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Farmacologia Básica 1 JeKF Farmacologia Básica Introdução à Farmacologia Conceitos Droga: substância que vai interagir com o organismo para o surgimento de um efeito farmacológico. Pode produzir benefícios – fármaco (medicamento) e malefícios – tóxico. Remédio: qualquer coisa que sirva para o benefício do paciente. Nem sempre é uma substância, uma reeducação alimentar ou a mudança do estilo de vida pode ser considerada um remédio. Placebo: substância ou efeito inerte, que em princípio não tem nada para produzir um efeito farmacológico. Efeito placebo é um efeito biológico não decorrente de um princípio ativo específico, mas sim de fatores psicológicos ou inespecíficos. Adesão ao tratamento: muitas vezes é ela que define o sucesso do tratamento porque o paciente aceita o tratamento confiando no trabalho da equipe médica. Fatores que levam ao não cumprimento, à não adesão, do tratamento: Grande número de medicamentos Dificuldades na Obtenção do medicamento Disponibilidade comercial “Esquecimento” Dificuldade de administração Falta de orientação sobre as reações adversas Etapas na Produção de um Fármaco Qual caminho o fármaco passa para deixar de ser uma droga e ser um fármaco? − A origem da substância pode ser animal, mineral, vegetal, sendo a última a mais comumente utilizada. − São feitos testes pré clínicos na amostra estudada aplicando-a em células e/ou órgãos isolados primeiramente. Se seu efeito for positivo, novos testes são feitos em pequenos animais (ratos, coelhos, sapos). A cada 10000 substancias, apenas 10 passam nessa fase, para serem então testadas em humanos. Aproximadamente 6 anos de pesquisas são gastos até essa fase. − Quando testes são realizados em humanos, pessoas saudáveis são testadas em primeiro lugar com o objetivo de analisar os efeitos (benéficos e colaterais) da substância estudada. Um efeito indesejado para a pessoa pode ser desejável ao pesquisador, dependendo do objetivo de tal fármaco. − Em casos de cânceres e de doenças por vírus os medicamentos já são testados em pessoas doentes, uma vez que os possíveis malefícios do medicamento experimental são menores que os benefícios. Farmacologia Básica 2 JeKF − Se todos os testes foram positivos até os testes em humanos, ainda assim, o medicamento só vai ser lançado se ele produzir mais benefícios que o padrão ouro naquela área. − Quando a droga é lançada no mercado ela recebe um nome “fantasia”, que é um nome de referência. A droga terá 5 anos para apresentar um efeito inesperado, a indústria que a lançou terá 10 anos de patente, em que só ela poderá produzir aquele medicamento a fim de lucrar para compensar os gastos com a pesquisa. − Existem as farmácias notificadoras e os hospitais sentinelas que notificam a ANVISA sobre quaisquer reações adversas, para que o medicamento seja retirado do mercado, se necessário. − Depois dos 10 anos, a indústria pode lançar os similares e os genéricos. Similares: Contém o mesmo princípio ativo, apresenta a mesma concentração, forma farmacêutica, via de administração, posologia e indicação terapêutica do medicamento de referência, mas não são bioequivalentes. Sendo assim, não podem substituir os remédios de marca na receita, pois apesar de terem qualidade assegurada pelo Ministério da Saúde, não passaram por análises capazes de atestar se seus efeitos no paciente são exatamente iguais aos dos medicamentos de referência nos quesitos quantidade absorvida e velocidade de absorção. Genéricos: Podem substituir o produto de marca ou referência, pois têm rigorosamente as mesmas características e efeitos sobre o organismo do paciente. A garantia é dada pelo Ministério da Saúde que exige testes de bioequivalência farmacêutica para aprovar os genéricos. Os genéricos podem ser trocados pelos medicamentos de marca quando o médico não se opuser à substituição. Mais barato por receber benefícios do governo e por não precisar investir em pesquisas, por exemplo. Dose Efetiva Mediana (DE50): Dose necessária para produzir uma determinada intensidade de um efeito em 50% dos indivíduos. Doses outras que produzem um efeito estável em outras proporções percentuais são designadas DE20, DE80, etc. Dose Letal: Quando o efeito observado é a morte de 50% dos animais experimentais. Registra-se como DL20, DL50, DL80, etc. Índice Terapêutico: Define a relação entre DL50/DE50. Quanto maior esse índice, maior a margem de segurança. DL50: dose tóxica DE50: dose terapêutica Com base na dose efetiva e dose letal para animais, concentração por kg, faz-se a concentração para o humano. Nível Plasmático Efetivo: A concentração mínima de fármaco que produz efeitos desejados no paciente é denominada Concentração Mínima Efetiva (CME). Um segundo nível de concentração sérica refere-se à Concentração Mínima Tóxica (CMT), ou seja, aquela que produz efeitos indesejáveis e compromete a segurança do paciente. O ideal é que a concentração sérica do fármaco em um paciente que recebe doses corretas seja mantida entre a CMF e CMT (“janela terapêutica” para o fármaco) durante o período que se deseja que o mesmo atue, de modo a garantira a segurança do paciente e a eficácia do tratamento. Farmacologia Básica 3 JeKF Em termos práticos, dois medicamentos são considerados bioequivalentes quando comprovarem ter biodisponibilidade estatisticamente comparável, ou seja, quando as formulações comparadas não mostrarem diferenças superiores a 20% em relação a Cmax, Tmax e ASC (Área Sob a Curva, representa a concentração de medicamento ainda presente na corrente sanguínea). Farmacologia Básica 4 JeKF Pró-Droga Droga + Organismo Receptor Efeito benéfico Efeito maléfico (medicamento) (tóxico) - farmacoterapia - diagnóstico - profilaxia - anticoncepção Farmacologia Básica 5 JeKF Farmacocinética Estuda o movimento da droga dentro do corpo. Com a farmacocinética podemos prever onde, como e quanto da droga estará no corpo depois de determinado tempo. Assim pode-se determinar como proceder diante de uma super dosagem, por exemplo. Fatores que Afetam a Farmacocinética Relacionados à droga: Lipossolubilidade: capacidade de se difundir em meios lipídicos – quanto maior, mais facilmente a droga se movimenta dentro do nosso organismo, já que ele tem muitas barreiras lipídicas. Nosso corpo possui 70% de água, cada um dos compartimentos de água é revestido por membranas lipídicas. Substancias muito pouco lipossolúveis ficam “presas” onde são administradas. Já as muito lipossolúveis, a partir do momento em que são administradas, penetram e vão a qualquer lugar (organofosforado, álcool, agem no SNC em segundos). Grau de Ionização: capacidade de formar íons. Substancias ácidas ou básicas fortes tendem a não ser fármacos potentes, porque não se ionizam facilmente. Ácidos e bases fracas são mais utilizadas como fármacos. Ácido fraco (HA) pode se ionizar mais ou menos dependendo do pH do meio. pH ácido do estômago (1,5 a 3,5), o ácido se ionizará menos. Já a base é se ionizar muito facilmente. Dependendo da sua ionização a substância será mais ou menos lipossolúvel. Substancias apolares são lipossolúveis. Se uma droga ácida fraca é administrada, no estômago (mais ácido) ela predomina na forma apolar-lipossolúvel com tendência de entrar na corrente sanguínea (absorção) e ir a qualquer lugar. Já substância alcalinas, no estomago tendem a predominar na forma polar, permanecendo no local. Para uma base fraca: Equação de Henderson-Hasselbalch - constante de dissociação pKa: (pKa diz se a droga vai permanecer na forma polar ou apolar) pKa < 4 – predomina na forma não ionizada, por estar mais ácido pKa > 4 – tende para o básico, mais vai se ionizar pKa = 4 – 50% ionizado / 50% não ionizado Se a droga estivercarregando carga, ela não atravessa a barreira lipídica. Aspirina, no estômago, tem fração mínima ionizada, vai a qualquer lugar. Tende a ficar presa em um lugar de pH maior. Petidina, no estômago, tende a se ionizar, fica presa ali. Isso é uma vantagem pra ela, uma vez que age no sist. digestório. Farmacologia Básica 6 JeKF Substância ácidas, melhores absorvidas em meios ácidos. Transporte de Membrana Difusão: mais comum, as substâncias não eletrolíticas fazem melhor. Filtração: através de poros, moléculas de baixo peso molecular. Pinocitose: quando a molécula é englobada pela membrana e jogada para dentro. Par de íons: se unem e atravessam a membrana como se fossem uma molécula apolar e voltam a ionizar dentro da cél. Transporte facilitado ou ativo: utiliza-se de um transportador para entrar na cél. Vias de Administração Absorção é definida como a passagem de um fármaco de seu local de administração para o plasma. Portanto, ela é importante para todas as vias de administração, exceto a intravenosa (porque ela não precisa de absorção). Existem casos, como a inalação de um broncodilatador na forma de aerossol no tratamento da asma, em que a absorção, como definida acima, não é necessária para que o fármaco atue, mas na maioria dos casos o fármaco deve entrar no plasma antes de chegar a seu local de ação. As principais vias de administração são: Oral (vantagem – não requer conhecimento técnico ou avançado; desvantagem – demora mais tempo, sofre influência do trato digestório, risco de auto medicação). Sublingual Retal Aplicação em outras superfícies epiteliais (ex. pele, córnea, vagina e mucosa nasal) Inalação Injeção (perde efeito rápido, exige técnica, risco de contaminação) ∙ Subcutânea ∙ Intramuscular ∙ Intravenosa ∙ Intratecal Farmacologia Básica 7 JeKF