciona independente do SNC e controla a motilidade, secreções exócrinas e endócrinas e a microcirculação do TGI. Junto com o sistema endócrino, o SNA coordena a regulação e a integração das funções corporais, o sistema endócrino envia sinais aos tecidos-alvo, variando os níveis de hormônios no sangue e o SNA exerce sua influencia pela rápida transmissão de impulsos elétricos nas fibras nervosas que terminam nas células efetoras, as quais respondem liberando substâncias neurotransmissoras. SNC Cervical Torácica Lombar Sacral Sistema Nervoso Parassimpático Sistema Nervoso Simpático Órgãos alvos 17 Funções do sistema nervoso parassimpático e simpático Neurotransmissores A comunicação entre os neurônios e entre os neurônios e os órgãos efetores ocorre por meio da emissão de sinais químicos específicos, chamados neurotransmissores. Essa liberação é desencadeada pela chegada do potencial de ação no terminal nervoso, levando a despolarização. Os neurotransmissores difundem-se rapidamente pela fenda ou pelo espaço sináptico entre os neurônios e combinam-se com receptores específicos da célula pós sináptica. Mantém a homeostase do corpo, atua para opor ou equilibrar as ações simpáticas Adequa as respostas às situações estressantes, como trauma, medo, hipoglicemia, frio e exercício. Luta ou fuga Repouso e digestão 18 • Neurônios pré-ganglionares secretam acetilcolina • Neurônios pós-ganglionares secretam noradrenalina • Neurônios pré e pós-ganglionares secretam acetilcolina • Neurônios somáticos secretam acetilcolina Outros neurotransmissores • 5 – HT – Serotonina • DA – Dopamina • GLUT -Glutamato • GABA • Glicina Neurotransmissores excitatórios são capazes de promover mais excitabilidade da membrana, deixando-a mais permeável ao sódio, já os neurotransmissores inibitórios fazem ao contrário, inibem a hiperpolarização do neurônio, deixando-o mais lento, devido a maior entrada de íons cloro. Receptores de membrana → como todos os neurotransmissores e a maioria dos hormônios são hidrofílicos para penetrar a camada lipídica, é necessário que a ligação seja mediada por receptores específicos na superfície de órgãos alvos. Receptores simpáticos • Nicotínico: está presentes em neurônios pós-ganglionares e responde a acetilcolina • β e α adrenérgico: estão presentes no tecido alvo (órgãos involuntários) e respondem a noradrenalina. Receptores parassimpáticos • Nicotínicos: presentes em neurônios pós-ganglionares e responde a acetilcolina • Muscarínicos: estão presentes nos órgãos alvos e responde a acetilcolina ▪ M1 – “neural” presentes no cérebro e estomago ▪ M2 – “cardíaco” presente principalmente no coração ▪ M3 – “glandular/ musculo liso” presentes em vários órgãos, como pulmão, intestino, útero etc. S.N. Simpático S.N. Parassimpático • Acetilcolina (ACh) – é produzida por um neurônio colinérgico • Noradrenalina (NA) – é produzida por um neurônio noradrenérgico Neurotransmissores excitatórios Neurotransmissores inibitórios Acetilcolina e noradrenalina também!! 19 Fármacos antagonistas – sistema nervoso simpático Fármacos antagonistas vão bloquear os efeitos causados pela estimulação simpática, ou seja, o aumento da frequência cardíaca, força de contração, débito cardíaco, aumento da pressão arterial, glicogenólise hepática, midríase, xerostomia, tremor muscular e broncodilatação serão bloqueados. Exemplo de classe de fármacos: • Bloqueadores β1 seletivo – antagonizam os efeitos da noradrenalina, junto aos receptores β1 do coração. Fármaco: Atenolol, metaprolol e acebutalol. • Bloqueadores β não seletivo – antagonizam os receptores β1 e β2, por não ser seletivo, ele age em todos os receptores β, sendo assim é necessário tomar um certo cuidado ao ser administrado, pois ao bloqueador o receptor β1 reduz a PA e em casos de hipertensão é um efeito positivo, entretanto ao ser administrado em pacientes que apresentam HÁ associado a diabetes e/ou DPOC leva a piora do quadro, já que reduz a glicogenólise hepática e leva a broncoconstrição. Fármaco: propranolol. • Bloqueadores α - antagonizam os efeitos da noradrenalina, junto aos receptores α da pele, mesentério, impedindo a vasoconstrição periférica, ou seja, são anti-hipertensivos. (a vasoconstrição periférica leva a diminuição da pressão arterial por vasodilatação). Fármaco: prazosina, doxazosina, terazosina. • Bloqueadores α/β - são usados como anti-hipertensivos e na insuficiência cardíaca. Fármaco: carvedilol SNC Cervical Torácica Lombar Sacral ACH NA 