Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Profa. Dra. Carolina Menezes UNIDADE III Planejamento de Cardápios nos Ciclos da Vida Período de transição entre a infância e a vida adulta. Adolescer significa “crescer”. Trata-se de um processo que envolve mudanças psicológicas, biológicas e sociais. Para a OMS (1995): 10 e 19 anos de idade, sendo dividida em duas fases: De 10 a 14 anos de idade, período caracterizado por uma elevada demanda nutricional (início da puberdade); De 15 a 19 anos. Puberdade: caracteres sexuais secundários. Pico de velocidade do crescimento (estirão). Desenvolvimento cognitivo e emocional. Mudanças morfológicas e fisiológicas. Planejamento dietético na adolescência Crescimento e maturação sexual: Aumento na velocidade de crescimento; Ganham cerca de 20% da altura de adulto e 50% do seu peso de adulto durante esse período; Estirão: intensa fase de aceleração, seguida por uma desaceleração rápida do crescimento até a sua parada; Puberdade: período maturacional, hormonal e de crescimento que depende de determinantes biológicos. Planejamento dietético na adolescência Crescimento e maturação sexual: A puberdade é distinta entre os gêneros: meninas (10 e 13 anos) e meninos (12 e 14); Mudanças na composição corporal, no tamanho e na forma; Aumento da massa muscular desde o início da aceleração do crescimento até os estágios seguintes de maturação sexual; O tecido adiposo também sofre mudanças. A velocidade de depósito de gordura diminui à medida em que ocorre um aumento do crescimento esquelético; Estirão do crescimento e a puberdade: alto anabolismo, e aumento das demandas energéticas e de nutrientes; Nas últimas décadas, a dieta dos adolescentes tem sido influenciada pelo processo de transição nutricional. Planejamento dietético na adolescência Alterações psicológicas: O desenvolvimento cognitivo e emocional pode ser dividido em três fases (OMS, 1995): Adolescência inicial; Adolescência intermediária; Adolescência final (ou tardia). A determinação do estágio em que se encontra o adolescente pode ser importante para realizar uma melhor orientação nutricional. Planejamento dietético na adolescência Consumo alimentar adolescente: Aumento no consumo de AUP; Baixo consumo de frutas e hortaliças; Menor gasto energético diário; Aumento da prevalência e da incidência de sobrepeso e obesidade nos adolescentes. Planejamento dietético na adolescência Essa mudança no padrão alimentar está correlacionada às alterações metabólicas e contribui para as deficiências nutricionais características, como: ferro, zinco, cálcio, fósforo e vitaminas A, C, E. Fatores que contribuem para uma alimentação inadequada: Instabilidade emocional; Desejo obsessivo em emagrecer; Estilo de vida. Planejamento dietético na adolescência A inadequação de dietas é mais comum entre os adolescentes, do que em qualquer outra fase da vida. Hábitos alimentares: Planejamento dietético na adolescência Muitos adolescentes pulam as refeições “Falta de tempo” Falta de apetite Medo de engordar Estudos mostram que o desjejum e o jantar são as refeições mais omitidas. Hábitos alimentares: Comer entre as principais refeições é um hábito praticado pela maioria dos adolescentes: Lanches Planejamento dietético na adolescência Alimentação inadequada Teor de gordura Açúcar, colesterol Sal Quantidade de frutas e hortaliças Fibras Planejamento dietético na adolescência Estudos epidemiológicos têm mostrado alta prevalência de hipercolesterolemia em crianças e adolescentes. Esse tipo de prática alimentar: Obesidade Morbidade na vida adulta Fonte: MOURA, E. C de. et al. Rev. Saúde Pública, v. 37, n. 1, São Paulo, fev. 2003. Doenças cardiovasculares Diabetes Síndrome metabólica Hipertensão Alimentos mais consumidos: arroz e feijão estão no topo. 48,2% dos adolescentes tem o hábito de consumir 5 copos ou mais de água/dia. 68% “quase sempre” realizam as refeições com os pais. Mais de 80% apresentam o consumo de sódio acima do recomendado. 100% consumem vitamina E e cálcio abaixo do recomendado. Planejamento dietético na adolescência Dados do Inquérito Nacional de Base Escolar 1247 escolas 124 municípios Cerca de 75 mil estudantes (12 a 17 anos) 56,6% fazem as refeições “sempre ou quase sempre” em frente à TV (maior em alunos de escola pública). 