Etapas da Farmacocinética Absorção Fatores importantes − Entrada na corrente sanguínea exclui a endovenosa, exclui também as vias de ação local. − Importe para a via oral: pH, presença de enzimas, metabolismo, risco de perda, o transito GI. Metabolismo de primeira passagem − Alguns fármacos são eliminados pelo fígado ou parede intestinal que a quantidade que chega à circulação sistêmica é consideravelmente menor que a absorvida, diminuindo-se a biodisponibilidade do fármaco. − Metabolização pré-sistêmica: é uma transformação química da droga que ocorre antes dela passar na corrente sanguínea, ocorre no trato GI (ex. primeira passada no fígado antes de chegar à corrente sanguínea). Isso pode fazer com que a quantidade de droga que alcança a corrente sanguínea sistêmica seja menor. Assim seria necessária uma dose muito maior do fármaco quando administrado por via oral do que por outras vias. − Exs que sofrem eliminação significativa: aspirina, metoprolol, morfina, propranolol, lidocaína. Biodisponibilidade − É a fração da droga que alcança a corrente sanguínea sistêmica. Ela pode ser baixa porque é incompleta ou porque o fármaco é metabolizado na parede intestinal ou no fígado antes de alcançar a circulação sistêmica. − Bioequivalência: se uma formulação de um fármaco for substituída por outra, não haverá consequências clínicas indesejáveis. Ex. Bromazepam – biodisponibilidade 84% (fração que alcança a corrente sanguínea sistêmica após via oral). Estatinas – a biodisponibilidade sistêmica delas está aumentada na presença de disfunção hepática, por isso são contraindicadas para doentes com insuficiência hepática. A insuficiência hepática não transforma o fármaco em droga ativa, ela permanece como pró-droga, tendo biodisponibilidade alta, mas sem ação, talvez causando toxidade. Pró-fármaco precisa sofrer metabolismo para virar ativo. A droga ativa sofre metabolismo para continuar ativa, se o metabolismo não ocorrer continua ativa mesmo assim, mas é importante para diminuir sua toxidade. Ex. Paracetamol: metabolizada por 3 vias. Uma delas forma um metabólico reativo, extremamente tóxico que se liga aos lipídios de membrana rompendo a sua integridade, essa toxidade é reduzida por um peptídeo que ingerimos na alimentação, por isso não se toma em jejum. Farmacologia Básica 8 JeKF Distribuição A droga chega na corrente sanguínea e vai para o resto do corpo. Quanto mais o órgão é vascularizado, maior a chance de receber a droga. No sangue a droga pode ficar ligada ou livre, estado reversível. Livre é mais rápida, mas é uma tendência que a droga possui. Ligação às proteínas plasmáticas − A albumina plasmática é a proteína mais importante; a β-globulina e a glicoproteína ácida também ligam alguns fármacos. − A albumina plasmática liga principalmente fármacos ácidos (aproximadamente duas moléculas por molécula de albumina). Os fármacos básicos podem ligar-se à β-globulina e à glicoproteína ácida. − A ligação saturável às vezes leva a uma relação não-linear entre a dose do fármaco e a concentração de sua porção livre (ativa). − Uma extensa ligação proteica retarda a eliminação do fármaco (metabolismo e/ou filtração glomerular). − A competição entre fármacos pela ligação proteica pode, embora raramente, levar a interações medicamentosas clinicamente importantes. Compartimentos aquosos/barreiras não aquosas − Os principais compartimentos são: o Plasma (5% do peso corporal) o Líquido intersticial (16%) o Líquido intracelular (35%) o Líquido transcelular (2%) o Gordura (20%) − O volume de distribuição (Vd) é definido como o volume de plasma que poderia conter todo o conteúdo corporal do fármaco em uma concentração igual à do plasma. − Fármacos que não são lipossolúveis ficam confinados principalmente no plasma e no líquido intersticial; a maioria não penetra no cérebro após uma dose aguda. − Os fármacos lipossolúveis chegam a todos os compartimentos, podendo acumular-se na gordura. − Para os fármacos que se acumulam fora do plasma (ex. na gordura ou ligados nos tecidos), o Vd pode exceder o volume corporal total. Qual a fração de duloxetina que se ligas às proteínas plasmáticas? >90% Qual a fração de duloxetina que se torna mais rapidamente ativa? <10% (fração livre) Qual a fração de duloxetina que na corrente sanguínea está temporária e reversivelmente inativa? <10% Biotransformação (Metabolismo) Objetivo: atacar quimicamente a droga, diminuir sua lipossolubilidade, torna-la mais polar e mais facilmente excretada. Fase I ataca quimicamente em determinados grupamentos que possam ser quebrados e funcionar como gancho para a próxima etapa, expõe radicais da droga. Farmacologia Básica 9 JeKF Fase I − Ocorre principalmente no fígado e é catalisada por enzimas do citocromo P450 (complexo enzimático responsável por metabolização, principalmente de drogas). − As reações da Fase I envolvem oxidação, redução e hidrólise: o Geralmente formam produtos quimicamente mais reativos, que podem ser farmacologicamente ativos, tóxicos ou carcinogênicos. o Com frequência envolvem um sistema de monoaminooxigenases, no qual o citocromo P450 desempenha papel fundamental. O produto após a fase I é reativo. Fase II − As reações de Fase II envolvem a conjugação (ex. glicuronidação) de um grupo reativo (geralmente inserido durante a reação de fase I) e normalmente levam à formação de produtos inativos e polares que são eliminados facilmente. − Alguns produtos conjugados (AA, peptídeos) são eliminados pela bile, reativados no intestino e depois reabsorvidos (“circulação entero-hepática”). − A indução das enzimas P450 pode acelerar acentuadamente o metabolismo hepático de fármacos. Em consequência, pode haver aumento da toxicidade de fármacos que possuem metabólitos tóxicos. − O metabolismo pré-sistêmico no fígado ou na parede intestinal reduz a biodisponibilidade de diversos fármacos quando são administradospor via oral. O produto após a fase II é inativo e sai facilmente. Quais são as etapas envolvidas na Biotransformação da duloxetina? Oxidação e conjugação. A duloxetina é metabolizada onde? Porque se sabe? E envolve o citocromo P450? No fígado, as respostas estão implícitas quando se fala em CYP2D6 e CYP1A2. Quais são os metabólitos formados? Conjugado glicuronideo e o sulfato conjugado. Excreção Principais vias de remoção: excreção renal / Outras: fecal, suor, leite materno − A maioria dos fármacos atravessa livremente o filtro glomerular, a não ser que apresentem uma extensa ligação com proteínas plasmáticas. − Muitos fármacos, especialmente os ácidos e bases fracas são secretados ativamente para o interior do túbulo renal, sendo eliminados mais rapidamente. Farmacologia Básica 10 JeKF − Fármacos lipossolúveis são reabsorvidos passivamente por difusão no túbulo, não sendo eficientemente eliminados na urina. Por isso precisam ser metabolizados para serem excretadas via renal. − Devido à participação pelo pH, ácidos fracos são eliminados mais rapidamente em urina alcalina e vice-versa. Modificamos o pH urinário com alimentos. − Diversos fármacos importantes são removidos predominantemente por eliminação renal, podendo causar toxidade em idosos e pacientes com doença renal. Gráfico A Fala sobre uma intervenção em caso de super-dosagem de Fenobarbital (droga ácida). Vermelho: urina ácida – predomina na forma apolar Azul: urina alcalina – ioniza e sai Pessoa intoxicada com Fenobarbital: administra bicarbonato de sódio intra venoso para alcalinizar o organismo e facilitar a retirada da droga. Gráfico B Anfetamina é básica. A urina para favorecer a metabolização e a excreção deve estar mais ácida. Farmacologia Básica 11 JeKF Farmacodinâmica Considerações Farmacodinâmica estuda como ocorre a interação da droga com o organismo. A interação é físico-química, de um ponto da droga com uma estrutura celular (normalmente proteica), funcionando como alvos. A droga age através de alvos específicas: receptores, canais iônicos, enzimas e transportadores. Dessa interação há uma consequência, efeitos: Desejado – haverá uma indicação. Indesejado – haverá uma contraindicação. Alvos para ação das drogas Uma droga é um produto químico que afeta a função fisiológica de um modo especifico. As drogas, na sua maioria, são eficazes porque se ligam a proteínas alvo-específicas. A especialidade é recíproca: classe individuais de drogas se ligam somente a certos alvos, e alvos individuais reconhecem somente certas classes de drogas. Nenhuma droga é completamente específica na sua ação. Em muitos casos, o aumento da dose de uma irá afetar outros alvos que não o principal e levar a efeitos colaterais. Receptores As drogas podem funcionar como agonistas ou antagonistas. Agonista (parcial/total) Possui afinidade à droga. Possui atividade intrínseca/eficácia. A droga interage com o receptor, ativando, e produz um sinal dentro da célula. Produz efeito direto. Ex. Adrenalina – atua no receptor beta1cardíaco, ativando-o, e aumentando os batimentos cardíacos (efeito direto). Antagonista (competitivo/não competitivo) Possui afinidade à droga. Não possui atividade intrínseca. Se liga, mas não ativa o receptor. Produz efeito indireto. Ex. Propranolol – age no receptor beta 1 ou 2, diminuindo batimento cardíaco. Pois inibe o agonista endógeno, produzindo um efeito indireto. Promove também a broncoconstrição. Canais iônicos Bloqueador Age direto no canal, bloqueando a permeabilidade iônica. Modulador Regula a probabilidade de abertura desse canal. Bruna G. da Silveira Bruna G. da Silveira Bruna G. da Silveira Bruna