20 Fármacos agonistas– sistema nervoso simpático Os fármacos agonistas vão imitar ou efeitos do sistema nervoso simpático, ou seja, vão aumentar a frequência cardíaca e respiratória, aumentar a pressão arterial, midríase, diminuir a motilidade intestinal e fazer broncodilatação. Exemplo de classe de fármacos: • Agonistas α1 adrenérgico – são utilizados nas afecções das vias aéreas superiores, pois promovem vasoconstrição. Fármacos: nafazolina, efedrina, fenilefrina. • Agonistas α2 adrenérgico – promove a retroalimentação negativa da noradrenalina (feedback -), reduzindo a liberação de NA, sendo utilizado como anti-hipertensivo. Fármaco: Metildopa • Agonistas β1 adrenérgico – aumentam o débito cardíaco, sendo bastante utilizados em quadros de Insuficiência cardíaca. Fármaco: Dobutamina. • Agonista β2 adrenérgico – atuam promovendo a broncodilatação dos pulmões. Fármaco: fenotrol, sabutamol, terbutamina, salmeterol. SNC Cervical Torácica Lombar Sacral ACH NA 21 Fármacos antagonista– sistema nervoso parassimpático Os fármacos que bloqueiam a ação parassimpática são chamados de antagonistas muscarínicos ou anticolérgicos; Exemplo de fármacos: • Atroponina – é usado como colírio no exame de fundo de olho, pois promove a midríase, também pode ser usado como antiespasmódico e hipossecretor. • Escopolamina – usado para prevenir enjoos de movimento, usado também como antiespasmódico em cólicas renais, intestinais e uterinas e como hipossecretor em exames de endoscopia. • Brometo de ipratrópio (atrovent) – usado como broncodilatador em doenças pulmonares • Brometo de propantelina – usado emcasos de incontinência urinaria Fármacos agonistas– sistema nervoso parassimpático Os fármacos que imitam a ação parassimpática são também conhecidos como agonistas muscarínicos ou colinérgicos. Exemplo de fármacos: • Colírio de carbacol e pilocarpina – são utilizados no tratamento de glaucoma, pois promovem a constrição pupilar. • Betanecol – utilizado como estimulante do TGI e da bexiga em pacientes pós cirúrgicos. • Metacolina – auxilia no diagnóstico de doenças pulmonares, através do exame de broncoprovocação SNC Cervical Torácica Lombar Sacral ACH ACH 22 Colinérgicos de ação indireta Anticolinesterásicos são fármacos que aumentam os níveis de ACH na fenda sináptica por inibirem a sua degradação, essa degradação ocorre pela ação da enzima acetilcolinesterase (ACHE) e os fármacos anticolinesterásicos vão inibi-la, aumentando assim os efeitos colinérgicos. Para formar a acetilcolina, é necessário a união de dois grupos, grupo acetil (ou acetato) + grupo colina, logo, ao ser degradada libera por mesmo dois grupos. O grupo colina é reaproveitado para formar novas ACH, já o grupo acetil é oriundo da Acetil COA. A enzima ACHE tem como objetivo degradar o excesso de ACH liberado na fenda sináptica evitando que o corpo sofra com o seu excesso. Os anticolinesterásicos são usados no tratamento de glaucoma (colírio de fisiostigmina e ecotiopato) pois promovem a miose; no tratamento da miastenia grave (edrofônio e neostigmina e também no tratamento da doença de Alzheimer (rivastigmina, galantamina, donepezil, tacrina) Colina + Grupo acetil Transportador de colina Transportador de colina ACH ACH ACH ACH ACH ACH ACH ACH ACH Grupo colina + grupo acetil Colina Acetil-COA Colina CAT ACH É eliminado na urina 23 Fármacos antidepressivos A depressão causa menor número de Noradrenalina, serotonina e dopamina, sendo assim, o tratamento farmacológico tem como objetivo aumentar os niveis de noradrenalina e serotonina. Classe dos fármacos antidepressivos: 1. Inibidores seletivos da captação de serotonina (ISRS) – São fármacos que inibem especificamente a captação de 5-HT, aumentando assim os níveis desse neurotransmissor na fenda sináptica e consequentemente a maior atividade neuronal pós-sináptica 2. Inibidores da captação de 5-HT e NA (IRSN) – Inibem a proteína de membrana que recapta a Na e a que recapta a 5-HT, ou seja, não tem seletividade, aumentando os níveis de NA e 5-HT. Fármacos: Venlafaxina, desvenlafaxina e duloxetina Obs.: A venlafaxina é um potente inibidor da captação de serotonina e, em dosagens médias e altas, é inibidor da captação de norepinefrina. Esse fármaco também é um inibidor fraco da captação de dopamina em dosagens elevadas. A desvenlafaxina é o metabólito ativo, desmetilado da venlafaxina. Os efeitos adversos mais comuns da venlafaxina são náuseas, cefaleia, disfunções sexuais, tonturas, insônia, sedação e constipação. Em doses elevadas, pode ocorrer aumento da pressão arterial e da frequência cardíaca. Considera-se que a desvenlafaxina não tem efeitos clínicos e adversos comparado com a venlafaxina. Já a duloxetina inibe a captação de serotonina e norepinefrina em todas as dosagens, não deve ser administrada em pacientes com insuficiência hepática. Efeitos adversos gastrintestinais são comuns com esse fármaco, incluindo náuseas, xerostomia e constipação. 