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Direito Empresarial I - Sociedades Anônimas 18 5 2018

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Direito Empresarial I – Teoria da Empresa
Professor: Anderson Rodrigues da Silva
Aula – 18.5.2018
Sociedades Anônimas:
	A Sociedade Anônima (S/A) é “a empresa com capital dividido em ações. A responsabilidade dos sócios ou acionistas limita-se à integralização das ações subscritas” (1 – p. 67). Ela pode ser fechada, quando suas “ações não são ofertadas ao público em geral” ou aberta que “caracteriza-se pelo fato de buscar recursos junto ao público em geral, oferecendo os valores mobiliários de sua emissão a qualquer pessoa, indistintamente” (4 – pp. 225-226).
	As Sociedades Anônimas regem-se por lei específica a 6.404/76, conforme CC:
Art. 1.088. Na sociedade anônima ou companhia, o capital divide-se em ações, obrigando-se cada sócio ou acionista somente pelo preço de emissão das ações que subscrever ou adquirir.
Art. 1.089. A sociedade anônima rege-se por lei especial, aplicando-se-lhe, nos casos omissos, as disposições deste Código.
1 – Valores Mobiliários:
	Dispõe a Lei 6.385/76:
		Art. 2o São valores mobiliários sujeitos ao regime desta Lei: 
 		I - as ações, debêntures e bônus de subscrição.
	Hermenêutica da Lei:
	a – Quando o legislador diz desta lei, se refere aos valores mobiliários registrados na CVM, pois a lei trata apenas desses, que são os colocados em Bolsas de Valores ou Balcão, emitidos por S/A para integralização de capital;
	b – Os valores mobiliários que não fazem parte desta lei, não entram no rol da lei, mas fazem parte do SFN;
	c – Em (I) a ordem é cronológica, ou seja, conforme a humanidade foi criando os valores mobiliários que, no caso, teve a ação como sendo o primeiro.
	 Valor mobiliário, segundo Giuseppe Ferri, é “aquele que mobiliza riqueza para a sociedade”. Para Ulhoa, “valores mobiliários são instrumentos de captação de recursos, para o financiamento da empresa, explorada pela sociedade anônima que os emite, e representam, para quem os subscreve ou adquire, uma alternativa de investimento. A lei (art. 2º da Lei nº 6.385, de 07.12.76, com alterações feitas pela Lei nº 10.303, de 31.10.01, nota do autor) lista os principais tipos de valores mobiliários, que são a ação, as debêntures, os bônus de subscrição, e os respectivos cupões e certificados de depósito” (...) “são chamados meios de autofinanciamento da empresa, enquanto se apresentam como alternativa ao financiamento bancário, normalmente mais custoso” (3 – p. 140). O primeiro foi justamente a ação.
2 – Ações:
	Ação em seu conceito clássico, “é a menor fração que compõe o capital social de uma S/A”, ou é o “título de propriedade negociável, representativo de uma fração do capital social de uma S/A. Confere qualidade de sócio. É um valor mobiliário e um título de crédito. Pode ser vendida, cedida, caucionada, dada em usufruto ou em alienação fiduciária” (Maximilianus Führer). A ação surge na Holanda, passa para a Inglaterra e daí para os EUA.
	As ações são reguladas pela Lei 6.404/76 (Lei das S/A) e são de três tipos, conforme art. 15: “as ações, conforme a natureza dos direitos ou vantagens que confiram a seus titulares, são ordinárias, preferenciais, ou de fruição”.
	As ações gozam de penhorabilidade para efeito de constrição judicial.
	A ação ordinária é o único tipo de ação obrigatória em uma S/A, dando direito a voto nas assembleias, sendo que nenhum estatuto de S/A poderá retirar esse direito. Já a ação preferencial e a de fruição não são obrigatórias.
	Quanto aos direitos, a ação pode ser Ordinária (O) ou Preferencial (P) , identificados com a primeira letra após o nome da S/A; no que diz respeito à circulação da ação, podem ser Nominativas (N), por identificarem o nome do proprietário e são em papel e Nominativas Escriturais (NE), que são virtuais, um crédito para o proprietário. Exemplo: Telemar ON.
	A ação preferencial “dá ao seu possuidor prioridade no recebimento de dividendos e/ou, em caso de dissolução da empresa, no reembolso de capital. Normalmente não dá direito a voto” (Maximilianus Führer), mas o estatuto de uma S/A pode permiti-lo.
