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EFEITO DE UMA SESSÃO DE SURFE E TREINAMENTO FUNCIONAL NO ESTADO DE HUMOR, NÍVEL DE ANSIEDADE E ESTRESSE. STEPHANIE PORTUGAL DE SOUZA CABO FRIO JUNHO / 2018 UNIVERSIDADE VEIGA DE ALMEIDA CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA – BACHARELADO 2 UNIVERSIDADE VEIGA DE ALMEIDA CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA - BACHARELADO EFEITO DE UMA SESSÃO DE SURFE E TREINAMENTO FUNCIONAL NO ESTADO DE HUMOR, NÍVEL DE ANSIEDADE E ESTRESSE. STEPHANIE PORTUGAL DE SOUZA ORIENTADOR: Professor Mr. Sandro Legey CABO FRIO JUNHO/2018 3 FICHA CATALOGRÁFICA DE SOUZA, Stephanie Portugal. Efeito de uma sessão de surfe e treinamento funcional no estado de humor, nível de ansiedade e estresse. : Universidade Veiga de Almeida. Trabalho de Conclusão de curso de Bacharelado em Educação Física, 2018, 18 de páginas: RESUMO O presente estudo objetivou traçar um comparativo avaliando o estado de humor, ansiedade e estresse pré e pós-sessão de surfe e de treinamento funcional (TF). A amostra composta por 7 praticantes de cada atividade (33,21 ± 12,67 anos). O instrumento de medida para o estado de humor foi o questionário POMS (Perfil de Estado de Humor), que mede seis estados transitórios de humor (ETH): t, d, r, v, f e c. A ansiedade mensurada pelas escalas do IDATE (Inventário de Ansiedade Traço e Estado). Conforme esse inventário de auto avaliação, a escala estado (IDATE – E). E para o estresse utilizado a Escala de Estresse Percebido (PSS) instrumento psicológico para medir a percepção de estresse. Os escores de melhoria dos resultados dos testes aplicados, os dados obtidos pré e pós-sessão e para a fim comparativo foi utilizado o delta, onde menor de (-1%) já é uma melhoria na variável. No POMS, as variáveis: tensão, depressão, raiva, vigor, fadiga e confusão houve também melhorias positivas, exceto na confusão pós- sessão de surfe. Resultados Surfe: -54,17%; -58,82%; -71,43% ; 29,90% ; -68,29% ; 11,76% respectivamente nessas variáveis e os resultados do TF: -55,56% ; -100% ; -100% ; 49,90% ; -77,50% ; -9,26%. O resultado do nível de estresse foi -41,80% no surfe e -82,27% no TF. E no nível de ansiedade -6,46% no surfe e de -2,05% no TF. Em função dos resultados obtidos nos três objetos de pesquisa para analisar a saúde mental, concluiu-se que houve melhoras em nos três aspectos em ambas as atividades. E de forma geral que o treinamento funcional apresentou resultado superior ao do surfe, porém este também foi significativo. Palavras Chave: Estado de Humor; Ansiedade; Estresse; Surfe; Treinamento Funcional; Natureza; Educação Física. 4 STATMENT CATALOGRAPHIC DE SOUZA, Stephanie Portugal. Effect of a surfing session and functional training in the state of mood, anxiety level and stress. University Veiga de Almeida. Study of completion of degree in Physical Education, 2018, Pager number: 18 ABSTRACT The present study aimed to draw a comparative evaluation of the state of mood, anxiety and stress pre- and post-session of surfing and functional training (TF). The sample consisted of 7 practitioners of each activity (33.21 ± 12.67 years). The measuring instrument for the mood state was the POMS questionnaire, which measures six mood transient states (ETH): t, d, h, v, f and c. Anxiety measured by the IDATE scales (Trait Anxiety Inventory and State). According to this self assessment inventory, the state scale (IDATE - E). And for the stress used the Perceived Stress Scale (PSS) psychological instrument to measure the perception of stress. The scores for improvement of the results of the applied tests, the data obtained pre and post session and for the comparative purpose were used the delta, where less than (-1%) is already an improvement in the variable. In the POMS, the variables: tension, depression, anger, vigor, fatigue and confusion were also positive improvements, except in post-session surfing confusion. Surfing Results: -54.17%; - 58.82%; -71.43%; 29.90%; -68.29%; 11.76% respectively in these variables and the TF results: -55.56%; -100%; -100%; 49.90%; -77.50%; -9.26%. The result of the stress level was -41.80% in surfing and -82.27% in TF. And in the level of anxiety - 6.46% in surf and -2.05% in TF. Based on the results obtained in the three research objects to analyze mental health, it was concluded that there were improvements in all three aspects in both activities. Overall, functional training presented a better result than surfing, but this was also significant Keywords: State of Mood; Anxiety; Stress; Surfing; Functional training; Nature Physical Education. 5 1. Introdução Sabe-se que a prática regular de atividades físicas proporciona benefícios físicos, sociais e psicológicos. Apesar da relação positiva entre exercício e saúde psicológica, grande parte da população não usufrui esses benefícios, já que apenas uma pequena parcela se exercita suficientemente e a outra grande parte é completamente sedentária (WERNECK, BARA FILHO e RIBEIRO, 2008). O exercício físico é capaz de proteger o organismo dos efeitos nocivos do estresse na saúde física e mental (LEGEY et al, 2017, apud SALMON 2001). O surfe é um bom exemplo de esporte em contato com a natureza, pois como todos praticantes afirmam a necessidade e o bem estar que a prática proporciona leva a pessoa a buscar cada vez mais sua prática. Para muitos o surfe não é apenas um esporte é estilo de vida, para levar uma vida com menos consumismo, e mais qualidade de vida (STEINMAN, 2003). O treinamento funcional tem como a utilização do treinamento de força para melhora do equilíbrio, coordenação, força, potência e resistência, sendo frequentemente utilizado em programas clínicos que imitam atividades da vida diária têm apresentado diversos benefícios e este sendo praticado na praia tem a característica de está em contato com a natureza também assim com o surfe e além do benefício da sua prática esse contato também pode potencializar esses benefícios (THOMPSON, 2012, apud DE ALMEIDA E TEIXEIRA 2013). Existe um aumento da incidência de distúrbios psicológicos nos dias atuais devido a diversos fatores (CHEIK, et al, 2008), o estresse é a “doença do século”, como consequência do somatório de fatores intrínsecos e extrínsecos ao indivíduo (PIRES et al., 2004). Se tratando de ansiedade ela constituída por propriedades fenomenológicas e fisiológicas ela é um complexo estado ou condição psicológica esses estados emocionais são como ameaça, medo, estresse, esses estados são possíveis causadores da ansiedade (SPIELBERGER, 1972). Sendo assim, como não correlacionar o estresse, a ansiedade com estado de humor e a resposta dela decorrente de atividades físicas? A partir dessa linha de raciocínio, onde há necessidade adotar das práticas da atividade física para manutenção da saúde e adotar esses hábitos saudáveis potencializariam esses benefícios ainda mais, por serem atividades descontraídas e ambientes sadios, sendo escolhidos o Surfe e o Treinamento Funcional na praia como modalidades, foi traçado um comparativo 6 através do instrumento de pesquisa, avaliando o estado de humor, nível de ansiedade e estresse pré e pós-sessão, a fim de verificar os benefícios relacionados à saúde mental que a prática dessas modalidades pode proporcionar como também fazer um comparativo dos resultados entre as duas atividades. 