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1 Direito Civil V TATIANA RIBEIRO DIREITOS REAIS – POSSE E PROPRIEDADE Características dos direitos reais ⮚ Princípio da publicidade dos atos (Registro em cartório competente) Ex: Hipoteca (incide sobre o direito real – a hipoteca é gravada sobre um bem imóvel) – registro em cartório de registro de imóveis - CRI. Documento normal – cartório de registro de documentos. ⮚ Efeitos são erga omnes (oponibilidade erga omnes) – não há ninguém que não conheça o direito real (gravando o imóvel). Pode-se opor o seu direito contra todos. A propriedade só se adquire com escritura pública e registrada. Direito real tem que ter publicidade – tem que ter registro. ⮚ Direito de sequela: Aonde a coisa vai (bem imóvel) o bem gravado segue a coisa (segue a coisa). Direito real acompanha a coisa. (direito real é uma relação entre pessoa e coisa – a hipoteca está gravado na coisa) Está com usufruto em João – se vender para Maria, Maria vai ter que respeitar o usufruto – é direito real, vai junto com o bem e não com a pessoa. Na hipoteca, se não pagar a dívida, o credor vai executar a hipoteca para pagar a dívida (vai alienar e pagar a dívida). Imóvel gravado com hipoteca geralmente é mais barato. Onde a coisa vai, o direito real vai junto. Há direito de indenização e não direito de regresso. a) Sequela: é o “direito de reaver a coisa” do art. 1228. É o direito de reivindicar coisa de quem quer que injustamente a detenha. Vem do verbo “seguir”. Dá-se quando o proprietário persegue a coisa para recuperá-la, não importando com quem a coisa esteja. É um poder do titular do direito real de seguir a coisa para recuperá-la de quem injustamente a possua. É uma característica fundamental dos direitos reais, e não só da propriedade, mas do usufruto, superfície, hipoteca, etc. Não existe nos direitos obrigacionais, cuja poder é sobre a conduta, não sobre a coisa, e é por isso que os direitos reais são mais fortes/poderosos do que os direitos pessoais. Art. 1.228 do CC/02. O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou detenha. Direito real – hipoteca, anticrese e penhor (garantias dos Direitos Reais). ⮚ Suposta obediência ao taxativo: O Rol dos direitos reais está no artigo 1.225 do CC/02 (Rol taxativo) – são XIII. Os juristas citam que existem apenas estes 13 (Entendimento Majoritário) – Princípio da Tipicidade de Direitos Reais. Entendimento minoritário – entende que os 13 são apenas exemplificativos – defende que há mais direitos reais do que estes 13. Art. 1.225. São direitos reais: I - a propriedade; II - a superfície; III - as servidões; IV - o usufruto; V - o uso; VI - a habitação; VII - o direito do promitente comprador do imóvel; VIII - o penhor; IX - a hipoteca; GARANTIAS DO DIREITO REAL X - a anticrese. XI - a concessão de uso especial para fins de moradia; (Incluído pela Lei nº 11.481, de 2007) XII - a concessão de direito real de uso. (Incluído pela Lei nº 11.481, de 2007) ⮚ Direito de preferência: Tendo um titular, tem que dar o direito de preferência. Tem o direito de preferência sobre o titular do direito real. 2 ⮚ Possibilidade de abandono: é uma característica. Direito a renunciar ao direito real. ⮚ Viabilidade de incorporação da coisa por meio da posse: É possível por meio da posse. ⮚ Há a previsão de usucapião por meio da posse. Os direitos reais são absolutos? => Todos devem ser preservados. Devem ser relativizados ou ponderados (Sum. 308/STJ). Súmula 308 do STJ «A hipoteca firmada entre a construtora e o agente financeiro, anterior ou posterior à celebração da promessa de compra e venda, não tem eficácia perante os adquirentes do imóvel.» ...de boa-fé. CC – trabalha para preservar a autonomia privada e boa-fé. Hipoteca é um direito real de garantia – deve ser gravado (registrado – atingiu a publicidade – efeitos erga omnes). A hipoteca é oponível erga omnes. Historicamente, a finalidade precípua do Registro de Imóveis foi garantir a publicidade das hipotecas. Em um país em via de industrialização, era preciso estimular o crédito e, consequentemente, instituir um sistema de garantias reais estável e seguro. Daí a necessidade de conferir ampla publicidade às hipotecas, de forma que os credores hipotecários tivessem certeza da existência, validade e eficácia de seus direitos reais de garantia. (LOUREIRO, 2010). Diferença entre direitos reais e direitos pessoais: DIREITOS REAIS DIREITOS PESSOAIS Pessoa com coisa Pessoa com pessoa Princípio da publicidade Princípio da autonomia privada Efeitos erga omnes Efeitos inter partes Rol Taxativo Rol exemplificativo Direito de sequela (tem que ir obrigatoriamente ao bem hipotecado – acabando a hipoteca – direito real, vai no direito comum, pois todo o patrimônio do devedor responde pela dívida) O patrimônio do devedor responde DIREITO PESSOAL Caráter permanente (propriedade) Caráter temporário (Contrato) POSSE # DETENÇÃO: Posse não é direito real, com características de direito pessoal – conceito híbrido (Posse é domínio fático – está com a coisa de fato). FATO, NORMA E VALOR (Teoria tridimensional de Miguel Reale) – Posse é fato e também é direito. É direito híbrido, não é direito real. É igual à obrigação PROPTER REM – caso haja um débito perde-se a coisa – não tem obrigação como bem de família. Propriedade é domínio de direito. Posse é direito – tem que preservar a operabilidade do Código Civil, preservar a autonomia privada. O Código não consegue acompanhar, por isso a interpretação dos artigos devem ser ampliada de forma a ser operacional nas situações na vida real. Não tem direito às ações possessórias; Não tem direito à indenização por benfeitorias D IR EI TO S R E A IS 3 Teorias da Posse: Savigny – Teoria Subjetivista da Posse – Precisa tem que ter corpus e vontade de ser dono (animus domini) Ihering – Teoria Objetivista da Posse – basta ter corpus – quem tem a coisa, não interessa se quer ser dono ou não. Saleilles – Teoria Social da Posse. Art. 5º, inc. XXIII da CF, mais o princípio constitucional da isonomia substancial. Art. 5º inc. XXIII => “A propriedade atenderá a sua função social”. Art. 5º - Todos são iguais perante a lei... (CRFB/88). Princípio da isonomia substancial aplica-se o dispositivo por analogia. Traz o princípio e leva, por analogia para a Posse. Art. 5 da CRFB/88. [...] (...) XXIII - a propriedade atenderá a sua função social; Aplicações concretas da Teoria Social da Posse: Ex.: no Código Civil onde se aplica o princípio da isonomia substancial – Enunciado (serve como direcionador das decisões judiciais – entendimento dos julgadores) 492 da V Jornada de Direito Civil de 2011. Reconhecimento da Aplicação da Teoria Social da Posse. Enunciado 492 da V Jornada de Direito Civil de 2011 “A posse constitui direito autônomo em relação à propriedade e deve expressar o aproveitamento dos bens para o alcance de interesses existenciais, econômicos e sociais merecedores de tutela.” Valorização da Posse do Trabalho - (moradia, saúde, educação, alimentação e valorização de todos os elementos da função social): Art. 1238, §único/CC e 1242, §único/CC. Art. 1238 – com 15 anos adquire a propriedade por usucapião. §único, reduzirá a 10 anos (atende a função social). Art. 1.238 do CC/02. Aquele que, por quinze anos, sem interrupção, nem oposição, possuir como seu um imóvel, adquire-lhe a propriedade, independentemente de título e boa-fé; podendo requerer ao juiz que assim o declare por sentença, a qual servirá de título para o registro no Cartório de Registro de Imóveis. Parágrafo único. O prazo estabelecido neste