G. da Silveira Bruna G. da Silveira Bruna G. da Silveira Bruna G. da Silveira Farmacologia Básica 12 JeKF Enzimas Inibidor A reação não ocorre. Substrato falso Interação com a enzima, aproveitando-se dela para a produção de uma droga. Pro-droga Se utiliza da enzima para a produção de uma droga química. Moléculas transportadoras Normal: O ligante se liga e é enviado para dentro. Inibidor A droga se liga, impedindo o ligante de se ligar. Substrato falso Utiliza-se o transporte para entrada de algo de fora e não do ligante. Famílias de Receptores Bruna G. da Silveira Bruna G. da Silveira Alzheimer Bruna G. da Silveira Bruna G. da Silveira Felcromocitoma - tumor de suprarrenal -> causa prod de adrenalina exacerbada Bruna G. da Silveira EX: Berotec -> broncodilatador. ATV INTRINSICA beta 1 - interacao mais alta e beta 2 - interacao seletiva Bruna G. da Silveira atv intrinsica -> capacidade, de uma vez ligado, ativar o receptor Bruna G. da Silveira Bruna G. da Silveira Mesma droga pode reconhecer inúmeros alvos -> exemplo do pássaro Bruna G. da Silveira Bruna G. da Silveira Bruna G. da Silveira Farmacologia Básica 13 JeKF Tipo 1 – acoplados a canais iônicos Receptores para neurotransmissores rápidos, acoplados diretamente a um canal iônico. Ex. receptor nicotínico da acetilcolina. Tipo 2 – ligados à proteína G Receptores para muitos hormônios e transmissores lentos acoplados aos sistemas efetores por uma proteína G. A proteína G vai fazer catalise produzindo um efeito rápido. Receptores relacionados com doenças cardiovasculares. Ex. receptor muscarínico da acetilcolina. Tipo 3 – ligados à tirosina quinase Receptores para insulina e vários fatores de crescimento que estão diretamente ligados à tirosina-quinase. Tirosina quinase fosforila proteínas. Ocorre em horas. Tipo 4 – ligados ao núcleo. Associados à transcrição gênica. Receptores para hormônios esteroides, hormônio tireoidiano e outros agentes como o ácido retinoico e a vitamina D. Ocorre alteração da síntese proteica. Ocorre em horas. Uma mesma droga pode agir sobre diferentes alvos e se atuar em mais de um receptor, esses ainda podem pertencer a diferentes famílias. Receptor: componente proteico (100 ou + AA) da membrana celular que interage com a droga de uma maneira específica e ativam eventos bioquímicos intracelulares, resultando no efeito da droga. Ex. hipnoanalgésicos. A noradrenalina se liga ao receptor, ativa a proteína G, se quebrando, ativando a adenilato ciclase, produzindo AMPc que atua abrindo o canal de Ca. O Ca entra, ocorre despolarização e contração. A acetilcolina age sobre o receptor, ativa a proteína G, produzindo AMPc... Ocorre o mecanismo de transdução de sinal em segundos. Farmacologia Básica 14 JeKF Drogas que agem nos receptores podem ser agonistas ou antagonistas. Os agonistas iniciam mudanças na função celular, produzindo efeitos de vários tipos; os antagonistas se ligam aos receptores sem iniciar tais mudanças. A potência agonista depende de dois parâmetros: afinidade (isto é, tendência a ligar-se aos receptores) e eficácia (isto é, capacidade, uma vez ligado, para iniciar mudanças que levam aos efeitos). Para os antagonistas, a eficácia é zero. Agonistas totais (que podem produzir efeitos máximos) tem alta eficácia; agonistas parciais (que podem produzir apenas efeitos submáximos) tem eficácia intermediaria. Antagonismo entre drogas ocorre por vários mecanismos. Duas drogas podem funcionar como antagonistas uma do outro. Dois agonistas disputando o mesmo sitio ou um agonista e um antagonista – antagonismos competitivos. Antagonismo farmacológico Químico Interação em solução. Ex. tetraciclina, age como quelante do cálcio, se tomado com o leite quela o cálcio do leite, não agindo no organismo. Farmacocinético Uma droga que afeta a absorção, metabolismo ou excreção de outra. Fisiológico Dois agentes que produzem efeitos fisiológicos opostos. Ex. noradrenalina e acetilcolina. Por bloqueio de receptor (competitivo/nãocompetitivo) Não-competitivo: o antagonista interrompe a associação receptor-efetor, não afeta o sítio. A droga continua interagindo, mas o efeito não ocorre. Competitivo: Ambas as drogas que se ligam aos mesmos receptores. Mais comum. O antagonismo pode ser reversível ou irreversível. Há o agonista e o antagonista, vence quem tiver em maior quantidade ou tiver maior afinidade. Dois agonistas totais em dois tecidos. São agonistas totais porque a resposta do tecido é de 100%. O aumento da dose, leva a resposta total. Agonistas parciais porque nenhum alcança a resposta de 100%. Antagonista (azul) fazendo 100% de resposta. Associação agonista + antagonista (vermelho). Aumentando a dose de agonista (curva desviada para direita) a resposta de 100% é mantida. Quando a curva de concentração resposta é deslocada para a direita na presenta de antagonista é porque ali há antagonismo competitivo. Volta a ter 100% de resposta se aumentar a quantidade de agonista. Bruna G. da Silveira Bruna G. da Silveira Bruna G. da Silveira Bruna G. da Silveira Bruna G. da Silveira Bruna G. da Silveira Bruna G. da Silveira Bruna G. da Silveira Bruna G. da Silveira N interage na chave fechadura -> pregou a porta.. por mais q eu tenha a chave e a fechadura de nada adianta Bruna G. da Silveira Bruna G. da Silveira Bruna G. da Silveira Bruna G. da Silveira Farmacologia Básica 15 JeKF Efeitos Farmacológicos Os fármacos agem principalmente sobre alvos celulares produzindo efeitos em diferentes níveis funcionais (ex. em nível bioquímico celular e em níveis fisiológico e estrutural). O efeito direto do fármaco sobre seu alvo produz respostas agudas no âmbito da bioquímica celular ou fisiológico. Respostas agudas geralmente conduzem a efeitos retardados que se manifestam a longo prazo, com dessensibilização ou infra-regulação (down-regulation) dos receptores, hipertrofia, atrofia ou remodelamentento dos tecidos, tolerância e dependência. As respostas retardadas que se manifestam a longo prazo resultam de alterações na expressão de genes, embora os mecanismos por meio dos quais os efeitos agudos provocam tais alterações sejam muitas vezes mal compreendidos. Os efeitos terapêuticos podem estar baseados nas respostas agudar (ex. o uso de fármacos broncodilatadores para tratar a asma) ou nas respostas retardadas (ex. antidepressivos). Bruna G. da Silveira Bruna G. da Silveira efeitos indesejados das drogas: -superdosagem -suscpetibilidade dos individuos -inespeficidade da substancia Bruna G. da Silveira Farmacologia Básica 16 JeKF Qual o alvo da droga? Receptor beta 2 Tem afinidade? Sim Tem atividade intrinsica? Sim, pois é capaz de ligar-se ao receptor e ativá-lo produzindo efeito direto – broncodilatação. Qual o alvo? Canais Qual a ação? Bloquear o influxo de cálcio Qual o efeito? Diminuir os batimentos cardíacos. Qual o alvo para a sumatriptana exercer seus efeitos farmacológicos? Receptores do tipo 5-HT2 ou 5-5-HT1 A sumatriptana possui atividade intrínseca (sim/não)? Justifique? Sim, pois funciona como um agonista. Qual o efeito farmacológico que a sumatriptana produz? Vasoconstrição Qual a indicação terapêutica para a sumatriptana? Enxaqueca, para causar vasoconstrição, para bloquear a vasodilatação. Farmacologia Básica 17 JeKF Neurotransmissão e Sistema Nervoso Autônomo Conceitos Neurônio Célula funcional do Sistema Nervoso. Consegue se excitar e propagar essa excitação para frente. Comunicação com outras células através de sinapses. Sinapse: terminal pré sináptico fenda sináptica membrana pós-sináptica Célula polar eletroquímica: voltagem de membrana -70mV. Despolarização: entrada de cálcio e/ou sódio. Estimula o neurônio a estimular o próximo neurônio, haverá a liberação do neurotransmissor. Neurotransmissor Substância química produzida pelo neurônio, que irá cumprir uma função. Possui um ciclo: 1. Síntese: a partir de um precursor. O precursor entra no neurônio e enzimas o transformarão em NT. 2. Armazenamento em vesículas. As vesículas se acoplam à membrana. 3. Liberação do NT na fenda sináptica. 4. Ação do NT em receptores específicos. Podem estar presentes na membrana pós ou na membrana pré. Na membrana pré, normalmente, são auto receptores, controlam a própria liberação de NT. 5. Captação 6. Degradação Neurotransmissão eletroquímica Elétrica: diferença de voltagem, em função de íons na membrana Química: em função de um NT. Principais Processos Autonômicos Contração e Relaxamento do músculo liso Todas as secreções exócrinas Algumas secreções endócrinas Batimentos cardíacos Metabolismo Sistema Nervoso Central Responsável pelas funções mais nobres relacionadas à cognição, percepção, atenção. Sistema Nervoso Periférico Relacionado à movimentação, respiração, contração e relaxamento muscular. Eferentes Somáticos: fibras que inervam a musculatura esquelética. Aferentes Somáticos e Viscerais: fibras que vem de toda a periferia. Sistema Nervoso Entérico: parte independente pela presença de neurônios locais. Principais processos envolvidos na síntese, no armazenamento e na liberação dos transmissores aminados e aminoácidos. 