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Dirietos Humanos 2020 Parte II

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CIÊNCIA POLÍTICA 
Direitos humanos
PARTE II
PROF CROCHET
SOCIOLOGIA – 3º ANO
Sumário:
PaRTE I:
PaRTE Ii:
PaRTE iiI:
CIDADANIA E DIREITOS HUMANOS
O QUE SÃO OS DIREITOS HUMANOS?
(PRÉ) HISTÓRIA DOS DIREITOS HUMANOS
3 GERAÇÕES DOS DIREITOS HUMANOS
4ª e 5ª GERAÇÕES DE DIREITOS HUMANOS ?
TENSÕES DE IGUALDADE E DIFERENÇAS
DESAFIOS PARA SUA IMPLEMENTAÇÃO NA ATUALIDADE
Relembrando...
Os Direitos humanos (algumas vezes escritos "direitos do homem“, principalmente, em francês Droits de l´homme), também chamados direitos Humanos ou direitos das pessoas, são um conceito ao mesmo tempo filosófico, jurídico e político, segundo o qual todo ser humano tem direitos universais e inalienáveis, qualquer que seja a lei positiva (lei em vigor) ou outros fatores locais, como etnia, nacionalidade ou religião.
Segundo esse conceito, todo ser humano - como tal e independentemente de sua condição social - tem direitos "inerentes à sua pessoa, inalienáveis ​​e sagrados" e, portanto, inquestionáveis em quaisquer circunstâncias da sociedade e do poder. Assim, o conceito de direitos humanos é, por definição, universalista e igualitário; incompatível com sistemas e regimes baseados na superioridade em dignidade de uma casta, raça, povo, classe ou de qualquer grupo social ou indivíduo em relação a outro; incompatível com a ideia de que para se construir uma sociedade melhor, a eliminação ou opressão daqueles que supostamente atrapalham esse edifício seja justificada.
Os direitos humanos, prerrogativas dos indivíduos, são geralmente reconhecidos nos países democráticos por lei, por padrões de valor constitucional ou por convenções internacionais, de modo que seu respeito seja garantido por todos, inclusive pelo Estado. A existência, validade e conteúdo dos direitos humanos são objeto permanente de debate na Filosofia e na Ciência Política.
Terminologias...
Desde 1948, com a promulgação da Declaração Universal dos Direitos Humanos, o termo "direitos humanos" tem sido amplamente utilizado na maioria dos idiomas para os quais foi traduzido. No entanto, em francês, especialmente na França, o termo “droits de l´homme" é tradicionalmente preferido.
O nome francês às vezes é percebido como sexista ou não representativo. De fato, a expressão “droits de l´homme”, herdada do século XVIII, é a única entre as línguas românicas a transmitir a ambiguidade do homem “homem” e do homem “ser humano”, embora a palavra homo latina a partir do qual deriva, etimologicamente, designa o ser humano (o homem, do sexo masculino, sendo designado pela palavra vir). Em 1998, a Comissão Consultiva Nacional de Direitos Humanos defendia a manutenção da expressão tradicional. No entanto, em 2018, o Alto Conselho para a Igualdade entre Mulheres e Homens pede o fim do uso do termo "direitos dos homens", considerado discriminatório contra as mulheres, para preferir o termo "direitos humanos".
Além disso, os franceses costumam usar a expressão “direitos das mulheres” quando se trata explicitamente de mulheres, aumentando a ambiguidade original ao sugerir que as mulheres têm direitos diferentes daqueles dos homens. Para sair dessas ambiguidades, alguns, mesmo na França, como o Movimento Francês para o Planejamento Familiar (MFPF), propõem falar em "direitos humanos", como é feito no Canadá. A Anistia Internacional da França optou explicitamente por falar em "direitos humanos", assim como a seção suíça desta organização em suas publicações em francês. Note-se que as autoridades suíças usam regularmente, no mais alto nível, a expressão "direitos humanos" em vez de "direitos dos homens".
Finalmente, o uso de “direitos Humanos” com uma letra maiúscula “H” dificilmente é atestado nos dicionários em francês. Por outro lado, é usado constantemente por juristas e em textos normativos franceses oficiais.
Olympe de Gouges
(França, Setembro de 1791)
Detalhe...
