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unid 1 - Contabilidade aplicada ao setor público

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CONTABILIDADE APLICADA AO SETOR 
PÚBLICO
UNIDADE 1 - A CONTABILIDADE PÚBLICA E 
O ORÇAMENTO PÚBLICO
Autoria: Graziana Olinda da Silva Matos - Revisão técnica: Jardson Edson 
Guedes da Silva Almeida
- -2
Introdução
Vamos iniciar esta unidade abordando a administração pública no Brasil por meio da apresentação de conceitos
e características de sua estrutura enquanto atividade que preza pelo interesse coletivo. É pertinente tratar
também sobre o serviço público de maneira abrangente, visto que nesse campo de atuação a contabilidade
pública se insere com todas as suas especificidades e particularidades. Para isso, traremos as seguintes
indagações: qual a importância do serviço público para a sociedade? Como o serviço público se organiza de
modo a evidenciar o interesse coletivo em detrimento do particular? Qual o papel da contabilidade pública nesse
contexto enquanto ciência que disciplina atos e fatos ocorridos na esfera pública?
Em seguida, contextualizaremos a contabilidade pública como um importante instrumento que ajuda a
administração pública a alcançar seus principais objetivos, ressaltando o seu campo de atuação bem como os
seus princípios fundamentais, diferenciando-os. Nos últimos anos, a contabilidade vem passando por um
processo amplo de mudanças estruturais e conceituais para se adequar ao mundo globalizado. Na contabilidade
pública o processo não foi diferente. Será apresentado ainda o orçamento público e seus instrumentos de
planejamento mais importantes, além de identificar suas principais características. Trataremos também da
receita e da despesa orçamentárias, explorando as classificações, as codificações, os estágios e a execução.
Bons estudos!
1.1 Administração pública
Atividades administrativas, de maneira geral, podem ser desenvolvidas tanto no âmbito público como no
privado. A diferença está em como essas atividades são organizadas dentro de cada esfera. A administração
pública possui classificações, divisões e funções específicas e que seguem preceitos legais.
1.1.1 Conceito
A administração, de maneira geral, é um conjunto de atividades que engloba ações que visam a sua organização e
operacionalização, envolvendo tanto os recursos humanos como os materiais. O intuito é tirar o maior proveito
deles para que os objetivos do negócio sejam alcançados de maneira eficiente. A administração pública não é
diferente. Contudo, envolve recursos públicos, e algumas particularidades precisam ser respeitadas. Vejamos a
seguir.
De acordo com Meirelles (2001) apud Kohama (2006, p. 2), “administração pública é todo o aparelhamento do
Estado, preordenado à realização de seus serviços, visando a satisfação das necessidades coletivas”.
Dessa forma, todas as atividades que envolvem a administração pública visam o interesse coletivo
primordialmente, assim como o serviço público, de maneira geral. Outro aspecto importante a ser destacado em
relação à administração pública é que ela não tem liberdade para se aparelhar, diferentemente da privada. Isso
ocorre porque ela deve seguir regramentos legais, os quais visam, acima de tudo, atender o interesse público em
detrimento do particular.
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Figura 1 - Administração pública
Fonte: Mediapool, 2020.
#PraCegoVer: na figura “Administração pública” há uma mão que destaca com uma caneta vermelha as palavras
“setor público” em meio a uma paisagem natural.
O ato de administrar está intimamente ligado ao ato de organizar, gerir. Não se trata de uma simples prestação
de serviço, mas um trabalho oferecido de maneira organizada e eficiente, satisfazendo, acima de tudo, o interesse
coletivo da sociedade.
A administração pública é composta por diversos órgãos que, juntos, formam o aparelhamento estatal. Veremos
agora como se configura essa estrutura.
1.1.2 Estrutura
A administração possui uma estruturação baseada em duas classificações.
Direta ou centralizada.
Indireta ou descentralizada.
