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Livro do Professor Volume 4 Livro de atividades Filosofia Edson Lima ©Editora Positivo Ltda., 2017 Proibida a reprodução total ou parcial desta obra, por qualquer meio, sem autorização da Editora. Dados Internacionais para Catalogação na Publicação (CIP) (Maria Teresa A. Gonzati / CRB 9-1584 / Curitiba, PR, Brasil) © W ik im ed ia C om m on s/ St an isl av Tr ay ko v L732 Lima, Edson. Filosofia : livro de atividades / Edson Lima – Curitiba : Positivo, 2017. v. 4 : il. ISBN 978-85-467-1971-6 (Livro do Professor) ISBN 978-85-467-1972-3 (Livro do Aluno) 1. Ensino médio. 2. Filosofia – Estudo e ensino. I. Título. CDD 373.33 04 Estética Cronologia: Filosofia antiga, moderna e contemporânea PERÍODOS DA FILOSOFIA ANTIGA Socrático: século V a.C. a século IV a.C. Sistemático: século IV a.C. a século III a.C. PERÍODO DA FILOSOFIA MODERNA Do século XVII até a primeira metade do século XIX PERÍODO DA FILOSOFIA CONTEMPORÂNEA Da segunda metade do século XIX até o século XX Área: Estética OBJETOS DE ESTUDO • Conceitos de belo e de arte • Questões sobre o gosto • Relações entre arte, natureza, sociedade e cultura • Possibilidade de estabelecer uma ciência da arte Linha do tempo PLATÃO ARISTÓTELES JEAN-JACQUES ROUSSEAU IMMANUEL KANT JOHANN F. SCHILLER GEORG HEGEL 428-7 a.C. a 347 a.C. 384-3 a.C. a 322 a.C. 1712 a 1778 1724 a 1804 1759 a 1805 1770 a 1831 ARTHUR SCHOPENHAUER FRIEDRICH NIETZSCHE MAX HORKHEIMER WALTER BENJAMIN THEODOR ADORNO 1788 a 1860 1844 a 1900 1895 a 1973 1892 a 1940 1903 a 1969 Concepções sobre o belo e a arte PLATÃO ARISTÓTELES • Toda poiésis é mímesis, ou seja, uma imitação da realidade. • O belo é uma ideia associada ao bom e ao verdadeiro. • A obra de arte é cópia de uma cópia, portanto, é mera aparên- cia e corrompe a educação porque estimula as paixões. • Em uma sociedade ideal, não deve haver artistas, como os poetas e os pintores. • A mimese não produz cópias, mas obras criativas. • O ser humano imita a realidade para aprender. • A arte tem uma função pedagógica e, portanto, exerce um papel social importante. • O poeta pode criticar as condutas prejudiciais à cidade. • A poesia trágica possibilita a reflexão sobre o caráter humano. 2 Volume 4 JEAN-JACQUES ROUSSEAU JOHANN FRIEDRICH SCHILLER • O ser humano é originariamente um “bom selvagem”, mas a sociedade o corrompe. • A natureza humana tem como base a lealdade, a coragem e os costumes simples. • A arte e a ciência nascem do luxo e servem ao ócio. • A arte sobrepõe a aparência à verdade. • Crítica às desigualdades sociais causadas pelo individualismo. • A natureza humana reúne a razão e a sensibilidade. • A arte é lúdica, promove jogos de imaginação ligados à criação e à contemplação do belo. • A imaginação desperta o sentimento e inspira atitudes éticas. • O belo desperta o bem no indivíduo. • O belo é caminho para a liberdade. • Crítica à submissão da arte à utilidade e ao mercado. BELO PARA IMMANUEL KANT SUBLIME PARA IMMANUEL KANT • É o que agrada universalmente, sem depender de um interesse ou de um conceito. • É leve, alegre, jovial, estimulante. • Pode ser pequeno e adornado. • Opõe-se ao asco. • Inspira amor, intimidade e desperta sorrisos. • Remete-se à ideia de grandiosidade e provoca inquietações filosóficas no espectador. • É sério, magnífico, nobre, terrível, comovente. • É sempre grande, simples e digno. • Opõe-se ao ridículo. • Inspira respeito, admiração, comoção e perplexidade. BELO NATURAL E BELO ARTÍSTICO PARA GEORG HEGEL • O belo artístico é superior ao belo natural. • O belo artístico resulta do espírito humano, é inspirado em um ideal e realizado com base na imaginação do artista. • As obras de arte representam figurativamente o que agita a alma humana e despertam o