2. Metodologia Amostra Amostra composta 14 participantes sendo 7 alunos adultos praticantes do treinamento funcional e 7 praticantes de surfe nível intermediário e avançado, moradores dos municípios de Saquarema– RJ, na faixa etária entre 19 e 55 anos, de ambos os gêneros, todos com ensino médio completo. Os critérios de exclusão foram: a) recusar em participar do estudo; b) ausência às aulasno dia da coleta de dados; c) algum problema físico que impedisse temporariamente de participar da prática. Todos haviam concluído o ensino médio Procedimentos de coleta dos dados Se tratando da presente pesquisa ter sido feita em apenas uma sessão, considerando os efeitos agudos do exercício físico no Perfil de Estado de Humor, estudos enfatizam que uma única sessão pode provocar mudanças significativas e é uma estratégia valiosa de curto prazo para controlar os níveis de humor em indivíduos normais e com distúrbios (LEGEY et al, 2017, apud YEUNG 1996). Os responsáveis pela pesquisa fizeram uma reunião com os voluntários. Nesse encontro, os pesquisadores explicaram os objetivos e os procedimentos éticos da investigação. As ordens de aplicação dos instrumentos foram aleatórios, feitos antes e imediatamente quando acabou a sessão tanto do surfe quanto do treinamento funcional. Os praticantes do surf são do nível intermediário a avançado, com ao menos 3 anos de prática, e os alunos do treinamento funcional iniciaram suas práticas no mínimo a 2 meses. Ambas as atividades foram coletadas as informações em dias distintos, porém se tratando do clima, condições parecidas, sem vento forte e com um dia de clima ameno. Já no dia de aplicação do surfe, as condições do mar que são importantes foram mar de aproximadamente meio metro, 7 sem muita corrente, condições de surfe confortáveis e para todos os níveis de atletas ou praticantes. As pesquisas foram feitas primeiramente com os alunos de treinamento funcional, onde responderam os questionários de pesquisa antes e depois da aula, mesma forma feito com os surfistas onde foram preenchidos os questionários antes e depois da sessão de surfe. O presente estudo se baseia em um caráter descritivo, pois assim como em Gil (2002), teve objetivo principal, a descrição das características de um grupo analisado, e bem como a relação das variáveis em foco. Também teve como finalidade o registro, a análise, observação dos fatos, buscando realizar um estudo minucioso desses dados, a fim de conhecer as suas origens. Por fim, realizando a coleta de dados quantitativos e qualitativos (POWELL, 2004). Instrumentos Os dados foram tratados pelo pacote estatístico SPSS 20.0 (IBM. USA), sendo que a análise descritiva caracterizou a amostra, com o cálculo de tendência central (média) e de dispersão (desvio padrão). A variável ansiedade será mensurada pelas escalas do IDATE (Inventário de Ansiedade Traço e Estado). Conforme esse inventário de auto avaliação, a escala estado (IDATE – E) requer que o sujeito refira como se sente no "momento" EM relação a 20 itens exibidos em uma escala Likert de 4 pontos (absolutamente não - 1; um pouco - 2; bastante - 3; muitíssimo - 4). O escore total pode variar de 20 a 80, sendo que os escores podem indicar um baixo grau de ansiedade (menor que 30), um grau mediano de ansiedade (31-49) e um grau elevado de ansiedade (maior ou igual a 50) (SPIELBERGER, 1970; BIAGGIO e NATALÍCIO, 1979). A Escala de Estresse Percebido (PSS) é o instrumento psicológico mais utilizado para medir a percepção de estresse. É uma medida do grau em que as situações da vida são avaliadas como estressantes. Os itens foram projetados para controlar como os entrevistados imprevisíveis, incontroláveis e sobrecarregados encontram suas vidas. A escala também inclui uma série de consultas diretas sobre os níveis atuais de estresse experiente. O PSS foi projetado para uso em amostras 8 da comunidade com pelo menos um ensino médio. Os itens são fáceis de entender, e os As alternativas de resposta são simples de entender. Além disso, as questões são de natureza geral e, portanto, são relativamente livres de conteúdo específico