1, captação de precursores; 2, síntese do transmissor; 3, captação/transporte do transmissor para as vesículas; 4, degradação do transmissor excedente; 5, despolarização por potencial de ação propagado; 6, influxo de Ca2+ em resposta à despolarização; 7, liberação do transmissor por exocitose; 8,difusão até a membrana pós-sináptica; 9, interação com receptores pós-sinápticos; 10, inativação do transmissor; 11, captura do transmissor ou dos produtos de degradação pelas terminações nervosas; 12, captação do transmissor por células não-neuronais; e 13, interação com receptores pré- sinápticos. Os transportadores (11 e 12) são capazes de liberar o transmissor sob certas condições atuando de modo inverso. Esses processos estão bem caracterizados para muitos transmissores (acetilcolina, monoaminas, AA, ATP). Os mediadores peptídicos são diferentes, pois podem ser sintetizados e armazenados no corpo celular, e não nas terminações. Farmacologia Básica 18 JeKF Autônomo: responsável pelas funções que não estão sobre o nosso comando de consciência ou da vontade. Simpático e Parassimpático: Semelhanças: Constituídos em duas fibras/dois neurônios dispostos em séries que inervam diferentes órgãos. Se comunicam através de um gânglio sináptico. O primeiro neurônio é sempre colinérgico, libera acetilcolina que agirá no gânglio. Diferenças: Saída das fibras: ∙ Parassimpático: Crânio sacral ∙ Simpático: Toraco lombar Localização do gânglio: ∙ Parassimpático: próximo do órgão. Primeiro neurônio longo, segundo curto – o gânglio se localiza praticamente no órgão inervado. ∙ Simpático: próximo a medula. Primeiro neurônio curto, segundo longo – faz com que o gânglio forme uma cadeia ganglionar próximo à medula. Metabolismo: ∙ Parassimpático anabólico – armazenamento de energia. Tende a formar lipídio, glicogênio e proteína. ∙ Simpático catabólico – quebra da energia. Quebra gordura em ácido graxo, glicogênio em glicose, proteína em AA. Segundo neurônio: ∙ Parassimpático: libera acetilcolina. ∙ Simpático: libera noradrenalina. Exceção na supra renal: primeiro libera acetilcolina que age na própria medula liberando adrenalina na corrente sanguínea para agir nos mesmos locais do simpático. Efeitos: ∙ Parassimpático: centralizado. ∙ Simpático generalizado. Função: ∙ Parassimpático: saciedade e repouso. ∙ Simpático: Luta, fuga, estresse e excitação. SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO SNSimpático X SNParassimpático Semelhanças Diferenças Anatômicas – 2 neurôniosdispostos em série que se comunicam por um gânglio sinóptico (onde há liberação de Ach) e inervam diferentes órgãos. Anatômicos: origem das fibras, localização espacial do gânglio, órgão inervado. Tipo de efeito: centralizado X generalizado. Função: estresse/excitação X saciedade e repouso Neurotransmissor: liberado pelo neurônio pós-ganglionar para ativar no órgão. Noradrenalina X Ach. Farmacologia Básica 19 JeKF Acetilcolina (ACh): Precursor: colina – sofre ação de uma coenzima A, transformando em acetilcolina. Armazenada e fica atracada, quando chega o potencial de ação excitatório pós sináptico no neurônio há a abertura dos canais de cálcio. O cálcio entra na célula e faz com que os microfilamentos se contraiam e empurrem as vesículas de ACh, que se fundem à membrana e faz liberação por exocitose na fenda. Pode agir em receptor nicotínico – ionotrópico (acoplado ao canal; presente no SNC, nos gânglios autonômicos e na placa motora) e em receptor muscarínico – metabotrópico (acoplado a proteína G; presente em órgãos inervados pelo parassimpático e SNC). Pode ser degradada na fende pela colinesterase. Quebra ACh transformando em colina e ésteres que serão reutilizados. Pode ser afetada por diferentes drogas que atuam nos receptores, na liberação. Relacionada com aprendizado e memória no SNC. Acreditasse que a colina pode atuar prevenindo o Alzheimer, onde existe um comprometimento da transmissão colinérgica. Noradrenalina Precursor: tirosina – para síntese de NA. Tirosina dopa (tirosina hidroxilase) dopamina NA. Armazenamento potencial de ação abertura canais Ca contração exocitose. Se liga em receptores adrenérgicos (podem ser ou - ambos estão no SNC e no autônomo simpático). Interage e é degradada, mas não na fenda, ocorre intracelular. Acreditasse que pode contribuir no SNC – vigília, euforia, gratificação, estados de humor. Farmacologia Básica 20 JeKF 1. Em um quadro de parada cardiorrespiratória pode ser utilizada adrenalina, justifique a utilização com base em seus efeitos farmacológicos. Aumenta o batimento cardíaco, vasoconstricção periférica. Porque a manutenção da pressão arterial depende dessas funções. Também ocorre broncodilatação. 2. Em um quadro de dor abdominal pode se utilizar escopolamina (buscopan), é uma droga parassimpático lítica, justifique a utilização com base em seus efeitos farmacológicos. Diminui o peristaltismo intestinal, diminuindo as cólicas. 3. Em um quadro de asma pode se utilizar salbutamol, um agonista adrenérgico – é um simpático mimético, e o ipratrópio, antagonista colinérgico muscarínico – é um parassimpático lítico, justifique a utilização com base em seus efeitos farmacológicos. Salbutamol age fazendo broncodilatação e o ipratrópio broncodilata e também diminui as secreções. Farmacologia Básica 21 JeKF Farmacologia Básica 22 JeKF Neurônio noradrenérgico síntese até NA. Depois ocorre na suprarrenal a transformação da NA em Adrenalina, pela transferência de uma metil para a NA. Transmissão Adrenérgica Estudam todas as sinapses que utilizam a NA como neurotransmissor. Essas sinapses são destruídas no SNC e na periferia do autonômico simpático e são importantes principalmente porque um neurônio adrenérgico pode inervar várias células, já que ele termina em varicosidades. Cada uma destas pode fazer sinapse com outras células. Localização das sinapses: SNC altamente distribuído e no SNP Autonômico Simpático. Nesses locais estão os receptores adrenérgicos (adrenoceptores). Adrenoceptores: Os receptores são de dois principais tipos - e (acoplados à proteína G). O receptor não é agonista ou antagonista, quem tem essas funções é a droga que age nele ativando-o ou bloqueando-o. Ele é sempre ativado pelo ligante endógeno – adrenalina. − SNC: tanto quanto . − SNP: e distribuídos de maneira separadas: 1: vaso – produz vasoconstrição, relaxamento da musc. lisa GI, secreção salivar e glicogenólise hepática. 2: axônio – diminui a sua própria liberação, agregação plaquetária, contração da musc. lisa vascular, neurônio do SNC. 1: coração – aumenta o batimento cardíaco, relaxamento da musc. lisa GI. 2: pulmão – broncodilatação / útero – relaxamento uterino / musculatura esquelética – tremores. 3: fígado – lipólise. Em : NA age mais adrenalina isoprenalina. Em : isoprenalina adrenalina NA. 1 ativa a fosfolipase C, produzindo InsP3 e DAG como segundos mensageiros. 2 inibem a adenilato-ciclase e reduzem a formação de AMPc. Todos os estimulam a adenilato-ciclase. Neurotransmissão da NA começa com a síntese a partir da tirosina, armazenada em vesículas. A dopamina quando vira NA, já está na vesícula porque no terminal pré-sináptico está a MAO (monoaminooxidase) que degrada as monoaminas – NA, adrenalina, dopamina e serotonina. Farmacologia Básica 23 JeKF É importante saber que NA, Adrenalina, Dopamina e Isoprenalina são chamadas de catecolaminas porque a enzima que degrada no terminal pré é MAO, mas a que degrada na membrana pós é a CONT (catecolortometiltransferase), quebrando as catecolaminas. Ações da Noradrenalina Musculatura lisa: − Contração por estimulação 1. − Relaxamento (brônquica, uterina) por 2. Terminações nervosas: − Efeito inibitório. Coração: − Efeitos estimulantes por atuação nos receptores 1. Metabolismo − Convertem as reservas energéticas em combustíveis. Musculatura esquelética − Tremor na prática de exercícios. − Diabetes melitos – sinalizando hipoglicemia com tremores. Liberação de histamina − Inibindo sua liberação pelos mastócitos. − Histamina contribui nas reações alérgicas, é a principal mediadora alergênica. − No choque anafilático ocorre broncoconstrição, parada cardiorrespiratória, etc. Por isso se utiliza a adrenalina e o anti-histamínico, em último caso se utiliza o glicocorticoide. Efeito das Drogas na Transmissão Noradrenérgica Influência na quantidade de NA endógena disponível, afetando: A síntese; ∙ Metildopa – entra como um substrato falso, dando origem a um neurotransmissor falso – agonista 2. Age diminuindo na síntese e as ações da NA. Utilizada no tratamento da hipertensão. ∙ -metiltirosina – bloqueia a tirosina hidroxilase; não é usada clinicamente. O armazenamento; ∙ Inibindo – diminuição na fenda. A liberação; A captação; ∙ Aumenta NA da fenda. ∙ Cocaína e fármacos antidepressivos tricíclicos. Os efeitos simpáticos são aumentados por tais fármacos. ∙ Inibidores da MAO aumenta a sobrevida das monoaminas, utilizados para tratamento de depressão. A degradação. ∙ Inibindo – aumenta a sobrevida da NA. Anfetaminas – chamadas de aminas simpáticomiméticas. Aumentam a liberação, diminuem a captação, diminuem a degradação, diminuem o armazenamento, resultando no aumento da NA na fenda. São agonistas adrenérgicos. Ex. ritalina (metilfenidato)- aumenta a quantidade de NA na fenda e ativa os receptores dela, uso no TDAH (transtorno de déficit de atenção e hiperatividade). No nariz, aumenta a ação da NA. Farmacologia Básica 24 JeKF Interage com receptores adrenérgicos: Agonistas adrenérgicos: NA, adrenalina, isoprenalina. Usos clínicos dos agonistas de receptores adrenérgicos: Sistema cardiovascular: − Parada cardíaca: adrenalina (batimento cardíaco; vasoconstricção e broncodilatação). − Choque cardiogênico: dobupamina – agonista 1 (batimento cardíaco). Anafilaxia (hipersensibilidade aguda): adrenalina (inibe a liberação de histamina). Sistema respiratório: − Asma: agonistas seletivos do receptor 2 – salbutamol, terbutalina, salmeterol, formoterol (broncodilatadores). − Descongestãonasal: gotas contendo oximetazolina (ação agonista 1 – vasoconstricção) ou efedrina para curta duração de uso. Outras indicações: − Adrenalina em associação com analgésicos locais para prolongar sua ação. Uso na odontologia, para garantir que o anestésico aja localmente – contraindo o vaso e dificultando a entrada do analgésico no vaso. − Trabalho de parto prematuro – salbutamol (relaxamento uterino). − Agonistas 2 (clonidina): para reduzir a pressão sanguínea e a pressão intra-ocular; como adjuvante durante a retirada de drogas em dependentes; para reduzir os rubores da menopausa e para reduzir a frequência das crises de enxaqueca. Efeitos adversos observados com agonistas adrenérgicos: Insônia, náuseas, tremores, cefaleia, hiperatividade, arritmias cardíacas. Antagonistas adrenérgicos. Possuem atividade parcial. Farmacologia Básica 25 JeKF Usos clínicos dos antagonistas de receptores -adrenérgicos: Cardiovasculares: − Angina de peito; − Infarto do miocárdio; − Arritmias; − Insuficiência cardíaca; 1. Por diminuição do débito cardíaco – -bloqueadores piorariam. 