sentimento do belo. • Uma obra de arte pode conciliar elementos contraditórios como: liberdade e necessidade; universal e particular; racional e sensível. ARTHUR SCHOPENHAUER FRIEDRICH NIETZSCHE • A vontade é um querer sem fim e irracional, uma faculdade insaciável de desejar, que leva o ser humano ao sofrimento. • A arte pode contribuir para libertar o ser humano da submissão à tirania exercida pela vontade. • A libertação passa por três etapas: contemplação das obras de arte, conduta ética e quietismo. • A vontade de potência é um desejo ilimitado de viver, apesar do erro, da dor e do sofrimento. • A arte trágica surge do confronto entre os elementos apolíneo e dionisíaco da existência humana. • O além do homem deve afirmar sua vontade de potência e conduzir sua vida como uma obra de arte. INDÚSTRIA CULTURAL PARA THEODOR ADORNO E MAX HORKHEIMER • No capitalismo industrial, a arte e a cultura foram transformadas em produtos descartáveis para o entretenimento das massas. • Com a ajuda dos meios de comunicação, a indústria cultural padroniza o gosto para promover o consumo e o lucro. • A indústria cultural estimula e engana o desejo humano, oferecendo erotismo, poder e satisfação inatingíveis. REPRODUTIBILIDADE TÉCNICA E ARTE ENGAJADA PARA WALTER BENJAMIN • A tecnologia ampliou muito as possibilidades de reprodução das obras de arte. • A reprodutibilidade técnica retira a aura da obra de arte e favorece a obtenção de lucro. • A arte engajada pode se contrapor à apropriação burguesa da arte e gerar consciência crítica. 3Filosofia Atividades 1. (UEM – PR) O significado etimológico da palavra estética traduz a ideia de uma percepção totalizante e compreensão sensorial do mundo; como disciplina da filosofia, a estética estuda as teorias da criação e da percepção artística. Assinale o que for correto. (01) Considerando que a obra de arte não entende o mundo por meio do pensamento lógico, pode- mos afirmar que é incapaz de traduzir a reali- dade e fica, portanto, condenada ao âmbito da ilusão. (02) Aristóteles concebeu a arte como sendo expres- são de um mundo ideal, a arte jamais deve imitar a realidade, pois, ao fazê-lo, degrada-se. X (04) A arte pode ser realizada com uma função peda- gógica; o pensamento estético de esquerda atri- bui à arte uma tarefa de crítica social e política, a arte deve ser engajada, isto é, comprometida com o processo de mudança capaz de libertar e de emancipar o homem. X (08) Schiller acredita que, na prática de uma cultura estética, a humanidade pode reconciliar os im- pulsos sensuais e intelectivos, harmonizando-os; essa reconciliação se dá por um novo modelo de sociedade em que a arte, com seu poder de criatividade, pode libertar o homem do trabalho alienante, do sensualismo limitante, do prazer puramente físico e de um intelectualismo abs- trato por teorias incompreensíveis. X (16) A arte é um caso privilegiado de entendimento intuitivo do mundo, tanto para o artista que cria obras concretas e singulares quanto para o apreciador que se entrega a elas para pene- trar-lhes o sentido. 2. No diálogo Sofista, Platão faz a seguinte observação: Assim, o homem que se julgasse capaz, por uma única arte, de tudo produzir, como sabemos, não fabricaria, afinal, senão imitações e homônimos das realidades. Hábil, na sua técnica de pintar, ele poderá, exibindo de longe os seus desenhos, aos mais ingênuos meninos, dar-lhes a ilusão de que poderá igualmente criar a verdadeira realidade, e tudo o que quiser fazer. PLATÃO. Sofista. São Paulo: Abril Cultural, 1972. p. 159-160. (Os pensadores). Na obra Retórica, Aristóteles afirma: E, como aprender e admirar é agradável, ne- cessário é também que o sejam as coisas que pos- suem estas qualidades; por exemplo, as imita- ções, como as da pintura, da