A administração pública direta é aquela executada diretamente pelo Estado, ou seja, por meio de seus próprios
órgãos e agentes públicos. As tarefas são conduzidas e visam atingir os objetivos de atendimento aos anseios
coletivos. É a administração direcionada pela União, pelos estados, municípios e pelo Distrito Federal. Esses
entes centralizam todas as ações dentro dos três poderes: Executivo, Legislativo e Judiciário.
- -4
Figura 2 - Poder Legislativo
Fonte: Thi Soares, Mediapool, 2020.
#PraCegoVer: a foto mostra o Congresso Nacional em Brasília, Distrito Federal, ilustrando o Poder Legislativo
da União.
Já a administração pública indireta ou descentralizada é aquela que foi distribuída para outros entes além dos
citados anteriormente, ou seja, o Estado delega atividades para outros órgãos e descentraliza seu poder para tal.
É o caso das autarquias, fundações, empresas públicas etc. Todos esses órgãos são vinculados à administração
direta e só podem ser criados ou destituídos por força de lei.
1.2 Contabilidade pública
A contabilidade possui diversas divisões, a depender de sua área de atuação, com características e
particularidades bastante específicas. Sendo assim, a contabilidade pública está inserida nesse contexto por ser
tratada dentro do serviço público.
1.2.1 Conceitos
As definições de contabilidade pública são bastante diversificadas entre os teóricos da área. Contudo,
interpretando a essência dos conceitos, todas remetem a um mesmo significado. Veremos então algumas
acepções, pertinentes nesta unidade.
Segundo Ávila, Bächtold e Vieira (2011, p. 23):
VAMOS PRATICAR?
Você provavelmente conhece algum ente do poder público que consequentemente integra a
administração pública, não é mesmo? Elabore um pequeno texto apontando o que antes você
pensava ser a administração pública e como a define agora, após esta leitura. Se o que pensava
era exatamente o que viu aqui, parabéns! Ressalte isso no texto!
- -5
Segundo Ávila, Bächtold e Vieira (2011, p. 23):
Sendo a Contabilidade pública uma ramificação da contabilidade, é possível defini-la como a ciência
que permite através de suas técnicas manter o controle permanente do patrimônio Público. Também
podemos definir a contabilidade pública como a ciência que estuda e pratica, controla e interpreta os
fatos ocorridos no patrimônio público, mediante o registro, a demonstração expositiva e a revelação
desses fatos, com o fim de oferecer informações sobre a composição do patrimônio, suas variações e
o resultado econômico decorrente da gestão pública.
Figura 3 - Contabilidade pública
Fonte: one photo, Mediapool, 2020.
#PraCegoVer:uma mulher está sentada à mesa em que há um notebook, um bloco de anotações, um lápis, uma
calculadora e post-its coloridos. Ela segura uma xícara de café com a mão esquerda e, com a direita, direciona o
olhar para o notebook e o manuseia. Na tela aparecem alguns elementos de finanças e o termo “contabilidade
pública”.
De acordo com Kohama (2016, p. 50), a contabilidade pública mereceu um estudo da Divisão de Inspeção da
Contabilidade – Contadoria Central do Estado, em 1954, e chegou à seguinte definição: “é o ramo da
contabilidade que estuda, orienta, controla e demonstra a organização e execução da Fazenda Pública; o
patrimônio público e suas variações”. Por fim, traremos o conceito definido por Bernardo (2014, p. 6), que
afirma que “a contabilidade pública é o ramo da ciência contábil que aplica, no processo gerador de informações,
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patrimônio público e suas variações”. Por fim, traremos o conceito definido por Bernardo (2014, p. 6), que
afirma que “a contabilidade pública é o ramo da ciência contábil que aplica, no processo gerador de informações,
os princípios e as normas contábeis direcionados à gestão patrimonial de entidades públicas”.