para qualquer grupo de subpopulação. As perguntas no PSS perguntam sobre sentimentos e pensamentos durante o último mês. Em cada caso, os inquiridos são questionados com a frequência com que eles sentiram certa maneira. Para avaliar o Estado de Humor, será adotado o questionário POMS (Perfil de Estado de Humor) (VIANA et al., 2012), que mede seis estados transitórios de humor (ETH): tensão, depressão, raiva, vigor, fadiga e confusão mental, em populações de adultos e adolescentes. O questionário é composto por 24 escalas de cinco níveis (0 = nada e 4 = extremamente), as quais devem ser respondidas pelo participante considerando como ele se sente no momento da avaliação. Com a soma das respostas referentes a cada construto, obtém-se um escore que varia de 0 a 16 para cada estado de humor (por exemplo: esgotado + exausto + sonolento + cansado = fadiga). Os dados foram tratados pelo pacote Excel da Microsoft, sendo que a análise descritiva serviu para caracterizar a amostra, com o calculo de tendência central (média) e de dispersão (desvio padrão). Para calcular a magnitude das possíveis diferenças entre as avaliações foi calculado o delta percentual entre os momentos pré e pós-sessão. 9 3. Apresentação e discussão dos resultados A tabela 1 e 2 mostra os dados descritivos (média e desvio-padrão) referentes às características etárias e antropométricas dos sujeitos e às variáveis estudadas, sendo a tabela 1 os dados dos praticantes de surfe e a tabela 2 os dados dos alunos de Treinamento Funcional. Tabela 1. Características etárias e antropométricas da amostra – Surfe (n=7) Estatística Descritiva – Surfe Variáveis Mínimo Máximo Média (DP) Idade (anos) 22,00 55,00 33,29 ± 12,67 Peso (Kg) 65,00 98,00 84,29 ± 13,34 Estatura (m) 1,55 1,90 1,81 ± 0,18 IMC (Kg / m2) 23,12 29,90 25,78 ± 3,41 DP=Desvio padrão Tabela 2. Características etárias e antropométricas da amostra – Treinamento Funcional (n=7) Estatística Descritiva - Treinamento Funcional Variáveis Mínimo Máximo Média (DP) Idade (anos) 18,00 59,00 33,21 ± 12,67 Peso (Kg) 58,00 90,00 76,64 ± 13,34 Estatura (m) 1,55 1,72 1,62 ± 0,08 IMC (Kg / m2) 20,96 32,05 26,03 ± 5,55 DP=Desvio padrão 10 Resultados Tabela 3 comparação das dimensões de estado de humor, nível de ansiedade e estresse pré e pós sessão de surfe e treinamento funcional e delta % resultado comparativo. Resultados Variáveis Surf Funcional PRÉ PÓS ∆ % PRÉ PÓS ∆ % IDATE-E – Ansiedade 50,86 47,57 -6,46 49,86 48,83 -2,05 POMS – tensão 10,30 4,70 -54,17 9,00 4,00 -55,56 POMS – depressão 4,90 2,00 -58,82 7,40 0,00 -100,00 POMS – raiva 5,00 1,40 -71,43 5,60 0,00 -100,00 POMS – Vigor 13,90 18,00 29,90 14,10 21,10 49,90 POMS – Fadiga 5,90 1,90 -68,29 5,70 1,30 -77,50 POMS – Confusão 7,30 8,10 11,76 7,70 7,00 -9,26 PSS – Estresse 17,43 10,14 -41,80 17,86 3,17 -82,27 ∆ % = Delta, onde menor de (-1%) já é uma melhoria na variável. IDATE (Inventário de Ansiedade Traço e Estado), POMS (Perfil de Estado de Humor); PSS (Escala de Estresse Percebido). Os resultados foram bastante positivos no que se trada de melhoria na saúde mental dos praticantes de treinamento funcional e do surfe. A tabela 3 mostra os escores de melhoria dos resultados dos testes aplicados, temos os dados pré e pós-sessão de treinamento funcional e surfe, e para a fim comparativo foi utilizado o delta, onde menor de (-1%) já é uma melhoria na variável. No POMS, as variáveis: tensão, depressão, raiva, vigor, fadiga e confusão houve também melhorias positivas, exceto na confusão pós-sessão de surfe. Observamos que no nível de ansiedade houve melhoria significativa, tendo sido reduzida -6,46% o nível de ansiedade da amostra pós-sessão de surfe. E nos alunos de treinamento funcional tivemos uma melhoria um pouco menor, mas mesmo assim significativa de -2,05% de redução do nível de ansiedade, o surfe além de ser um esporte de alta intensidade, quando praticado para o lazer, sem afins competitivos e condições climáticas favoráveis é um esporte extremamenterelaxante e prazeroso, sendo assim uma possível justificativa para melhoria mais acentuada no surfe comparado ao do treinamento funcional (STEINMAN, 2003). 