3. Antidepressivos tricíclicos (ADT) – Inibe a proteína de membrana que recapta a NA ou a que recapta NA e 5-HT, aumentando os níveis dele na fenda. Fármacos: amitriptilina (inibe a recaptação de NA) e nortriptilina (inibe a recaptação de NA e 5-HT) Obs.: O bloqueio dos receptores muscarínicos leva à visão borrada, à xerostomia, à retenção urinária, à taquicardia sinusal, à constipação e ao agravamento do glaucoma estreito, também bloqueiam os receptores a-adrenérgicos, causando hipotensão ortostática, tonturas e taquicardia reflexa. Na clínica, esse é o problema mais grave nos idosos. 4. Inibidores da MAO (IMAO) – São fármacos que inibem a enzima que degrada as catecolaminas. Normalmente é a classe prescrita quando o paciente não responde as outras classes de fármacos, deve ser acompanhada de uma dieta de alimentos que não tenham tiramina, caso contrário, os efeitos colaterais são graves, como aumento da PA, tremores, saliva espessa. Presente em queijos envelhecidos, vinho, cerveja, peixe, banana etc., normalmente a tiramina é degrada no TGI pela MAO, como não será degrada pode levar aos efeitos adversos. 24 Fármacos parkinsonianos A doença de Parkinson é um distúrbio neurológico progressivo do movimento muscular, caracterizado por tremores, rigidez muscular, bradicinesia e anormalidades posturais e de marcha. Na doença ocorre a diminuição dos níveis de dopamina cerebral, pois acontece a destruição dos neurônios dopaminérgicos. O tratamento tem como objetivo repor a dopamina faltante, imitar e/ou inibir a degradação da dopamina. Classe dos fármacos antidepressivos: 1. Fármaco que repoe a dopamina faltante – Como a dopamina não atravessa a barreira hemotoencefálica, é necessário administrar um pró fármaco, nesse caso a L-dopa que entra no neuronia dopaminérgico do cérebro e da periferia, sofre ação da enzima dopa descaboxilase e transforma-se em dopamina. A formação da dopamina cerebral é caracteriza o tratamento antiparkisoniano, porém a formação de dopamina periférica não é interessante, pois causa efeitos colaterias como nauseas, vomitos, vermelhidão, hipotensão ortastica etc. Fármacos: Levodopa, levodopa + benserazida = propola, levodopa + carbidopa = parkidopa. Ao administrar a levodopa sozinha a maioria vai para periferia, sofre ação da dopa descaboxilase e forma a dopamina periférica que causa os efeitos colaterais já citados, porém ao administrar a levodopa junto com carvidopa ou benserazida, a enzima dopa descaboxilase da periferia é inibida, então não há dopamina na periferia e a maior parte alcança o cérebro. L-tirosina L-tirosina DA DA DA DA DA MAO DOPA DA DA DA 1 2 1 – Tirosina hidroxilase 2 – Dopa descaboxilase Os fármacos benserazida e carvidopa agem inibindo a enzima dopa descaboxilase da periferia, permitindo que não atravesse a BHE CEREBRO 25 2. Imitar a dopamina – Os agonistas dopaminérgicos como a bromocriptina atuam nos receptores dopaminérgicos, imitando seus efeitos. 3. Inibidores da MAO-B (IMAO-B) -São fármacos que inibem a enzima que degrada a dopamina, aumentando assim seus níveis na fenda. Fármaco: silegilina e rosagilina. 4. Antagonistas muscarínicos M1 - combate o tremor. Fármaco: biperidino. Fármacos ansiolítico e sedativos A ansiedade é um estado desagradável de tensão, apreensão e inquietação, os sintomas físicos envolvem a ativação do sistema nervoso simpático – taquicardia, sudorese, tremores e palpitação. As bases neurológicas da doença envolvem aumento da noradrenalina, serotonina e dopamina, sendo assim, o objetivo farmacológico é diminuir os níveis de serotonina e potencializar os efeitos do GABA. Os sedativos são hipnóticos, usados por pessoas que apresentam dificuldade para dormir, são usados também para induzir o sono em pessoas que vão passar por algum procedimento médico. Eles devem apresentar efeito curto. Classe dos fármacos: 1. Barbitúricos – tem ação rápida, porém eles induzem tolerância, dependência física e estão associados a sintomas de abstinência muito graves. Além de tudo, destaca-se