Em suma, podemos entender, de acordo com todos os conceitos elencados, que a contabilidade pública trata do
patrimônio público, organizando e demonstrando todos os fatos ocorridos com ele no decorrer de determinado
período. Deve ser ressaltado também que os conceitos, com o passar dos anos, foram reformulados parase
adequar às alterações realizadas na contabilidade, principalmente em detrimento dos normativos pertinentes.
1.2.2 Regimes contábeis
O registro dos fatos que ocorrem em uma entidade deve obedecer a critérios estabelecidos por normativos legais
e/ou contábeis. No Brasil são estabelecidos dois regimes contábeis: caixa e competência.
O que diferencia ambos os regimes é o enfoque dado ao fato a ser registrado no momento de fazê-lo. O regime de
caixa, como o próprio nome sugere, é o regime utilizado toda vez que o caixa é movimentado com entradas ou
saídas de numerário. Sendo assim, os registros dos fatos são efetuados no momento em que o caixa é acionado;
diz-se que é um regime de cunho financeiro. Já o regime de competência é aquele que adota o foco econômico. Os
fatos são registrados independentemente de o caixa ser acionado ou não. O que é levado em consideração nesse
regime é a que momento o fato se refere, se foi pago, recebido ou não. Trata-se do fato gerador da obrigação ou
do direito.
Uma observação importante a ser feita nesse contexto sobre os regimes contábeis é que o profissional da
contabilidade precisa saber o que é o exercício financeiro. O exercício financeiro é o período no qual o orçamento
do ente público é executado, e corresponde a um ano. De acordo com a Lei nº 4.320/1964, art. 34, o exercício
financeiro coincidirá com o ano civil, ou seja, começa em 1º de janeiro e termina em 31 de dezembro.
1.2.3 Finalidade e princípios fundamentais
A finalidade da contabilidade pública como ciência é entregar aos seus usuários – sejam eles profissionais da
contabilidade, gestores públicos, órgãos de controle ou mesmo a sociedade em geral –, informações pertinentes
aos resultados obtidos pelas entidades do setor público e/ou equiparadas, prestando contas sobre o emprego
dos recursos públicos disponibilizados em seus orçamentos. Somado a isso, o alvo da contabilidade pública é o
patrimônio da entidade pública, assim como o objeto da contabilidade geral é o patrimônio da entidade em que
ela estiver atuando.
Todas as informações demonstradas pela contabilidade pública perpassam as naturezas orçamentária,
econômica, financeira e física desse patrimônio. E esse fato é importante, pois auxilia na gestão no momento de
tomar decisões, além de informar a sociedade e os órgãos de controle sobre a utilização dos recursos públicos no
VOCÊ SABIA?
Por muito tempo entendia-se que na administração pública brasileira os fatos deveriam ser
contabilizados por meio do regime misto, isto é, de caixa para receitas e de competência para
despesas. Isso porque a Lei nº 4.320/1964 informava em seu art. 35 que as receitas
pertenciam ao exercício financeiro quando efetivamente arrecadas, e as despesas quando
empenhadas. Contudo, com o passar dos anos e a evolução da ciência contábil, o entendimento
foi adequado para o regime contábil da administração pública ser o da competência para
receitas e despesas. Quanto ao dispositivo legal citado, ele informa o regime orçamentário a
ser adotado.
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tomar decisões, além de informar a sociedade e os órgãos de controle sobre a utilização dos recursos públicos no
ente.
Veremos agora quais são os princípios contábeis, anteriormente chamados de princípios fundamentais de
contabilidade. Mais tarde, o normativo do Conselho Federal de Contabilidade (CFC) os renomeou como
princípios da contabilidade. Com o processo de padronização das normas contábeis – em consonância com a
convergência das normas internacionais de contabilidade –, muitos normativos tiveram que ser revisados, e
alguns até revogados.
