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Paratireoide e metabolismo do cálcio

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SOI IV 
Paratireoide e Metabolismo do Cálcio 
 
 
Paratireoide 
→ São 4 glândulas muito pequenas com peso total de 0,4 g, localizadas 
na face posterior da tireoide. 
→ Cada paratireoide é envolvida por uma cápsula de tecido conjuntivo, 
de onde partem trabéculas para o interior da glândula. 
→ O parênquima é formado por dois tipos de células: 
• Células principais: são menores, de forma poligonal, núcleo 
vesiculoso e citoplasma fracamente acidófilo. Secretam 
paratormônio (PTH). 
• Células oxifílicas: são poligonais, maiores que as principais, 
citoplasma contêm grânulos acidófilos. 
→ O aumento da atividade da glândula paratireoide causa rápida 
absorção de sais de cálcio nos ossos, resultando em hipercalcemia no líquido extracelular. 
→ A hipofunção das glândulas paratireoides causa hipocalcemia, quase sempre com tetania resultante. 
→ Além disso, o hormônio paratireóideo é importante no metabolismo do fosfato, bem como no metabolismo do 
magnésio. 
 
Cálcio 
→ Função estrutural: 99% do cálcio corporal encontra-se nos ossos. 
→ 1%: compartimentos intra e extracelular. 
→ Mediador das reações químicas no citoplasma das células: mensageiro de estímulos hormonais e farmacológicos. 
→ Gatilho para a contração muscular. 
→ Quando a célula recebe o estímulo adequado (hormonal, elétrico ou farmacológico), os canais de cálcio são abertos, 
permitindo sua saída do meio citossólico, iniciando processos cálcio-dependentes. 
→ O cálcio não é um elemento estático. 
→ Renovação constante. 
→ A calcemia é determinante para o metabolismo ósseo e para a função celular. 
→ Cálcio plasmático circula de 3 formas: 
• Ligado à albumina 
• Na forma livre ionizada 
• Ligada a ânions inorgânicos 
→ Qual é o cálcio importante para a fisiologia? Cálcio total ou cálcio ionizado? 
• Cálcio ionizado. 
• Seus níveis são finamente regulados por sistemas hormonais, principalmente o PTH e pela forma ativa da vit D. 
 
Mecanismos que regulam o equilíbrio do cálcio, fosforo e magnésio 
→ Cálcio, fosforo e magnésio: principais cátions divalentes do corpo. 
• Ingeridos na dieta. 
• Absorvidos pelo intestino. 
• Filtrados no glomérulo renal. 
• Reabsorvidos nos túbulos renais. 
• Eliminados na urina. 
→ O corpo humano adulto possui 1 a 2 kg de cálcio, sendo 90-99% localizado no esqueleto e dentes. A parte remanescente 
(cerca de 1%) se localiza no interior das células. Apenas uma pequena quantidade esta no LEC. Essa pequena quantidade 
é regulada direta ou indiretamente pela vitamina D e o PTH. No plasma, o Ca se encontra na forma de íons livres, ligados 
à proteínas ou em complexos difusíveis. 
Obs: quando sais de Ca são depositados em tecidos frouxos não-osteóides, enrijecendo-os, têm-se a calcificação 
patológica (ex: placa de aterosclerose, focos de necrose). 
 
Vitamina D 
→ Apesar de ser classificada como vitamina, atua como hormônio. 
→ Age mantendo os níveis plasmáticos de cálcio e fosforo, ao aumentar a sua absorção pelo intestino. 
→ Sintetizada pela irradiação ultra-violeta do 7-desidrocolesterol (pele ou obtida na dieta). 
→ Após a penetração na circulação, a vitamina D é concentrada no fígado. 
→ Sofre hidroxilação no fígado: 25 hidroxivitamina D – calcidiol. 
→ É transportada até os rins: 1,25(OH)2 D3 Ativa: calcitriol. 
 
 
 
→ Calcitriol: 
• Aumenta a absorção de cálcio 
pelo intestino; 
• Sensibiliza o osso às ações de 
reabsorção do PTH; 
• Controla o crescimento das 
glândulas paratireoideas; 
• Suprime a síntese e secreção 
de PTH. 
 