2. Aumento da pós-carga – contração dos vasos – -bloqueadores ajudariam com vasodilatação. 3. Aumento de pré-carga (volume que chega no coração) – -bloqueadores ajudariam com vasodilatação e diminuição de volume. − Hipertensão (não, mas constituem a primeira escolha). ∙ A renina, enzima proteolítica quebra o angiotensionogênio, formando angiotensina1, quebrada pela ECA, produzindo agiotensina2. Agonistas agem no receptor p/ angiotensina2 – vasoconstricção e retenção de Na e H2O por ação da Aldosterona. ∙ Sequencia alvo p/ ação de drogas anti-hipertensoras – antagonistas de angiotensina2, inibidores da ECA, -bloqueadores (inibindo a secreção de renina). ∙ Inibindo a renina os efeitos são: vasodilatação e diurese. ∙ Indiretamente, além de diminuir o débito e a força cardíaca, diminui a vasoconstricção e a retenção de líquido. Outros usos: − Glaucoma (timolol em colírio); − Tireotoxicose, como adjuvante do tratamento definitivo; − Ansiedade, no controle dos sintomas somáticos; − Profilaxia da enxaqueca; − Tremor essencial benigno (distúrbio familiar). Efeitos adversos usualmente observados com -bloqueadores: Hipotensão, bradicardia, fadiga, sonolência. Perigosos por terem muitos usos clínicos, serem baratos, de venda livre e tratamento rápido. Farmacologia Básica 26 JeKF Farmacologia Básica 27 JeKF Transmissão Colinérgica Inclui todas as sinapses que fazem uso da acetilcolina como neurotransmissor. Colina (acetilCoA) Acetilcolina Na fenda sináptica ocupa o receptor, ativa, desocupa e é degradada ali mesmo pela enzima colinesterase. Atua em dois tipos de receptores: Nicotínico – acoplado a um canal iônico (SNC – responsável por efeitos relacionados a gratificação e SNP nos gânglios simpático e parassimpático; no somático na placa motora – núcleo arqueado e na supra renal – é ativada por uma fibra colinérgica que vai ativar receptores nicotínicos para o órgão liberar adrenalina liberada na circulação); Muscarínicos – acoplado a uma proteína G (SNC e SNP nos órgãos inervados pelo parassimpático). Tipos – não existe drogas que façam essa distinção. − M1: neurais − M2: cardíacos − M3: glandular No músculo liso não existe uma inervação direta, mas vasodilatação indireta via acetilcolina. Ela pode fazer com que ocorra liberação de mediadores endógenos que causam vasodilatação. Drogas que afetam a Neurotransmissão Colinérgica Toxina Botulínica Toxina biológica, produzida pelo Clostridium botulinum. Não é de fácil identificação estrutural. Existem vários tipos. Pode ser encontrada em alimentos em conserva. Pode causar botulismo, pode ser usada como arma biológica de guerra e como medicamento. Age na liberação de acetilcolina – bloqueando a sinalização, de forma que sua liberação não ocorra. Diminui a [ ] de ACh na fenda – não haverá contração do sistema somático, estimulação do SNC e prejuízo nas funções somáticas (secretora, metabólica, contrateis). Primeiramente liberada como BOTOX para fins estéticos, posteriormente usada contra sudorese/hiperidrose. Sua aplicação causa uma paralisia local (ex. a pessoa tem muito suor nas mãos e aplica toxina botulínica – o suor vai ser transferido para outro lugar). Também aprovada para uso no estrabismo, blefaroespasmo, bexiga hiperativa, estética, hiperidrose palmar e axilar, distonias, espasticidade, espasmo hemifacial. Sua dosagem para fins terapêuticos e estéticos é muito pequena e incapaz de desencadear as reações do envenenamento alimentar do botulismo. Efeito desejado: inibir a transmissão colinérgica em determinadas áreas. Efeito indesejado: paralisia muscular. Farmacologia Básica 28 JeKF Anticolinesterásicos: Inibem a colinesterase – aumenta assim a quantidade de ACh na fenda, com efeito agonista indireto. Usos clínicos: − Reversão da ação de fármacos bloqueadores neuromusculares não- despolarizantes ao término de uma cirurgia (neostigmina). − Tratamento da miastenia gravis (neostigmina ou piridostigmina). − Como auxilio diagnóstico de miastenia gravis e para diferenciar a fraqueza causada por superdosagem de um anticolinesterásico (“crise colinérgica”) da fraqueza observada na miastenia propriamente dita (“crise mistênica”); edrofônio, um fármaco de ação curta administrado por via intravenosa. − Na doença de Alzheimer (donepezila). − No glaucoma (colírio à base de ecotiopato). Também usados como: praguicida na lavoura, antipulgas e arma química de guerra (ex. gás sarin). A intoxicação causa efeitos parassimpáticos: lacrimejamento e salivação excessivas; vias áreas aumentas; bradicardia; aumento do peristaltismo; espasmo muscular. Efeitos indesejados: consequências excessivas das funções da ACH. Para bloquear os efeitos deve ser usado atropina e reativadores da colinesterase. Drogas que atuam nos Receptores de Acetilcolina Agonistas colinérgicos muscarínicos Ex. acetilcolina, carbacol e muscarina. Não tem uso clínico – é necessário usar o anticolinesterásico. Efeitos: − Sistema cardiovascular: diminui FC e DC − Musculatura lisa: aumenta contração e peristaltismo − Oculares: contração da pupila e diminuição da pressão ocular − Glândulas: aumenta secreção Antagonistas colinérgicos muscarínicos Ex. atropina, escopolamina e hioscina. Bloqueiam a ação da ACh em todos os locais, revertem a ação da ACh. Efeitos: inibição de secreções; taquicardia, dilatação da pupila e paralisia de acomodação; relaxamento da musculatura lisa; inibição da secreção ácida do estômago; efeitos dobre o SNC (efeitos excitatórios com atropina; sedativo, includive amnésia, com a escopolamina), além de efeitos antiemético e antiparkinsoniano. Efeitos indesejados: visão borrada, confusão, midríase, constipação, retenção urinária. Em cirurgia para diminuir peristaltismo, controle do sistema vagal, reversão de parada cardíaca, diminuir salivação. Farmacologia Básica 29 JeKF Agonistas e antagonistas nicotínicos de placa são usados para o mesmo fim. Agonistas nicotínicos ganglionares Ex. nicotina e lobelina. Sem uso clínico. Efeitos complexos simpáticos e parassimpáticos mistos: Taquicardia; PA; efeitos variáveis dobre o TGI; secreção brônquica; salivar e sudorípara; e efeitos centrais. Antagonistas nicotínicos ganglionares Ex. hexametônio, trimetafam. Sem uso clínico. Bloqueiam a ação pós-sináptica da ACh – inibem a transmissão colinérgica no gânglio. Não estimulam, nem despolarizam o gânglio, parecem atuar bloqueando o canal associado ao receptor. Agonistas nicotínicos de placa/neuromusculares Ex.suxametônio e decametônio. Bloqueiam por despolarização por ser muito estimulado, já que é mais resistente à ação da colinesterase, fica mais tempo agindo no receptor. Utilizado em cirurgia como adjuvantes para a produção de paralisia motora – Bloqueador neuromuscular despolarizante. Antagonistas nicotínicos de placa/neuromusculares Ex. tubocurarina, galamina, pancurônio, vecurônio e atracúrio. Bloqueiam de maneira competitiva os receptores nicotínicos da placa motora, sem despolarizar. Também utilizado em cirurgia para produção de paralisia motora – Bloqueador neuromuscular não despolarizante. Quando os receptores nicotínicos (de qualquer classificação) são persistentemente ativados por agonistas pode haver uma redução na excitabilidade da célula pós sináptica levando ao autobloqueio por despolarização. Farmacologia Básica 30 JeKF Como acontece a reversão do bloqueio neuromuscular? - Se foi produzido por uma droga não despolarizante (antagonista competitivo), pode ser revertido com o uso de anticolinesterase, aumentando a quantidade de ACh assim deslocando o antagonismo competitivo. Adjuvante da anestesia geral, mas não é anestésico geral. Porque não degrada, aumenta ACh e ela também vai ativar o receptor e vai aumentar o bloquei por despolarização. Farmacologia Básica 31 JeKF Tratamento do Paciente Intoxicado Qualquer efeito nocivo que advenha da interação de uma droga com o organismo é uma intoxicação. A droga que produz a intoxicação pode ser detectada pelos sinais e sintomas que produz. Podem causar dano local ou sistêmico. Avaliação do Paciente Intoxicado Sinais vitais Estado mental Análises toxicológicas Tratamento 1. Impedir a absorção do Toxicante Medidas Gerais de Descontaminação: − Descontaminação cutânea – tirar roupas, lavar com agua e sabão por cerca de 20 minutos. − Descontaminação ocular – lavagem com fluxo de agua continuo ou soro fisiológico, retirar lentes de contato. − Descontaminação GI ∙ Lavagem gástrica ∙ Administração de catárticos ∙ Administração de carvão ativado – absorve substâncias, impedindo que o agente toxico seja absorvido. Funciona para anfetaminas, salicilatos, digitálicos, cocaína, carbamazepinas, opioides, nicotina, benzodiazepínico, barbitúricos, clorpromazina, antidepressivos tricíclios, estricnina, sulfonamidas, arsênio. Substâncias não absorvidas: ácidos inorgânicos, bases fortes, álcoois, cianeto, lítio, metais, sulfato ferroso, substancias causticas e corrosivas. ∙ Administração de Xarope de Ipeca para indução do vômito. ∙ Não se deve administrar sal de cozinha, nem estimular o vômito com medidas mecânicas. Também não se deve induzir vômitos em crianças menores de 6 meses, em pacientes em como, com convulsões ou com sangramento digestivo, ingestão de voláteis, ácidos e bases fortes. Medidas de Manutenção e Suporte: − Manutenção da respiração − Manutenção das condições hemodinâmicas − Manutenção das funções renal e hepática, balanço hídrico, calórico e de eletrólitos. − Cautela no tratamento de manifestações neurológicas (convulsões e alteração de estado mental (confusão)). 