Foi o caso do normativo que tratava especificamente dos princípios contábeis (Resolução nº 750/1993). Essa
ação foi necessária para que não houvessem dois normativos tratando do mesmo assunto. Contudo, isso não
quer dizer que os princípios deixaram de existir. Eles apenas foram inseridos dentro do novo contexto da
contabilidade, em especial da contabilidade pública, atendendo às normas internacionais. Na verdade, foram
diluídos em diversos outros normativos, sendo o principal a NBC TSP Estrutura Conceitual, de 23 de setembro de
2016.
Há os princípios da contabilidade, que norteiam a ciência tanto no âmbito público como no privado.
Entidade.
Continuidade.
Oportunidade.
Registro pelo valor original.
Competência.
Prudência.
O princípio da entidade dispõe que o ente possui autonomia e responsabilidade sobre o patrimônio que lhe
confere. O princípio da continuidade informa que a entidade terá duração prolongada por tempo indeterminado
e que deve operar para que isso ocorra de fato. O princípio da oportunidade se refere ao registro de fatos de
maneira íntegra e tempestiva, de acordo com a documentação a que deu origem.
VOCÊ O CONHECE?
Nesta unidade vimos algumas citações do autor Heilio Kohama. Ele é autor de uma importante
obra da contabilidade pública, que já conta com mais de 15 edições. Como esse ramo vem
passando por diversas alterações em detrimento da adequação de seus normativos, as edições
do livro precisaram ser revisadas, visando sempre a atualização dos conteúdos. Vale a pena
pesquisar o autor e a obra!
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Figura 4 - Princípio da oportunidade
Fonte: travellight, Mediapool, 2020.
#PraCegoVer: a figura mostra uma lupa que aumenta o tamanho da palavra “oportunidade”, ressaltando um dos
princípios contábeis estudados nesta unidade.
O princípio do registro pelo valor original informa que os fatos devem ser registrados pelo valor original de
entrada na entidade, ou seja, aquele escrito no documento que deu origem à sua aquisição. O princípio da
competência determina que os fatos devem ser registrados no período a que pertencem, independentemente do
pagamento ou recebimento. Por fim, o princípio da prudência diz respeito ao registro sensato de estimativas
contábeis. Quando se tratar de estimativa para valor de ativo, deve-se utilizar o menor valor; quando for do
passivo, o maior valor, com o intuito de não superestimar receitas nem subestimar despesas.
VAMOS PRATICAR?
A contabilidade é uma ciência social e aplicada que traduz a importância do patrimônio, seja
ele público ou privado. Relembrando os conteúdos estudados no tópico que acabamos de ver, o
que você entende por patrimônio público no âmbito da contabilidade?
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1.3 Orçamento público
Vamos iniciar este tópico com uma particularidade que algumas pessoas possuem. Elas se planejam
financeiramente, sendo comum possuir o controle de seus ganhos e de suas despesas. Chamamos isso de
orçamento pessoal. Normalmente é acompanhado e executado em uma planilha ou uma simples anotação, em
que são elencadas informações como quanto o indivíduo ganha, quanto é gasto em determinado período etc.
Essa forma simples de organização remete ao que acontece também na administração pública.
Figura 5 - Planejamento orçamentário
Fonte: one photo, Mediapool, 2020.
#PraCegoVer: a figura mostra uma mesa com três pessoas conversando e fazendo anotações e análises ao redor
de uma planilha de planejamento orçamentário.
O orçamento público é uma importante ferramenta de planejamento da gestão pública que auxilia a correta
alocação de recursos e a responsável indução de despesas, pois estas só poderão ser efetuadas em detrimento do
que for previsto como receita para o período em tese. Todas as ações que envolvem o orçamento público são
definidas por lei, assim como todos os atos do poder público. Tais ações refletem resultados anteriores e
projeções futuras, de acordo com a conjuntura pela qual esteja passando o poder público no período em questão.
1.3.1 Tipos de orçamento/princípios
O orçamento público pode ser planejado e executado por meio de duas modalidades: o orçamento por
programas e o orçamento base zero.