sua capacidade de causar coma em doses tóxicas. A ação dos barbitúricos se dá devido a interação com os receptores GABA, potencializando a ação do neurônio gabaergico, isso acontece pois provoca a abertura dos canais de cloreto(Clˉ) e, consequentemente, influxo desses ions no neuronio pós- sinaptico, levando a hipepolarização celular com lentidão. Os barbituricos são classificados de acordo com sua duração da ação • Fenobarbital tem ação longa – 1 a 2 dias (usado no tratamento de convulsoes) • Pentobarbital tem ação curta – 3 a 8h (usados como sedativos e hipnoticos) • Tiopental tem ação ultracurta – 20 min. (usado como indução da anestesia) Os barbituricos em doses baixas produzem o efeito sedativo, em doses crescentes causam hipnose, seguida de anestesia e após isso causa coma e morte, tudo isso devido a depressão do SNC, além disso, não aumentam o limiar da dor, ao contrario, em alguns casos podem exarcebar a dor e o seu uso cronico leva à tolerância. A depressão respiratoria tambem acontece, pois os barbituricos suprimem as respostas à hipoxia e dos quimiorreceptores ao C02, ou seja, a dosagem excessiva pode causar depressão respiratoria e a morte. 26 • Benzodiazepínicos (BDZ) – São os fármacos ansiolíticos mais usados, sendo mais seguros e eficazes do que os barbitúrico. Os alvos para as ações dos benzodiazepínicos são os receptores do GABA, são receptores diferentes dos barbitúricos, porém localizados lado a lado. Quando os receptores são estimulados pelo BDZ ou pelos barbitúricos, verifica-se uma alteração na conformação dos receptores gabaérgicos de tal forma que o GABA passa a ter muito mais afinidade para com o próprio receptor, aumentando a frequência na abertura e fechamento dos canais de cloreto, levando a um aumento do influxo de íons Clˉ no neurônio pós sináptico, tornando-o mais hiper polarizado --- lento. Os BDZ não têm atividade antipsicótica nem ação analgésica e não afetam o SNA, então ele vai atuar: • Diminuindo a ansiedade • Ações hipnóticas e sedativas • Amnésia anterógrada – bloqueio temporário da memoria • Anticonvulsivantes • Relaxamento muscular • Distúrbios do sono – esses prescritos comumente contra os distúrbios do sono incluem os de longa ação, flurazepam (1-3 dias), os de ação intermediária, temazepam (10-20 horas), e os de curta ação, triazolam (3-8 horas). GABA GABA GABA GABA GABA Clˉ Clˉ Clˉ Clˉ Clˉ Canal de cloreto Neurônio pós sináptico Neurônio gabaérgico Efeitos adversos • Sonolência; • Dificuldade de concentração; • Preguiça mental e física; • Intoxicação; • Ressaca farmacológica. GABA GABA GABA GABA GABA Clˉ Clˉ Clˉ Clˉ Clˉ Clˉ Clˉ Clˉ Clˉ Clˉ Clˉ Neurônio gabaérgico Neurônio pós sináptico Receptor BDZ Efeitos adversos • Sonolência e confusão • Ataxia em doses elevadas • Comprometimento cognitivo 27 • Antagonista BDZ - O flumazenil é um antagonista de receptor GABA que pode rapidamente reverter os efeitos dos benzodiazepínicos. O fármaco está disponível apenas para administração IV. O início de ação é rápido, mas a duração é curta, com meia-vida de cerca de uma hora. Administrações frequentes podem ser necessárias para manter a reversão dos benzodiazepínicos de longa ação. Outros BDZ • Zolpidem – agonista de receptor BDZ, usado como ansiolítico • Buspirona – atua nos receptores da serotonina promovendo o feedback negativo, levando a redução nos níveis de 5-HT na fenda sináptica. Estabilizadores de humor Usado em pacientes bipolares, ou seja, que oscilam entre momentos de mania, irritabilidade e momentos depressivos. O tratamento farmacológico mais usado são: sais de lítio associados ou não a carbamazepina, lamotrigina, ac. Valproico e topiramato. Que são antagonistas dos canais de glutamato. O glutamato quando liberado atuam nos receptores AMPA e NMDA que por sua vez são acoplados aos canais de Na e/ou Ca, levando à estimulação do neurônio pós sináptico, os fármacos antagonistas do glutamato não atuam nos receptores do glutamato, e sim, nos canais iônicos, impedindo a entrada do Na e/ou do Ca no neurônio pós sináptico, resultando em uma inibição neuronal. Farmacoterapia da doença de Alzheimer As intervenções farmacológicas na doença de Alzheimer são apenas paliativas e oferecem um benefício modesto e de curta duração. Nenhum dos fármacos disponíveis atualmente é capaz de alterar o processo neurodegenerativo subjacente. As bases neurobiológicas incluem diminuição dos níveis e ações da acetilcolina e os efeitos excitatórios do glutamato são neurotóxicos, sendo assim o tratamento farmacológico tem como objetivo aumentar os níveis e ações da ACH e reduzir os efeitos do glutamato. Classe dos fármacos: 1. Anticolinesterásicos – inibe a enzima que degrada a enzima ACH, aumentando assim os níveis de ACH na fenda sináptica e, portanto, aumentando os efeitos excitatórios Fármacos: Rivastigmina, tacrina, donepezil, galantamina. 