11 No estado de humor, as variáveis tensão, depressão, raiva, vigor, fadiga e confusão houve também melhorias positivas, exceto na confusão pós-sessão de surfe. Resultados Surf: -54,17%; -58,82%; -71,43% ; 29,90% ; -68,29% ; 11,76% respectivamente nessas variáveis e os resultados do TF: -55,56% ; -100% ; -100% ; 49,90% ; -77,50% ; -9,26%. O aumento do vigor no surfe pode estar relacionado com a teoria do autocontrole, Bara Filho e Ribeiro (2008), testaram a hipótese do autocontrole através da análise pós-aula de dança. Os autores verificaram que a hipótese do autocontrole parece não ser uma explicação viável para as reduções do humor negativo, já a hipótese do autocontrole apresentada pode ser útil na explicação da melhoria dos aspectos positivos do humor, como o aumento do vigor uma vez que somente os sujeitos com maior percepção de performance aumentaram os escores de humor positivo. Para a prática do surfe é necessário que o sujeito também possua maior percepção de performance para conseguir desenvolver a atividade e evoluir, e é feito de forma gradativa, sendo assim sendo uma explicação para alteração do vigor. Se tratando ainda o vigor, segundo Arruda, 2004, no caso do treinamento funcional em se analisar sua intensidade a escala subjetiva de percepção de esforço o indivíduo deve permanecer entre 6 e 7 que significa relativamente difícil, caracterizando sim em uma atividade de alta intensidade, sendo assim proporcionando o aumento dessa variável que, seu resultado foi maior no treinamento funcional se equiparando com o surfe, onde obtivemos aumento de 49,90 e 29,90 respectivamente. “A dimensão ou fator Confusão-desorientação caracteriza-se por um estado de confusão e baixa lucidez. Compõe-se pelos adjetivos confuso, baralhado, desnorteado, inseguro, competente e eficaz” (VIANA e ALMEIDA, 2001). Foi observado no presente estudo melhoria em quatro fatores do estado de humor pós- sessão de surfe. Exceto no fator confusão onde o resultado foi de 11,26%. A alteração nesse fator pode está associado ao surfe ser uma atividade de alta intensidade, atividade que necessita boa linha de raciocínio para tomar medidas e atitudes dentro d´água, como, qual onda remar, momento certo de “dropar”, atentar aos riscos de cada movimento sendo assim gerar não só o cansaço físico, mas também um cansaço mental (STEINMAN, 2003). Sendo assim uma possível explicação para ao aumento do fator confusão pós-sessão apenas no surfe. 12 “Alterações no humor em atividades mais intensas geraram sim aumento da fadiga” (PELUSO, 2003), o resultado da fadiga no treinamento funcional e do surfe foram, -77,5% e -68,29% respectivamente que pode está associado ao nível de intensidade das suas práticas. Um estudo de revisão feito pelos autores também sugeriram um possível efeito negativo no Perfil de Estado de Humor após exercícios de alta intensidade, e especularam que uma atividade em intensidade auto-selecionada pode ser mais vantajosa que uma imposta, preferencialmente em um ambiente agradável (LEGEY, et al, 2017 apud, WERNECK, BARA FILHO e RIBEIRO, 2006). Se tratando do estresse, “aliada ao prazer de estar em contato com as forças da natureza, a prática do surfe estimula a produção de endorfinas, entre outras substancias químicas cerebrais que aliviam o estresse” (STEINMAN, 2003), sendo assim o resultado do nível de estresse também foram positivos para ambas as modalidades, sendo o treinamento funcional uma melhora de quase o dobro comparado com o surfe, sendo -41,80% no surfe e -82,27% no treinamento funcional. Esse resultado pode está relacionado que no surfe pelas condições climáticas e muitas coisas não estarem totalmente no controle do praticante, como mudanças nas condições do mar, vento, correntezas, esses fatores necessitam uma atenção maior parar tomar certos cuidados preventivos dentro d’água, para garantir segurança e uma prática segura, essa preocupação gera um estresse, mesmo que passivo, mas um estresse. Sendo assim o surfe apesar de ser uma modalidade altamente relaxante dependendo das condições do mar pode gerar uma preocupação maior que o treinamento funcional na qual sua prática não proporciona tais riscos e requer esses tipos de cuidados. De forma geral observando os três objetos de pesquisa, foi observado que houve melhorias significativas no estado de humor em ambas as atividades, porém observou-se uma melhora mais significativa nos praticantes do treinamento funcional. Sendo assim, comparando os resultados do surfe e do treinamento funcional, onde o treinamento funcional teve resultados mais positivos no estado de humor, uma boa explicação desse melhora, pode ser devido ao treinamento funcional ser uma atividade de maior interação social com outras pessoas, onde os movimentos são praticados juntos e coletivamente, não que o surfe não tenha alguma interação social, porém é um esporte quanto a sua prática individualizado. 13 Segundo Ratey, 2002, o exercício aumenta os neurotransmissores, os quais ajudam na regulação do estado de ânimo, no controle da ansiedade e na competência para manipular o estresse e a agressividade, tornando-nos mais atentos e sociáveis, reafirmando essa teoria o estudo mostra essas melhorias evidentes. “Quanto maior é o esforço a que nos submetemos, melhor é a circulação e mais apta fica aquela parte do cérebro” (RATEY, 2002). O surfe apesar de ser uma atividade de alta intensidade, nem sempre é constante, pois necessita de fatores externos e do meio ambiente para haver essa constância na atividade, já o treinamento funcional é de alta intensidade e continuo naquele momento, que dura em média uma hora de aula e independem desse tipo de condições. Sendo assim pode ser mais um motivo para ter havido maiores resultados no estado psicológico do treinamento funcional comparado ao do surfe. 4. Considerações finais Em função dos resultados obtidos nos três objetos de pesquisa para analisar a saúde mental, sendo eles estado de humor, nível de ansiedade e de estresse, concluiu-se que houve melhoras em todos os as três aspectos em ambas as modalidades após a sessão se surfe e do treinamento funcional, confirmando a hipótese do estudo onde adotar esses hábitos saudáveis e praticar atividades físicas em ambientes descontraídos, sadios e em contato com a natureza potencializam benefícios a saúde mental através destas práticas. O resultado obtido mostrou de forma geral que o treinamento funcional apresentou resultado superior ao do surf, porém este também foi significativo. Através da identificação dos benefícios que esse tipo de prática pode proporcionar nos aspectos psicológicos, provocando melhorias, estas devem ser incentivadas, através de estudos com este, convém aumentar as pesquisas em ambas as atividades e seus benefícios para haver uma propagação no material de pesquisa que ainda é bem escasso tanto no surfe quando no treinamento funcional, a fim de como já mencionado incentivar suas práticas a quem não as conhece ou de certa forma tem receio em tentar inicia-las. A informação, resultados de pesquisa positivos sobre qualquer atividade física desperta o vontade de praticá-los. 14 Referências BIAGGIO, A. M. B.; NATALÍCIO, Luiz. Manual para o inventário de ansiedade Traço- Estado (IDATE). Rio de Janeiro: CEPA, v. 15, 1979. CHEIK, Nadia C. et al. Efeitos do exercício físico e da atividade física na depressão e ansiedade em indivíduos idosos. Revista Brasileira de Ciência e Movimento, v. 11, n. 3, p. 45-52, 2008. 