	A ação de fruição, para Ulhoa “são as atribuídas ao acionista cuja ação ordinária ou preferencial foi inteiramente amortizada. A amortização é a antecipação ao sócio do valor que ele provavelmente receberia na hipótese de liquidação da companhia” (3 – P. 110). “Não representam o capital da empresa, e terão apenas os direitos que forem fixados nos estatutos ou nas assembleias. Sua natureza jurídica é de títulos de crédito, podem ser negociáveis. Mas como não representam parte do capital social não poderiam ser considerados como ações”.
	Segundo Ilene, a amortização pode ocorrer quando da liquidação efetiva da S/A. O estatuto pode estipular valor de dividendos e o preço de amortização, através de:
	a. Preço de mercado no valor da época da liquidação;
	b. Valor fixado, mais correção.
	Observação valida para todo tipo de ação: se não houver distribuição de dividendos, em caso de lucro, por 3 exercícios consecutivos, no 4º exercício passa-se a ter direito de voto.
	Ações ao portador não existem mais, tendo sido revogadas pela Lei 8.021/90.
	Certificado de ações é o título definitivo, representativo das ações. É múltiplo, representando uma série de ações, pois seria inviável emitir uma a uma; a cautela é um título provisório, emitido anteriormente.
	Profa. Ilene diferencia o fato de a companhia necessitar ser aberta para poder lançar suas ações ao público. A abertura do capital da companhia ocorrerá após o seu registro na CVM, sendo o primeiro, o efetivo lançamento das ações a todos, indistintamente. Esta última é a chamada IPO (initial public offering) ou oferta pública inicial, também chamada de oferta pública primária.
	“Oferta pública inicial é o evento que marca a primeira venda de ações de uma empresa no mercado de ações. Seu principal propósito para empresas novas/pequenas é levantar capital pela sociedade para utilizar como investimento para expansão da empresa, porém também ocorre em empresas/corporações maiores por motivos de alavancagem” (5)
	“As ofertas públicas ofertas públicas também podem ter como objeto de negociação units, debêntures, BDRs, CRIs e outros tipos de ativos. (...) Quando são ofertadas ações já existentes, ou seja, que já pertenciam a outros acionistas, a oferta é secundária” (Bovespa).
3 – Órgãos de administração das S.A. (artigo 138 e seguintes da Lei 6.404/76):
	Nos termos do artigo 138 da Lei 6.404/76, a administração caberá à diretoria, ou se assim dispuser o estatuto social, ao conselho de administração e à diretoria. Nota-se que a legislação estabeleceu a possibilidade de haver dois diferentes órgãos sociais administrando a companhia, porém, com diferentes responsabilidades e atribuições, conforme será analisado.
3.1.	Conselho de Administração
	Primeiramente, quanto ao conselho de administração, trata-se de um órgão colegiado composto por no mínimo três membros, os quais são eleitos e destituídos pela assembleia geral a qualquer tempo, não podendo, entretanto, permanecer como conselheiro por prazo superior a três anos, sendo permitida a reeleição.
	As disposições como número mínimo e máximo de conselheiros de cada companhia, bem como a escolha do presidente do conselho de administração, dentre outras, deverão constar do respectivo estatuto social. Tais disposições encontram-se previstas no artigo 140, incisos I, II, III e IV da Lei das S.A.
	Cumpre mencionar ainda, que a existência do conselho de administração é facultativa nas sociedades anônimas, conforme dispuser o estatuto social, sendo, entretanto, obrigatória a sua instalação e permanência quando tratar-se de companhias com registro de capital aberto e de capital autorizado, por força do § 2º do artigo 138 da Lei das S.A.
3.2.	Diretoria
	Com relação à diretoria, caberá a esta a representação das companhias, conforme § 1º do artigo 138 da Lei 6.404/76, devendo ser composta por no mínimo dois diretores, os quais serão eleitos e destituíveis pelo conselho de administração, ou na falta deste, pela assembleia geral, nos termos do artigo143 do mesmo diploma legal mencionado acima.
	A quantidade de diretores, bem como o prazo de mandato, não poderá ser superior a três anos, sendo permitida a sua reeleição, devendo constar tais pontos do estatuto social da respectiva instituição financeira por disposição do artigo 143, I, II, III e IV da Lei das S.A.