2. Antagonistas de canais iônicos Na e/ou Ca do glutamato - A ligação do glutamato no receptor NMDA causa a abertura do canal iônico associado e permite a entrada na célula de Na+ e particularmente de Ca 2 +. Infelizmente, o excesso de Ca 2+ intracelular pode ativar inúmeros processos que lesam o neurônio e levam à apoptose, por isso seu 28 efeito neurotóxico, sendo assim, ao antagonizar os canais, menos Na e Ca entram na célula. Fármaco: memantina Farmacoterapia da epilepsia A epilepsia é um conjunto de diferentes tipos de convulsões e síndromes originadas por vários mecanismos que têm em comum a descarga repentina, excessiva e sincronizada dos neurônios cerebrais. Essa atividade elétrica anormal pode resultar em uma variedade de eventos, incluindo perda de consciência, movimentos anormais, comportamento atípico ou desigual ou percepção distorcida de duração limitada em geral, mas recorrente se não tratada. As bases neurobiológicas da epilepsia são; aumento dos níveis e ações do glutamato e diminuição dos níveis do GABA, portanto há uma alteração no balanço GABA X GLUTAMATO e o tratamento farmacológico tem como objetivo reverter isso. Classe dos fármacos antipléticos: 1. Antagonistas de canais ionicos do glutamato – a mesma classe de fármaco usado na doença de alzheimer e no transtorno de humor. Fármacos: Carbamezepina, topiramato, lamotrigina, ac. Valproico e valproato. 2. BDZ e barbtúricos - são usados para potencializar o efeito inibitorio do GABA. Fármacos: Diazepam, lorazepam A carbamazepina reduz a propagação dos impulsos anormais no cérebro, bloqueando os canais de sódio, inibindo, assim, a geração de potenciais de ação repetitivos no foco epiléptico e evitando seu alastramento 29 Farmacoterapia do Sistema cardiovascular Insuficiencia Cardíaca (IC) É uma alteração progressiva complexa na qual o coração é incapaz de bombear sangue suficiente para suprir as necessidades do organismo. Seus principais sintomas são dispneia, fadiga e retenção de líquido. A IC é decorrente de uma redução da capacidade do coração em encher-se de sangue e/ou de ejetá-lo de forma adequada. Na IC ocorre o aumento da pré e pós carga e diminuição do débito cardiaco, sendo assim, o tratamento farmacologico tem como objetivo promover efeitos inversos. Classe dos fármacos: 1. Agente ionotrópicos ou inotróficos positivos – aumentam a força de contração do coração, aumentando o débito cardiaco • Dobutamina – iminta a NA nos receptores β1 do coração, aumentando a força de contração • Cardiotônicos ou digitálicos – aumentam a força de contração, débito cardiaco e diminuem a frequencia cardiaca. Farmacos: Digoxina, digitoxina e estrofantina (G,H,K). 2. Diuréticos – ajudam a eliminar líquidos, diminuindo o trabalho cardíaco. Fármaco: furosemida 3. Vasodilatadores – são uteis pois promovem o aumento da capacitância venosa e consequentemente, diminuindo o retorno venoso, pré e pós carga, e consequentemente aumentandoo débito cardíaco. • Inibidores ECA (captopril, inalapril, lisinopril); • Antagonistas dos canais de cálcio (verapamil e diltizam); • Antagonistas da angiotensina II (losartana). Cardiotônicos tem índice terapêutico baixo, ou seja, a dose tóxica é próxima da dose terapêutica. Digoxina: não pode ser usada para IC associada a insuficiencia renal Digitoxina: não pode ser usada para IC associada a insuficienci hepática 30 Angina Pectoris É uma dor no peito que se irradia para o braço esquerdo caracterizado pela falta de oxigênio no músculo cardíaco, que pode ser causada pela obstrução de uma das coronárias devido a uma placa de ateroma. Classe de fármacos: 1. nitratos orgânicos – usados na emergência como vasodilatador, assim aumentam o fluxo sanguíneo na região isquêmica, exemplos de fármacos: • Nitroglicerina; • Dinitrato de isossobida; • Mononitrato de isossorbida. 