escultura, da poesia, e em geral todas as boas imitações, mesmo que o original não seja em si mesmo agradável; pois não é o objeto retratado que causa prazer, mas o raciocínio de que ambos são idênticos, de sorte que o resultado é que aprendemos alguma coisa. ARISTÓTELES.Retórica. Lisboa: Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 2006. p. 138. Com base nos textos e em seus conhecimentos sobre Platão e Aristóteles, indique a alternativa correta. a) A crítica de Platão à pintura refere-se ao fato de ela se afastar do verdadeiro. Já a crítica de Aristóteles deve-se ao fato de ela despertar prazer. b) Para Platão, o pintor esclarece as pessoas ingênuas, expressando o real em suas obras, mas, para Aristó- teles, a pintura não corresponde à realidade. X c) Para Platão, a mimese constitui a cópia de uma cópia, e o artista não conhece a realidade em seu grau mais elevado. Para Aristóteles, uma das causas da existência da arte mimética é o fato de os homens se comprazerem em contemplar imitações. d) Para Platão, aprendemos com as imitações, que nos distanciam do engano. Para Aristóteles, a imitação deve ser banida por estimular as paixões. e) Para Platão, ao imitar, o pintor representa a realida- de ideal, o que causa admiração. Para Aristóteles, a arte mimética representa o mundo ideal; mas, por- que é ingênua, ela não permite a contemplação da verdade. 3. Na Antiguidade grega, Platão teorizou sobre a arte, o belo e o bom. Segundo sua teoria, pode-se afirmar: (01) a poiésis retrata a realidade fidedignamente; (02) a contemplação de uma pintura possibilita o aces- so à realidade; X (04) a verdadeira realidade não pode ser retratada pelo artista, pois está no plano das ideias; X (08) a arte mimética corrompe a educação. 4 Volume 4 4. Leia um fragmento da obra A República, de Platão. – Cá entre nós, pois não ireis denunciar-me aos poetas trágicos e aos outros imitadores, todas as obras do gênero arruínam, segundo pa- rece, o entendimento dos ouvintes, quando não possuem o antídoto, isto é, o conhecimento do que elas são realmente. – Que razão [...] te leva a falar deste modo? – Cumpre explicar – repliquei – embora certa ternura e certo respeito que, desde a infância, dedico a Homero, me impeçam de falar; pois ele parece realmente ter sido o primeiro mestre e o guia de todos esses belos poetas trágicos. Mas não se deve testemunhar a um homem maior consideração do que à verdade e, como acabo de dizer, é um dever falar. PLATÃO. A República. In: GUINSBURG, J. (Org.). A República de Platão. São Paulo: Perspectiva, 2010. p. 374. Com base no trecho e em seus conhecimentos, respon- da a esta questão: Como Platão compreendia a poesia e por que ele idealizou uma sociedade sem poetas? Platão criticava a poesia por distanciar-se da verdadeira realidade. Na sociedade ideal, não deveria haver artistas, como pintores e poetas, pois eles representam a mera aparência das coisas. Além disso, os poetas deveriam ser banidos por oferecer modelos inadequados de conduta e despertar paixões extremas, distanciando as pessoas do governo da razão. 5. (UEL – PR) Leia os textos a seguir. A arte de imitar está bem longe da verdade, e se executa tudo, ao que parece, é pelo fato de atingir apenas uma pequena porção de cada coisa, que não passa de uma aparição. Adaptado de: PLATÃO. A República. 7. ed. Trad. de Maria Helena da Rocha Pereira. Lisboa: Calouste Gulbenkian, 1993. p. 457. O imitar é congênito no homem e os homens se comprazem no imitado. Adaptado de: ARISTÓTELES. Poética. 