A Declaração dos direitos da mulher e da cidadã (1791): documento foi proposto à Assembleia Nacional da França, durante a Revolução Francesa (1789-1799). Marie Gouze (1748-1793), a autora, era filha de um açougueiro do Sul da França, e adotou o nome de Olympe de Gouges para assinar seus panfletos e petições em uma grande variedade de frentes de luta, incluindo a escravidão, em que lutou para sua extirpação. Batalhadora, em 1791 ela propõe uma Declaração de Direitos da Mulher e da Cidadã para igualar-se à outra do homem, aprovada pela Assembleia Nacional. Girondina, ela se opõe abertamente a Robespierre e acaba por ser guilhotinada em 1793, condenada como contra revolucionária e denunciada como uma mulher "desnaturada". 
PREÂMBULO
Mães, filhas, irmãs, mulheres representantes da nação reivindicam constituir-se em uma assembleia nacional. Considerando que a ignorância, o menosprezo e a ofensa aos direitos da mulher são as únicas causas das desgraças públicas e da corrupção no governo, resolvem expor em uma declaração solene, os direitos naturais, inalienáveis e sagrados da mulher. Assim, que esta declaração possa lembrar sempre, a todos os membros do corpo social seus direitos e seus deveres; que, para gozar de confiança, ao ser comparado com o fim de toda e qualquer instituição política, os atos de poder de homens e de mulheres devem ser inteiramente respeitados; e, que, para serem fundamentadas, doravante, em princípios simples e incontestáveis, as reivindicações das cidadãs devem sempre respeitar a constituição, os bons costumes e o bem estar geral.
Em consequência, o sexo que é superior em beleza, como em coragem, em meio aos sofrimentos maternais, reconhece e declara, em presença, e sob os auspícios do Ser Supremo, os seguintes direitos da mulher e da cidadã:
http://www.direitoshumanos.usp.br/index.php/Documentos-anteriores-%C3%A0-cria%C3%A7%C3%A3o-da-Sociedade-das-Na%C3%A7%C3%B5es-at%C3%A9-1919/declaracao-dos-direitos-da-mulher-e-da-cidada-1791.html 
3 GERAÇÕES DOS DIREITOS HUMANOS
Os direitos humanos são direitos naturais garantidos a todos os indivíduos, independente de classe social, etnia, gênero, nacionalidade ou posicionamento político. Na definição das Nações Unidas, consistem em “garantias jurídicas universais que protegem indivíduos e grupos contra ações ou omissões dos governos que atentem contra a dignidade humana”. Quando os direitos humanos são determinados em um ordenamento jurídico, como tratados e constituições, eles passam a ser chamados de direitos fundamentais.
Os direitos humanos são construídos através dos diferentes contextos históricos, se moldando às necessidades de cada época. Isso dá a eles uma noção de evolução que ocorre a cada geração. Por isso, em 1979, um jurista chamado Karel Vasak criou uma classificação de “gerações de direitos”, que não possui pretensões científicas, mas ajuda a situar as diferentes categorias de direitos no contexto histórico em que surgiram, por isso, também foram chamadas de “dimensões de direitos humanos”.
Em 1979, Vasak apresentou em uma palestra sua teoria geracional publicada dois anos antes. A palestra foi fruto de uma conferência no Instituto Internacional de Direitos Humanos de Estrasburgo (França). A base de sua teoria são os princípios da Revolução Francesa: liberdade, igualdade e fraternidade. Esses três conceitos são utilizados para dividir, de forma didática, os direitos humanos em três perspectivas históricas de entendimento.
Através da teoria geracional de Vasak é possível, portanto, distribuir os direitos humanos em: primeira geração (liberdade), segunda geração (igualdade) e terceira geração (fraternidade).
Direitos humanos de primeira geração
A primeira geração de direitos humanos é associada ao contexto do final do século XVIII – mais precisamente à independência dos Estados Unidos e criação de sua constituição, em 1787 – e à Revolução Francesa, em 1789. Seu marco histórico é a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão.
Essa geração tem como elemento principal a ideia clássica de liberdade individual, concentrada nos direitos civis e políticos. Esses direitos só poderiam ser conquistados mediante aabstenção do controle do Estado, já que sua atuação interfere na liberdade do indivíduo.
Os direitos civis ou individuais são prerrogativas que protegem a integridade humana (proteção à integridade física, psíquica e moral) contra o abuso de poder ou qualquer outra forma de arbitrariedade estatal. Exemplos de direitos civis são a liberdade de expressão, direito ao devido processo legal, presunção de inocência, proteção à vida privada, à liberdade de locomoção, entre outros.