39,6% consomem petiscos em frente às telas. 73,5% passam duas ou mais horas/dia em frente à TV e outros. Planejamento dietético na adolescência ERICA (Estudo de Riscos Cardiovasculares em Adolescentes (2016) Perfil alimentar: 20 alimentos mais consumidos por adolescentes: Planejamento dietético na adolescência 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 Arroz/preparações Feijão e Leguminosas Sucos Pães Carnes/Preparações Refrigerante Doce/Sobremesa Frango/Preparações Hortaliça Café Massas/Preparações Óleos e Gorduras Tubérculos Biscoitos Doces Bolos e Tortas Biscoito Salgado Bebida Láctea Salgados Frios e Assados Outros Lácteos Carnes Processadas ERICA (2016) Fonte: livro-texto. Perfil alimentar: 20 alimentos mais consumidos por adolescentes (12 a 13 anos): Planejamento dietético na adolescência 0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 Arroz/preparações Feijão e Leguminosas Sucos Pães Carnes/Preparações Refrigerante Doce/Sobremesa Frango/Preparações Hortaliça Café Massas/Preparações Óleos e Gorduras Tubérculos Biscoitos Doces Bolos e Tortas Biscoito Salgado Bebida Láctea Salgados Frios e Assados Outros Lácteos Carnes Processadas Meninas Meninos ERICA (2016) Fonte: livro-texto. Necessidades e recomendações nutricionais: Ingestão de alimentos/nutrientes com o intuito de prevenir as deficiências nutricionais e de reduzir o risco de doenças (DCNT); Há que se atentar, também, ao fato de que, nesse período, podem aparecer novos hábitos de consumo, que podem se dever a causas diversas, dentre as quais estão: Fatores psicológicos, sociais e socioeconômicos; Influência de amigos, rebeldia ou, até mesmo, atitudes contra o controle exercido pela família; Busca de autonomia e identidade; Aumento do poder de compra; Hábito de preparar, rotineiramente, os próprios alimentos; Urbanização; Costume de comer fora de casa. Planejamento dietético na adolescência Energia: Um desequilíbrio entre o gasto energético e o VET pode levar a alterações significativas, tais como as deficiências nutricionais ou, até mesmo, a obesidade; Atenção ao aumento de peso na adolescência: mudanças no estado nutricional (práticas alimentares inadequadas, combinadas com o sedentarismo); Aumento das demandas energéticas: pico de velocidade de crescimento e o apetite aumenta. Planejamento dietético na adolescência Macronutrientes: As necessidades de macronutrientes para adolescentes visam reduzir o risco à DCNT, bem como prevenir as deficiências nutricionais. Proteína: Padrão de crescimento, assegurando a manutenção de novos tecidos e de massa muscular; Crescimento e o balanço positivo de nitrogênio. Planejamento dietético na adolescência Macronutrientes: Carboidratos: Recomendação: 130 g/dia (quantidade mínima necessária para as demandas cerebrais); Atentar-se ao consumo de açúcares simples e de adição, não ultrapassando 10% do VET. Lipídios: Consumo adequado de ácidos graxos essenciais (12-16 g/dia de ácido linoleico; 1,2-1,6 g/dia de alfa-linolênico); Equilíbrio no consumo de alimentos fontes de gorduras saturadas (<10% VET), insaturadas (6-10% VET) e monoinsaturadas (pela diferença entre as gorduras). Planejamento dietético na adolescência Macronutrientes: Planejamento dietético na adolescência Macronutrientes IOM (2002) OMS (WHO; FAO, 2003) Carboidrato 45%-65% 55%-75% Proteína 10%-30% 10%-15% Lipídio 25%-35% 15%-30% Fonte: livro-texto. Segundo a Organização Mundial de Saúde, a adolescência éo período da vida que inicia-se aos 10 anos de idade e prolonga-se até os 20 anos (exclusivo), apresentando, neste percurso, intensas transformações físicas, psicológicas e comportamentais. Ao planejar cardápios saudáveis para os adolescentes, quais nutrientes merecem a atenção nesta fase e por quê. Interatividade Segundo a Organização Mundial de Saúde, a adolescência é o período da vida que inicia-se aos 10 anos de idade e prolonga-se até os 20 anos (exclusivo), apresentando, neste percurso, intensas transformações físicas, psicológicas e comportamentais. Ao planejar cardápios saudáveis para os adolescentes, quais nutrientes merecem a atenção nesta fase e por quê. Zinco: responsável pela maturação sexual na puberdade e regula a produção de hormônios. Cálcio: a adolescência é a segunda maior fase de crescimento, portanto, sendo necessário para o desenvolvimento da