4. ed. Trad. de Eudoro de Souza. São Paulo: Nova Cultural, 1991. p. 203. (Coleção Os Pensadores) Com base nos textos, nos conhecimentos sobre esté- tica e a questão da mímesis em Platão e Aristóteles, assinale a alternativa correta. X a) Para Platão, a obra do artista é cópia de coisas fe- nomênicas, um exemplo particular e, por isso, algo inadequado e inferior, tanto em relação aos objetos representados quanto às ideias universais que os pressupõem. b) Para Platão, as obras produzidas pelos poetas, pintores e escultores representam perfeitamente a verdade e a essência do plano inteligível, sendo a atividade do artista um fazer nobre, imprescindível para o engrandecimento da pólis e da filosofia. c) Na compreensão de Aristóteles, a arte se restringe à reprodução de objetos existentes, o que veda o poder do artista de invenção do real e impossibilita a função caricatural que a arte poderia assumir ao apresentar os modelos de maneira distorcida. d) Aristóteles concebe a mímesis artística como uma atividade que reproduz passivamente a aparência das coisas, o que impede ao artista a possibilidade de re- criação das coisas segundo uma nova dimensão. e) Aristóteles se opõe à concepção de que a arte é imi- tação e entende que a música, o teatro e a poesia são incapazes de provocar um efeito benéfico e puri- ficador no espectador. 6. (UFU – MG) A relação homem-natureza consome a maior parte das obras de Rousseau, que seguiu uma direção peculiar assentada na crítica ao progresso das ciências e das artes. A este respeito, pode-se afirmar que I. prevalece, nos escritos de Rousseau, a moral fundada na liberdade, a primazia do sentimento sobre a razão e, principalmente, a teoria da bondade natural do homem. II. o bom selvagem ou o homem natural é dotado de livre arbítrio e sentido de perfeição, sentimentos esses cor- rompidos com o surgimento da propriedade privada. III. o bom selvagem, descrito por Rousseau, possui uma sa- bedoria mais refinada que o conhecimento científico, o que confirma a completa ignorância da cultura letrada. IV. Rousseau não defende o retorno do homem à animalida- de, ao contrário, é preciso conservar a pureza da cons- ciência natural, isto é, alcançar a verdadeira liberdade. Assinale a alternativa que apresenta as afirmativas corretas. a) I, III e IV b) II, III e IV X c) I, II e IV d) I, II e III Filosofia 5 7. Sobre Rousseau, assinale o que é correto afirmar. (01) O filósofo defende que a arte e a cultura estão a serviço da contemplação. X (02) A arte iluminista é criticada por Rousseau por privilegiar o luxo e a opulência. X (04) De acordo com o pensamento de Rousseau, a arte distrai o ser humano e o desvia da preocupação com o bem e com as virtudes. (08) Segundo o pensamento do filósofo, as grandes construções arquitetônicas, sobretudo as igrejas e catedrais, elevam o ser humano a um estado de espírito perfeito, inspirando-lhe o bem e as virtudes. 8. (UEL – PR) Oswald de Andrade, no Manifesto Antropofági- co, procurou transformar o “bom selvagem” de Rousseau num aguerrido selvagem devorador, que digere e trans- forma a cultura europeia do colonizador, tornando-a parte de sua própria cultura. Considerando a questão do “bom selvagem” no pensamento de Rousseau, é correto afirmar: a) A idealização do bom selvagem, no estado de natureza, representa a exaltação da animalidade do homem pri- mitivo que, no estado civil, adquire forma agressiva. b) A felicidade original do bom selvagem se realiza no suor de seu trabalho em sua propriedade, de onde retira o necessário para a sua sobrevivência. c) O homem, degenerado pela civilização, só poderá re- cuperar a felicidade que desfrutava no estado de natu- reza com o retorno à vida isolada no meio das florestas. d) No estado de natureza, o bom selvagem busca sa- tisfazer sua necessidade inata de reconhecimento de si e de admiração pelo outro. X e) No estado de natureza, o bom selvagem é autos- suficiente e vive isolado, sobrevivendo com o que a natureza lhe provê e de acordo com suas necessi- dades inatas. 