Já os direitos políticos asseguram a participação popular na administração do Estado. O núcleo desse direito envolve o direito ao voto, direito a ser votado, direito a ocupar cargos ou funções políticas e por fim o direito a permanecer nesses cargos. São direitos de cidadania, que asseguram além disso tudo direitos ligados ao processo eleitoral, como filiação partidária, alistamento eleitoral e a alternância de poder.
A diferença entre os direitos civis e políticos é que o primeiro é universal, ou seja, abrange a todas as pessoas, sem qualquer distinção. Mas os direitos políticos são direitos de participação restritos à cidadania e por isso atingem somente os eleitores, garantindo-lhes direito a participar da vida político-institucional de seu país.
Direitos humanos de segunda geração
Os direitos humanos de segunda geração surgem após a Primeira Guerra Mundial, quando começa a se fortalecer a concepção de Estado de Bem-Estar Social. Surge de uma necessidade do Estado garantir direitos de oportunidade iguais a todos os cidadãos, através de políticas públicas como acesso básico à saúde, educação, habitação, trabalho, lazer, entre outros.
Assim, a segunda geração está ligada ao conceito de igualdade e mais preocupada com o poder de exigir do Estado a garantia dos direitos sociais, econômicos e culturais, todos imprescindíveis à possibilidade de uma vida digna.
Estes direitos aparecem na forma dos chamados direitos fundamentais, pois impõem ao Estado um conjunto de obrigações que se materializam em normas constitucionais, execução de políticas públicas, programas sociais e ações afirmativas. Cabe ao Estado a obrigação de cumpri-las, sujeito a sanções em caso contrário.
Muitos ordenamentos jurídicos foram influenciados por essa nova classificação. Entre eles, a constituição francesa de 1848, a constituição mexicana de 1917, o Tratado de Versalhes, de 1919, e a constituição alemã de 1919, conhecida como Constituição de Weimar. Esta última exerceu forte influência sobre os países democráticos.
No Brasil, os direitos sociais, característicos da segunda geração, aparecem no artigo 6º da nossa mais recente constituição, que assegura:
“São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição.” (CF, art. 6)
Ainda na nossa constituição, podemos encontrar uma série de exemplificações das outras duas categorias de direitos de segunda geração. Sobre os direitos econômicos, diz:
“A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social […]” (CF, art. 170)
Para isso, deve respeitar os princípios de livre concorrência, função social da propriedade, a propriedade privada, a defesa do consumidor, redução das desigualdades regionais e sociais, busca do pleno emprego, entre outros. O mesmo artigo determina ainda que:
“É assegurado a todos o livre exercício de qualquer atividade econômica, independentemente de autorização de órgãos públicos, salvo nos casos previstos em lei.” (CF, art. 170).
Já os direitos culturais são o acesso às fontes da cultura nacional, valorização e difusão das manifestações culturais, proteção às culturas populares, indígenas e afro-brasileiras; e proteção ao patrimônio cultural brasileiro, que são os bens de natureza material e imaterial portadores de referência à identidade, à ação, à memória dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira. Tudo isso é determinado nos artigos 215 e 216 da Constituição Federal.
Direitos humanos de terceira geração
A partir dos anos 1960, aparece uma terceira geração de direitos humanos, norteada pelo ideal de fraternidade ou solidariedade. A principal preocupação passa a ser com os direitos difusos – ou seja, direitos cujos titulares não se pode determinar, nem mensurar o número exato de beneficiários – e com os direitos coletivos, que possuem um número determinável de titulares, que por sua vez compartilham determinada condição. São exemplos a proteção de grupos sociais vulneráveis e a preservação do meio ambiente.
Para evidenciar a diferença entre os dois tipos de direito, vamos usar como exemplo os alunos da rede estadual de ensino, que estão ligados entre si através da matrícula escolar. Esse é um grupo com interesses coletivos. Nos interesses difusos, os titulares se unem através das circunstâncias de fato, como a veiculação de uma propaganda enganosa na televisão, onde não é possível calcular quantas pessoas foram atingidas. A defesa de direitos na terceira geração não é mais responsabilidade do Estado, mas uma tutela compartilhada com representantes da sociedade civil, sobretudo das organizações não-governamentais ou nas ações populares. Os direitos dessa nova geração são considerados transindividuais, pois só podem ser exigidos em ações coletivas, já que seu exercício está condicionado à existência de um grupo determinado ou não de pessoas. Alcançar esses interesses beneficia a todos e sua violação também afeta a todos.