4. Debêntures:
	Presente na Lei 6.404/76 (Lei das S/A) art. 52 e seguintes.
Art. 52. A companhia poderá emitir debêntures que conferirão aos seus titulares direito de crédito contra ela, nas condições constantes da escritura de emissão e, se houver, do certificado
	O “poderá” do artigo uma faculdade, não obrigação.
	Dentro do “microcosmo” da S/A existe uma estrutura tripartite em que cada poder interno vigia o outro:
	Executivo – Diretoria;
	Legislativo - Assembléia Geral;
	Judiciário – Conselho de Administração
	Exemplo: emissão de debêntures da Alpargatas foi aprovada em reunião do Conselho de Administração (RCA) por já estar presente no Estatuto.
4.1 O que é debênture?
	Quando a companhia emite uma debênture ela está contraindo uma dívida, portanto, debênture é um título de crédito emitido exclusivamente por uma S/A e comandita por ações. É outra modalidade de autofinanciamento.
	Portanto:
	a. Quanto à estrutura: é título de crédito e valor mobiliário;
	
	b. Quanto à função: captar recursos do povo para a S/A.
		CC art. 887. O título de crédito, documento necessário ao exercício do 			direito 	literal e autônomo nele contido, somente produz efeito quando 			preencha os requisitos da lei.
		6.404/76 art. 52. A companhia poderá emitir debêntures que conferirão aos 		seus titulares direito de crédito contra ela, nas condições constantes da 			escritura de emissão e, se houver, do certificado.	
	A profa. Ilene diz que o termo contido no dispositivo está errado. Deveria ser mencionado, conforme Césare Vivante ou solenizado, como diz Pontes de Miranda, pois o direito não está no título em si (no papel, caso em que se houvesse o perecimento do mesmo, se perderia o direito), mas no direito subjacente à sua materialização em um documento impresso.
	Tanto companhias abertas quanto fechadas podem emiti-las.
	Debênture é um título de crédito e valor mobiliário. É emitido por S/A ou Comandita por ações, se optante de estatuto de S/A. É um direito, cujo título o soleniza (Pontes de Miranda).
CC Art. 887. O título de crédito, documento necessário ao exercício do direito literal e autônomo nele contido (mencionado, nota do autor), somente produz efeito quando preencha os requisitos da lei.
Lei das AS 6.385/76 Art. 2o São valores mobiliários sujeitos ao regime desta Lei: ... I - as ações, debêntures e bônus de subscrição
4.2 Tipos de debênture:
Art. 58. A debênture poderá, conforme dispuser a escritura de emissão, ter garantia real ou garantia flutuante, não gozar de preferência ou ser subordinada aos demais credores da companhia.
	4.2.1 Debênture Quirografária: é título despido de garantia. Por outro lado, é o que melhor remunera (máxima do MC “quanto menor a garantia, maior a remuneração”). Sem garantia.
6.404/76 Art. 53. A companhia poderá efetuar mais de uma emissão de debêntures, e cada emissão pode ser dividida em séries.
6.404/76 Art. 54. A debênture terá valor nominal expresso em moeda nacional, salvo nos casos de obrigação que, nos termos da legislação em vigor, possa ter o pagamento estipulado em moeda estrangeira.
6.404/76 Art. 58 § 4º A debênture que não gozar de garantia poderá conter cláusula de subordinação aos credores quirografários, preferindo apenas aos acionistas no ativo remanescente, se houver, em caso de liquidação da companhia.
	4.2.2 Debênture com Garantia Fidejussória: é o aval ou fiança de uma pessoa física: se a companhia não pagar, ela paga. Com garantia fidejussória.
	Exemplo: aval de Antonio Ermírio de Moraes e Abílio Dinis às emissões de debêntures de suas empresas.
	4.2.3 Debênture com garantia real: é baseada em direito real, imóvel. É o penhor, a hipoteca e a anticrese (CC arts. 286 a 298). 
		Penhor – sobre a totalidade do imóvel;
		Hipoteca – sobre parte do imóvel;
		Anticrese – sobre o usufruto do imóvel (não mais utilizada).
	Exemplo: construtoras se alavancam com debêntures co garantia real, p. ex., o próprio empreendimento que se está tomando recursos para erguer.
	4.2.4 Debênture flutuante: indexar, atrelar um valor à variação de um índice oficial (IGPM, IPC, etc.). Ou seja, ela flutua de acordo com o índice. Além dos juros que a companhia paga a título de remuneração, há a correção monetária, devida à inflação, pelo índice.