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PIRES, Edna Aparecida Goulart et al. Hábitos de atividade física e o estresse em adolescentes de Florianópolis û SC, Br. Rev. bras. cienc. mov, v. 12, n. 1, p. 51-56, 2004. RATEY, John J. O cérebro - um guia para o usuário: Como aumentar a saúde, agilidade e longevidade de nossos cérebros através das mais recentes descobertas científicas. Rio de Janeiro: Objetiva, 2002. SALMON, Peter. Effects of physical exercise on anxiety, depression, and sensitivity to stress: a unifying theory. Clinical psychology review, v. 21, n. 1, p. 33-61, 2001. SPIELBERGER, Charles Donald; GORSUCH, Richard L.; LUSHENE, Robert E. Manual for the state-trait anxiety inventory. 1970. SPIELBERGER, Charles D. Conceptual and methodological issues in anxiety research. Anxiety: Current trends in theory and research, v. 2, p. 481-493, 1972. STEINMAN, Joel. Surf e Saúde. Florianópolis, 2003. THOMPSON, Walter R. Now trending: worldwide survey of fitness trends for 2014. ACSM Health Fitness J, v. 17, n. 6, p. 10-20, 2013. 15 VIANA, Miguel Faro; ALMEIDA, Pedro Henrique Garcia Lopes de; SANTOS, Rita C. Adaptação portuguesa da versão reduzida do Perfil de Estados de Humor– POMS. Análise Psicológica, v. 19, p. 77-92, 2001. VIANA MF, ALMEIDA P, SANTOS RC. Adaptação portuguesa da versão reduzida do Perfil de estado de humor-poms. Analisa psicológica. 2012;19(1):77-92. WERNECK, Francisco Zacaron; BARA FILHO, Maurício Gattás; RIBEIRO, Luiz Carlos Scipião. Efeitos do exercício físico sobre os estados de humor: uma revisão. Rev Bras Psicol Esp Exercício, p. 22-54, 2006. WERNECK, Francisco Zacaron; BARA FILHO, Maurício Gattãs; RIBEIRO, Luiz Carlos Scipião. Mecanismos de melhoria do humor após o exercício: revisitanto a hipótese das endorfinas. Revista Brasileira de Ciência e Movimento, v. 13, n. 2, p. 135-144, 2008. YEUNG, Robert R. The acute effects of exercise on mood state. Journal of psychosomatic research, v. 40, n. 2, p. 123-141, 1996. 16 ANEXOS 17 18 Escala do Stresse Percepcionado Perceived Stress Scale – PSS (10 item) Cohen, Kamarck&Mermelstein (1983) Nome Data Instrução:Para cada questão, pedimos que indique com que frequência se sentiu ou pensou de determinada maneira, durante o último mês. Apesar de algumas perguntas serem parecidas, existem diferenças entre elas e deve responder a cada uma como perguntas separadas. Responda de forma rápida e espontânea. Para cada questão indique, com uma cruz (X), a alternativa que melhor se ajusta à sua situação. N u n c a Q u a s e n u n c a A lg u m a s v e z e s F re q u e n te m e n te M u it o f re q u e n te 0 1 2 3 4 1. No último mês, com que frequência esteve preocupado(a) por causa de alguma coisa que aconteceu inesperadamente? 2. No último mês, com que frequência se sentiu incapaz de controlar as coisas importantes da sua vida? 3. No último mês, com que frequência se sentiu nervoso(a) e em stresse? 4. No último mês, com que frequência sentiu confiança na sua capacidade para enfrentar os seus problemas pessoais? 5. No último mês, com que frequência sentiu que as coisas estavam a correr à sua maneira? 6. No último mês, com que frequência sentiu que não aguentava com as coisas todas que tinha para fazer? 7. No último mês, com que frequência foi capaz de controlar as suas irritações? 8. No último mês, com que frequência sentiu ter tudo sob controlo? 9. No último mês, com que frequência se sentiu furioso(a) por coisas que ultrapassaram o seu controlo? 10. No último mês, com que frequência sentiu que as dificuldades se estavam a acumular tanto que não as conseguia ultrapassar? 0 1 2 3 4 19
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