No plano internacional, são exemplos de direitos da terceira geração o direito ao desenvolvimento, o direito à paz, o direito de comunicação, o direito de autodeterminação dos povos, o direito à defesa de ameaça de purificação racial e genocídio, o direito à proteção contra as manifestações de discriminação racial, o direito à proteção em tempos de guerra ou qualquer outro conflito armado.
No Brasil, a terceira geração de direitos configura-se pelo direito ambiental, direitos do consumidor, da criança, adolescente, idosos e portadores de deficiência, bem como a proteção dos bens que integram o patrimônio artístico, histórico, cultural, paisagístico, estético e turístico.
Em síntese conclusiva, nas palavras do Ministro Celso de Mello:
“Enquanto os direitos de primeira geração (direitos civis e políticos) – que compreendem as liberdades clássicas, negativas ou formais – realçam o princípio da liberdade e os direitos de segunda geração (direitos econômicos, sociais e culturais) – que se identificam com as liberdades positivas, reais ou concretas – acentuam o princípio da igualdade, os direitos de terceira geração, que materializam poderes de titularidade coletiva atribuídos genericamente a todas as formações sociais, consagram o princípio da solidariedade e constituem um momento importante no processo de desenvolvimento, expansão e reconhecimento dos direitos humanos, caracterizados, enquanto valores fundamentais indisponíveis, pela nota de uma essencial inexauribilidade.”
(MS 22.164, rel. min. Celso de Mello, j. 30-10-1995, P, DJ de 17-11-1995.)
Existem 4ª e 5ª GERAÇÕES DE DH ?
A existência de uma quarta geração de direitos humanos é um assunto ainda divergente entre os mais diversos teóricos. Mesmo entre aqueles que defendem sua existência, ainda há muita discordância em relação ao seu conteúdo.
Para os que defendem sua existência, a quarta geração se desenvolve em torno de dois eixos: os direitos da bioética e os direitos da informática. Essa geração é concebida no século XX como resultado da globalização dos direitos políticos, onde passam a ser preocupação os direitos à participação democrática, ao pluralismo e à informação, todos esses fundados na defesa da dignidade da pessoa humana contra intervenções abusivas, sejam elas por parte do Estado ou de particulares.
No eixo do direito à bioética, decorrente do avanço da biotecnologiae da engenharia genética, aparecem como preocupações temas como o suicídio, a eutanásia, o aborto, o transexualismo, a reprodução artificial e a manipulação do código genético.
Já no eixo dos direitos da informática e das complexas formas de comunicação, aparecem preocupações com a transmissão de dados através de meios eletrônicos e interativos e a solução de problemas que envolvem o comércio virtual, a pirataria, a invasão de privacidade, direitos autorais e propriedade industrial.
O sociólogo brasileiro Paulo Bonavides é precursor da doutrina que defende a existência de uma quarta geração, ou dimensão, dos direitos humanos. Entretanto, as divergências sobre o assunto, associada a uma já longa e silenciosa ausência de premissas teóricas e metodológicas acerca de um elemento inequivocamente diferenciador entre os direitos fundamentais de terceira e quarta dimensões, indicam que ainda é tempo de discutir sobre isso.
Segundo Paulo Bonavides, por exemplo, os direitos fundamentais de quarta geração seriam aqueles resultantes da globalização e são exemplos o direito à democracia (sobretudo direta), à informação, ao pluralismo e, para alguns (como Norberto Bobbio), a bioética.
Especificamente sobre o direito à democracia, está ele elencado aqui, pois passaria a ganhar uma dimensão mais ativa em vários campos normativos. A participação direta, inclusive, fiscalizatória, configura direito fundamental, cuja concretização tende a melhor tutelar a ação do Estado, simultaneamente em termos éticos e de eficiência, qualificando o espaço público, dominado até então pela democracia meramente formal.