De acordo com Kohama (2016, p. 56):
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De acordo com Kohama (2016, p. 56):
Orçamento por programas é uma modalidade de orçamento em que, do ponto de vista de sua
apresentação, os recursos financeiros para cada unidade orçamentária vinculam-se direta ou
indiretamente aos objetivos a serem alcançados.
O orçamento porprogramas traz uma técnica mais elaborada, pois “amarra” as ações ao planejamento
governamental sem se concentrar exclusivamente nos resultados.
O modelo de orçamento público adotado no Brasil é definido na Constituição Federal de 1988 e inserido no
orçamento por programas, um modelo de médio prazo que define prioridades anualmente. De acordo com o
Ministério da Fazenda (2018, p. 97):
A partir da edição da Portaria MOG nº 42/1999 aplicada à União, Estados, Distrito Federal e
Municípios, passou a ser obrigatória a identificação, nas leis orçamentárias, das ações em termos de
funções, subfunções, programas, projetos, atividades e operações especiais:
Art. 4º: Nas leis orçamentárias e nos balanços, as ações serão identificadas em termos de funções,
subfunções, programas, projetos, atividades e operações especiais.
O outro tipo de orçamento é o orçamento base zero. Segundo Kohama, (2016, p. 61, grifo do autor):
Orçamento Base Zero é um processo operacional de planejamento e orçamento que exige de cada
administrador a fundamentação da necessidade dos recursos totais solicitados, e em detalhes lhe
transfere o ônus da prova, a fim de que ele justifique a despesa. Este processo exige que todas as
atividades e operações sejam identificadas e relacionadas em ordem de importância, através de uma
análise sistemática. O processo de Orçamento Base Zero baseia-se na preparação de “pacotes de
decisão” e, consequentemente, na escolha do nível de objetivo através da definição de prioridades,
confrontando-se incrementos pela ponderação de custos e benefícios. 
Esse tipo de orçamento exige que os gestores reavaliem todo o planejamento a cada ano. Por isso o nome. É
necessário apresentar uma comprovação da necessidade de manter, aumentar ou diminuir qualquer peça do
orçamento.
Nesta unidade você aprendeu que, como ciência, a contabilidade possui princípios básicos que devem ser
observados de maneira geral. No aspecto orçamentário também existem princípios específicos a serem
observados, pois por meio deles é possível ter um orçamento com a expressão fiel do programa do governo e
que atenda corretamente aos anseios da sociedade. Conheça os princípios.
Programação.
VOCÊ QUER LER?
O site do governo federal, que trata sobre orçamento e todas as suas particularidades, é o www.
. Que tal navegar um pouco e conhecer melhor como é feito umorcamentofederal.gov.br
orçamento público? Além disso, o site conta com diversos materiais interessantes sobre o
assunto para download.
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Programação.
Unidade.
Universalidade.
Anualidade.
Exclusividade.
Clareza.
Equilíbrio.
O princípio da enfatiza o que expressa o orçamento por programas, ou seja, o orçamentoprogramação 
praticado no Brasil, que ilustra os programas planejados pelo governo para a execução de suas metas e seus
objetivos.
Sobre o princípio da , este estabelece que os orçamentos devem obedecer a um padrão de estrutura,unidade
metodologia, conteúdo e expressão em todos os entes públicos que fazem parte de determinado poder, por
exemplo. É fato que cada um tem o seu próprio orçamento; contudo, devem seguir a estrutura do orçamento
geral do poder público.
De acordo com o princípio da , todos os itens que compõem o planejamento orçamentário devemuniversalidade 
constar nele, isto é, todas as receitas previstas e todas as despesas fixadas. Dessa forma, o orçamento conseguirá
alcançar o seu objetivo precípuo.
O chamado princípio da , como o nome sugere, informa que o período de validade e execução doanualidade
orçamento é de um ano.