2. Eliminação do Toxicante Métodos mais utilizados: − Diálise GI − Diurese forçada − Manipulação do pH urinário − Hemodiálise − Hemoperfusão com carvão ativado – pode causar constipação e hipovolemia. Indicações clínicas: ∙ Sinais de intoxicação severa ∙ Piora progressiva ∙ Risco de morte ou sequelas graves 3. Administração de Antídotos 4. Evolução e Prognóstico Farmacologia Básica 32 JeKF Há alterações de sinais vitais – taquicardia, hipotermia. As medidas utilizadas para diminuir a absorção do toxicante são: lavagem gástrica, carvão ativo e indução do vômito. Antídoto específico: fisostigmina porque os tricíclicos causam efeitos antimuscarínicos e ela reverte seus efeitos para aumentar a quantidade de ACh na fenda. Medidas de suporte e manutenção de vida: controle da temperatura, manutenção da condição circulatória, eletrocardiograma, manter vias aéreas permeáveis, etc. Para aumentar a excreção da droga – dialise é inoperante. Farmacologia Básica 33 JeKF Sistema Nervoso Central Neuroanatomia: Encéfalo e Medula espinal: Estruturas envoltas por meninges e suspensas em líquor. Estruturas nobres, especializadas. Neurônios Plasticidade Sináptica: arranjo harmônico do SNC. Mesmo em função de perdas ele pode ser mantido. Criar novas sinapses para se proteger de doenças neurodegenerativas e acidentes. Sinapses (neuroquímica): − Potencial Excitatório pós-sináptico (PEPs): ocorre despolarização, entra sódio e/ou cálcio. − Potencial Inibitório pós-sináptico (PIPs): hiperpolarização, entra cloreto ou sai potássio. Segundo neurônio responde aos NT, sendo inibido ou estimulado. Barreira hematoencefálica – dificulta a saída de NT da corrente sanguínea e entrada no sistema nervoso central – é virtual. Dificuldade oferecida pelo tamanho do capilar e pela sua membrana e também porque os neurônios estão justapostos no SNC – o espaço intersticial entre eles é pequeno, para a substancia sair do vaso e entrar no SNC ela precisa ser lipossolúvel ou ter baixo peso molecular, se entrar a substancia é chamada de psicotrópica ou psicoativa. São substancias que tem atração e agem no SNC. Ao agir pode afetar a estimulação ou inibição do SNC. SNA SNC Neurônio Neurônio + células gliais Neurônio-neurônio Neurônio-órgão Neurônio-neurônio PEPS PEPS + PIPS Ach/Na Ach/Na/5ht/Da/GABA/glutamato Células Gliais: ∙ Produzem mielina; ∙ Isolam grupos neuronais; ∙ Regulam as propriedades do botão terminal; ∙ Guiam a Migração Neuronal; ∙ Captam NT e excessos iônicos; ∙ Fornecem suporte ao SN; ∙ Formam a barreira hematoencefálica; ∙ Aparentemente auxiliam a nutrição neuronal; ∙ Removem escórias. Principais Neurotransmissores e Neuromoduladores: Dão equilíbrio ao SNC, o funcionamento deste depende do equilíbrio de todos esses NT. Excitabilidade normal do SNC: nos faz agir como esperado. Noradrenalina: sistema de recompensa e humor, ciclo do sono e vigília e controle da pressão arterial. Ex. anfetaminas. Dopamina: se relaciona com o comportamento, controle do sistema motor e inibição da secreção de prolactina e vômitos. Pacientes com Parkinson que tomam levodopa podem apresentar alterações de comportamento como alterações visuais. Na esquizofrenia parece ter um excesso de dopamina. Quando amamos produzimos mais dopamina. Demais pode causar agressão, inibir secreção de prolactina (leite). Galactogoga aumenta a produção de leite. Ex. plasil – bloqueia ação da dopamina. Serotonina: relacionada ao comportamento (esquizofrenia), ciclo do sono e vigília (dormir melhor), transmissão sensorial e função autônoma e endócrina. Ex. antidepressivos serotoninérgicos são utilizados para dor crônica. Acetilcolina: se relaciona ao ciclo do sono e vigília, aprendizado e memória e controle motor. Ex. anticolinesterásicos para tratamento do Alzheimer. Neuropeptídeos (endorfina): modulação da dor – analgesia e bem-estar. Aminoácidos excitatórios (glutamato): manutenção da excitabilidade normal do SNC, excitatório. Farmacologia Básica 34 JeKF GABA (Ácido Gama Amino Butílico): aminoácido inibitório. Manutenção da excitabilidade normal do SNC, ativado o tempo todo, inibitório. O GABA é tônico (sempre agindo) o GLUTAMATO é fasico (excitatório). Isso pode ser alterado por doenças ou drogas – os níveis são previsíveis; graduais; lentos ou rápidos de acordo com a droga. Depende do nível basal e da personalidade da pessoa, mas de maneira geral é previsível. Endorfina ativa receptores para neuropeptídios produzindo analgesia. Morfina age nos receptores daendorfina. Classificação Geral dos Psicotrópicos Podem causar dependência ou não. Psicolépticos – drogas depressoras. ex. antipsicóticos Álcool: bloqueia canal de cálcio, aumenta a inibição exercida pelo GABA e diminui a excitação exercida pelo glutamato. Num primeiro momento ele deprime a inibição do SNC e a pessoa desinibe, mas posteriormente vai deprimindo todo o SNC. Psicoanalépticos – drogas estimulantes. ex. cocaína Psicodislépticos – drogas perturbadoras. ex. alucinógenos Definições Importantes Dependência (física e psicológica): necessidade da droga que desencadeia o aparecimento de uma síndrome de abstinência quando o uso desta é interrompido. Drogas que causam dependência, geralmente, causam prazer ou diminuem o desconforto. Ativam estruturas cerebrais relacionadas a recompensa. Tolerância: com o uso repetitivo de uma droga, o usuário necessita de doses cada vez maiores para produzir os efeitos experimentados anteriormente. Quando a droga produz tolerância, a pessoa que a usa vai aumentando cada vez mais a quantidade da mesma até que o organismo não mais a suporte. Classificação das Drogas que Alteram o Humor. Comportamentos ou são uteis no Tratamento de Desordens Neuropsicológicas: 1. Depressores não seletivos do SNC: barbitúricos, hipnóticos não barbitúricos, álcool etílico e anestésicos locais. 2. Ansiolíticos: benzodiazepínicos e não-benzodiazepínicos. 3. Analgésicos narcóticos: morfina, codeína, heroína, mepiridina, fentanil e metadona. 4. Antipsicóticos (neurolépticos): fenotiazinas e butirofenomas. 5. Psicoestimulantes: anfetaminas, cocaína, nicotina e cafeína. 6. Antidepressivos: tricíclicos, 2ª geração e inibidores de MAO. 7. Psicodélicos (alucinógenos): tetraidrocanabinol, anestésicos (ketamina), serotonérgicos (LSD), noradrenérgicos (mescalina, MMDA) e anticolinérgicos (atropina). 8. Estabilizadores de humor: lítio. 9. Drogas neurológicas: anticonvulsivantes, antiparkinsonianos e espasticidade. Farmacologia Básica 35 JeKF Antipsicóticos Utilizado primeiramente para tratar psicoses (eventos em que a pessoa perde noção da realidade), pode ser em surto agudo, episódico ou por uma doença psicótica. Psicoses: Primárias – perda de contato com a realidade sem causa detectável. Ex. Esquizofrenia. Secundárias: por uso de medicamento: várias drogas podem causar psicose – levodopa, cocaína, ritalina, fluoxetina. a doenças: distúrbios hormonais, traumatismos ou infecções (neurocisticerco), AVC, AVE, síndrome de abstinência (álcool sensação bicho rastejando no corpo). Positivas: respondem mais facilmente aos medicamentos. Negativas (embotamento emocional e isolamento social). Indicações terapêuticas: Psicoses (Esquizofrenia, psicoses induzidas por drogas, medicamentos ou por outras condições como traumatismos, AVE, infecções, tumores) Mania (Transtorno Bipolar) Insônia Gagueira Coreia de Huntington Sindrome de Tourette Hiperemese – vomitar exagerado Emergências Comportamentais Esquizofrenia Sintomas “positivos”: delírios, paranoias e alucinações – geralmente auditivas, podem ser visuais ou táteis. Medicamentos antipsicóticos Neurolépticos Típicos Antagonistas da dopamina – Fenotiazinas (clorpromazina); Butirofenonas (haloperidol). − Via Corticomesolínica (liga córtex, mesencéfalo e sistema límbico): relacionada ao humor, pensamento, emoção e comportamento. É hiperfuncionante na esquizofrenia. o ↓ DA: efeitos antipsicóticos. − Via Nigroestriatal: sistema motor. o ↓ DA: parkinssonismo artificial e problemas de movimento. − Via Tuberoinfundibular: secreção neuroendócrina. o ↓ DA: ↑ prolactina, ginecomastia, alteração no ciclo menstrual. Neurolépticos Atípicos – Benzamidas (sulpirida); Dibenzodiazepínas (clozapina); Risperidona (risperdal); e Lanzapina (zyprexa). Bloqueiam receptores de DA e também de outros NT, como serotonina. Farmacologia Básica 36 JeKF Farmacologia Básica 37 JeKF Anfetaminas e Drogas Relacionadas − Dextroanfetamina, metilanfetamina, metlfenidato(ritalina); − Fenfluramina (química similar, efeitos farmacológicos