artigo reduzir-se-á a dez anos se o possuidor houver estabelecido no imóvel a sua moradia habitual, ou nele realizado obras ou serviçosde caráter produtivo. Art. 1242 do CC/02 – Quem tem a posse por 10 anos adquire por usucapião. Art. 1.242 do CC/02. Adquire também a propriedade do imóvel aquele que, contínua e incontestadamente, com justo título e boa-fé, o possuir por dez anos. Parágrafo único. Será de cinco anos o prazo previsto neste artigo se o imóvel houver sido adquirido, onerosamente, com base no registro constante do respectivo cartório, cancelada posteriormente, desde que os possuidores nele tiverem estabelecido a sua moradia, ou realizado investimentos de interesse social e econômico. Tratamento por desapropriação judicial privada por posse-trabalho : Art. 1228, §4º/CC – pode perder a propriedade. Gera-se vários benefícios de interesse social. Privada porque o interesse público não está em jogo. Art. 1.228 do CC/02. O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou detenha. (Direito de Sequela) § 1º O direito de propriedade deve ser exercido em consonância com as suas finalidades econômicas e sociais e de modo que sejam preservados, de conformidade com o estabelecido em lei especial, a 4 flora, a fauna, as belezas naturais, o equilíbrio ecológico e o patrimônio histórico e artístico, bem como evitada a poluição do ar e das águas. § 2º São defesos os atos que não trazem ao proprietário qualquer comodidade, ou utilidade, e sejam animados pela intenção de prejudicar outrem. § 3º O proprietário pode ser privado da coisa, nos casos de desapropriação, por necessidade ou utilidade pública ou interesse social, bem como no de requisição, em caso de perigo público iminente. § 4º O proprietário também pode ser privado da coisa se o imóvel reivindicado consistir em extensa área, na posse ininterrupta e de boa-fé, por mais de cinco anos, de considerável número de pessoas, e estas nela houverem realizado, em conjunto ou separadamente, obras e serviços considerados pelo juiz de interesse social e econômico relevante. § 5º No caso do parágrafo antecedente, o juiz fixará a justa indenização devida ao proprietário; pago o preço, valerá a sentença como título para o registro do imóvel em nome dos possuidores. POSSE ≠ DETENÇÃO: Posse é diferente de detenção. DETENÇÃO: Ex.: Proprietário com o caseiro (trabalhando e cuidando em razão de um vínculo de subordinação – vínculo de confiança ou de econômico) – Ele é um detentor – ele não tem a Posse. Outro ex.: Quando deixa o carro na agência para venda. Só quem tem posse é que pode entrar com ação possessória. Detentor não tem posse, não pode ingressar com Ação Possessória. Também não tem que falar de indenização por benfeitoria. O invasor quando por AMEAÇA => Ação de interdito proibitório (Ameaça a perda da posse) TURBAÇÃO (parcial) => Ação de Manutenção de posse (Perda parcial da posse) ESBULHO (total) => Ação de Reintegração de posse. (Perda total da posse) Enunciado 493 – embora o caseiro não possa ingressar com ação possessória (por ser detentor do imóvel), mas pode exercer o direito com ação de autotutela. Requisitos para autotutela: Defesa proporcional ao ataque, não pode exacerbar – bom senso. Deve ser imediata. V Jornada de Direito Civil - Ministro Ruy Rosado de Aguiar Direito das Coisas - Número: Enunciado 493 “O detentor (art. 1.198 do Código Civil) pode, no interesse do possuidor, exercer a autodefesa do bem sob seu poder.” ⇨ Principais Classificações da Posse: A) Quanto ao desdobramento; B) Quanto ao tempo; C) Quanto à presença de vícios; D) Quanto à boa-fé; E) Quanto à presença de Título; F) Quanto aos efeitos Jurídicos. A) Quanto ao desdobramento: A posse ir passando de um para o outro. Posse direta ou imediata Art. 1197/CC Art. 1.197. A posse direta, de pessoa que tem a coisa em seu poder, temporariamente, em virtude de direito pessoal, ou real, não anula a indireta, de quem aquela foi havida, podendo o possuidor direto defender a sua posse contra o indireto. Ex.: Chico (locatário – posse direta) está na posse direta do bem (diretamente ligado ao bem), a posse indireta está com locador (Bob – posse indireta) – Só pode ingressar com ação possessória quem tem a 5 posse. Tanto o locador ou locatário poderá entrar com ação possessória em face do invasor, ou os dois em conjunto. . Enunciado nº 76, CJF (Conselho de Justiça Federal/STJ I Jornada de Direito Civil Número: Enunciado 76 “O possuidor direto tem direito de defender a sua posse contra o indireto, e este, contra aquele (art. 1.197, in fine, do novo Código Civil).” Referência Legislativa: Norma: Código Civil de 2002 - Lei n. 10.406/2002 - ART: 1197; - O locatário poderá ingressar com ação possessória contra o locador. Quem tem posse direta pode entrar com ação possessória contra quem tem a posse indireta. (Enunciado nº 76, CJF). LOCAÇÃO => Qual ação cabível? - Regido pela Lei do Inquilinato (Lei nº 8.245, de 18/10/1991 – Dispõe sobre as locações dos imóveis urbanos e os procedimentos a elas pertinentes) –Lei Especial – Ação de Despejo – caso o locatário não queira sair ao término do contrato de locação com o locador. Em caso de domínio fático com quem tem a posse indireta; então quem tem a posse indireta pode ajuizar uma ação possessória contra quem tem a posse direta. B) Quanto ao tempo: O Código Civil não diz qual é o tempo. Posse (conceito híbrido); Propriedade (Direito Real) Posse nova (com até um ano e um dia, tem-se uma posse nova) – o próprio rito de Ação Possessória já prevê uma decisão liminar (há requisitos); Liminar é prevista no rito especial da possessória – Posse Nova – até 01 ano e 01 dia. Entra-se com ação, o autor tem que provar que é posse nova. Rito da Ação Possessória no Art. 558 do NCPC. Posse velha (mais de um ano e um dia). Não há pelo rito da possessória a oportunidade de uma liminar. Passou de um ano e 01 dia – não tem liminar no rito – é rito comum. Art. 558/NCPC: (Rito Especial de Ação Possessória) Art. 558. Regem o procedimento de manutenção e de reintegração de posse as normas da Seção II deste Capítulo quando a ação for proposta dentro de ano e dia da turbação ou do esbulho afirmado na petição inicial. Parágrafo único. Passado o prazo referido no caput, será comum o procedimento, não perdendo, contudo, o caráter possessório. AMEAÇA a posse: (Ação de Interdito Proibitório) Perda Parcial da Posse: TURBAÇÃO (Ação de Manutenção de Posse) Perda Total da Posse: ESBULHO (Ação de Reintegração de Posse) Tudo que não é um rito ordinário (comum) é rito especial: Ação até a sentença (mais complexo – RITO ORDINÁRIO) – em uma ação diferente disso, é RITO ESPECIAL. O rito ordinário não tem previsão de LIMINAR (É uma decisão que juízo vai dar em que só teria ao final do processo), mas com uma tutela de evidência e urgência (com isso consegue no início do processo), cumprir na forma de um mandado liminar – decisão do Juízo. O próprio rito especial já há previsão de Liminar. Rito Possessória Especial (Posse Nova) – Liminar Comum (não há liminar – Posse Velha) Tutela de urgência Há requisitos (Rito Comum na Posse Velha) Tutela de Evidência Há requisitos (Rito Comum na Posse Velha) 6 Pode ser que consiga uma liminar preenchendo os requisitos da Tutela de Urgência ou Evidência – esta liminar é fora do Rito Especial, mas preenchendo os requisitos das Tutelas de urgência e evidência há a possibilidade de se conseguir uma Liminar. C) Quanto à presença de vícios: Posse justa – SEM VÍCIO Posse injusta Violência (convalida – mais de 01 ano e 01 dia) COM VÍCIO Precariedade (não convalida) Clandestinidade (convalida) A posse precária é a posse injusta mais odiosa porque ela nasce do abuso de confiança (ex: o comodatário que findo o empréstimo não devolve o bem; o inquilino que não devolve a casa ao término da locação; João pede a José para entregar umlivro a Maria, porém José não cumpre o prometido e fica com o livro, abusando da confiança de João). - Vícios da Posse Injusta – Violência, precariedade (abuso de confiança) e a clandestinidade (sem violência, invade quieto, sem o proprietário saber) - (Posse injusta); - Ação de Usucapião – mostrar que tem posse usucapionem (usucapião), para conseguir a propriedade (Direito Real), mas só consegue propriedade quando a posse é justa. Posse injusta não leva à usucapião – não terá a propriedade. Há possibilidade de obter a posse com vícios de violência e clandestinidade – tempo... até 01 ano e 01 dia (acima disso, deste tempo, poderá a posse com vício ser convalidada). A precariedade não convalida. - Qual a importância? D) Quanto à boa-fé: Tem boa-fé, há repercussão. Posse de boa-fé – tem justo título – ignorando o vício (desconhecer o vício) Posse de má-fé . Boa-fé - art. 1201/CC Art. 113. Os negócios jurídicos devem ser interpretados conforme a boa-fé e os usos do lugar de sua celebração. [...] Art. 1.201. É de boa-fé a posse, se o possuidor ignora o vício, ou o obstáculo que impede a aquisição da coisa. Parágrafo único. O possuidor com justo título tem por si a presunção de boa-fé, salvo prova em contrário, ou quando a lei expressamente não admite esta presunção. . Justo Título – art. 1802, §único/CC Art. 1.801. Não podem ser nomeados herdeiros nem legatários: I - a pessoa que, a rogo, escreveu o testamento, nem o seu cônjuge ou companheiro, ou os seus ascendentes e irmãos; II - as testemunhas do testamento; III - o concubino do testador casado, salvo se este, sem culpa sua, estiver separado de fato do cônjuge há mais de cinco anos; IV - o tabelião, civil ou militar, ou o comandante ou escrivão, perante quem se fizer, assim como o que fizer ou aprovar o testamento. Art. 1.802. São nulas as disposições testamentárias em favor de pessoas não legitimadas a suceder, ainda quando simuladas sob a forma de contrato oneroso, ou feitas mediante interposta pessoa. 7 Parágrafo único. Presumem-se pessoas interpostas os ascendentes, os descendentes, os irmãos e o cônjuge ou companheiro do não legitimado a suceder. . Art. 113/CC – importância da boa-fé Art. 113. Os negócios jurídicos devem ser interpretados conforme a boa-fé e os usos do lugar de sua celebração. E) Quanto à presença de Título: Titulo é todo e qualquer documento que justifica a posse. Prova de propriedade é a escritura pública registrada – deve ser registrada, somente a escritura pública não há a propriedade (REGISTRO é fundado no princípio da publicidade). Um papel não transfere a propriedade, mas dá a razão de estar na posse (justo título) Posse com Título (civil ou jurídica) – (justo título) documento ou papel que dá a razão da pessoa estar na posse. Posse sem Título (natural) – tem a posse sem um título. Ex.: Achou o terreno, entrou e construiu. Usucapião => Ordinária – Se a pessoa tem boa-fé e justo título (10 anos) – tem que provar em juízo (10 anos), não houve invasão ou o proprietário deu para pessoa (parágrafo único do art. 1.238 do CC/02); => Extraordinário (15 anos) – (não se cobra) não tem título ou não possui boa-fé (para dar mais prazo para o verdadeiro dono aparecer). Sem justo título – art. 1.238, caput do CC/02. Pagamento de IPTU ou outros impostos - ocorre à intenção de ter a posse (animus domini) F) Quanto aos efeitos jurídicos: Posse ad interdicta (não conduz ao usucapião) – REGRA A posse ad interdicta é aquela que pode ser defendida pelos interditos através das ações possessórias bastando a posse ser justa, mas que não conduzem a usucapião. Posse ad usucapionem (exceção à usucapião) – o quando tem a possibilidade de levar a usucapião...desde que preencha os requisitos... Já a posse ad usucapionem é aquela que prolonga-se pelo tempo definido em lei e que dá ao seu titular a aquisição do domínio, ou seja, a que enseja o direito de propriedade. Precisa preencher requisitos estabelecidos, como o de ter o animus de dono, por exemplo, para que se configure. REQUISITOS: Mansa Pacífica Duradoura com lapso temporal previsto em lei – Ex.: São 10 anos ininterruptos. Ininterrupta Com intenção de ser dono Justo Título Boa-fé - Ação de Usucapião Ordinário – todos os requisitos; - Ação de Usucapião Extraordinário – Não há justo título e boa-fé. EFEITOS MATERIAIS DA POSSE - Frutos (Usar, fluir dispor e reaver) – Os frutos quando retirados do patrimônio, se renovam (não diminuem o valor do patrimônio); Naturais Industriais Classificação quanto à origem (FRUTOS) 8 Civis - Produtos (são ouro, argila, etc.) – Se retirado, não se renovam (diminuem o valor do patrimônio) Princípio da gravitação jurídica – os assessórios seguem o principal – se dá usufruto, doou os assessórios e o principal. Efeitos materiais da posse (Frutos – são assessórios)- Naturais (frutas de uma mangueira); Civil, (renda é um fruto civil – dinheiro) e industriais. ⇨ Classificação dos Frutos quanto ao estado em que eventualmente se encontrem: - Frutos pendentes (frutos que não foram colhidos) – aluguel que venceu e o dono não recebeu – fruto civil; - Frutos percebidos (frutos colhidos – colhidos e separados); - Frutos estantes (frutos colhidos, separados e armazenados); - Frutos percipiendos (frutos apodrecido ou não colhido no tempo); - Frutos consumidos (não existem mais, pois foram consumidos) Ex.: O invasor entrou e melhorou o ambiente ou o imóvel, o invasor deverá ser indenizado pelos frutos. Frutos é diferente de Produtos: (diferença entre frutos e produtos): Frutos são as utilidades que a coisa principal produz periodicamente, sem perda da substância. Voltando ao exemplo da fazenda, é fruto a safra, mesmo que ainda não colhida — mesmo sequer tendo brotado, como veremos adiante. Já os produtos são as utilidades produzidas com perda de substância e não periodicamente, como o ouro de uma mina. Art. 1214/CC – boa-fé tem direito aos frutos percebidos: Art. 1.214. O possuidor de boa-fé tem direito, enquanto ela durar, aos frutos percebidos. Parágrafo único. Os frutos pendentes ao tempo em que cessar a boa-fé devem ser restituídos, depois de deduzidas as despesas da produção e custeio; devem ser também restituídos os frutos colhidos com antecipação. Art. 1215/CC – Frutos naturais e industriais => colhidos/percebidos => logo que são separados Civis => percebidos dia a dia Art. 1.215. Os frutos naturais e industriais reputam-se colhidos e percebidos, logo que são separados; os civis reputam-se percebidos dia por dia. Art. 1216/CC – má-fé: 9 Art. 1.216. O possuidor de má-fé responde por todos os frutos colhidos e percebidos, bem como pelos que, por culpa sua, deixou de perceber, desde o momento em que se constituiu de má-fé; tem direito às despesas da produção e custeio. Art. 1217/CC – boa-fé: Art. 1.217. O possuidor de boa-fé não responde pela perda ou deterioração da coisa, a que não der causa. (...) Art. 1.219. O possuidor de boa-fé tem direito à indenização das benfeitorias necessárias e úteis, bem como, quanto às voluptuárias, se não lhe forem pagas, a levantá-las, quando o puder sem detrimento da coisa, e poderá exercer o direito de retenção pelo valor das benfeitorias necessárias e úteis. Art. 1218/CC – má-fé – acidentais: Art. 1.218. O possuidor de má-fé responde pela perda, ou deterioração da coisa, ainda que acidentais, salvo se provar que de igual modo se teriam dado, estando ela na posse do reivindicante. EFEITOS MATERIAIS DA POSSE: Art. 92, CC/02 => Bem principal: (Princípio da Gravitação Jurídica) - os acessórios gravitando envolta do principal - se deixar de existir o principal, não mais existirá o acessório. Sãos bens que tem existência própria, autônoma, que existe por si só, abstrata ou concretamente. São exemplos de bens principais o soloque existe por si, concretamente, sem qualquer dependência, e os contratos de locação e compra e venda. => Bem Acessório: são aqueles cuja existência depende do principal. (GONÇALVES, 2012) Segundo o doutrinador, Bem acessório é o que supõe, para existir juridicamente, um principal. Nos imóveis, o solo é o principal, sendo acessório tudo aquilo o que nele se incorporar permanentemente (p. ex., uma árvore plantada ou uma construção), já que é impossível separar a idéia de árvore e de construção da idéia de solo. Nos bens móveis, principal é aquele para a qual as outras se destinam, para fins de uso, enfeite ou complemento (p. ex., uma jóia — a pedra é acessório do colar). Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002 CAPÍTULO II Dos Bens Reciprocamente Considerados Art. 92. Principal é o bem que existe sobre si, abstrata ou concretamente; acessório, aquele cuja existência supõe a do principal. Art. 93. São pertenças os bens que, não constituindo partes integrantes, se destinam, de modo duradouro, ao uso, ao serviço ou ao aformoseamento de outro. Art. 94. Os negócios jurídicos que dizem respeito ao bem principal não abrangem as pertenças, salvo se o contrário resultar da lei, da manifestação de vontade, ou das circunstâncias do caso. Art. 95. Apesar de ainda não separados do bem principal, os frutos e produtos podem ser objeto de negócio jurídico. (Este artigo é com relação aos frutos, ainda que os frutos estejam agarrados com o principal, poderá ser negociado de forma independente) Art. 96. As benfeitorias podem ser voluptuárias, úteis ou necessárias. 10 § 1o São voluptuárias as de mero deleite ou recreio, que não aumentam o uso habitual do bem, ainda que o tornem mais agradável ou sejam de elevado valor. § 2o São úteis as que aumentam ou facilitam o uso do bem. § 3o São necessárias as que têm por fim conservar o bem ou evitar que se deteriore. Art. 97. Não se consideram benfeitorias os melhoramentos ou acréscimos sobrevindos ao bem sem a intervenção do proprietário, possuidor ou detentor. Art. 96, CC/02 => Benfeitorias - Necessárias: A pintura da casa. (pintura de uma casa é necessário, é uma benfeitoria). - Úteis: Ar condicionado - Voluptuárias: A pintura de uma parede com o fim de embelezar e tornar mais agradável o ambiente. Art. 96. As benfeitorias podem ser voluptuárias, úteis ou necessárias. § 1o São voluptuárias as de mero deleite ou recreio, que não aumentam o uso habitual do bem, ainda que o tornem mais agradável ou sejam de elevado valor. § 2o São úteis as que aumentam ou facilitam o uso do bem. § 3o São necessárias as que têm por fim conservar o bem ou evitar que se deteriore. Art. 93, CC/02 => Pertença: (Sentido de embelezar o bem é considerado pertença) – não tem funcionalidade (as regras de benfeitorias não se aplicam as pertenças), se sair do imóvel com pertença, não será indenizado por isso. AFORMOSEAMENTO (embelezamento). Ex.: Um quadro pendurado na sala. Art. 93. São pertenças os bens que, não constituindo partes integrantes, se destinam, de modo duradouro, ao uso, ao serviço ou ao aformoseamento de outro. Art. 1219, CC/02 => Benfeitorias: - Possuidor de boa fé Art. 1.219. O possuidor de boa-fé tem direito à indenização das benfeitorias necessárias e úteis, bem como, quanto às voluptuárias, se não lhe forem pagas, a levantá-las, quando o puder sem detrimento da coisa, e poderá exercer o direito de retenção pelo valor das benfeitorias necessárias e úteis. (Qualquer adição de benfeitorias, ele, o possuidor de boa fé terá direito a indenização – quando ignora o vício “não tem conhecimento sobre os vícios da coisa”.) BENFEITORIAS NECESSÁRIAS para quem é POSSUIDOR DE BOA FÉ => VAI RECEBER INDENIZAÇÃO; BENFEITORIAS ÚTEIS para quem é POSSUIDOR DE BOA FÉ => VAI RECEBER INDENIZAÇÃO; BENFEITORIAS VOLUPTUÁRIAS (ex.: churrasqueira) – POSSUIDOR DE BOA FÉ => PODE RECEBER O PREÇO (receber o preço é o valor que gastou com a mão de obra mais o material) – (Receber indenização é quando há dano material ou moral – DANO, NEXO CAUSAL, CONDUTA “Ação ou Omissão” e o AGENTE CAUSADOR DO DANO, bem como a CULPA “Objetiva ou Subjetiva”) - OU LEVANTAR – SEM DETRIMENTO DO BEM; DIREITO DE RETENÇÃO – Ficar com o bem até que pague a indenização. Art. 1220, CC/02 => Benfeitorias: - Possuidor de má fé Art. 1.220. Ao possuidor de má-fé serão ressarcidas somente as benfeitorias necessárias; não lhe assiste o direito de retenção pela importância destas, nem o de levantar as voluptuárias. (sabe que não deveria estar ali) – devolução do dinheiro gasto pelo invasor (receber as despesas que ele gastou para empreender) – vedação ao enriquecimento sem causa – o dono deverá devolver o valor gasto; ex.: O invasor gastou enorme quantia para melhorar o imóvel, o dono, independente da má fé do invasor, deverá indenizar. BENFEITORIAS NECESSÁRIAS – Vai se indenizado; 11 BENFEITORIAS ÚTEIS – Não recebe indenização; BENFEITORIAS VOLUPTUÁRIAS – Não recebe o preço, nem pode levantar e não tem direito de retenção; NÃO TEM DIREITO DE RETENÇÃO. Pois bem, se o possuidor está de boa-fé (ex: inquilino, comodatário, usufrutuário, etc) terá sempre direito à indenização e retenção pelas benfeitorias necessárias; já as benfeitorias voluptuárias poderão ser levantadas (=retiradas) pelo possuidor, se a coisa puder ser retirada sem estragar e se o dono não preferir comprá-las, não cabendo indenização ou retenção; quanto às benfeitorias úteis, existe mais um detalhe: é preciso saber se tais benfeitorias úteis foram expressamente autorizadas pelo proprietário para ensejar a indenização e retenção. Responsabilização: (art. 1217 e 1218 CC/02) Art. 1.217. O possuidor de boa-fé não responde pela perda ou deterioração da coisa, a que não der causa. (agente de boa fé não responde pela deterioração da coisa ou pela perda – quando (se) não deu causa) Art. 1.218. O possuidor de má-fé responde pela perda, ou deterioração da coisa, ainda que acidentais, salvo se provar que de igual modo se teriam dado, estando ela na posse do reivindicante. (responde pela perda ou deterioração da coisa – responde ainda que acidentalmente). Mesmo que não der causa, vai responder, só não responde se ele provar. Ex.; Invasor, quando acontece alguma coisa acidentalmente – pelo fato de ser invasor, responderá - se o dono puder impedir, vai responder, não tomando providências para evitar o acidente. Princípio da Gravitação Jurídica: Segundo este princípio geral do Direito Civil, o bem acessório segue o principal, salvo disposição especial em contrário (acessorium sequeatur principale) – princípio da gravitação jurídica. Logo, se o negocio jurídico do acessório segue o principal, se este último for nulo o primeiro também o será, um exemplo disto é o acontecimento de uma locação (negocio principal) com a exigência de um fiador (assessório) se o primeiro for nulo o segundo não existirá. EFEITOS PROSSESSUAIS DA POSSE: Interditos Possessórios (são todas as ações possessórias) <=> Ações possessórias (quem tem posse tem direito de promover ação possessória) Ações Possessórias Diretas São três. Ações criadas especialmente para defender a posse. AMEAÇA: Interdito Proibitório: É um tipo de Interdito possessório. Recebe ameaça em relação a sua posse. TURBAÇÃO: Ação de Manutenção da Posse: Perda parcial da posse. ESBULHO: Ação de Reintegração de Posse: Perda total da posse. Princípio da fungibilidade das ações possessórias – art. 554 do NCPC/15 – Se agente ingressar com ação possessória errada, o Juiz deverá receber a ação – do mesmo jeito. O Juiz não pode extinguir a ação, ele vai adaptar para que continue o processo. O Juiz pode mandar emendar a inicial. Há em várias situações, inclusive em recursos. Art. 554. A propositura de uma ação possessória em vez de outra não obstará a que o juiz conheça do pedido e outorgue a proteção legal correspondente àquelacujos pressupostos estejam provados. 