Quanto ao princípio da , este determina que o orçamento não poderá conter aspectosexclusividade 
relacionados a assuntos que não digam respeito à previsão de receitas e a fixação de despesas.
O princípio da é alcançado à medida que o orçamento possui uma linguagem clara e simples, de modoclareza 
que todos os usuários que precisem acessá-lo possam compreendê-lo.
Por fim, o princípio do orçamentário determina que o total das despesas fixadas não poderáequilíbrio 
ultrapassar a totalidade de receitas previstas no orçamento, mantendo assim o equilíbrio financeiro.
1.3.2 Elementos do planejamento/ciclo orçamentário
O planejamento orçamentário baseia-se na utilização de alguns instrumentos essenciais para a correta execução.
Veja abaixo cada um.
O Plano Plurianual (PPA).
A Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO).
A Lei de Orçamentos Anuais (LOA).
- -12
Fonte: SARINYAPINNGAM, Mediapool, 2020.
#PraCegoVer: a figura ilustra uma pessoa à mesa mexendo numa calculadora. Na mesa também há vários papéis
contendo informações gráficas, além de caneta e agenda, demonstrando um planejamento.
O é um plano de médio prazo, em que as ações do governo são ordenadas de modo a atingir as metas e osPPA 
objetivos fixados para um período de quatro anos, ao nível dos governos federal, estadual e municipal (KOHAMA,
2016). O plano plurianual deverá ser elaborado no primeiro ano do mandato de um governo para vigorar nos
próximos quatro, ou seja, ele sempre irá passar do governo atual para o próximo no primeiro ano de mandato, e
assim sucessivamente.
A é um mecanismo de planejamento que subsidia a elaboração dos orçamentos anuais. Nela constamLDO 
diretrizes, metas e prioridades da administração pública. É um instrumento de curto prazo que vigora pelo
período de um ano e que segue os ordenamentos do PPA.
De acordo com a Constituição Federal, o projeto da LDO deve ser encaminhado para votação no Poder
Legislativo até o dia 15 de abril de cada ano. Isso para a União. Já os estados e municípios devem seguir os prazos
de suas constituições ou leis orgânicas. Caso estas últimas sejam ausentes, deve-se seguir o prazo da União.
Por fim, existe o orçamento propriamente dito, que tem como nome oficial de Lei Orçamentária Anual. A LOA
segue os outros dois instrumentos que o antecedem: o PPA e a LDO. Estes orientam todo o planejamento e
elaboração da LOA, e devem ser seguidos minuciosamente. A LOA compreende o orçamento fiscal, o orçamento
da seguridade social e o orçamento de investimento das empresas (KOHAMA, 2016, p. 49-50).
No orçamento fiscal estão inseridos os gastos normais da administração pública, direta e indireta, como os
gastos com pessoal, material de consumo etc. Já no orçamento da seguridade social estão englobadas ações que
se destinam à saúde, assistência social e previdência. Por fim, o orçamento de investimento das empresas
direciona as ações das empresas estatais as quais o Estado detenha a maioria do capital, seja de forma direta ou
indireta (KOHAMA, 2016, 49-50).
CASO
Para ilustrar a elaboração de um orçamento por programas, vamos supor o seguinte: o
município de Sucupira tem como principal atividade econômica a produção e venda de
cenoura. Contudo, essa cidade está com problemas em expandir as vendas para além de suas
fronteiras, pois seus acessos são escassos e/ou deficientes. A prefeitura, tendo conhecimento
da causa, elenca no planejamento orçamentário um projeto de abertura de acessos para a
cidade para que a produção de cenouras possa ser expandida e traga benefícios econômicos.
No orçamento, a prefeitura deve elencar esse projeto e justificar sua necessidade. Além disso,
deve mencionar de onde virão os recursos necessários para a execução desse projeto, pois
- -13
Em suma, o PPA planeja o orçamento por quatro anos, a LDO prioriza anualmente o que será executado e a LOA
quantifica e aloca os recursos, também, anualmente.