2. Bloqueadores dos receptores β1 do coração – usados par aliviar o trabalho cardíaco, pois atuam bloqueando a NA nos receptores do coração, diminuindo a frequência cardíaca e força de contração, exemplos de fármacos: • Atenolol; • Metanolol; • Acebutalol; • Propanolol* 3. Diuréticos – usados para aliviar o trabalho cardíaco, pois reduz o volume do LEC e interstício, reduzindo a volemia, exemplos de fármacos: • Amilorida; • Hidroclorotiazida; • Furosemida; • Bumetanida. Classes de fármacos que podem ou não estar associada: 4. Inibidores da ECA • Captopril • Enalapril • lisinopril 5. Antagonistas dos canais de Ca • Diltiazem • Verapamil • Nifedipina 6. Antagonistas da angiotensina II • Losartana 7. Antiagregantes plaquetários • AAS Exceto em doentes pulmonares e diabéticos. 31 Hipertensão arterial Hipertensão arterial é considerada quando os valores da pressão diastólica estão ≥ 140 mmHg e a pressão diastólica ≥ 90 mmHg, isso acontece devido ao acumulo de substancias vasoconstritoras como adrenalina, noradrenalina e angiotensina II, sendo assim, o tratamento farmacológico tem como objetivo principal diminuir esses níveis e “desativar” o Sistema Renina Angiotensina e Aldosterona. Classe de fármacos anti-hipertensivos: 1. Antagonistas da angiotensina II – Bloqueiam a angiotensina II, assim não ocorre vasoconstrição periférica, ou seja, acontece vasodilatação, exemplos de fármacos: • Losartana 2. Antagonistas de canais de Ca – bloqueiam a entrada de íons cálcio na célula, dessa forma, funciona como um vasodilatador, exemplos de fármacos: • Nifedipina • Anlodipina • Diltiazem • Verapamil 3. Inibidores da ECA – ECA é a enzima que converte a angiotensina I em II, ao ser bloqueada todos os eventos que ocorrem devido a presença da angiotensina II, reduzem, implicando em vasodilatação e diminuição da pressão arterial, exemplos de fármacos: • Captopril; • Inalapril; • Lisinopril. 4. Antagonistas de receptores α da pele e mesentério – promovem a vasodilatação, porém, pertencem a classe de fármacos que bloqueiam a NA nos receptores da pele e do mesentério, exemplos de fármacos: • prazosina 5. Antagonistas β1 do coração – Essa classe de fármacos são uteis na hipertensão pois bloqueiam a noradrenalina, exemplos de fármacos: • Atenolol • Metanolol • Acebutabol • Propranolol* 6. Antagonistas da aldosterona – impedem a ação da aldosterona junto aos seus receptores, reduzindo a absorção de água e sódio, que consequentemente reduz a volemia e pressão arterial, exemplos de fármacos: • espironolactona 7. Diuréticos – Reduzem o volume de água do interstício celular, que consequentemente reduz a volemia e pressão arterial. • Diuréticos do tipo tiazídicos são mais comumente usados. Além de outros efeitos anti-hipertensivos, eles causam uma pequena quantidade de vasodilatação; 32 • Os diuréticos de alça são utilizados para tratar hipertensão somente dos pacientes que perderam > 50% da função renal, sendo administrados 2 vezes/dia. Farmacoterapia do Sistema Digestório Úlceras pepticas As úlceras pepticas são causadas por tres fatores principais, infecção pela H. pylori, aumento da secreção de ácio clorídrico e por uma defesa deficiente da musocsa contra o ácido gástrico, seguindo isso, a terapia consiste em erradicação a infecçõ pela bactéria, reduz a secreção do ácido gástrico e emprego de agentes que proteja a mucosa gástrica. Fármacos usados no tratamento: 1. Agentes antimicrobiano - O sucesso na eliminação da H. py/ori (80 a 90°/o) é possível com várias combinações de antibacterianos. Atualmente, é administrado um tratamento triplo por um período de duas semanas, consistindo em um IBP com metronidazol ou amoxicilina mais c/aritromicina, ou o tratamento quádruplo de subsa/icilato de bismuto e metronidazol mais tetraciclina mais um IBP. Assim, em geral, obtém-se 90°/o ou mais de taxa de erradicação. Os sais de bismuto não neutralizam o ácido gástrico, mas inibem a pepsina e aumentam a secreção de muco. Este aumento de secreção ajuda formar uma barreira contra a difusão do ácido na úlcera 2. Inibidores da bomba de protons – A bomba de prótons ligada à membrana é a etapa final da secreção de ácido gástrico, exemplos de fármacos: • Dexlansoprazol • Esomeprazol • Lansoprazo • Pantoprazol • Rabeprazol • Omeprazol 3. Antagonistas dos receptores de H2 da histamina - atuam seletivamente nos receptores H2 do estômago, dos vasos sanguíneos e de outros locais, mas não têm efeito nos receptores H1• Eles são antagonistas competitivos da histamina e são completamente reversíveis, exemplos de fármacos: • Cimetidina • Ranitidina • Famotidina • Nizatidina. 