12 § 1o No caso de ação possessória em que figure no polo passivo grande número de pessoas, serão feitas a citação pessoal dos ocupantes que forem encontrados no local e a citação por edital dos demais, determinando-se, ainda, a intimação do Ministério Público e, se envolver pessoas em situação de hipossuficiência econômica, da Defensoria Pública. § 2o Para fim da citação pessoal prevista no § 1o, o oficial de justiça procurará os ocupantes no local por uma vez, citando-se por edital os que não forem encontrados. § 3o O juiz deverá determinar que se dê ampla publicidade da existência da ação prevista no § 1o e dos respectivos prazos processuais, podendo, para tanto, valer-se de anúncios em jornal ou rádio locais, da publicação de cartazes na região do conflito e de outros meios. Posse nova => Até 01 ano e 01 dia; somente com relação ao tempo – para saber qual rito vai seguir. Liminar – Rito Especial (art. 558, NCPC) Art. 558 do NCPC. Regem o procedimento de manutenção e de reintegração de posse as normas da Seção II deste Capítulo quando a ação for proposta dentro de ano e dia da turbação ou do esbulho afirmado na petição inicial. Parágrafo único. Passado o prazo referido no caput, será comum o procedimento, não perdendo, contudo, o caráter possessório. Cumulação de pedidos => Possibilidades; pode fazer mais de um pedido. Quando, além da perda da posse, prejuízos com a invasão. Ex.: Ação de Reintegração de Posse combinado com Ação de Indenização. Ação Reintegração de Posse + Ação Indenização. Natureza Dúplice => art. 556, NCPC. (Ação possessória pode ser usada para atacar ou para se defender acusando a outra parte – pedido contra posto (reconvenção) – Um único processo acusado uma parte e a outra parte também acusando, por exemplo). Art. 556 do NCPC. É lícito ao réu, na contestação, alegando que foi o ofendido em sua posse, demandar a proteção possessória e a indenização pelos prejuízos resultantes da turbação ou do esbulho cometido pelo autor. Segundo Wambier, “outro ponto que distingue as ações possessórias das demais é o seu caráter dúplice, consistente em que as posições de autor e réu podem se alternar, sendo lícita a outorga da tutela jurisdicional a qualquer das partes, independentemente do pólo que, inicialmente, tenham assumido. O caráter dúplice, em princípio, afasta a necessidade de reconvenção [...]” Ação de posse velha => Rito comum (posse com mais de 01 ano e 01 dia) => Possibilidade de Liminar em outras oportunidades (Tutela de Urgência ou Tutela de Evidência); é mais difícil conseguir a liminar. Outras ações possessórias indiretas: Defender a posse, mas não foram criadas para isso (para defender a posse indiretamente). Ação de Nunciação de Obra Nova: Faz anunciar ao judiciário uma obra nova – que possui irregularidade (invadindo o terreno de outrem) – pedido para embargar a obra, que pare este obra – pode ser por meio de liminar. Defender uma irregularidade da obra e acaba defendendo também a posse; – Ação de nunciação de obra nova: tem caráter repressivo e visa a impedir a continuação de obras em terreno vizinho que o estejam prejudicando ou se encontrem em desacordo com normas civis e administrativas. Ação de Dano Infecto: Quando a obra já não é nova. A obra já existe (reforma); 13 – Ação de dano infecto: tem caráter preventivo e cominatório, como o interdito proibitório, e pode ser oposta quando haja fundado receio de perigo iminente, em razão de ruína do prédio vizinho ou vício na sua construção. Ação de Embargos de Terceiros ou Devedor: (na defesa da ação de execução) Na Ação de Execução => Bem => Alienação (fazer dinheiro para pagar o credor). Para quem é terceiro faz entrar na ação, quando o bem dela vai sofrer um ato de constrição (penhora) – não tem haver com credor em relação ao devedor; – Embargos de terceiro: é cabível contra atos de constrição judicial, como a penhora, o arresto, o sequestro e a busca e apreensão. Difere-se das possessórias, porque nestas a apreensão do bem é feita por um particular, enquanto nos embargos é efetuada por oficial de justiça, em cumprimento de ordem judicial. Serão legitimados o terceiro senhor e possuidor, ou apenas possuidor. Ação de Imissão de Posse: Colocar na posse; Ex.: a parte tem o usufruto e a outra parte não deixa entrar. É uma ação feita para alguém para tem a imissão da posse; – Ação de imissão na posse: a hipótese mais frequente é aquela em que o autor da ação é proprietário da coisa, mas não possuidor, por haver recebido do alienante só o domínio, pela escritura, mas não a posse. Como nunca teve posse, não pode valer-se dos interditos. O Código atual não tratou da imissão na posse, todavia poderá ser ajuizada sempre que exista uma pretensão à imissão na posse de algum bem. Mencionamos que difere-se da reivindicatória, pois esta cuida de domínio e posse que se perderam por ato injusto de outrem. Na imissão, a situação é diversa: o proprietário pretende a posse que nunca teve. Ação Publiciana: Ação da pessoa tem direito a propriedade e não ingressou com usucapião. Quando tem a posse ad usucapionem => entra com usucapião (ação declaratória – só tem propriedade quando tem um título – reconhecimento do Estado-Juiz que a parte tem direito a propriedade). Quando a parte tem direito à usucapião e, após seu direito adquirido, vem o proprietário e requisita o imóvel, porque ele tem o Registro do Imóvel => então para defender o seu usucapião, a parte que tem o direito (domínio fático) entre com uma ação publiciana. – Ação publiciana: visa à proteção da posse daquele que adquiriu o bem por usucapião. Trata-se de retomada de posse, mas com fundamento na propriedade alcançada pela usucapião. A ação publiciana é ação para a restituição de bem móvel ou imóvel que outrem indevidamente possui. É ação real daquele que adquiriu: é nom domino, por erro na aquisição, de quem não gozava da capacidade de dispor. De início, Baptista da Silva (2002, p. 232), define “Ação de Imissão na posse como meio processual cabível para conferir posse a quem ainda não a tem ou a ação que visa proteger o direito a adquirir uma posse que ainda não disfrutamos”. Como complemento conceitual, atenção para o seguinte julgado. EMENTA. APELAÇÃO CÍVEL. IMISSÃO NA POSSE. CONFIGURADOS OS REQUISITOS PARA IMISSÃO NA POSSE. 