massa óssea. Ferro: construção da massa muscular, nos homens, e, nas mulheres, o ferro é perdido, mensalmente, com o início da menstruação. Resposta Micronutrientes: Fundamental importância no crescimento e na saúde dos adolescentes; O consumo inadequado de frutas e hortaliças está associado a certos tipos de câncer e outras DCNT. Planejamento dietético na adolescência Micronutrientes: Cálcio: Necessidades de cálcio são maiores durante a adolescência; No pico do estirão de crescimento, a deposição diária de cálcio pode ser, duas vezes, a deposição média durante o resto do período. Isto significa dizer que o cálcio está associado à formação óssea; Recomendação: 1.300 mg. Planejamento dietético na adolescência Estudos de consumo alimentar, como o ERICA (SOUZA, et al., 2016), têm demonstrado que adolescentes apresentam um alto consumo de refrigerantes como substituição à ingestão de leite. Fonte: livro-texto. Micronutrientes: Ferro: Aumento do volume sanguíneo e de eritrócitos: maior demanda para a mioglobina e a hemoglobina, por isso, há maior probabilidade de anemia durante o estirão; As perdas menstruais nas meninas e a prática de exercícios intensos podem contribuir com a alta demanda desse nutriente, nessa fase; A recomendação varia de 8 a 15 mg/dia, dependendo do sexo e da idade. Planejamento dietético na adolescência Micronutrientes: Zinco: Essencial para o crescimento e a maturação sexual. Vitamina A: Aceleração do crescimento e desenvolvimento; regulação e liberação do GH (hormônio do crescimento); maturação das gônadas. Vitamina C: Síntese de colágeno; processos de cicatrização; formação de dentes e ossos; auxilia na absorção do ferro. Planejamento dietético na adolescência Orientações nutricionais: Para manter, perder ou ganhar peso, procure a orientação de um profissional da área da saúde; Se alimente de 5 a 6x/dia. Realize o café da manhã, almoço e jantar. Faça lanches saudáveis nos intervalos; Tente reduzir o consumo de AUP (salgadinhos de pacote, refrigerante, biscoitos recheados e outros); Consuma frutas e hortaliças de sua preferência; Tente consumir feijão, diariamente; Consuma alimentos integrais; Procure tomar leite e outros derivados lácteos, diariamente; Evite o consumo de bebidas alcoólicas; Movimente-se. Não fique o tempo todo em frente à TV e outros equipamentos eletrônicos; Escolha alimentos saudáveis nos intervalos e nos lanches da escola. Planejamento dietético na adolescência Processo natural, dinâmico, progressivo e irreversível que apresenta alterações morfológicas, fisiológicas, bioquímicas, funcionais e comportamentais que tornam o organismo mais suscetível. Tais alterações acarretam perdas progressivas de capacidade de adaptação ao meio ambiente e prejuízos na forma de se alimentar, tornando-o mais vulnerável. Inicia-se aos 65 anos (em países desenvolvidos) e a partir dos 60 (em países em desenvolvimento). Considerar: idade biológica, idade social e idade psicológica, além da idade cronológica. Planejamento dietético na senescência Alterações no processo de envelhecimento: Teoria do envelhecimento programado: Fatores genéticos: a velocidade do envelhecimento é predeterminada por seus genes. Teoria dos radicais livres: Danos acumulados nas células, em decorrência de reações químicas, produzindo toxinas denominadas de radicais livres (RL); RL: substâncias tóxicas que prejudicam as células e destroem as enzimas, causando danos estruturais. Planejamento dietético na senescência Aspectos gerais do envelhecimento: Diminuição do fluxo sanguíneo para os rins, o fígado e o cérebro; Redução da capacidade dos rins de eliminar as toxinas e os medicamentos; Redução da capacidade do fígado de eliminar as toxinas, bem como de metabolizar os medicamentos; Redução da frequência cardíaca máxima, com a diminuição do débito cardíaco (saída de sangue do coração) máximo; Redução da tolerância à glicose; Diminuição da função celular e do combate às infecções. Planejamento dietético na senescência Sensações e percepções: Mudanças e/ou alterações na modalidade sensorial (olfato, gosto, paladar, audição e visão); Mais afetadas: o equilíbrio, a audição e a visão, o que acarreta em consequências não só de ordem psicológica, mas também social; Déficits sensoriais como a audição e a visão levam ao declínio geral no