A proposta de direitos humanos, tornados fundamentais, de quarta dimensão justifica-se pela análise, também polêmica, da existência de direitos dos animais não-humanos e dos direitos da natureza em geral, em que se discute a humanidade em seu tratamento e ainda, no que diz respeito ao meio ambiente, o direito à vida dos que ainda nem nasceram, isto é, o estabelecimento de uma justiça intergeracional. Essa dimensão é, portanto, também aquela que reconhece e protege direitos dos seres vivos não humanos e as condições de vida para as próximas gerações de humanos.
Paulo Bonavides também desenvolve sua quinta geração de direitos fundamentais, tendo como destaque o reconhecimento da normatividade do direito à paz. O autor critica Vasak que teria, inicialmente, inserido a paz no âmbito dos direitos de terceira geração (fraternidade). A importância de reconhecimento jurídico do direito à paz e sua íntima integração a compreensão de democracia se dá porque compreende a paz como um direito fundamental de quinta geração que legitima o estabelecimento da ordem, da liberdade e do bem comum na convivência dos povos. Assim, a nova dimensão de direitos fundamentais reserva ao direito à paz o papel central de supremo direito da humanidade.
Críticas à teoria das gerações...
A classificação dos direitos fundamentais, aí englobando tanto os de cidadania quanto os direitos humanos positivados em leis, em “gerações”, contudo, tem sido objeto de inúmeras críticas. Vejamos:
1) A maior parte dos autores hoje prefere se valer da expressão “dimensões” de direitos fundamentais, em detrimento de “gerações”, partindo da premissa de que esta poderia induzir à falsa ideia de que uma categoria de direitos substitui a outra que lhe é anterior. Uma geração, definitivamente, não sucede a outra. Pelo contrário, haveria um acréscimo no catálogo de direitos fundamentais.
Não obstante, mesmo a substituição semântica (troca da expressão “geração” por “dimensão”) e superação da noção de “eliminação” pela de “acréscimo” são insuficientes para explicar a complexidade da construção histórica e da estrutura dos direitos fundamentais.
2) Nos termos da Declaração de Viena de 1993, “Todos os Direitos Humanos são universais, indivisíveis, interdependentes e interrelacionados. A comunidade internacional deve considerar os Direitos Humanos, globalmente, de forma justa e equitativa, no mesmo pé e com igual ênfase.” (§5o), o que se contrapõem à qualquer visão fragmentária ou hierarquizada das diversas categorias de direitos fundamentais. Todos os direitos fundamentais possuem a mesma proteção (indivisibilidade) e contribuem para a realização da dignidade humana, interagindo para satisfação das necessidades essenciais do indivíduo (interdependência).
3) Mais que isso, a cada dimensão assistimos também uma redefinição do sentido e conteúdo dos direitos anteriormente fixados. O direito de propriedade, por exemplo, deve ser interpretado em conjunto com os direitos sociais previstos no ordenamento, o que revela sua função social. Após a consagração do direito ao meio ambiente equilibrado, o direito de propriedade deve também satisfazer as exigências ambientais de uso.
4) Outra crítica contundente e esquecida pela maior parte da doutrina, é a de que no plano interno, realmente, a consagração nas Constituições dos direitos sociais foi, em geral, posterior à dos direitos civis e políticos, ao passo que no plano internacional o surgimento da Organização Internacional do Trabalho, em 1919, propiciou a elaboração de diversas convenções regulamentando os direitos sociais dos trabalhadores, antes mesmo da internacionalização dos direitos civis e políticos no plano externo. Ou seja, falar em “gerações” conduz ainda a outros equívocos, porque no Direito Internacional dos Direitos Humanos a matéria apresenta peculiaridade: aqui, a 1ª geração é dos direitos sociais, com a criação da OIT em 1919, enquanto no direito interno fazem parte da 2ª geração, que é precedida pela 1ª geração integrada pelos direitos civis e políticos.
5) Por fim, e reforçando a crítica anterior, um breve olhar lançado sobre as diversas dimensões de direitos fundamentais nos revela que o processo que se deu de reconhecimento é de cunho essencialmente dinâmico e dialético, marcado por avanços, retrocessos e contradições.
Os direitos da natureza como condição prévia para os direitos humanos
À medida que as pressões e os desafios ecológicos aumentam e se combinam, mais estudiosos insistem repetem constantemente a dependência da Humanidade e dos Direitos Humanos da existência de um ambiente propício. Essa abordagem progressiva permanece antropocêntrica, pois tende a se traduzir atualmente em um reconhecimento universal de um direito humano a um ambiente saudável. Em suma, o direito de servir apenas aos interesses humanos, ignorando o valor intrínseco e os direitos de outras formas de vida.