diferentes). Mecanismo de ação: São estimulantes da vigília e se relacionam à liberação de monoaminas (NA, DO e 5HT) nos terminais nervosos. Objetivos: Perda do apetite, sensação de bem-estar e aumento da motivação e diminuição da sensação de cansaço. Usos clínicos: Tratamento da obesidade (atualmente proscrita, não se utiliza mais para esse fim), narcolepsia (doença do sono) e hiperatividade infantil (TDAH). Uso é controlado e bem orientado. Efeitos farmacológicos: Estimulação locomotora, euforia, excitação, comportamento estereotipado e anorexia (perda de apetite relacionado a perda de peso). − Ações periféricas (PA, TGI); − Comportamento de Arrumação; − Comportamento agressivo. Efeitos colaterais: Insônia, irritabilidade, ansiedade, logorreia, tolerância e dependência. Deve ser adm de manhã, após o café da manhã, para não causar perda de apetite; deve ser evitado nos finais de semana e nas férias escolares – assim evitando seus efeitos indesejados. Farmacologia Básica 38 JeKF Hipnóticos Sono Responsável por várias funções essenciais para o bom funcionamento do organismo: regulação térmica, liberação de hormônios, equilíbrio metabólico. REM: movimentos oculares rápidos. Estágio 1 – início da noite, tende a não se repetir, a não ser que acorde e volte a dormir. Tendemos a acordar no período do sono REM. Insônia Distúrbio comum e inespecífico Pode ser tanto a dificuldade de iniciar o sono como a de mantê-lo. A maioria dos insones sofre diversos males como cansaço, mal-estar, irritabilidade e dificuldade de atenção. Ter uma boa noite de sono é absolutamente fundamental para manter a saúde física e mental. Tratamento Reeducação para o sono Antidepressivos Hipnóticos – insônia primária Outros compostos (anti-histamínicos, anti-psicóticos) Hipnóticos GABA – principal NT inibitório do SNC. Os principais hipnóticos aumentam a função do receptor do GABA. O GABA ativa seu sitio, abre canal de cloro, o cloreto entra e diminui a função neuronal. Os hipnóticos aumentam esse efeito. Benzodiazepínicos Agem em um sítio específico presente na grande molécula do receptor GABA, melhora a ligação do GABA ao seu receptor. Indicações: como hipnóticos e pré-anestésicos; para tratar ansiedade e convulsões. Ex: Clonazepam (Rivotril), Bromazepam (Lexotam), Diazepam (Diempax), Flunitrazepam e Midazolam – dois últimos não são utilizados para ansiedade pois tem efeito sedativo forte. Efeitos desejados: ansiolíticos, pré-anestésicos, anticonvulsivantes. Efeitos indesejados: dependência, tolerância, incoordenação motora, depressão cardiorrespiratória, amnesia anterógrada, sonolência excessiva diurna. Não-benzodiazepínicos − Hidrato de cloral − Zolpidem e Zolpidona Parece também agir em sitio da grande molécula do GABA, mas pode ser que aja em sitio não relacionado ao GABA, ainda assim sua função é aumentar a entrada de cloreto na célula. Indicação apenas como hipnótico. Não causa dependência nem tolerância, diminui despertares noturnos, não causa efeitos cumulativos. Efeitos indesejados: Menores em relação aos BZD, interação com outros medicamentos, sonambulismo. Farmacologia Básica 39 JeKF Dicas para Dormir Melhor 1. Evite fumar 2. Evite bebidas com cafeína (café, refrigerantes, chá preto, chimarrão, achocolatados) após às 15h. 3. Evite bebidas alcoólicas 4. Evite remédios para dormir sem ter uma prescrição (receita médica) 5. Evite exercícios físicos em horário próximo ao de deitar 6. Evite dormir com fome ou sede 7. Procure um ambiente para dormir sem luminosidade ruído ou temperaturas desagradáveis 8. Mantenha horários regularespara deitar e levantar 9. Use a cama apenas para sono e sexo 10. Vá para a cama com sono e saia da cama se estiver sem sono 11. À noite, faça refeições leves 12. Deixe as preocupações longe da cama Farmacologia Básica 40 JeKF Farmacologia Básica 41 JeKF Anticonvulsivantes Tratar convulsões presentes na epilepsia ou secundária a qualquer outra condição. Convulsões podem ser induzidas por droga, AVC, parasitoses. Podem ser indicados para tratar mania (transtorno bipolar). Dores crônicas Transtorno alimentar Convulsão: Hiperestimulação localizada ou generalizada no SNC – abertura exagerada dos canais de sódio, parece ter muita despolarização. Para tratar compensa-se com hiperpolarização – aumentar função do GABA (com BZD); bloquear canais de sódio, principalmente; e inibindo canais de cálcio. Carbamazepina = tegretol Fenitoina = hidantol Farmacologia Básica 42 JeKF Ansiolíticos A ansiedade é uma condição normal, se associada a eventos estressantes. No entanto, há a necessidade de tratamento, caso ela interfira com o desempenho da pessoa. A ansiedade é boa para melhorar nosso desempenho. Contudo, ela não pode prejudicar o desempenho da pessoa. O diagnóstico da ansiedade pode ser difícil de ser realizado em função das múltiplas faces que tal patologia pode apresentar. Por isso a importância de procurar atendimento psiquiátrico para o tratamento adequado. Medo evento real. Ansiedade evento virtual potencial. Caracteriza-se por um conflito entre o fazer e não fazer. Psicoterapia aguda no tratamento da ansiedade: Terapia Cognitiva Comportamental (TCC/PCC) Pensamento Sentimento Comportamento Transtorno de Ansiedade Generalizada Transtorno de Ansiedade Social Pânico Fobias Transtorno do Stress Pós-traumático Transtorno Obsessivo Compulsivo Ansiolíticos: drogas utilizadas “primeiramente” para tratar a ansiedade. No entanto, sempre que existir um diagnóstico de ansiedade, o tratamento deve ser crônico, pode incluir ansiolíticos, porém dever ser feito principalmente com antidepressivos. Com diagnóstico de transtornos de ansiedade o tratamento é crônico feito com antidepressivos. Pode durar de 6 meses a 1 ano, 2 anos. Antidepressivos não causam dependência e podem ser retirados quando por bem. Tratamento da Ansiedade Deve incluir medidas não farmacológicas (Psicoterapia – Cognitivo-comportamental), bem como, medidas farmacológicas como antidepressivos e ansiolíticos benzodiazepínicos (BZD). Os BZD são depressores do SNC (deprimem a função neuronal). Podem ser utilizados como ansiolíticos (para tratar ansiedade), hipnóticos (para tratar a insônia), anticonvulsivantes (para tratar convulsões) e relaxantes musculares (para tratar a espasticidade), entre outros usos. Psicoterapia Ansiolíticos Barbitúricos – em desuso: margem de segurança baixa. Não precisa do GABA para agir nos canais de cálcio e tem efeito intenso. Primeira classe de medicamentos cujo mecanismo de ação ficou bem estabelezido. Gardenal (fenobarbital) entendeu-se que ele aumentava função do GABA. Primeira indicação de que o GABA podia ajudar no hipofuncionamento do SNC, desejada em determinadas situações. Benzodiazepínicos – mais usados: maior margem de segurança. Necessitam do GABA para seu efeito, pois agem nele para a abertura dos canais de cálcio. Não-benzodiazepínicos ou serotonérgicos Não funcionam muito bem em quem já utilizou BZD. Farmacologia Básica 42 JeKF Ansiolíticos A ansiedade é uma condição normal, se associada a eventos estressantes. No entanto, há a necessidade de tratamento, caso ela interfira com o desempenho da pessoa. A ansiedade é boa para melhorar nosso desempenho. Contudo, ela não pode prejudicar o desempenho da pessoa. O diagnóstico da ansiedade pode ser difícil de ser realizado em função das múltiplas faces que tal patologia pode apresentar. Por isso a importância de procurar atendimento psiquiátrico para o tratamento adequado. Medo evento real. Ansiedade evento virtual potencial. Caracteriza-se por um conflito entre o fazer e não fazer. Psicoterapia aguda no tratamento da ansiedade: Terapia Cognitiva Comportamental (TCC/PCC) Pensamento Sentimento Comportamento Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG) Sensação perseguidora de medo e insegurança. As pessoas preocupam-se demais até com os eventos mais corriqueiros. São impacientes, acelerados e vivem com a sensação de que alguma coisa ruim vai acontecer a qualquer momento. Sofrem insônia, irritabilidade e, sem tratamento, com o tempo desenvolvem outros transtornos de ansiedade. Para que ocorra diagnóstico: são necessários, pelo menos, 6 meses desses sintomas com comprometimento do desempenho da vida do indivíduo. Pânico Medo intenso e repentino, sem razão aparente. O indivíduo é tomado por uma enorme ansiedade e sintomas físicos como taquicardia, calafrios, boca seca, dilatação da pupila, etc. O ataque de pânico dura de 20 a 40 minutos. A sensação é de morte iminente. Quem passa por crises de pânico acaba desenvolvendo “medo de ter medo”. Um dos mais comuns, melhor aceito e mais fácil de tratar. Antidepressivo e psicoterapia, em tornos de 4 semanas ocorre depleção dos sintomas. Fobias Medo exacerbado e infundado em relação a certos objetos, animais ou situações. As mais comuns são o medo de avião, elevador, chuvas e trovoadas, altura, insetos, aves e dentistas. Muitos pacientes acabam sofrendo grandes limitações em sua vida cotidiana. Transtorno de Ansiedade Social Também conhecido como fobia social ou timidez patológica. Devido a ansiedade excessiva e persistente, as pessoas evitam a todo custo estar no centro das atenções, pois temem ser avaliados e julgados negativamente. Com o tempo, sua vida social, afetiva e profissional torna-se extremamente reduzida. Bom associar propranolol porque a pessoa rompe com o feedback positivo da ansiedade, diminuindo palpitações, tremedeiras. Antidepressivos e betabloqueadores funcionam bem. Psicoterapia mais indicada. Transtorno do Stress Pós-traumático