funcionamento das atividades intelectuais. Planejamento dietético na senescência Alterações sensoriais podem estar associadas ao decréscimo do apetite nas pessoas idosas, afetando o comportamento alimentar do idoso. Sensações e percepções: Olfato e gustação: interferem na ingestão de alimentos; Visão: influencia, negativamente, na “detecção” dos alimentos e na habilidade de se alimentar; Diminuição da sensibilidade por gostos primários (doce, amargo, ácido e salgado); Essa mudança faz com que os idosos necessitem de maior concentração do sabor atribuído ao alimento, ou seja, adicionem mais sal e açúcar aos alimentos, e/ou às preparações, para ajustá-los ao paladar. Planejamento dietético na senescência Capacidade mastigatória: A saúde bucal é um fator que determina as escolhas alimentares de indivíduos idosos; Mudanças no processo de mastigação podem levar à perda de apetite em idosos; A dentição incompleta e/ou as próteses mal ajustadas podem alterar a ingestão de alimentos, e/ou as preparações, a qualidade da dieta, principalmente aquelas associadas às modificações/redução de saliva (xerostomia) e ao paladar (sabor e aroma). Planejamento dietético na senescência Alterações podem comprometer o processo de mastigação, interferindo no comportamento inicial do processo digestivo e favorecendo a sua inadequação, tanto no aspecto enzimático como no mecânico. Alterações na composição, e no fluxo salivar e na mucosa oral: Saliva: processo digestivo, na prevenção de cáries e das doenças periodontais, e na lubrificação das mucosas; Idosos: redução de glândulas salivares; Mudanças na cavidade bucal, interferindo, diretamente, no consumo de alimentos e na diminuição do apetite; Aumento da sensibilidade na mucosa oral, o que ocasiona a sensação de ardor no idoso, quando este ingere alimentos quentes ou frios. Planejamento dietético na senescência Alterações na estrutura e na função do esôfago: A função esofagiana é bem preservada na velhice; Podem apresentar uma diminuição na amplitude das contrações e no número de ondas peristálticas, após a deglutição do alimento; Quando associadas a enfermidades neurológicas ocasionam as disfunções secundárias do esôfago, podendo causar pneumonia por aspiração e má nutrição. Planejamento dietético na senescência Alterações na estrutura e na função do estômago: Atrofia da mucosa gástrica: menor produção de ácido clorídrico (hipocloridria) e uma diminuição na secreção do fator intrínseco, reduzindo a absorção da vitamina B12 e possibilitando o surgimento deanemia perniciosa; A hipocloridria afeta a absorção de cálcio e de ferro (não heme), e pode colaborar com as infecções bacterianas, interferindo na disponibilidade biológica dos nutrientes, resultando em uma menor ação dos sais biliares, na má absorção da gordura e em casos de diarreia; O esvaziamento gástrico de uma refeição, tornando-o mais lento. Planejamento dietético na senescência Para Evans, Triggs e Cheung (1981), as pessoas idosas gastam, aproximadamente, 123 minutos para promover o esvaziamento gástrico de metade do bolo alimentar, diferentemente de indivíduos adultos jovens (que gastam 50 minutos). Fonte: livro-texto. Alterações na estrutura e na função do intestino: Atrofia na mucosa e no revestimento muscular: deficiência de absorção de nutrientes que favorece a instalação de diverticulose, em virtude da menor motilidade no intestino grosso e no cólon; Tais alterações corroboram com o surgimento de constipação intestinal, que se complica quando o idoso ingere poucos líquidos, consome pouca fibra, realiza um menor número de refeições por dia e é sedentário. Planejamento dietético na senescência Alterações no pâncreas: Função pancreática é preservada; Porém, eles podem apresentar maior intolerância à glicose, afetando a digestão e a absorção de carboidratos. Planejamento dietético na senescência Alterações na estrutura e na função do fígado e das vias biliares: O fígado é submetido a algumas alterações anatômicas e funcionais, em virtude das quais ele diminui de peso e o número de hepatócitos sofre uma queda; O tecido fibroso aumenta: interfere na biotransformação dos fármacos, na síntese proteica, no metabolismo lipoproteico e na secreção da bile. Planejamento dietético na senescência Diminuição da sensibilidade à sede: A desidratação é