	4.2.5 Debênture conversível em ações: jamais é regatada – na época de resgate ela é convertida em ações, ou seja, fraciona capital social.
	Para emitir uma debênture a companhia deve ter um motivo que deve estar expresso na escritura de emissão.
	Exemplo: Havaianas captou via debêntures para montar estrutura de produção e exportação para a China.
5. Sistema de Distribuição dos Valores Mobiliários:
	O texto a seguir é do art. 15, da Lei 6.385/76 com anotações da aula:
 Art . 15. O sistema de distribuição de valores mobiliários compreende: 
 I - as instituições financeiras e demais sociedades que tenham por objeto distribuir emissão de valores mobiliários: 
 a) como agentes da companhia emissora; 
 b) por conta própria, subscrevendo ou comprando a emissão para a colocar no mercado; 
	Esses agentes são os corretores de valores ou underwriters.
	No mercado financeiro, o underwriting ou subscrição ocorre quando uma companhia seleciona e contrata um intermediário financeiro, que será responsável pela colocação de uma subscrição pública de ações ou obrigações no mercado.
II - as sociedades que tenham por objeto a compra de valores mobiliários em circulação no mercado, para os revender por conta própria; 
	Também é papel do underwriter.
III - as sociedades e os agentes autônomos que exerçam atividades de mediação na negociação de valores mobiliários, em bolsas de valores ou no mercado de balcão; 
IV - as bolsas de valores. 
V - entidades de mercado de balcão organizado. 
	O balcão é destinado à operação da micro e pequena S/A (até R$30 milhões)
	Exemplo: Soma e Bovespamais são balcões virtuais da Bovespa.
	A CETIP (http://www.cetip.com.br ) é o 5º maior balcão do mundo.
 
VI - as corretoras de mercadorias, os operadores especiais e as Bolsas de Mercadorias e Futuros; e 
VII - as entidades de compensação e liquidação de operações com valores mobiliários. 
	É a entidade que faz a liquidação, ou seja é a responsável pela intermediação entre compradores e vendedores, no que se refere ao procedimentos operacionais de sua realização.
6. Análise de diversos artigos sobre debêntures presentes na Lei das S/A (6.404/76):
	6.1. limite da dívida ou emissão: encontrável no art.60 e seus parágrafos. Quem delibera sobre a emissão é o Conselho de Administração ou a Assembléia Geral. A descrição dos órgãos da administração das S/A encontra-se nos arts. 250 a 259.
Art. 60. Excetuados os casos previstos em lei especial, o valor total das emissões de debêntures não poderá ultrapassar o capital social da companhia.
	6.2 Requisitos para a emissão de debêntures:
Art. 62. Nenhuma emissão de debêntures será feita sem que tenham sido satisfeitos os seguintes requisitos: ... (e seus incisos e parágrafos)
	6.3 Forma de remuneração das debêntures:
Art. 56. A debênture poderá assegurar ao seu titular juros, fixos ou variáveis, participação no lucro da companhia e prêmio de reembolso
	6.4 Garantias das debêntures: a debênture, diferente dos documentos comuns de dívidas, caso não seja pago, executa-se diretamente. A debêntures perpétuas, em que não há o resgate da mesma. O que está subjacente a esse tipo é que a remuneração é mais atrativa e, em dado momento, a remuneração cobriu o valor da debênture, passando os dividendos, a partir daí ser uma fonte de renda.
Art. 58. A debênture poderá, conforme dispuser a escritura de emissão, ter garantia real ou garantia flutuante, nãogozar de preferência ou ser subordinada aos demais credores da companhia.
	6.5 Agente fiduciário: pessoa física ou instituição financeira que representa os interesses dos debenturistas, verificando o cumprimento das condições pactuadas na escritura. Em inglês é chamado de trustee.
 Art. 66. O agente fiduciário será nomeado e deverá aceitar a função na escritura de emissão das debêntures
Certificados de Depósito de Valores Mobiliários:
DRs 
Os DRs, ou Depositary Receipts, são certificados de depósito representativos de valores mobiliários emitidos por bancos ou, por estes, a pedido de companhias de um determinado país e negociados no mercado internacional. 
Quem faz essa negociação, no caso do Brasil, são os bancos de investimento.