No entanto, dada a magnitude e a urgência dos desafios socioambientais, é necessário ir além desse paradigma ultrapassado. Porque não há saúde, segurança e bem-estar humano em um mundo em que ecossistemas e comunidades naturais não têm capacidade e, portanto, o direito prévio de viver, prosperar e desempenhar seu papel no ecossistema, isto é, não pode haver direitos humanos sem os direitos da natureza. Em outras palavras, os direitos da Terra são o pré-requisito fundamental para a eficácia dos direitos humanos e das gerações futuras. "Para garantir os direitos humanos, é necessário reconhecer e defender os direitos da Mãe Terra e todos os seres vivos que a compõem", enfatiza o preâmbulo da Declaração Universal dos Direitos da Natureza.
Ao longo dos séculos, o homem explorou os recursos naturais considerados seus bens, a fim de satisfazer suas necessidades exclusivas. E isso, sem se preocupar com a natureza limitada desses recursos. No entanto, a entrada da Humanidade na era do Antropoceno o leva a perceber que o sistema da Terra, como organismo vivo, também tem necessidades que devem ser respeitadas e satisfeitas antes de si. Levar em consideração as necessidades da Terra valida a ideia dos direitos dos ecossistemas de viver e prosperar.
A natureza e sua proteção estão historicamente ausentes dos principais textos e da visão dos direitos humanos, como a Declaração Universal dos Direitos Humanos. Esses direitos se referem exclusivamente à proteção dos seres humanos. Além do desenvolvimento da lei ambiental,os direitos humanos estão gradualmente expandindo o direito humano a um ambiente saudável que induza indiretamente a preservação da natureza. Os Direitos Humanos, que apareceram recentemente, oferecem uma abordagem mais ampla, levando em consideração a solidariedade entre gerações e os direitos de "outras espécies". No entanto, permanecem antropocêntricos na medida em que omitem o valor de outras entidades naturais e visam garantir o bem-estar humano único.
A ferramenta mais ambiciosa e inovadora para proteger o meio ambiente, os Direitos da Natureza abrangem os direitos humanos e humanos. Ao reconhecer as comunidades naturais, incluindo as humanas e os ecossistemas como sujeitos de direitos, garantem a todos o direito de viver, evoluir, ser protegido e prosperar em uma estrutura simbiótica.
Direito internacional dos direitos humanos (DIDH)
O Direito internacional dos direitos humanos (DIDH) tem como base fundamental a Declaração Universal dos Direitos Humanos adotada e proclamada pela resolução 217 A da Assembleia Geral das Nações Unidas em 10 de dezembro de 1948. Trata-se de um conjunto de normas internacionais, convencionais ou consuetudinárias, que estipulam acerca d o comportamento e os benefícios que as pessoas ou grupos de pessoas podem esperar ou exigir do Governo. Os direitos humanos são direitos inerentes a todas as pessoas por sua condição de seres humanos. Muitos princípios e diretrizes de índole não convencional (direito programático) integram também o conjunto de normas internacionais de direitos humanos.
A Assembleia Geral adotou uma série de tratados multilaterais através de sua história, incluindo:
Convenção para a prevenção e a repressão do crime de genocídio (1948)
Convenção Internacional sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Racial (1965)
Pacto Internacional sobre Direitos Civis e Políticos (1966)
Pacto Internacional sobre Direitos Econômicos, Sociais e Culturais (1966)
Declaração Universal dos Direitos dos Animais (1978)
Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as Mulheres (1979)
Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar (1982)
Convenção sobre os Direitos da Criança (1989)
Tratado de Proibição Completa de Testes Nucleares (1996)
Convenção Internacional para a Supressão do Financiamento do Terrorismo (1999)
Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência (2006)
Os principais instrumentos regionais são a Convenção Europeia para a Proteção dos Direitos Humanos (1950), a Declaração Americana dos Direitos e Deveres do Homem (1948), a Convenção Americana sobre os Direitos Humanos (1969) e a Carta Africana sobre os Direitos Humanos e dos Povos (1981). 