1. A ação de imissão na posse, ação real e de cunho petitório, pressupõe a prova do domínio do autor sobre o imóvel, individualização da coisa e demonstração da injustiça da posse exercida pelo réu. No caso, os autores são titulares do domínio e adquiriram o imóvel por meio de arrematação. Em contrapartida, o réu, que reside no imóvel, recusa-se a desocupá-lo sob alegação que tramita ação de usucapião contra os titulares do bem. Motivo insuficiente para manutenção do esbulho possessório. Sentença mantida em seus exatos termos. FACULDADES DE LEGÍTIMA DEFESA DA POSSE (Ameaça ou turbação) e de DESFORÇO IMEDIATO (Esbulho) 14 (AUTOTUTELAS – exercer o meio de defesa dele – REQUISITOS – Defesa imediata e defesa proporcional ao ataque – ex.: Caseiro em invasão de imóvel do proprietário.) O detentor (não tem posse) não pode entrar com ação possessória porque ele não tem posse. Ex. Caseiro (vínculo econômico ou de confiança); mas pode exercer a autotutela => Requisitos: Defesa imediata e proporcional. O possuidor também pode ingressar com ação possessória, quando na Legítima defesa da posse e de desforço imediato, e, possui pré-requisitos: Defesa Imediata: Defesa proporcional ao ataque: FORMATO DE AQUISIÇÃO DE POSSE: Forma originária (sem intermediação de pessoas) => Ato de apresentação de bem móvel (coisa sem dono ou abandonada). Sem a participação de pessoas. Ato de apreensão de um bem móvel por está abandonada. Formas derivadas (com intermediação de pessoas) => Tradição (entrega dacoisa) TRADIÇÃO (Entrega da coisa) Tradição Real: Que de fato acontece. Alguém precisa entregar alguma coisa. Ela realmente acontece. Tradição Simbólica: Quando não pode entregar a coisa, mas uma coisa simbólica. Ex.: Entrega algo que simboliza a coisa. As chaves do apartamento. Tradição Ficta (Ex: Constituto Possessório): De ficção (não acontece na realidade, mas sim na teoria) – Alguém já está com a coisa por alguma razão, e vai continuar na posse por outra razão. Ex.: A pessoa está no bem porque é dono, no entanto vende para Maria (Maria passou a ser dono), que faz uma locação para ele (ex dono), então ele (ex dono) permanece com bem como locatário. A pessoa está na posse por uma razão e continua na posse, agora por outra razão. Não há esta entrega, a entrega é somente por direito. TRANSMISSÃO DA POSSE: (art. 1206; 1203 e 1207 CC/02) Art. 1.203. Salvo prova em contrário, entende-se manter a posse o mesmo caráter com que foi adquirida. Art. 1.206. A posse transmite-se aos herdeiros ou legatários do possuidor com os mesmos caracteres. Art. 1.207. O sucessor universal continua de direito a posse do seu antecessor; e ao sucessor singular é facultado unir sua posse à do antecessor, para os efeitos legais. Art. 1.208. Não induzem posse os atos de mera permissão ou tolerância assim como não autorizam a sua aquisição os atos violentos, ou clandestinos, senão depois de cessar a violência ou a clandestinidade. Art. 1.209. A posse do imóvel faz presumir, até prova contrária, a das coisas móveis que nele estiverem. Como se transmite a posse? => Por sucessão universal e por sucessão singular (são as duas formas de transmissão da posse). A posse tem que continuar da forma que foi passada. 15 Princípio da Continuidade do caráter da posse => A posse mantida por um lapso temporal, pode ser transmitida (usucapião). Os herdeiros podem dar continuidade do lapso temporal para ingressar com o usucapião, caso venha faltar (falecer) o posseiro principal. (art. 1.206 do CC/02); Sucessor Universal (Obrigatório) “Herança Legítima” – deixou uma legítima (geralmente é por falecimento). “COTA, QUINHÃO, LEGÍTIMA e HERANÇA”. (art. 1.207 do CC/02); =>> Continuidade (obrigatória) – Soma de posses = continuidade. Por herança é chamado de continuidade – a continuidade é obrigatória. Mas pode haver uma situação que não interessa somar a posse. Sucessor Singular (Facultativo) “Compra e venda, doação ou legado (testamento deixa um legado)” (art. 1.207, in fine do CC/02) =>> União de Posses (facultativa) – Não precisa de falecimento. Cabe a pessoa dizer se soma ou não. Art. 1.207. O sucessor universal continua de direito a posse do seu antecessor; e ao sucessor singular é facultado unir sua posse à do antecessor, para os efeitos legais. PERDA DA POSSE: Pelo Abandono da Coisa => Derrelição (Res derelicta) – Abandono ou derrelição: Abandona (se achar é dono – perdeu a posse) a coisa – perde a posse – não se confunde com coisa perdida – tem dono, deve devolver (A coisa perdida não é razão perder a posse). Pela Tradição: Entrega da coisa. Pela perda ou destituição da coisa possuída: A coisa não existe mais, não tem como estar com a posse dela. Se a coisa for colocada fora do comércio (bem consumível): Celular é um bem inconsumível (infungível) – A coisa é consumida, não tem mais a coisa. Pela posse de outrem: Invadiu a fazenda e perdeu a posse, no caso no ESBULHO. Pelo Constituto Possessório: A pessoa está na posse por uma razão e continua na posse por outra, ou seja, agora por outra razão. Não há esta entrega, a entrega é somente por direito. Tradição Ficta. COMPOSSE OU COMPOSSESSÃO Condomínio de posse – a posse está com mais de uma pessoa. Mais de um possuidor. COMPOSSE: é a posse exercida por duas ou mais pessoas, como o condomínio é a propriedade exercida por duas ou mais pessoas (1199). A composse pode ser tanto na posse direta como na indireta (ex: dois irmãos herdam um apartamento e alugam a um casal, hipótese em que os irmãos condôminos terão composse indireta e o casal a composse direta). Art. 1.199 do CC/02. Se duas ou mais pessoas possuírem coisa indivisa, poderá cada uma exercer sobre ela atos possessórios, contanto que não excluam os dos outros compossuidores. Tipos: Pró diviso ou divisível: Em favor (favorável) – divisão de fato (real) – consegue-se fazer uma divisão da posse – dá para dividir de fato. Na divisão de direito não haveria condomínio. Caso queiram extinguir o condomínio, um dos herdeiros entra com AÇÃO DE EXTINÇÃO DE CONDOMÍNIO. Fração real (observa onde a pessoa está – consegue saber a divisão do condomínio) Fração ideal (não consegue saber a divisão) 16 Pró indiviso ou indivisível: Não há como dividir – não dá para dividir de fato – Também pode entrar com AÇÃO DE EXTINÇÃO DE CONDOMÍNIO. Fração ideal. PROPRIEDADE (art. 5º, inciso XXII da CRFB/88) Art. 1.228, CC/02 Contituição da República Federativa do Brasil de 1988... Art. 5º [...] (...) XXII - é garantido o direito de propriedade; É taxativo – princípio da tipicidade dos direitos reais // A Constituição de 1988 estão os fundamentos. Atributos (art. 1.228 do CC/02) => Usar; => Fruir/Gozar, inclusive os frutos; => Dispor; => Reaver. Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: (...) XXII - é garantido o direito de propriedade; XXIII - a propriedade atenderá a sua função social; Art. 1.228. O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê- la do poder de quem quer que injustamente a possua ou detenha. § 1o O direito de propriedade deve ser exercido em consonância com as suas finalidades econômicas e sociais e de modo que sejam preservados, de conformidade com o estabelecido em lei especial, a flora, a fauna, as belezas naturais, o equilíbrio ecológico e o patrimônio histórico e artístico, bem como evitada a poluição do ar e das águas. Função social da propriedade § 2o São defesos os atos que não trazem ao proprietário qualquer comodidade, ou utilidade, e sejam animados pela intenção de prejudicar outrem. § 3o O proprietário pode ser privado da coisa, nos casos de desapropriação, por necessidade ou utilidade pública ou interesse social, bem como no de requisição, em caso de perigo público iminente. § 4o O proprietário também pode ser privado da coisa se o imóvel reivindicado consistir em extensa área, na posse ininterrupta e de boa-fé, por mais de cinco anos, de considerável número de pessoas, e estas nela houverem realizado, em conjunto ou separadamente, obras e serviços considerados pelo juiz de interesse social e econômico relevante. (Usucapião coletivo) § 5o No caso do parágrafo antecedente, o juiz fixará a justa indenização devida ao proprietário; pago