O orçamento segue um ciclo até chegar à peça final com todos os atributos que são exigidos por lei. Esse ciclo é
composto por algumas etapas: a elaboração, o estudo e aprovação, a execução e, por fim, a avaliação. 
Na fase da são fixados os objetivos para o alcance dos resultados almejados. A fase do elaboração estudo e
compete ao Poder Legislativo que avalia todo o conteúdo e faz adequações, de acordo com os anseiosaprovação 
da sociedade que os elegeu para representá-la. A diz respeito a colocar em prática tudo o que foiexecução 
aprovado no orçamento, com a utilização de recursos humanos, materiais e financeiros.Por fim, a avaliação
configura verificar se o que foi planejado e executado atendeu às expectativas do planejamento para que
adequações sejam efetuadas tempestivamente.
1.4 Orçamento público
O orçamento público já foi definido e instrumentalizado nesta unidade. Agora, você estudante, começará a
conhecer os seus componentes mais relevantes. Sabemos que o orçamento compreende receitas estimadas e
despesas fixadas. Neste tópico, estudaremos as receitas e despesas orçamentárias.
No orçamento, a prefeitura deve elencar esse projeto e justificar sua necessidade. Além disso,
deve mencionar de onde virão os recursos necessários para a execução desse projeto, pois
para toda despesa fixada deverá haver a receita prevista respectiva e assim sucessivamente,
com todos os outros projetos e atividades do poder público.
VOCÊ QUER VER?
Existe um canal no YouTube muito interessante sobre orçamento público criada pelo Senado.
Ele se chama Orçamento Fácil e traz diversos vídeos didáticos sobre temas que se relacionam
com o orçamento público no Brasil, ensinando de maneira simples para que todas as pessoas
possam compreender o assunto com facilidade. Disponível em: https://www.youtube.com
. Acesso em: 14 jun. 2020./watch?v=Bs4hs8tfVHI
VAMOS PRATICAR?
Conforme os conteúdos estudados neste tópico, o que você entendeu sobre os elementos do
processo orçamentário? Qual a função e a importância de cada um deles dentro do ciclo do
orçamento? Esboce um texto curto com essas informações para fixar o conteúdo estudado e
averigue se entendeu corretamente a matéria.
- -14
1.4.1 Receita orçamentária
Antes de definir a receita orçamentária, é pertinente trazer para este estudo o conceito de receita pública. De
acordo com Kohama (2016, p. 64):
Entende-se, genericamente, por Receita Pública todo e qualquer recolhimento feito aos cofres
públicos, e, também, a variação ativa, proveniente do registro do direito a receber no momento da
ocorrência do fato gerador, quer seja efetuado através de numerário ou outros bens representativos
de valores – que o Governo tem direito de arrecadar em virtude de leis, contratos ou quaisquer
outros títulos que derivem direitos a favor do Estado –, quer seja oriundo de alguma finalidade
específica, cuja arrecadação lhe pertença ou caso figure como depositário dos valores que não lhe
pertencerem.
A receita orçamentária é aquela proveniente das atividades normais do ente público, e está prevista no
orçamento, ou seja, não é uma receita que o ente precisa “pagar” posteriormente. De acordo com o Ministério da
Fazenda (2018, p. 33):
Em sentido amplo, os ingressos de recursos financeiros nos cofres do Estado denominam-se receitas
públicas, registradas como receitas orçamentárias, quando representam disponibilidades de
recursos financeiros para o erário, ou ingressos extraorçamentários, quando representam apenas
entradas compensatórias. Em sentido estrito, chamam-se públicas apenas as receitas orçamentárias.
A receita orçamentária é classificada em e . As correntes são aquelasreceita corrente receita de capital
provenientes das atividades operacionais do ente público, tais como arrecadação de impostos, venda de
produtos ou serviços etc.