4. Prostaglandinas - A prostaglandina E2, produzida pela mucosa gástrica, inibe a secreção de ácido clorídrico e estimula a secreção de muco e bicarbonato. A deficiência de São usados em combinação com ag. antimicrobiano 33 prostaglandinas pode estar envolvida na patogênese das úlceras pépticas, exemplos de fármacos: • Misoprosto 5. Antiácidos -- Os antiácidos são bases fracas que reagem com o ácido gástrico formando água e um sal, para diminuir a acidez gástrica. Como a pepsina é inativa em pH acima de 4, os antiácidos também reduzem a atividade da pepsina. Os antiácidos contendo alumínio e magnésio são usados para o alívio sintomático da úlcera péptica e da azia; eles também podem promover a cicatrização de úlceras duodenais. Contudo, eles são usados como última escolha contra úlceras gástricas agudas porque a evidência de eficácia é menos convincente, exemplos de fármacos: • Hidróxido de alumínio (pode provocar constipação); • Hidróxido de magnésio (pode provocar diarréia); • Carbonato de cálcio; • Bicarbonato de sódio. 6. Agentes protetores da mucosa - também conhecidos como citoprotetores, apresentam várias ações que aumentam os mecanismos de proteção da mucosa, prevenindo lesões, reduzindo inflamação e cicatrizando úlceras existentes, exemplos de fármacos: • Sucralfato (é um complexo de hidróxido de alumínio); • Subsalicilato de bismuto Antieméticos As náuseas e êmese possam ocorrer em variadas condiçoes, por exemplo, gestação, hepatite, doença do movimento, e sejam sempre desagradáveis para o paciente, são a náusea e a êmese produzidos por vários fármacos antineoplásicos que exigem controle eficaz. Fármacos usados no tratamento: • Dimenidrato – Dramin • Metoclopramida – Plasil • Buclizina – Postafen • Bromoprida – Digesan • Dromperidona – Motilium • Ondansetrona – Zofran • Granessetrona – Kytril Produz contrações uterinas, desalojamento do feto e é contraindicado durante a gestação. Diarreia e náuseas dose-dependentes são os efeitos adversos mais comuns e limitam o seu uso. 34 Antidiarreicos O aumento da motilidade do TGI e a diminuição de absorção de líquidos são os principais fatores na diarreia. Fármacosusados no tratamento: 1. Fármacos antimotilidade - Eles ativam receptores opioides pré-sinápticos no sistema nervoso entérico para inibir a liberação de acetilcolina e diminuir o peristaltismo., exemplo de fármacos: • difenoxilato • loperamida. 2. Adsorventes - são usados para controlar diarreias. Presumivelmente, esses fármacos atuam adsorvendo toxinas intestinais ou microrganismos e/ou revestindo e protegendo a mucosa intestinal, exemplo de fármacos: • hidróxido de alumínio • metilcelulose Laxantes Os laxantes são comumente usados contra a constipação, para acelerar o movimento do alimento por meio do TGI. Esses fármacos podem ser classificados com base no seu mecanismo de ação. Os laxantes aumentam o risco de perda do efeito farmacológico de preparações pouco absorvidas, preparações de ação postergada e de preparações orais de liberação extendida por acelerarem o seu trânsito intestinal. Fármacos usados no tratamento: 1. Senna - causa evacuação em 8 a 1 O horas. Ele também causa secreção de água e eletrólitos para o interior do intestino. Em produtos associados com amolecedor de fezes contendo docusato, esse fármaco é útil no tratamento das constipações causadas por opioides. 2. Bisacodilo - Disponibilizado como supositório e comprimidos entéricos (revestidos), é um potente estimulante do cólon. Ele atua diretamente nas fibras nervosas na mucosa do cólon. 3. Óleo de rícino - Este fármaco é hidrolisado no intestino delgado em ácido ricinoleico, que é muito irritante ao estômago e logo aumenta o peristaltismo. Os efeitos adversos incluem sedação, cólicas abdominais e tontura. Como esses fármacos podem contribuir para o megacólon tóxico, eles não devem ser usados em crianças ou em pacientes com colite grave. B 35 Farmacoterapia do Sistema Respiratório Asma A asma é uma doença inflamatória das vias aéreas caracterizada por episódios de broncoconstrição aguda causando encurtamento da respiração, tosse, tensão torácica, respiração ruidosa e rápida. Classe dos fármacos: 1. Agonistas β2 adrenérgicos – atuam imitando a noradrenalina, promovendo assim a broncodilatação, exemplos de fármacos: • Salbutamol • Terbutalina • Salmeterol • Fenoterol • Formoterol 2. Antagonistas muscarinicos M3 dos bronquios (anticolinergicos) – atuam bloqueando a acetilcolina, impedindo assim a bronconstrição, exemplo de fármacos: • Brometo de ipratrópio (atrovent). Rinite Inflamação da mucosa nasal, provocada por substancias diversas