o preço, valerá a sentença como título para o registro do imóvel em nome dos possuidores. - Características do Direito Real de Propriedade: 1) Direito absoluto, em regra; deve ser relativizado deve ser ponderado. Em alguns casos a posse prevalece sobre a propriedade. Função social da propriedade, contido na Constituição Brasileira; 2) Direito exclusivo – a maior parte das vezes o direito de propriedade é de uma pessoa só – em regra, mas há casos em que o direito de propriedade não é exclusivo; 3) Direito perpétuo – em geral é duradouro; 4) Direito Elástico – os atributos da propriedade – o irá ter os 4 atributos e ora não terá os atributos; 17 Os atributos da propriedade constam no artigo 1.228 do Código Civil, que são: a) Gozar ou fruir; b) Reaver ou buscar a coisa de quem o injustamente possua ou detenha; c) Usar ou utilizar a coisa e d) Dispor ou alienar a coisa. Vale dizer que, quando a pessoatem os quatro atributos, possui a propriedade plena. Se possui um atributo apenas ela é possuidora, de acordo com o artigo 1.196 do mesmo diploma legal. Assim, todo proprietário é possuidor, mas nem todo possuidor é proprietário. Código Civil 5) Direito Complexo – é grande – tem várias regras e situações; 6) Direito fundamental – visto que está na Constituição de 1988; AÇÃO PETITÓRIA = Ação Reivindicatória (em caso de perda da propriedade) – Para obter de volta a propriedade. O Rito é comum => não tem no rito comum o pedido liminar, mas há possibilidade nos casos de tutelas de urgência e evidência. “Art. 1.228 do CC/02. O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou detenha”. Há possibilidade de liminar? Há possibilidade do pedido liminar em casos de tutela de urgência e evidência (NCPC/15). Prazo Prescricional ? da ação petitória – Ação Reivindicatória... Art. 205, CC/02 – 10 anos (prazo prescricional de 10 anos) – entendimento minoritário. Art. 205. A prescrição ocorre em dez anos, quando a lei não lhe haja fixado prazo menor. De acordo com STJ => Imprescritível (caráter eventualmente declaratório) – ação que visa declarar que o agente é dono (entendimento majoritário). Ação para reivindicar a propriedade – pode entrar em qualquer tempo. Propriedade Plena ou Alodial: Quem tem toda a propriedade. Propriedade limitada ou restrita: Parte da propriedade. Nua propriedade => Aquele que possui a titularidade do domínio – está falando no titular do domínio – Posse: titular possui o domínio fático – posse é de fato e não direito; Propriedade – o titular possui o domínio de direito (reaver). O Titular sempre vai ter o atributo de reaver. Domínio útil => Usar/Fluir/Dispor – é de quem está no bem. Usufruto (usar e fruir). Dispor é atributo do proprietário. Propriedade Resolúvel =>Condição (EFI): Evento futuro e incerto => Termo (EFC): Evento futuro e certo => Causa superveniente: É propriedade que pode passar a outra pessoa em razão da condição, termo e uma causa superveniente. Depende de resolução – em determinado momento esta com uma pessoa, podendo passar para outra pessoa em razão de uma causa superveniente, condição ou termo. Tipos: 18 Compra e Venda com cláusula de retrovenda (art. 505 a 508 do CC/02); (Condição) Cláusula Especial de venda com reserva de domínio (art. 521 a 527 do CC/02); (Evento Futuro e Certo) Donatário na doação com cláusula de reversão (art. 547 do CC/02) (Condição) Ingratidão do donatário (art. 557 do CC/02); (Causa Superveniente) Propriedade fiduciária de bens móveis (art. 1361 do CC/02). (Evento Futuro e Certo) a) Compra e Venda com cláusula de retrovenda (art. 505 a 508 do CC/02): Estou com a intenção de comprar um imóvel de um proprietário/vendedor, mas este não tem certeza sobre a venda, então faz o contrato de compra e venda, colocando na escritura uma cláusula em que diz que em até 3 anos ele poderá desistir da venda. O comprador será obrigado a vender este imóvel para o antigo proprietário/vendedor. Durante os próximos 3 anos o anterior proprietário poderá requerer o imóvel por meio de retrovenda. (É UMA CONDIÇÃO). Deve ter previsão no contrato. Art. 505 do CC/02 - O vendedor de coisa imóvel pode reservar-se o direito de recobrá-la no prazo máximo de decadência de três anos, restituindo o preço recebido e reembolsando as despesas do comprador, inclusive as que, durante o período de resgate, se efetuaram com a sua autorização escrita, ou para a realização de benfeitorias necessárias. Art. 506. Se o comprador se recusar a receber as quantias a que faz jus, o vendedor, para exercer o direito de resgate, as depositará judicialmente. Parágrafo único. Verificada a insuficiência do depósito judicial, não será o vendedor restituído no domínio da coisa, até e enquanto não for integralmente pago o comprador. Art. 507. O direito de retrato (retrovenda), que é cessível e transmissível a herdeiros e legatários, poderá ser exercido contra o terceiro adquirente. Art. 508. Se a duas ou mais pessoas couber o direito de retrato sobre o mesmo imóvel, e só uma o exercer, poderá o comprador intimar as outras para nele acordarem, prevalecendo o pacto em favor de quem haja efetuado o depósito, contanto que seja integral. b) Cláusula Especial de venda com reserva de domínio (art. 521 a 527 do CC/02): Compra-se o imóvel parceladamente (ex.: 36 parcelas), e o proprietário fica com a reserva do domínio útil (ele permanece como dono) – ao final das parcelas, o domínio é passado para o comprador. A propriedade está com o proprietário original até o término das parcelas. (EVENTO FUTURO E CERTO - TERMO). Art. 521 do CC/02 - Na venda de coisa móvel, pode o vendedor reservar para si a propriedade, até que o preço esteja integralmente pago. Art. 522. A cláusula de reserva de domínio será estipulada por escrito e depende de registro no domicílio do comprador para valer contra terceiros. Art. 523. Não pode ser objeto de venda com reserva de domínio a coisa insuscetível de caracterização perfeita, para estremá-la de outras congêneres. Na dúvida, decide-se a favor do terceiro adquirente de boa-fé. Art. 524. A transferência de propriedade ao comprador dá-se no momento em que o preço esteja integralmente pago. Todavia, pelos riscos da coisa responde o comprador, a partir de quando lhe foi entregue. Art. 525. O vendedor somente poderá executar a cláusula de reserva de domínio após constituir o comprador em mora, mediante protesto do título ou interpelação judicial. Art. 526. Verificada a mora do comprador, poderá o vendedor mover contra ele a competente ação de cobrança das prestações vencidas e vincendas e o mais que lhe for devido; ou poderá recuperar a posse da coisa vendida. Art. 527. Na segunda hipótese do artigo antecedente, é facultado ao vendedor reter as prestações pagas até o necessário para cobrir a depreciação da coisa, as despesas feitas e o mais que de direito lhe for devido. O excedente será devolvido ao comprador; e o que faltar lhe será cobrado, tudo na forma da lei processual. c) Donatário na doação com cláusula de reversão (art. 547 do CC/02): O doador que é mais idoso, ao morrer, o imóvel que foi doado vai para o donatário. Mas se quem recebeu o imóvel doado morrer, o imóvel retorna para o proprietário que doou – passando para o doador. (CONDIÇÃO) 19 Art. 547 do CC/02 - O doador pode estipular que os bens doados voltem ao seu patrimônio, se sobreviver ao donatário. Parágrafo único. Não prevalece cláusula de reversão em favor de terceiro. d) Ingratidão do donatário (art. 557 do CC/02): Não é acordo de vontade, a lei estabeleceu isso – não há previsão contratual (CAUSA SUPERVENIENTE). É uma previsão