comum em idosos; Tendem a ingerir pouco líquido, o que pode desencadear outras doenças; Fatores ambientais, psicológicos, fisiológicos e, até mesmo, decorrentes de alguma debilidade física podem corroborar com essa baixa ingestão; Hipodipsia (ausência de sede e/ou ingestão insuficiente de líquidos) se agrava quando associada ao uso de diuréticos e de laxativos, medicamentos de uso frequente em idosos. Planejamento dietético na senescência Efeitos secundários dos fármacos: Os medicamentos podem apresentar efeitos adversos e comprometer o estado nutricional do idoso; Há que se considerar os possíveis efeitos metabólicos e digestivos dos medicamentos, e a sua relação com a ingestão alimentar; Medicamentos: interferem na digestão, na absorção e no metabolismo de nutrientes, e podem, também, ocasionar a desnutrição nos idosos, além de desenvolver a anorexia. Planejamento dietético na senescência A deficiência de vitamina B12 ou cobalamina, relacionada à idade, é considerada um problema de saúde pública. Quais os possíveis fatores podem ocasionar esta deficiência? Que alimentos podem ser introduzidos na dieta do idoso com o intuito de aumentar o aporte deste nutriente? Interatividade As causas de deficiência estão relacionadas a menor ingestão e à redução da absorção, devido à atrofia da mucosa gástrica e à redução da secreção de ácido clorídrico, e de fatores intrínsecos, também relacionados à presença de gastrite atrófica, infecção por H. pylori e alterações autoimunes, como na anemia perniciosa. Considerando a somatória desses fatores fisiopatológicos, cerca de 30-40% dos idosos podem apresentar uma má absorção, o que constitui uma das principais causas da deficiência nesta faixa etária. Fontes naturais de vitamina B12: mariscos, fígado, carne, ovos, queijo, outros produtos lácteos e crustáceos (por exemplo, caranguejo, camarão etc.). Resposta Mudanças na composição corporal e no metabolismo basal: Aumento da massa gordurosa e mudanças no seu padrão de distribuição e, consequentemente, no estado nutricional; Redução da água corporal, da massa muscular (sarcopenia) e massa óssea (osteopenia/osteoporose); Essas alterações na composição corporal, associadas ao sedentarismo, diminuem o metabolismo basal e as necessidades energéticas totais. Planejamento dietético na senescência Antropometria no idoso: A AN em idosos requer atenção e cautela, já que, nessa fase, várias alterações biopsicossociais (condições físicas e mentais) acontecem e podem interferir no estado nutricional; Pesquisadores (LIPSCHITZ, 1994; WHO, 1995) sugerem que os valores de IMC para os idosos sejam superiores àqueles de adultos, já que, nessa fase, os indivíduos apresentam maior quantidade de massa gorda. Planejamento dietético na senescência Classificação Lipschitz (1994) OMS (1995) OPAS (2001) Baixo peso < 22 kg/ m2 < 22 kg/m2 ≤ 23 kg/m2 Eutrófico 24 e 27 kg/m2 22 a 27 kg/m2 > 23 e < 28 kg/m2 Sobrepeso > 27 kg/m2 > 27 kg/m2 ≥ 28 e < 30 kg/m2 Fonte: livro-texto. Fatores sociais, cognitivos e psicológicos: Recursos econômicos; Disponibilidade de alimentos; Local de moradia; Presença (ou ausência) de acompanhante/cuidador; Aspectos psicológicos (depressão, solidão, perda de familiares e amigos); Integração social; Capacidade de deslocamento; Capacidade cognitiva. Planejamento dietético na senescência Recomendações nutricionais para o idoso: A alimentação adequada contribui com a promoção e a manutenção da saúde; Há que se estar atento, pois eles encontram-se mais vulneráveis, principalmente, em relação às deficiências nutricionais. Planejamento dietético na senescência Recomendações de energia: Declínios da taxa metabólica em repouso (TMR); Diminuição da massa magra e do nível de atividade física (cotidiana, doméstica e programada, como as caminhadas, as corridas, entre outras). Planejamento dietético na senescência Carboidrato e fibra: Recomendação: 130 g/dia; O VET recomendado é de 60% (alimentos integrais e de baixo índice glicêmico); Alimentos fonte de fibras: minimizam o quadro de constipação intestinal em idosos; Recomendação: 30 g e 21 g para homens e mulheres, respectivamente. Planejamento dietético na senescência Proteínas: Recomendação: 0,8 g/kg/peso/dia; Um aumento no aporte de proteína (5 g/kg/peso/dia) pode contribuir com a preservação da massa