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Reprodução Assistida Professora: Flora Cordeiro Curso: Ciências Biológicas - Bacharelado Período: 7º Semestre ✓ 1 Aula Teórica: Histórico. 1. Apresentação da disciplina, métodos de estudos e avaliações, definição do cronograma. 1.1 Introdução a Reprodução Assistida no Brasil e no mundo: Histórico. Entende-se por Reprodução Assistida (RA) todos os tipos de tratamento que incluem a manipulação in vitro (no laboratório), em alguma fase do processo, de gametas masculinos (espermatozoides), femininos (oócitos) ou embriões, com o objetivo de se estabelecer uma gravidez. Os procedimentos podem ser divididos em dois grupos: Baixa ou Alta Complexidade. 1. Tratamento de Baixa Complexidade: - Avaliação ultrassonografica dos ovários; - Inseminação intrauterina (o esperma é recolhido e passa por um tratamento, eles são injetados no útero através de um cateter. Em alguns casos, o tratamento é acompanhado do uso dos hormônios FSH e LH. Utiliza-se em casos em que os espermatozóides não conseguem atingir as trompas ou simplesmente o indivíduo opta por esse procedimento). 2. Tratamento de Alta Complexidade: - Fertilização in vitro convencional FIV (a mulher recebe doses dos hormônios FSH e LH para que a ovulação seja estimulada, uma espécie de agulha é inserida através da cavidade vaginal e realiza a aspiração dos óvulos. Os óvulos são então colocados em placas de vidro, juntando-se aos espermatozóides coletados e selecionados conforme formato e mobilidade. Um espermatozóide entra no óvulo, como aconteceria no corpo da mulher e após entre dois e cinco dias, os embriões são injetados no corpo dela); - Fertilização in vitro com a Técnica de injeção intracitoplasmática de espermatozoide (ICSI - Quando a taxa de espermatozóides está baixa o médico realiza uma seleção de espermatozóides e, quando o médico encontra um que tenha ambos mobilidade e formato dentro dos padrões, ele o absorve com uma agulha e o injeta dentro do óvulo. Insere-se, então, o embrião no corpo da mulher da mesma forma que se faz na fertilização in vitro tradicional); - Congelamento e descongelamento de sêmen homólogo; - Congelamento e descongelamento de óvulos homólogos; - Congelamento e descongelamento de embriões homólogos; - Fertilização in vitro com uso de ovodoação; e - Fertilização in vitro com uso de banco de se ̂men heterólogo. Na história da RA, a primeira inseminação artificial de que se tem registro foi realizada pelos árabes em 1332, em equinos. Porém a primeira inseminação registrada pelo saber cienti ́fico foi realizada em 1779, quando um italiano chamado Lázaro Spalanzani colheu o sêmen de um cachorro e o aplicou em uma cadela no cio, a qual pariu três filhotes. No final do século XVIII, um médico inglês, Hunter, obteve os primeiros resultados em seres humanos com inseminação de sêmen no u ́tero. Nos anos 1970 do século passado, esta técnica foi bastante utilizada de forma não muito precisa, gerando baixo índice de sucesso. Com os avanços da ciência e da tecnologia na fertilização in vitro – FIV nos anos 1980, a técnica da Inseminação Artificial – IA – foi temporariamente abandonada e considerada bastante arcaica. Nos anos 1980, Heape transferiu, com sucesso, embriões entre coelhos. Coletou dois embriões obtidos de ovidutos depois da cruza entre uma coelha angorá doadora e um macho da mesma raça. Então, transferiu esses embriões para o oviduto de uma fêmea da raça belga que tinha cruzado algumas horas antes. Ele havia demonstrado a possibilidade fisiológica de recuperar um estágio embrionário de pré-implantação de uma fêmea por meio de lavagem do oviduto e então transferir o embrião para outra fêmea sem prejudicar o seu desenvolvimento. Desenvolvimento da fertilizaça ̃o in vitro e da transferência de embrião em humanos A partir de Chang, os cientistas dos anos 1960 trabalhavam com animais de laboratório em vários procedimentos. Desde a coleta e capacitação de espermatozoides, a obtenção de óvulos maduros de ovidutos, a fertilizaça ̃o in vitro, a cultura do embrião resultante e a transferência do embrião para a mãe genética ou para uma substituta, todas se tornaram práticas em pesquisa animal. Verificou-se que uma possi ́vel barreira para a FIV e TE em humanos era a coleta de óvulos que não estavam suficientemente maduros para serem fertilizados no laboratório. Demonstrou-se então que a maturação dos óvulos em mulheres que receberam gonadotrofina coriônica humana – HCG era similar à do processo natural. No final dos anos 1960, a laparoscopia já havia sido adotada para visualização dos órgãos reprodutivos. Steptoe (1969) foi um pioneiro na aplicação da técnica de laparoscopia e, pelo final do ano de 1968, já executara mais de 1300 procedimentos. A técnica se provou ideal, na época, para recuperar óvulos maduros. Outra mudança técnica foi a possibilidade da superovulação. FSH foi administrado para aumentar a produção de óvulos em pacientes com possi ́veis problemas citogenéticos. O grupo de pesquisa de Melbourne advogou a ovulação induzida por citrato de clomifeno – CC, seguido de HCG, estabelecendo intervalo de tempo para indução da ovulação. Depois do relato de desenvolvimento de múltiplos folículos pela FIV, usando-se CC e de HCG, um grande número de regimes de estimulação tem sido descrito. Estes incluem CC, gonadotrofinas hipofisárias (FSH, LH – hormônio luteinizante), GH (hormônio de crescimento) e análogos agonistas ou antagonistas dos hormônios de liberação de gonadotrofina-GnRH. Inauguraça ̃o da geração proveta: Louise, na Inglaterra, e Anna Paula, no Brasil A inglesa Louise Brown nasceu na Inglaterra em 1978. Nascia o primeiro bebê de proveta do mundo. Com um bloqueio nas tubas uterinas, sua mãe, Leslie Brown, só conseguiu engravidar quando encontrou o embriologista Robert Edwards e o ginecologista Patrick Steptoe. Foi realizada coleta laparoscópica dos oócitos em um ciclo natural e não-induzido de ovulação. Em laboratório, o fisiologista Robert Edwards fertilizou, com o esperma de John Brown, o oócito coletado. Após alguns dias, um embrião no estágio de 8 células foi transferido ao útero de Lesley. Humana Assistida Em 1984, nascia no Brasil Anna Paula Caldeira, primeiro bebê de proveta do Brasil. Sua mãe, Ilza Maria, tinha quatro filhos e não podia mais engravidar. Ao casar pela segunda vez, ela e o marido decidiram ter outro filho. Procuraram então o ginecologista Milton Nakamura, pioneiro da fertilização in vitro no Brasil. Anna Paula é considerada também si ́mbolo da esperança de ter filhos, para as mulheres que não conseguem engravidar.
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