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Metabolismo do Cálcio e Fosfato

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2 0 2 0 . 1 J Ú L I A M O R A I S 1 4 3 ( 2 0 1 9 . 2 ) | 11 
 
FISIOLOGIA II 
AULA 5 – SISTEMA ENDÓCRINO 
Metabolismo de Cálcio e Fosfato 
 INTRODUÇÃO 
Os íons de cálcio e o fosfato inorgânico 
desempenham funções em conjunto, agindo no tecido 
ósseo e como reguladores e sinalizadores de vias 
metabólicas. 
 
 CÁLCIO 
O cálcio é essencial para o corpo, pois participa de 
diversos processos, como a contração muscular, a 
coagulação sanguínea, a transmissão de impulsos 
nervosos e a excitabilidade neuronal. 
Por isso, é importante que a concentração dele não 
apresente tantas variações, mantendo-se no valor de 
cerca de 9,4mg/dL, equivalendo a 2,4mmol/L. 
Ele pode ser obtido pela dieta e, normalmente, fica 
armazenado nos ossos 
1. Forma iônica (50%). 
2. Combinado às proteínas plasmáticas (40%). 
3. Combinado à outras substâncias do plasma, como 
citrato e fosfato (10%). 
 
 
 FOSFATO 
O fosfato inorgânico fica armazenado em tecidos 
moles e nos ossos, onde formam complexos com o 
cálcio. Portanto, ele é visto em duas formas: HPO4 e 
H2PO4. A quantidade total, considerando os dois íons é 
de cerca de 4mg/dL, podendo variar de acordo com a 
idade. 
Tem como função o fornecimento de energia, 
pois faz parte da molécula de ATP e participa do 
processo de fosforilação ou desfosforilação na 
ativação e desativação de enzimas. 
Além disso, o cálcio e o fosfato compõem os 
cristais de hidroxiapatita, regulados pelos mesmos 
hormônios que atuam nos ossos, rins e intestinos. 
 
 HORMÔNIOS 
PARATORMÔNIO 
O paratormônio é produzido pela glândula 
paratireoide, em resposta a uma diminuição da 
concentração de íons cálcio no sangue. 
Os receptores CaSR, presentes na membrana das 
células da paratireoide identificam a concentração 
desse hormônio. Caso seja baixa, a produção é 
estimulada e ele é liberado no sangue. 
Esse hormônio age nas células do tecido ósseo e 
nos rins, estimulando o aumento da reabsorção de 
cálcio, ao mesmo tempo que aumenta a excreção de 
fosfato. Dessa forma, o efeito do paratormônio é 
hipercalcemiante e hipofosfatemiante. 
 
VITAMINA D 
A vitamina D não é um hormônio, mas também é 
importante para o aumento da calcemia, já que 
aumenta a absorção de cálcio no trato intestinal, 
além de auxiliar na deposição e reabsorção óssea. No 
entanto, para chegar a sua forma ativa ela passa por 
reações no fígado e nos rins. 
Encontramos essa vitamina no organismo na forma 
de 7-dehidrocolesterol, uma substância presente na 
pele, a qual pela ação da luz ultravioleta (sol) vira 
colecalciferol. Essa molécula é convertida no fígado 
em 25-hidroxicolecalciferol. Em seguida, o 
paratormônio eleva a quantidade de enzimas 
presentes nos túbulos proximais dos rins e transforma 
essa substância em 1,25-dihidroxicolecalciferol, a 
forma ativa da vitamina D. 
 
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O 1,25-dihidroxicolecalciferol atua aumentando a 
quantidade de proteínas ligantes de cálcio no epitélio 
intestinal, na região do duodeno e jejuno. O cálcio é 
absorvido por via transcelular regulada por cálcio, por 
via transcelular regulada por hormônios ou por via 
parecelular passiva. 
No caso das vias transcelulares, ele entra na célula 
intestinal por canais epiteliais e, no meio intracelular, 
liga-se a calbindinas (CaBP), permitindo que a 
concentração de cálcio intracelular permaneça baixa. 
Em seguida, o cálcio é transportado para o interstício 
por transporte ativo. 
 
Além de agir no intestino, também atua auxiliando 
na reabsorção óssea acredita-se que seja pelo efeito de 
aumentar o transporte de cálcio através das membranas 
celulares. 
 
 
 
CALCITONINA 
A calcitonina é um hormônio produzido pelas 
células parafoliculares da glândula tireoide, em 
resposta a um aumento da concentração de cálcio no 
sangue. 
Atua nos ossos, inibindo a atividade dos 
osteoclastos e nos rins, reduzindo a reabsorção e 
aumentando a excreção de cálcio e fosfato. Dessa 
forma, o efeito da calcitonina é hipocalcemiante. 
 
 
 
 
 
 
 HIPOCALCEMIA 
Os receptores de CaSR captam a baixa 
concentração de cálcio no sangue e estimulam a 
produção de paratormônio pela paratireoide. 
O paratormônio chega aos osteoblastos pela 
corrente sanguínea, os quais eles estimulam a produzir 
de uma substância parácrina estimulatória que age nos 
osteoclastos. 
Os osteoclastos fazem o processo de reabsorção 
da matriz óssea, lançando íons cálcio e fosfato no 
sangue, aumentando a calcemia. 
 
 HIPERCALCEMIA 
Os receptores de CaSR captam a alta concentração 
de cálcio no sangue e inibem a produção de 
paratormônio pela paratireoide. 
A calcitonina atua em situações de alta 
concentração de cálcio no sangue, ela age de forma 
imediata reduzindo a atividade dos osteoclastos. 
Em seguida, de forma mais demorada, ela diminui 
a formação de novos osteoclastos, reduzindo as 
atividades osteoclásticas e osteoblásticas por um longo 
período. 
 
 
 
 
A vitamina D ativa (1,25-dihidroxivitamina D) tem 
origem o colesterol. Com isso, seu transporte pelo 
sangue depende da ligação a uma proteína de 
ligação da vitamina D (DBP). 
HORMÔNIOS GONADAIS E ADRENAIS 
Os estrógenos aumentam a sobrevida dos 
osteoblastos e a apoptose dos osteoclastos, de 
modo a favorecer a formação óssea, em detrimento 
da reabsorção. Assim, mulheres na menopausa tem 
maiores chance de desenvolver osteoporose que os 
homens. 
 
A calcitonina tem efeito fraco, pois qualquer 
redução da concentração de cálcio causada por ela, 
leva a estimulação da secreção de paratormônio, o 
que superar o efeito da calcitonina. 
Além disso, em casos de retirada da glândula 
tireoide a concentração do cálcio iônico não tem 
alteração considerável em longo prazo, o que 
mostra o efeito predominante do sistema de 
controle do paratormônio. 
RAQUITISMO 
Causada pela deficiência ou resistência a 
vitamina D, resultado de problemas nutricionais, 
gastrointestinais, renais ou mutações gênicas, em 
crianças. 
Tem prejuízo na mineralização dos ossos 
tornando-os flexíveis, podendo apresentar 
deformidades ósseas e retardo do crescimento. 
OSTEOMALÁCIA 
Causada pela deficiência ou resistência a 
vitamina D, resultado de problemas nutricionais, 
gastrointestinais, renais ou mutações gênicas, em 
adultos. 
Provoca curvamento dos membros inferiores, 
dor óssea e pseudofratura de ossos longos, costelas 
e escápulas.

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