9. Ao discutir o papel da arte em relação ao caráter e aos costumes, Johann Friedrich Schiller a) contesta a ideia de que a arte e o belo são capazes de despertar o bom, além de negar a existência de uma relação entre o belo e a liberdade; b) concorda com Rousseau, pois afirma que a arte pode despertar os sentimentos essenciais a uma vida ética; c) afirma que a imaginação extrapola os limites da liberdade estética ao criar e recriar as formas da matéria; X d) relaciona a formação estética ao desenvolvimento ético e critica a submissão da arte àutilidade e ao mercado; e) alia-se ao pensamento iluminista no que se refere à valorização do ideal de racionalidade, bem como à ruptura entre razão e sensibilidade. 10. Os filósofos modernos Jean-Jacques Rousseau e Johann Friedrich Schiller divergiram em suas concepções a res- peito do papel da arte. Apresente as principais ideias de ambos, ressaltando suas divergências. Rousseau afirmava que a arte estava a serviço da opulência e do luxo, promovendo a decadência dos costumes. Schiller, ao contrário, defendia a ideia de que o belo contribui para desenvolver o bem no indivíduo. Portanto, atribuía efeitos estéticos e também éticos às obras de arte. 11. (UEMA) Considere o texto a seguir para responder à questão. O juízo estético em Kant é uma intuição do inteligível no sensível, em que o sujeito não proporciona nenhum conhecimento do objeto que provoca, não consiste em um juízo sobre a perfeição do objeto, é válido independente- mente dos conceitos e das sensações produzi- das pelo objeto. TAVARES, Manoel; FERRO, Mário. Análise da obra fundamentos da metafísica dos costumes de Kant. Lisboa-Portugal: Editorial Presença, [s.d.]. p. 43-44. Então para Kant a estética é uma intuição de ordem a) objetiva. b) cognitiva. c) subjetiva e cognitiva. d) subjetiva e objetiva. X e) subjetiva. 6 Volume 4 12. Leia o texto a seguir. Muito há que aprendemos ser essa aspira- ção, a substância e o em si de cada coisa, idên- tica àquilo que se chama vontade, em nós, que somos aqueles em quem ela se manifesta mais distintamente e à luz da consciência mais perfei- ta. Quando surge um obstáculo entre ela e o seu escopo momentâneo, chamamos a tal obstáculo sofrimento; seu bom sucesso ao invés é o que chamamos satisfação, bem-estar, felicidade. SCHOPENHAUER, Arthur. O mundo como vontade e representação. Livro IV. [S.l.]: Acrópolis, 2001. Disponível em: <http://www. ebooksbrasil.org/eLibris/representacao4.html#4>. Acesso em: 14 abr. 2015. De acordo com o texto e seus conhecimentos sobre o pensamento de Schopenhauer, explique a relação que o filósofo estabelece entre a arte e a vontade. Para Schopenhauer, o mundo é governado pela vontade, força presente nos seres animados e inanimados, capaz de mover até mesmo as ações inconscientes do ser humano, como batimentos cardíacos, sono e crescimento. Trata-se de uma força impulsiva, irracional e insaciável, a que os seres humanos e outras formas de vida estão presos, o que lhes causa dor e sofrimento. Para libertar-se de tamanha submissão, seria necessário experimentar a contemplação das obras de arte, especialmente da música, em seguida, a conduta ética e, finalmente, o quietismo. 