A Comissão de Direito Internacional foi estabelecida pela Assembleia Geral em 1948, com a missão de dar seguimento ao desenvolvimento progressivo e à codificação do direito internacional sob o artigo 13(1)(a) da Carta das Nações Unidas. Como um corpo jurídico especializado, sua tarefa é preparar projetos de convenções sobre temas que ainda não tenham sido regulamentados pela legislação internacional, e codificar as regras do direito internacional nos campos onde já existe uma prática do Estado. O trabalho da Comissão conduziu à aprovação do Estatuto do Tribunal Penal Internacional. Ele também elaborou a Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas (1961) e a Convenção de Viena sobre o Direito dos Tratados (1969), entre outros.
Tratados e outros instrumentos legais também são desenvolvidos por agências especializadas das Nações Unidas, como a Organização lnternacional do Trabalho (OIT), a Organização Marítima Internacional (OMI) e a Organização da Aviação Civil Internacional (ICAO); por órgãos subsidiários da ONU, como a Comissão das Nações Unidas para o Direito Comercial Internacional (UNCITRAL), O Escritório das Nações Unidas contra Drogas e Crime (UNODC); e por órgãos de negociação multilateral como a Conferência sobre o Desarmamento.
Para se tornar parte de um tratado um Estado deve expressar, através de um ato concreto, a sua vontade de realizar os direitos e obrigações contidas no tratado – deve “consentir em ficar vinculado” a ele.
A cada ano, a ONU realiza um Evento dos Tratados, destacando um grupo de tratados, como uma forma de encorajar os Estados-Membros a assinar, ratificar ou apoiá-los.
Tratados diferentes podem criar órgãos de regimes diversos para encorajar as partes a respeitarem as suas obrigações e empreender as ações necessárias para o seu cumprimento.
Disputas legais entre Estados podem ser submetidas à Corte Internacional de Justiça, o principal órgão judicial das Nações Unidas, que também emite pareceres sobre questões jurídicas submetidas através de membros dos órgãos e agências internacionais devidamente autorizados.
Por muito tempo a comunidade internacional aspirou criar um tribunal internacional permanente para julgar os crimes internacionais mais graves, e , no século 20, ela chegou a um consenso sobre as definições de genocídio, crimes contra a humanidade e crimes de guerra. Os tribunais de Nuremberg e Tóquio abordaram crimes de guerra, crimes contra a paz e crimes contra a humanidade cometidos durante a Segunda Guerra Mundial.
Nos anos 90, após o fim da Guerra Fria, tribunais como o Tribunal Penal Internacional para a ex-Iugoslávia (ICTY) e para Ruanda (ICTR) foram estabelecidos para lutar contra a impunidade através do julgamento de crimes cometidos dentro de um período e um conflito específico.
Em 1998 a comunidade internacional alcançou um importante marco quando 120 Estados adotaram o Estatuto de Roma, base legal para o estabelecimento do Tribunal Penal Internacional (ICC, na sigla em inglês).
O ICC é uma organização internacional independente e não é parte do Sistema das Nações Unidas. Sua sede é em Haia, na Holanda.
Os casos são encaminhados ao Tribunal pelos Estados-membros, pelo Conselho de Segurança ou por iniciativa do Promotor do Tribunal. Até o momento houve três encaminhamentos estatais dos governos da República Democrática do Congo, Uganda e República Centro-Africana, e um encaminhamento do Conselho de Segurança das Nações Unidas, sobre a situação em Darfur.
Definições de crimes internacionais
https://nacoesunidas.org/acao/direito-internacional/ 
https://www.youtube.com/watch?v=E-QVggVFKD0 
Os direitos humanos gerações
https://www.youtube.com/watch?v=hGKAaVoDlSs 
 
Leandro Karnal e a DUDH
https://www.youtube.com/watch?v=JjZxODEOn3w
Bibliografia
https://droitsdelanature.com/droits-de-lhomme-et-droits-de-la-nature
 
https://entendeudireito.com.br/2014/11/geracoes-dos-direitos-humanos.html
https://sorbonnehumanrights.wordpress.com/2016/04/17/droit-a-un-environnement-sain-les-generations-futures-pourront-elles-exercer-pleinement-ce-droit/
https://news.un.org/pt/story/2018/12/1651161
http://www.urca.br/ceua/arquivos/Os%20direitos%20dos%20animais%20UNESCO.pdf 
http://www.justificando.com/2015/10/13/7-cliches-contra-direitos-humanos-desconstruidos-por-colunistas-do-justificando/
https://nacoesunidas.org/acao/direito-internacional/

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