 
 
 
 
 
 
 
→ Formação de vit D x retroalimentação pelos níveis plasmáticos de Ca/P. 
• Vitamina D → absorção intestinal de Ca. 
•  vitamina D →  absorção intestinal de Ca → hipocalcemia → secreção de PTH →  reabsorção de Ca do 
esqueleto. 
 
Hormônio Paratireoideo 
→ O hormônio paratireoideo parece exercer dois efeitos distintos sobre o osso no sentido de determinar a absorção de 
cálcio e de fosfato. 
• Fase muito rápida que ocorre em minutos: resulta, provavelmente, da ativação das células ósseas já existentes, de 
modo a promover a absorção de cálcio e fosfato. 
o Fase rápida de absorção do cálcio e do fosfato – osteólise. 
• Segunda fase muito mais lenta: necessita de vários dias ou até mesmo semanas. Resulta da proliferação dos 
osteoclastos, seguida por aumento pronunciado da reabsorção osteoclástica do próprio osso, e não apenas da 
absorção de sais de fosfato e cálcio do osso. 
o Fase lenta de absorção óssea e liberação de fosfato de cálcio – ativação dos osteoclastos. 
→ Acredita-se que os osteoblastos e osteócitos ativados emitem um “sinal” secundário, porém, desconhecido, para os 
osteoclastos, os quais, por sua vez, são estimulados a desempenhar sua tarefa habitual de "devorar" o osso. 
→ A administração de hormônio paratireóideo provoca perda rápida e imediata de fosfato na urina, devido à redução da 
reabsorção tubular proximal dos íons fosfato. 
→ O hormônio paratireóideo também aumenta a reabsorção tubular de cálcio, ao mesmo tempo que diminui a reabsorção 
de fosfato. 
→ Além disso, também aumenta a velocidade de reabsorção dos íons magnésio e íons hidrogênio; diminui a reabsorção de 
íons sódio, potássio e aminoácidos, da mesma forma que afeta o fosfato. 
→ O aumento da absorção de cálcio ocorre nos ramos ascendentes das alças de Henle, túbulos distais e túbulos coletores, e 
não nos túbulos proximais. 
→ Sem o efeito do hormônio paratireóideo sobre os rins, no sentido de aumentar a reabsorção de cálcio, a perda contínua 
de cálcio na urina levaria eventualmente à depleção desse mineral nos ossos. 
→ O hormônio paratireóideo aumenta tanto a absorção de cálcio quanto a de fosfato pelo intestino, aumentando a 
formação nos rins do 1,25-diidroxicolecalciferol a partir da vitamina D. 
→ A vitamina D desempenha papéis importantes tanto na absorção quanto na deposição óssea. 
→ A administração de quantidades extremas de vitamina D causa absorção óssea, da mesma maneira que a administração 
de hormônio paratireóideo. 
→ Na ausência de vitamina D, o efeito do hormônio paratireóideo no sentido de causar absorção óssea encontra-se muito 
reduzido ou até mesmo ausente. 
→ Acredita-se que o mecanismo dessa ação da vitamina D resulte do efeito do 1,25-diidroxicolecalciferol (o principal 
produto ativo da vitamina D) sobre o aumento do transporte de cálcio através das membranas celulares. 
 
Calcitonina 
→ Hormônio que exerce efeitos fracos sobre a calcemia, opostos aos do hormônio paratireóideo. 
→ Reduz a concentração sanguínea de íons cálcio e é sintetizado pela tireóide. 
→ Entre as células dos folículos tireoidianos, observam-se pequenos acúmulos isolados de células claras e ricas em 
mitocôndrias, as células parafoliculares ou células C, que sintetizam calcitonina 
→ A calcitonina reduz as concentrações plasmáticas de cálcio por pelo menos duas maneiras distintas: 
• O efeito imediato consiste em diminuir a atividade absortiva dos osteoclastos e, provavelmente, também o efeito 
osteolítico da membrana osteocítica em todo o osso, com o consequente desvio do equilíbrio em favor da 
deposição de cálcio no compartimento rapidamente permutável de sais de cálcio do osso. 
• O segundo efeito da calcitonina, que é mais prolongado, consiste em diminuir a formação de novos osteoclastos. 
→ A calcitonina também exerce efeitos menores sobre o processamento do cálcio nos túbulos renais e no tubo intestinal. 
→ A calcitonina exerce apenas efeito muito fraco sobre a concentração plasmática de cálcio no ser humano adulto. 
 