Os primeiros DRs foram idealizados há cerca de setenta anos. A inovação permitiu contornar a proibição legal de que as empresas britânicas negociassem suas ações em outros mercados, o que as impedia de aproveitar o ciclo de alta do mercado de ações americano. Surgiram, então, os ADRs, ou American Depositary Receipts, lastreados nas ações das empresas britânicas e emitidos e negociados no mercado norte-americano. 
O mercado de ADRs apresentou um significativo crescimento a partir da década de oitenta e, atualmente, os investidores americanos podem negociar mais de 1.500 títulos de empresas não americanas por meio desse mecanismo. Esses certificados permitiram aos investidores americanos a negociação de valores mobiliários estrangeiros dentro de seu próprio mercado de capitais e sob regras já conhecidas, além de representar um incremento à liquidez das bolsas e do mercado americano de valores mobiliários em geral – balcão organizado e não organizado. 
Muitos países regularam os DRs, permitindo tanto que as sua companhias fossem negociadas em praças financeiras estrangeiras, como recebendo ações de companhias estrangeiras no mercado doméstico. Foram desenvolvidos também os European Depositary Receipts (EDR), no mercado europeu e os Global Depositary Receipts (GDRs) ou Recibos de Ofertas Globais, que viabilizam a colocação simultânea de valores mobiliários em dois ou mais mercados internacionais. 
As regras para negociação dos DRs por companhias brasileiras foram estabelecidas na Resolução CMN 1.927/92. Em 1996, foram regulamentados os BDRs, ou Brazilian Depositary Receipts, permitindo que o caminho inverso fosse percorrido. Ou seja, esse certificados possibilitaram aos investidores brasileiros o acesso a valores mobiliários de companhias estrangeiras, sendo a negociação realizada no mercado nacional, dentro das regras deste. 
Além das vantagens aos investidores brasileiros, os BDRs contribuem para a elevação da liquidez no mercado nacional de valores mobiliários. Quem detém um recibo destes goza de status de acionista.
Riscos dos DRs:
	1º A S/A emissora quebrar;
	2º O Banco de Investimento quebrar, e:
	
	3º A conversão da moeda ou o risco cambial.
ADRS - American Depositary Receipts 
Como funciona: American Depositary Receipts (ADRs), são certificados de ações, emitidos por bancos americanos, com lastro em papéis de sociedades anônimas sediadas fora dos EUA (inclusive brasileiras). 
Quem pode negociar: Só pode comprar e vender ADRs os investidores que têm conta no exterior (pessoa física ou jurídica). A abertura da conta é lícita, desde que seja declarada e respeite as regras de tributação. O envio de dinheiro para o exterior só pode ser feito através das instituições financeiras credenciadas a operar câmbio e, se montante ultrapassar US$ 10 mil, o Banco central deverá ser informado. 
Arbitragem: É chamada de operação de arbitragem aquela na qual o investidor percebe distorções entre o preço de um mesmo ativo em dois ambientes de negociação distintos e se beneficia disso. Por exemplo: se o preço das ações de uma empresa (depois de aplicado o fator de conversão para a ADR e depois para dólar) é de US$ 20 no Bovespa e de US$ 21 nos Estados Unidos, há uma oportunidade de comprar aqui , efetuar a conversão e vender lá no mesmo momento, embolsando a diferença. 
Conversão: As conversões são feitas pelo banco custodiante. O comprador daqui comunica ao banco que deseja efetuar a conversão e vender imediatamente o papel lá. Nos EUA, o Bank of New York é o principal custodiante de ADRs e, no Brasil, o Banco Itaú detém a maior parte das custódias. 
 
 BDRS - Brazilian Depositary Receipts:
Brazilian Depositary Receipts - BDRs são certificados de depósito, emitidos e negociados no Brasil, com lastro em valores mobiliários de emissão de companhias estrangeiras. 
São certificados representativos de valores mobiliários emitidos por bancos de investimento, que têm como lastro valores mobiliários emitidos por companhias abertas, ou assemelhadas, com sede no exterior, negociáveis no mercado brasileiro. As regras para negociação desses certificados estão estabelecidas na Resolução CMN 2.318, de 26 de setembro de 1996, na Instrução CVM 255, de 31 de outubro de 1996 e na Circular BACEN 2.723, de 26 de setembro de 1996. 