Caracterizado por ideias intrusivas e recorrentes relativas a um evento traumático, sendo muito comum em pessoas que passaram por acidentes graves, catástrofes naturais e sequestros. Pode levar a um quadro de depressão, embotamento emocional, sensação de vida abreviada e incapacidade de vivenciar o prazer. Transtorno Obsessivo Compulsivo Caracteriza-se por ansiedade acompanhada de pensamentos negativos, intrusivos e recorrentes (obsessões). Na tentativa de avaliar a ansiedade o indivíduo lança mão de atitudes repetitivas (compulsões) em forma de ritual. Banhos excessivos e demorados são comuns, bem como contar degraus das escadas. Ansiolíticos: drogas utilizadas “primeiramente” para tratar a ansiedade. No entanto, sempre que existir um diagnóstico de ansiedade, o tratamento deve ser crônico, pode incluir ansiolíticos, porém dever ser feito principalmente com antidepressivos. Farmacologia Básica 43 JeKF Com diagnóstico de transtornos de ansiedade o tratamento é crônico feito com antidepressivos. Pode durar de 6 meses a 1 ano, 2 anos. Antidepressivos não causam dependência e podem ser retirados quando por bem. Tratamento da Ansiedade Deve incluir medidas não farmacológicas (Psicoterapia – Cognitivo-comportamental), bem como, medidas farmacológicas como antidepressivos e ansiolíticos benzodiazepínicos (BZD). Os BZD são depressores do SNC (deprimem a função neuronal). Podem ser utilizados como ansiolíticos (para tratar ansiedade), hipnóticos (para tratar a insônia), anticonvulsivantes (para tratar convulsões) e relaxantes musculares (para tratar a espasticidade), entre outros usos. Psicoterapia Ansiolíticos Barbitúricos – em desuso: margem de segurança baixa. Não precisa do GABA para agir nos canais de cálcio e tem efeito intenso. Primeira classe de medicamentoscujo mecanismo de ação ficou bem estabelezido. Gardenal (fenobarbital) entendeu-se que ele aumentava função do GABA. Primeira indicação de que o GABA podia ajudar no hipofuncionamento do SNC, desejada em determinadas situações. Benzodiazepínicos – mais usados: maior margem de segurança. Necessitam do GABA para seu efeito, pois agem nele para a abertura dos canais de cálcio. Não-benzodiazepínicos ou serotonérgicos Não funcionam muito bem em quem já utilizou BZD. Farmacologia Básica 44 JeKF Antidepressivos Alguns usos clínicos: No tratamento: - Dos transtornos de humor depressivos; - Dos transtornos ansiosos; - Dos transtornos alimentares; - Da ejaculação precoce; - Na enurese infantil noturna; - Na retirada de drogas de abuso (cocaína, nicotina); - Dores crônicas (enxaqueca, dor lombar, dor epigástrica, fibromialgia); - Fibromialgia; - Disforia pré-menstrual – ocorre exacerbação dos sintomas emocionais da TPM (uso 10 dias antes do período menstrual). Transtornos de humor: depressão e bipolar. Depressão Terceira causa de morte no mundo, afeta enormemente profissionais da saúde. ∙ Humor normal ∙ Mania, euforia (humor normal aumentado): pode ser leve (pessoa produtiva), moderada, grave (a pessoa pode psicotizar e morrer por exaustão). Depois de um período de mania, ocorre exaustão dos NT e a pessoa pode entrar num quadro hipotímico muito grave (suicídio). ∙ Depressão (humor normal diminuído): leve, moderada, grave (ideia suicida – sintoma, psicose). Sintomas: Anedonía (incapacidade de sentir prazer); Dor psíquica; Sensação de cansaço; Certeza de que o sentimento ruim não passaria nunca; Ideia suicida. Causas: Teoria Monoaminérgica: parece existir uma diminuição dos níveis das monoaminas (dopamina, serotonina, noradrenalina) em pessoas que se suicidaram foram encontrados níveis diminuídos; todos os antidepressivos utilizados aumentam os níveis das monoaminas. Além dos níveis diminuídos das monoaminas, parece existir um problema na interconectividade neuronal – sinapses enfraquecidas. Tratamento: Psicoterapia; Antidepressivos; Eletroconvulsoterapia – consenso entre médicos de que é o melhor tratamento. Principais medicamentos antidepressivos: Inibidores da MAO: Inibe a MAO e aumenta a sobrevida das monoaminas. Efeitos indesejados: adrenérgicos periféricos (taquicardia, hipertensão), centrais (excitabilidade, irritabilidade convulsões); interação com alimentos (tiramina – amina simpaticomimética) e com medicamentos (qualquer adrenérgico – broncodilatadores, descongestionantes nasais, etc). Ex: Hiproniazida – era usado como agente tuberculostático e Tranicipronima (Paranate). Tricíclicos: Três ciclos na sua estrutura. Inibem a receptação de monoaminas e o fazem de maneira não seletiva. Inibem de maneira indistinta serotonina, dopamina e noradrenalina. Farmacologia Básica 45 JeKF Efeitos indesejados: oriundos da falta de seletividade de ação, ainda podendo agir em outros alvos, produzindo efeitos anticolinérgicos muscarínicos (semelhantes a atropina – boca seca, visão turva, hipertensão). Ex: Ipriamina Atípicos ou de 2ª geração: Inibidores seletivos da receptação de serotonina (mais comum, existem outros tipos). Efeitos indesejados: menos comuns, tendem a desaparecer com a manutenção do tratamento, mais tolerados. Náuseas, vômitos, dor de cabeça, anorexia. Mais seguros, maior dose de segurança. Ex: Fluoxetina (Prozac), Paroxetina, Bupropiona (inibe receptação de dopamina). Antidepressivo não causa dependência e tolerância, mas sua retirada constantemente é necessária para não aparecerem “sintomas de retirada” (mas não de abstinência). Transtorno Bipolar Doença crônica, cíclica, que afeta o humor da pessoa. Pode apresentar crise maníaca e, posteriormente, depressivas; alternar mania e depressão ao longo da vida; ou ainda ciclicotimizar – no mesmo dia alterar os dois estados. A abordagem do transtorno bipolar é diferente da depressão, na depressão o tratamento é feito de 6 meses até dois anos, enquanto o bipolar se trata durante a vida inteira. O antidepressivo para o bipolar é contraindicado porque pode levar a virada maníaca, pode desencadear o humor à euforia. Estabilizador de Humor: mais utilizado – lítio. Na crise aguda de mania utiliza-se estabilizador de humor + anticonvulsivantes + antipsicóticos. As doses são exageradas para deprimir a crise de mania. Posteriormente, ocorre a manutenção apenas com lítio ou anticonvulsivantes. Tratamento com lítio, deve-se fazer monitorização (litemia), para manter faixa de 0,6 a 1,2 – acima disso é toxico, abaixo não faz efeito. Não existe lítio endógeno. Lítio pode causar dano renal, por isso deve-se fazer monitoramento da função renal – ureia e creatinina. Deve-se monitorar também a função da tireoide – TSH, T4 hipotireoidismo (depressão), hipertireoidismo (mania). Não é fácil lidar com estabilizador de humor – dificuldades: Adesão: pessoa acha que está bem, baixa adesão ao tratamento; Não é fácil a adaptação ao lítio; As pessoas ao redor as vezes não entendem/ não aceitam. Normalmente antes de virada maníaca a pessoa pode apresentar insônia. Lítio tem efeito anti-suicida. Farmacologia Básica 46 JeKF Analgésicos Opióides / Narcóticos / Hipoanalgésico / Análogos da Morfina Originária do ópio morfina e semelhantes codeína (tilex), papaverina, meperidina. Também chamados de narcóticos por levarem a perda da consciência. Heroína – desenvolvida para ser poderoso analgésico, mas causa intensa dependência e tolerância. Causa intensa analgesia, mas tem alto risco de morte na sua utilização. Indicação terapêutica: analgésico para o tratamento da dor – dor intensa e aguda (um único episódio ou repetidos ao longo de um dia) Fratura exposta, câncer, apendicite, parto, cólica visceral, ruptura de tendão, infarto, tratamento da tosse e tratamento da cólica. Mecanismos de ação: agonistas de receptores para neuropeptídios (endorfina). Principais efeitos colaterais: brandos (náusea, mal-estar geral, constipação, prurido, retenção urinária), graves (dependência, tolerância, depressão cardiorrespiratória, coma, morte). Fazer avaliação risco e benefício. Se for identificada, a intoxicação ou super-dosagem com análogos de morfina pode ser revertido com antagonista – Naloxona. Manejo sequência da dor: Analgésicos não opióides (AINES) associação de opióides com não opióides opióides Farmacologia Básica 47 JeKF Anestésicos Gerais Maior objetivo é a perda de consciência, mas também tem efeitos de sedação, analgesia, bloqueio neuromuscular, amnésia, hipnose. Tipos: Injetáveis/intravenoso (tiopental – não é mais utilizado como anestésico geral, utilizado em convulsões, manutenção do coma e coquetel da sentença de morte; etonidato; propofol; quetamina – droga de abuso, causa intenso prazer sexual e euforia): associado para induzir a anestesia. • Indução muito rápida; • Sem fase excitatória; • Depois de administrados mais difícil controlar o seu efeito; • Depressão respiratória; • Depressão cardiovascular. Inalatórios (oxido nítrico, enflurano): associado para manter a anestesia. • Depressão do centro respiratório; • Diminuição da contractilidade do miocárdio; • Modificação do tônus muscular. Pode-se usar um ou outro; ou ambos associados, preferencialmente. Efeitos colaterais: náuseas, vômitos, hipotensão, em superdosagem pode causa depressão cardiorrespiratória e morte. Medicamentos Associados (coquetel): Antes da cirurgia: ansiolítico para diminuir ansiedade, principalmente benzodiazepínicos (midazolam). Para diminuir náuseas e vômitos: anti-emético (plasil – metoclopramida – antagonista dopaminérgico) e antipsicóticos. Arritmias: atropina (reverter bradicardia, diminui salivação e movimentos peristálticos), adrenalina.
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