 
Doenças paratireoideas 
 
Hipoparatireoidismo 
→ Secreção deficiente de PTH. 
→ Hipocalcemia. 
→ Condições congênitas; 
→ Condições adquiridas; 
→ História pregressa de tireoidectomia ou cirurgia cervical em pacientes com hipoparatireoidismo cirúrgico. 
→ As glândulas paratireoideas não secretam quantidades suficientes de hormônio paratireoideo: 
• A reabsorção osteocítica do cálcio permutável diminui;• Os osteoclastos também ficam quase totalmente inativos. 
→ LEMBRANDO – o PTH provoca a remoção dos sais ósseos de duas áreas: 
• da matriz óssea nas proximidades dos osteócitos situados no próprio osso. 
• nas adjacências dos osteoblastos presentes ao longo das superfícies ósseas. 
→ A reabsorção de cálcio do osso fica tão deprimida que o nível de cálcio nos líquidos corporais diminui. 
→ Porém como o cálcio e os fosfatos não estão sendo absorvidos do osso, este geralmente permanece forte. 
→ Manifestações clínicas da hipocalcemia: são relacionadas a um aumento da excitabilidade neuromuscular. 
• A queda da concentração sanguínea de cálcio promove o desenvolvimento dos sinais típicos de tetania. 
o Tetania é também a palavra usada para descrever espasmos musculares (contrações involuntárias dos 
músculos). 
o Uma acentuada diminuição de cálcio no sangue, provoca rapidamente o aparecimento de uma tetania 
muscular, ou seja, um estado de contração muscular permanente. 
o As tentativas de movimento voluntário resultam em tremores e movimentos espasmódicos ou 
descoordenados. 
o Dentre os músculos sensíveis destacam-se os da laringe. O espasmo desses músculos obstrui a respiração, 
constituindo a causa habitual de morte na tetania, a não ser que seja instituído o tratamento adequado. 
• Os principais sintomas são: tetania, espasmo carpopodálico, parestesia dos lábios e das mãos, alteração do estado 
mental. 
• Sinal de Chvostek positivo (contração dos músculos faciais à percussão do nervo facial). 
• Sinal de Trousseau (espasmo do carpo após aplicação de um manguito no braço). 
→ Cálcio sérico baixo; fosfato sérico elevado; paratormônio sérico baixo ou ausente. Segmento ST longo, resultando em 
prolongamento do intervalo QT no ECG. 
→ Tratamento: 
• Hormonio paratireóideo: devido ao seu elevado custo e também à pouca duração de seus efeitos, que no máximo é 
de algumas horas, e considerando-se a tendência do organismo a desenvolver anticorpos contra ele, o que o torna 
cada vez menos ativo, 
• Terapia com vitamina D e cálcio: a administração de quantidades extremamente grandes de vitamina D, da ordem 
de 100.000 unidades por dia, juntamente com ingestão de 1 a 2 g de cálcio, é suficiente para manter a 
concentração de íons cálcio dentro da faixa normal. 
 