Já as receitas de capital são aquelas em que o ente público recebe em detrimento da constituição de dívidas ou
do desfazimento de bens e direitos, convertendo-os em moeda. O fato de afetar o patrimônio líquido presume a
diferença entre a receita corrente e a de capital, em que a primeira afeta e a última não.
Além das receitas orçamentárias, existem também as chamadas . Mas o que são?receitas extraorçamentárias 
Conforme o próprio nome sugere, são receitas que estão fora do orçamento anual aprovado. São receitas
“extras”; contudo, a princípio, não pertencem ao ente público. Podemos citar como exemplo o depósito de
cauções, operações de crédito contraídas etc.
1.4.2 Despesa orçamentária
Assim como a receita, também devemos conhecer o conceito de despesa pública antes de tratar sobre despesa
orçamentária, já que esta é uma ramificação daquela. Sendo assim, a despesa pública compreende os dispêndios
fixados na LOA ou em leis especiais, que se destinam à execução do serviço público propriamente dito.
- -15
Figura 6 - Despesas orçamentárias
Fonte: tomertu, Mediapool, 2020.
#PraCegoVer: a figura mostra a foto da mão de uma pessoa cortando com tesoura um papel em que está escrito
“Despesas orçamentárias”. No fundo da foto, sob a mesa, há uma xícara de café e cadernos.
Já a despesa orçamentária, de acordo com o Manual de Contabilidade Aplicado ao Setor Público (MCASP) do
Ministério da Fazenda (2018, p. 69):
[...] é o conjunto de dispêndios realizados pelos entes públicos para o funcionamento e manutenção
dos serviços públicos prestados à sociedade.
Os dispêndios, assim como os ingressos, são tipificados em orçamentários e extraorçamentários.
Segundo o art. 35 da Lei nº 4.320/1964:
Pertencem ao exercício financeiro:
I - as receitas nele arrecadadas;
II - as despesas nele legalmente empenhadas.
Dessa forma, despesa orçamentária é toda transação que depende de autorização legislativa, na
forma de consignação de dotação orçamentária, para ser efetivada.
A despesa orçamentária se divide em despesas correntes e de capital, diferenciando-se uma da outra pelo fato de
afetar o patrimônio líquido ou não, da mesma forma que ocorre com as receitas orçamentárias.
Além das despesas orçamentárias, existem também as extraorçamentárias, que consistem em dispêndios
efetuados pelo ente público que não constam na lei orçamentária. São exemplos de despesas extraorçamentárias
a obtenção de empréstimos e saídas de receitas extraorçamentárias.
VAMOS PRATICAR?
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Conclusão
Nesta unidade, abordamos os conceitos e características da estrutura da administração pública no Brasil.
Nesta unidade, você teve a oportunidade de:
• conhecer mais sobre administração pública;
• aprender sobre a contabilidade pública como um ramo da ciência contábil que engloba características 
específicas e compreender seus regimes, finalidade e princípios;
• entender sobre orçamento público e seus tipos, princípios, elementos e ciclo orçamentário;
• compreender a receita e a despesa orçamentárias dentro da receita e despesa públicas.
Bibliografia
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setor-publico/. Acesso em: 16 jun. 2020.
ORÇAMENTO Fácil – Vídeo 01 – A série de animação desenvolvida pelo Senado sobre orçamento público. 1 vídeo
Neste tópico vimos que a receita e a despesa públicas possuem subclassificações. Sendo assim,
busque elencar exemplos de receitas e despesas orçamentárias de um ente público da área da
educação, discriminando ainda se são correntes ou de capital.
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ORÇAMENTO Fácil – Vídeo 01 – A série de animação desenvolvida pelo Senado sobre orçamento público. 1 vídeo
(1 min). Publicado pelo canal Orçamento Fácil. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=Bs4hs8tfVHI
. Acesso em: 16 jun. 2020.