corporal magra, da força e da funcionalidade do indivíduo idoso, além de melhoras no sistema imunológico, na cicatrização e na pressão arterial. Planejamento dietético na senescência Lipídios: Não deve ultrapassar 30% do VET; Sendo 8% de gordura saturada (no máximo) e 15% (no mínimo) de ácidos graxos essenciais (13% de ácido graxo linoleico e 1,3% de alfa-linolênico). Planejamento dietético na senescência Recomendações hídricas: Recomendação: 20 mL/kg a 45 mL/kg do peso corporal, avaliando as particularidades em situações nas quais as perdas hídricas podem acontecer (febre, diarreia, temperatura ambiental). Planejamento dietético na senescência Vitaminas e minerais: As recomendações de micronutrientes para os idosos permanecem as mesmas, apesar de as demandas energéticas serem menores. Vitamina B6 (piridoxina): Atua como coenzima, aminoácidos e neurotransmissores, metabolismo da homocisteína e glutationa, associada à redução do risco cardíaco e do estresse oxidativo; A deficiência associada a funções cognitivas e neurológicas; Fonte: fígado, músculo, vegetais e cereais integrais; Recomendação: 1,7 mg/dia (homens) e 1,5 mg/dia (mulheres). Planejamento dietético na senescência Folato: Elemento essencial para a síntese de DNA e de RNA; Absorção comprometida na presença de doenças que afetam a porção superior do intestino delgado ou a produção de ácido clorídrico no estômago; Deficiência: anemia megaloblástica; Ademais, a deficiência de vitamina B12, B6 ou de folato pode estar associada ao aumento da homocisteína, fator de risco para as doenças cardiovasculares e cerebrovasculares; Recomendação: 400 µg/dia. Planejamento dietético na senescência Vitamina B12 (cobalamina): Problema de saúde pública; Deficiência: má absorção da vitamina, ligada à fração proteica, relacionada à hipocloridria, sintoma comum em idosos com gastrite atrófica ou com infecção por H. pylori; Recomendação: 2,4 µg/dia; em combinação com o consumo de alimentos fortificados ou de suplementos orais contendo essa vitamina, sob a forma cristalina, com o objetivo de assegurar 100% das recomendações de ingestão. Planejamento dietético na senescência Vitamina D: Manutenção dos níveis ideais de vitamina D: melhora a resposta muscular e auxilia na redução das quedas e das fraturas em idosos; Deficiência: aumenta o risco de osteoporose, doenças cardíacas, hipertensão, desordens imunológicas e dor muscoloesquelética; Recomendação: 600 UI/dia (15 µg/dia), para indivíduos com idade entre 51 e 70 anos, e 800 UI/dia (20 µg/dia), para indivíduos acima de 70 anos. Planejamento dietético na senescência Cálcio: Essencial na saúde óssea, prevenindo a osteoporose, o risco de haver fraturas decorrentes de quedas, além de proteção para a hipertensão arterial e para o câncer de cólon; Recomendação: 1000 mg/dia (51 a 70 anos de idade) e 1200 mg/dia (acima de 70 anos). Planejamento dietético na senescência Zinco: Deficiência: diminuição do paladar; Recomendação: 11 mg/dia para os homens e 8 mg/dia para as mulheres. Planejamento dietético na senescência O nutricionista precisa compreender o estilo de vida, os hábitos alimentares e todas as questões associadas à alimentação, bem como os aspectos relacionados à saúde do idoso e, dessa maneira, realizar o planejamento dietético. Orientações nutricionais: Faça três refeições ao dia (café da manhã, almoço e jantar), intercaladas com pequenas refeições saudáveis, com alimentos frescos. Alimente-se devagar e desfrute do que está comendo, em locais onde se sinta confortável; Dê preferência aos grãos integrais e aos alimentos na sua forma mais natural; Inclua frutas, legumes e verduras em todas as refeições, ao longo do dia; Coma feijão com arroz, de preferência, no almoço ou no jantar. Planejamento dietético na senescência Orientações nutricionais: Inclua carnes, aves, peixes, ovos, leite e derivados em, pelo menos, uma refeição durante o dia; Use pouca quantidade de óleos, gorduras, açúcar e sal no preparo dos alimentos; Beba água mesmo sem sentir sede, de preferência, nos intervalos das refeições; Evite produtos ultraprocessados; Fique atento às informações nutricionais dos rótulos dos produtos processados e ultraprocessados; Sempre que possível, coma acompanhado de alguém. Planejamento dietético na senescência ATÉ A PRÓXIMA!
Compartilhar