 
Hiperparatireoidismo 
→ Excesso de PTH. 
→ Causa mais comum: um tumor de uma das glândulas paratireóides (primário). 
→ Mais frequentes em mulheres do que em homens ou em crianças, provavelmente porque a gravidez e a lactação 
estimulam as glândulas paratireóides e, portanto, predispõem ao desenvolvimento desse tumor. 
→ Provoca intensa atividade osteoclástica no osso, o que eleva a concentração de íons cálcio do líquido extracelular, 
deprimindo em geral (mas nem sempre) a concentração de íons fosfato, devido à maior excreção renal desses íons. 
→ Doença óssea no hiperparatireoidismo: 
• Absorção osteoclástica sobrepuja a deposição osteoblástica, de modo que o osso pode ser quase totalmente 
“digerido”. 
• O indivíduo portador de hiperparatireoidismo é quase sempre acometido por fratura óssea. 
• As radiografias do osso revelam extensa descalcificação e, em certas ocasiões, grandes áreas císticas em saca-
bocado do osso, repletas de osteoclastos, na forma do denominado "tumor" de células gigantes. 
• Múltiplas fraturas dos ossos debilitados podem resultar de traumatismo leve, especialmente nos locais em que 
surgem cistos. 
• A doença óssea cística do hiperparatireoidismo é denominada osteíte fibrosa cística. 
• Tentativa de formar novo osso suficiente para compensar o osso velho absorvido pela atividade osteoclástica. 
• Quando os osteoblastos tornam-se ativos, eles secretam grandes quantidades de fosfatase alcalina. 
→ Elevação do nível plasmático de cálcio por até 12 a 15 mg/dl. 
→ Os efeitos desses níveis elevados consistem em: 
• depressão dos sistemas nervosos central e periférico; 
• fraqueza muscular; 
• constipação, dor abdominal e úlcera péptica; 
• falta de apetite; 
• diminuição do relaxamento do coração durante a diástole. 
→ Intoxicação paratireoidea e calcificação metastática: 
• Calcificação patológica: é a deposição de sais de cálcio em outros tecidos ou regiões que não o osso ou o esmalte 
dentário. Tipos: 
o Calcificação distrófica: é a forma mais frequente e ocorre em tecidos mortos ou em degeneração. Ex: tecidos 
com necrose, parasitas mortos, ateromas das artérias, trombose, hematomas, cicatrizes. 
o Calcificação metastática: é mais rara e ocorre geralmente quando há hipercalcemia, havendo deposito de 
cálcio em tecidos normais, principalmente, rins, pulmões, estomago, vasos, córnea. 
• O nível de cálcio nos líquidos corporais se eleva rapidamente e atinge valores muito altos. O cálcio e o fosfato dos 
líquidos corporais tornam-se muito supersaturados, de modo que os cristais de fosfato de cálcio (CaHPO4) 
começam a se depositar nos alvéolos dos pulmões, nos túbulos renais, na glândula tireóide, na área da mucosa 
gástrica produtora de ácido e nas paredes das artérias em todo o corpo. 
• Essa extensa deposição metastática de fosfato de cálcio pode aparecer dentro de poucos dias. 
• O nível de fosfato no líquido extracelular sobe de forma acentuada, ao invés de cair, provavelmente pela 
incapacidade dos rins de excretar na mesma velocidade todo o fosfato absorvido do osso. 
→ Formação de cálculos renais no hiperparatireoidismo: 
• Todo excesso de cálcio e de fosfato absorvido do intestino ou mobilizado dos ossos no hiperparatireoidismo é 
excretado pelos rins, ocasionando elevação proporcional das concentrações urinárias dessas substâncias. 
• Os cristais de fosfato de cálcio tendem a precipitar-se nos rins, formando cálculos de fosfato de cálcio. 
• Como a solubilidade dos cálculos renais é pequena em meio alcalino, a tendência à formação de cálculos renais é 
consideravelmente maior na urina alcalina do que na urina ácida. 
• Por esse motivo, as dietas ácidas e as substancias acidificantes são quase sempre utilizadas no tratamento dos 
cálculos renais. 
→ Laboratório: 
• Hipercalcemia 
• PTH elevado 
• Hipofosfatemia 
→ Tratamento: 
• Hidratação venosa: restaurar o volume intravascular. 
• Diuréticos de alça (furosemida): aumentar a excreção urinaria de Ca. 
• Bifosfonados: inibe a reabsorção óssea. 
• Calcitonina: inibe a reabsorção óssea e aumenta a calciúria. 
• Glicocorticóides: diminui a produção de calcitriol.

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