como, polén, pós, pêlos, compostos organicos, inorganicos, perfume, fumaça etc. Classe dos fármacos: 1. Antagonistas de receptores H1 da histamina (anti-histaminicos) – são os antialergicos, exemplos de fármacos: • Polaramine • Loratadine 2. AINES (anti inflamatorio não esteroides) • Prednisolona • Dexametasona • Prednisona • Bectometasona Descongestionantes nasais – deviso ao acumulo de substancias vasodilatadoras, são utilizados substancias capazes de promover a vasoconstrição, como: 36 1. Agonistas adrenergicos α1 - imitam a NA, promovendo a vasoconstrição, exemplo de fármacos: • Efedrina • Fenilefrina • Pseudoefedrina • Nafazolina 2. Soluções aquosas hipertonicas – atuam como fluidificantes das secreções, exemplo de fármacos: • Cloreto de sódio; • Cloreto de benzalcônio. Espirro e Tosse Ambos funcionam como mecanismo de defesa do organismo. Para tratar espirros, comumente são utilizados antialergicos, já para tratar a tosse são utilizados mucoliticos e/ou expectorantes. 1. Mucolíticos – promovem a fluidificação do muco, favorecendo a sua eliminação, exemplo de fármacos: • Bromexina (bisolvon) • Ambroxol (mucossolvam) • Acetilcisteina (fluimucil) 2. Expectorantes – promovem a tosse produtiva, ou seja, estimula a expelir as secreções: • Ambroxol • Bromexina • Iodeto de potássio (KI) 37 Anti-inflamatórios não esteroides - AINES Os anti inflamatórios são uma classe de fármacos que combatem os quadros patológicos de dor, febre e inflamação. Os não esteroides, bloqueiam irreversivelmente a COX (Cicloxigenase) que é a enzima que catalisa a reação de formação das prostaglandinas a partir da ácido araquidônico. Exemplo de fármacos: • AAS • Paracetamol • Dipirona • Naproxéno • Piroxicam • Difunisal • Meloxicam • Tinoxicam • Cetoprofino Os AINES inibem ou bloqueiam a síntese dessas prostaglandinas atraves da inibição da COX2, mas inibe também a COX1, levando a efeitos adversos/colaterais. A COX1 é constitutiva, ou seja, está presente e muitas células (estomago,rins) e são de grande importancia para o organismo participando da homeostasia, a partir delas são produzidas prostaglandinas “do bem” (PGI 2 e PGE 2) que tem como função: Estômago Rim Por outro lado, existem as COX2, que é induzida nos processos de dor, febre e inflamação, ou seja, a partir dela são produzidas as “prostaglandinas do mal” que estão presentes quando o individuo sente dor, tem febre e/ou inflamação. São substâncias endógenas que participam do processo de dor, febre e inflamação, “avisando” o organismo de que “algo anormal” está ocorrendo, apresentando como caracteristica a propriedade vasodilatadora e hiperalgésica. • PGI2 – inibe a secreção excessiva de suco gástrico • PGE2 – estimula a produção de muco protetor • PGE1 e PGE2 – promovem o aumento do fluxo sanguíneo aumentando a perfusão renal 38 Anti-inflamatórios esteroides – AIES Conhecido como corticoides, são anti inflamatorios potentes, porém apresentam efeitos colaterais. Atuam inibindo a enzima fosfolipase A2 na cascata de formação das prostaglandinas e leucotrienos, assim, não serao formadas substâncias que participam dos processos de dor, febre e inflamação. Exemplo de fármacos: • Dexametasona; • Hidrocortisona; • Prednisona; • Prednisolona; • Bectametasona. Efeitos colaterais dos corticoides Os efeitos colaterais tem a ver com o fato dos corticoides serem quimicamente parecidos com os hormonios produzidos pelo cortex supra renal, ou seja, são parecidos com os hormonios cortisol, aldosterona e androgenios. A aldosterona aumenta a rebsorção de sódio e agua que como consequencia aumenta a pressão arterial; o cortisol é hiperglicêmico e os androgenios são hormonios responsaveis pelos caracteres sexuais masculino. 39 Cascata do ácido araquidônico Fosfolipideo de membrana Fosfolipase A2 Ac. araquidônico COX2 ou COX 1 PGI2 (prostaciclina) TXA2 (tromboxano) PGI 2 – vasodilatora, hiperalgésica, antiagregante plaquetário TXA 2 – vasoconstritor, agregante plaquetário (trombótico), bronconstritor. PGE2 – vasodilatadora, hiperalgésica e febre PGD2 – vasodilatadora e broncoconstritor. PGF2α – broncoconstritor e promove contração do miométrio. AINES 40 Bibliografia • Farmacologia ilustrada, Clark. 5° edição. Editora Artmed, 2013 • Farmacologia básica e clínica, Lange. 13° edição. Editora AMGH, 2017 • Conteúdo ministrado pelo professor Roberto Adati, no 4° período do curso de enfermagem na Universidade Cruzeiro do Sul.
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