Para que os valores mobiliários possam fazer parte de um programa de BDRs, as companhias emissoras dos mesmos devem estar sujeitas à supervisão e fiscalização de entidade ou órgão, no exterior, similar à Comissão de Valores Mobiliários – CVM. 
A emissão dos BDRs deve ser realizada por instituições brasileiras, denominadas instituições depositárias ou emissoras – empresas autorizadas a funcionar pelo Banco Central e habilitadas pela CVM a emitir BDRs. A emissão dos certificados é lastreada em valores mobiliários custodiados, em seu país de origem, por instituições denominadas instituições custodiantes, as quais devem ser autorizadas, por órgão similar à CVM, manter em custódia os valores mobiliários a que os BDRs se referem. 
A instituição depositária atua na estruturação do lançamento do programa junto ao mercado brasileiro, na obtenção do registro dos BDRs e, quando for caso, na obtenção do registro dos BDRs e, quando for caso, na obtenção do registro da companhia junto à CVM. A depositária tem também como funções, em determinados casos, obter o registro dos BDRs junto à Bolsa de valores onde serão negociados, coordenar a distribuição de direitos no mercado brasileiro (dividendos, bonificações ou subscrições), bem como divulgar informações sobre o programa e sobre a empresa emissora dos valores mobiliários objeto dos BDRs.
Lei 6.385/76 Art. 2o São valores mobiliários sujeitos ao regime desta Lei: ...
 III - os certificados de depósito de valores mobiliários.
Lei 4.728/65 Art. 31. Os bancos referidos no art. 29, quando prèviamente autorizados pelo Banco Central e nas condições estabelecidas pelo Conselho Monetário Nacional, poderão emitir "certificados de depósitos em garantia", relativos a ações preferenciais, obrigações, debêntures ou títulos cambiais emitidos por sociedades interessadas em negociá-las em mercados externos, ou no País. 
 § 1° Os títulos depositados nestas condições permanecerão custodiados no estabelecimento emitente do certificado até a devolução dêste. 
 § 2° O certificado poderá ser desdobrado por conveniências do seu proprietário. 
 § 3º O capital, ingressado do exterior na forma dêste artigo, será registrado no Banco Central, mediante comprovação da efetiva negociação das divisas no País. 
 § 4º A emissão de "certificados de depósitos em garantia" e respectivas inscrições, ou averbações, não estão sujeitas ao impôsto do sêlo. 
Art. 29. Compete ao Banco Central autorizar a constituição de bancos de investimento de natureza privada cujas operações e condições de funcionamento serão reguladas pelo Conselho Monetário Nacional, prevendo: 
 I - o capital mínimo; 
 II - a proibição de receber depósitos à vista ou movimentáveis por cheque; 
 III - a permissão para receber depósitos a prazo não inferior a um ano, não movimentáveis e com cláusula de correção monetária do seu valor; 
 IV - a permissão para conceder empréstimos a prazo não inferior a umano, com cláusula de correção monetária;
 V - a permissão para administração dos fundos em condomínio de que trata o art. 50; 
 VI - os juros e taxas máximas admitidos nas operações indicadas nos incisos III e VI; 
 VII - as condições operacionais, de modo geral, inclusive garantias exigíveis, montantes e prazos máximos. 
 § 1° O Conselho Monetário Nacional fixará ainda as normas a serem observadas pelos bancos de investimento e relativas a: 
 a) espécies de operações ativas e passivas, inclusive as condições para concessão de aval em moeda nacional ou estrangeira; 
 b) análise econômico-financeira e técnica do mutuário e do projeto a ser financiado; coeficientes ou índices mínimos de rentabilidade, solvabilidade e liquidez a que deverá satisfazer o mutuário; 
 c) condições de diversificação de riscos. 
 § 2º Os bancos de investimentos adotarão em suas operações ativas e passivas sujeitas à correção monetária as mesmas regras ditadas no art. 28. 
 § 3° Os bancos de que trata êste artigo ficarão sujeitos à disciplina ditada pela Lei n. 4.595, de 31 de dezembro de 1964, para as instituições financeiras privadas. 
 § 4º Atendidas as exigências que forem estabelecidas em caráter geral pelo Conselho Monetário Nacional, o Banco Central autorizará a transformação, em bancos de investimentos, de instituições financeiras que pratiquem operações relacionadas com a concessão de crédito a médio e longo prazos, por conta própria ou de terceiros, a subscrição para revenda e a distribuição no mercado de títulos ou valôres mobiliários.

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