13. Analise as sentenças a seguir e sua adequação ao con- ceito de vontade de poder ou vontade de potência, de acordo com o pensamento de Nietzsche. I. O filósofo exalta a energia da existência, a vontade de ser, de persistir e de intensificar a vida, apesar das dificuldades enfrentadas pelo ser humano. II. Há, no ser humano, um desejo de poder e a necessi- dade de crescer – o que deve ser limitado para que as pessoas menos fortes não sejam subjugadas. III. O cristianismo e as filosofias metafísicas são obstá- culos para a afirmação da força vital, pois negam a vida e tentam sufocar a vontade instintiva. IV. O ser humano encontra nas forças divinas a potência necessária para superar dificuldades durante a vida. V. Nesse contexto, poder significa força, vigor, capaci- dade. Logo, o conceito sugere que o indivíduo tem em si a capacidade de assumir o controle da própria vida e de seus valores morais. Estão corretas: X a) I, III e V. b) II, IV e V. c) I, II e III. d) I, III e IV. e) II, III e V. 14. (UEM – PR) Leia atentamente o fragmento a seguir, referente à indústria cultural. [...] É uma indústria como qualquer outra, que deseja o lucro e que trabalha para conquis- tar o seu cliente, vendendo imagens, seduzin- do o seu público a ter necessidades que antes não tinha. SILVA, Sheila Aparecida Santos. Cultura: criação ou apropriação? In: LORENSETTI, Everaldo et al. Sociologia: ensino médio. Curitiba: SEED- PR, 2006, p. 170. A partir dessa citação e dos seus conhecimentos sobre o tema, assinale o que for correto. (01) A indústria cultural promove a independência dos indivíduos na constituição de suas próprias escolhas. (02) Apesar do grande contato que os indivíduos têm com os conteúdos da indústria cultural, esses não interferem no seu dia a dia. (04) A indústria cultural contribui para a criação de hábitos de consumo que satisfazem as necessi- dades fundamentais do ser humano. X (08) Processos de manipulação que visam a influen- ciar a mente do consumidor são frequentes nas produções da indústria cultural. X (16) Elementos culturais podem ser comercializados como qualquer outro tipo de mercadoria. Filosofia 7 15. Com base em seus conhecimentos sobre o conceito de indústria cultural, relacione a imagem a seguir e a crítica de Adorno e Horkheimer à produção cultural do século XX. Na imagem, a palavra “cultura” está cercada de elementos ligados à ideologia de consumo, capitalista. Adorno e Horkheimer denunciam essa relação por meio do conceito de indústria cultural, fenômeno que resulta na padronização da cultura e da arte, transformando-as em produtos para favorecer o consumo e o lucro. Nesse contexto, a cultura submete-se aos interesses econômicos do mercado. 16. Adorno e Horkheimer definiram a indústria cultural como um fenômeno relacionado ao capitalismo. De acordo com esse conceito, é correto afirmar que a) o capitalismo valoriza a arte, pois estende à popu- lação menos favorecida o contato com o universo artístico para desenvolver suas capacidades crítica e reflexiva; b) a indústria cultural promove a arte em todos os seguimentos sociais com o intuito de estimular a reflexão sobre a política e o capitalismo; c) a transformação das obras de arte em produtos é uma estratégia para valorizar o trabalho, associando-o à produção do conhecimento; X d) a indústria cultural apropria-se da produção artísti- ca, promovendo modismos com o objetivo de gerar lucro financeiro. e) o senso comum é combatido pela indústria cultural, pois esta divulga cultura por meio dos produtos que vende aos consumidores. 17. Em sua análise crítica sobre a atuação da indústria cultural, o filósofo Walter Benjamim, da Escola de Frankfurt, propôs o conceito de arte engajada. Explique esse conceito e esclareça de que modo se contrapõe aos objetivos da indústria cultural citados por Adorno e Horkheimer. De acordo com a visão de Benjamin, a arte engajada é um modelo de produção artística que tem por objetivo promover a conscientização política, denunciando os problemas sociais gerados pelo capitalismo. Esse conceito se contrapõe ao de indústria cultural, estabelecido por Adorno e Horkheimer, pois sugere que a arte se torne um meio de oportunizar, para as pessoas, uma compreensão crítica sobre o mundo e as relações sociais. 8 Volume 4
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