legal. Independe do acordo de vontades. Art. 557. Podem ser revogadas por ingratidão as doações: I - se o donatário atentou contra a vida do doador ou cometeu crime de homicídio doloso contra ele; II - se cometeu contra ele ofensa física; III - se o injuriou gravemente ou o caluniou; IV - se, podendo ministrá-los, recusou ao doador os alimentos de que este necessitava. e) Propriedade fiduciária de bens móveis (art. 1361 do CC/02); Propriedade fiduciária (é a propriedade fiduciária surge a alienação fiduciária) ≠ Alienação fiduciária (Adquire-se o dinheiro com o Banco para comprar o bem, este Banco paga ao proprietário do veículo, ficando este com a propriedade do veículo, e o agente fiduciário fica encarregado de pagar as parcelas ao Banco e, somente ao final do financiamento o Banco dá a propriedade ao agente. O bem fica gravado em nome do Banco – gravado em favor do dono. Se não pagar as parcelas (agente) o banco vai entrar com o pedido de apreensão). Isso é um TERMO (Evento Futuro e Certo), pois é certo do Banco dar a propriedade após o pagamento. Art. 1.361 do CC/02 - Considera-se fiduciária a propriedaderesolúvel de coisa móvel infungível que o devedor, com escopo de garantia, transfere ao credor. § 1o Constitui-se a propriedade fiduciária com o registro do contrato, celebrado por instrumento público ou particular, que lhe serve de título, no Registro de Títulos e Documentos do domicílio do devedor, ou, em se tratando de veículos, na repartição competente para o licenciamento, fazendo-se a anotação no certificado de registro. § 2o Com a constituição da propriedade fiduciária, dá-se o desdobramento da posse, tornando- se o devedor possuidor direto da coisa. § 3o A propriedade superveniente, adquirida pelo devedor, torna eficaz, desde o arquivamento, a transferência da propriedade fiduciária. Propriedade APARENTE => Eticidade (Ética) => Boa fé (proteção do terceiro de boa fé) (Não protege as partes originárias) A propriedade aparente visa com a eticidade e boa fé a defesa do 3º adquirente. O terceiro adquirente de boa fé não poderá ser prejudicado - é entendimento minoritário na jurisprudência – vai ser beneficiado independente do ato viciado (boa fé caracteriza a pessoa desconhecer o vício). Ignorar não quer dizer que desconheça. Conhece-se o vício está de má fé. Ocorre com aquele que adquire onerosamente e com boa-fé a propriedade de quem não é dono, aqui resguarda-se a aquisição a non domino. Casos reconhecidos ao Código Civil: 20 Casos: Ato simulado (art. 167, §2º do CC/02); Herdeiro aparente (art. 1.857 do CC/02); Pagamento indevido (art. 879 do CC/02); a) Ato simulado (art. 167, §2º do CC/02): (Inoponibilidade “não pode apresentar contra alguém” do ato simulado frente ao terceiro de boa fé); O outro não pode se opor ao 3º adquirente de boa fé (inoponibilidade). Art. 167 do CC/02 - É nulo o negócio jurídico simulado, mas subsistirá o que se dissimulou, se válido for na substância e na forma. § 1o Haverá simulação nos negócios jurídicos quando: I - aparentarem conferir ou transmitir direitos a pessoas diversas daquelas às quais realmente se conferem, ou transmitem; II - contiverem declaração, confissão, condição ou cláusula não verdadeira; III - os instrumentos particulares forem antedatados, ou pós-datados. § 2o Ressalvam-se os direitos de terceiros de boa-fé em face dos contraentes do negócio jurídico simulado. Se houve ato simulado, o terceiro de boa fé não pode ser prejudicado. O ato simulado pode ser negado para as partes – e o terceiro adquirente não pode ser prejudicado, é inoponível contra todos. O terceiro não tem conhecimento sobre o ato viciado (simulado), sendo assim, não poderá ser prejudicado, com fundamento no art. 167 §2º do CC/02. A relação jurídica verdadeira deve ser preservado para o terceiro de boa fé. b) Herdeiro aparente (art. 1.857 do CC/02): Art. 1.857 do CC/02 - Toda pessoa capaz pode dispor, por testamento, da totalidade dos seus bens, ou de parte deles, para depois de sua morte. § 1o A legítima dos herdeiros necessários não poderá ser incluída no testamento. § 2o São válidas as disposições testamentárias de caráter não patrimonial, ainda que o testador somente a elas se tenha limitado. O terceiro adquirente se não sabia do vício, não podendo ser prejudicado. Se praticar o ato antes da exclusão do herdeiro, o terceiro não pode ser prejudicado. Teoria da Propriedade Aparente. O que praticou o ato (herdeiro aparente) deverá ser responsabilizado. - o herdeiro aparente é aquele que, por ser possuidor de bens hereditários, faz supor que seja o seu legítimo titular, quando, na verdade, não o é, pois a herança passará ao real herdeiro, porque foi declarado não legitimado para suceder, indigno ou deserdado, ou porque foi contemplado em testamento nulo ou anulável, caduco ou revogado; c) Pagamento indevido (art. 879 do CC/02): Art. 879 do CC/02 - Se aquele que indevidamente recebeu um imóvel o tiver alienado em boa-fé, por título oneroso, responde somente pela quantia recebida; mas, se agiu de má-fé, além do valor do imóvel, responde por perdas e danos. Parágrafo único. Se o imóvel foi alienado por título gratuito, ou se, alienado por título oneroso, o terceiro adquirente agiu de má-fé, cabe ao que pagou por erro o direito de reivindicação. Agiu-se de má fé, vai pagar o valor do imóvel mais indenização, mas se recebeu o imóvel de boa fé e vendeu para terceiro de boa fé, esta venda do terceiro ficará preservada, mas a venda concretizada, o valor deverá ser devolvido por aquele que recebeu o imóvel e estava de boa fé. 21 d) Ação Pauliana (art. 161 do CC/02): Fraude contra credores. O terceiro adquirente de boa fé não pode ser prejudicado. Art. 161 do CC/02 - A ação (pauliana), nos casos dos arts. 158 e 159, poderá ser intentada contra o devedor insolvente, a pessoa que com ele celebrou a estipulação considerada fraudulenta (venda das partes para o terceiro adquirente), ou terceiros adquirentes que hajam procedido de má-fé (boa fé não entra na Ação Pauliana) – o terceiro adquirente de boa fé deverá ser protegido, ou seja, a ação de cobrança não poderá se intentada contra o terceiro de boa fé. A Ação Pauliana é o mecanismo de intervenção judicial que o credor dispõe contra o devedor para que ele se abstenha de alienar seus bens a fim de frustrar o pagamento de suas dívidas, uma vez provada a fraude contra credores. Tem o condão de anular o ato fraudulento, proclama a sua ineficácia relativa, tornando imponível ao credor fraudado. Ação Pauliana tem caráter pessoal e não real, já que sua relação jurídica é preexistente entre credor e o terceiro adquirente. Assim a garantia do credor não é real sobre os bens dos devedores. (...) No sistema do nosso Direito Civil, a ação pauliana é inquestionavelmente uma ação de anulação; destina-se a revogar o ato lesivo aos interesses dos credores, tem por efeito restituir ao patrimônio do devedor insolvente o bem subtraído, para que sobre o acervo assim integralizado recaia a ação dos credores e obtenham estes a satisfação de seus créditos; em suma, a ação pauliana tende a anulação do ato fraudulento, fazendo reincorporar ao patrimônio do devedor o bem alienado. Formas de Aquisição da propriedade: DE PROPRIEDADE IMÓVEL Imóvel => Originárias (sem intermediação de pessoas, inclusive, admitindo a aquisição do imóvel originário, transmitirá ao seu titular todos os direitos inerentes à propriedade, contudo, sem qualquer relação com a propriedade anterior, por exemplo, dívidas tributárias não são transferidas ao novo proprietário – sendo, ocupação, usucapião e acessão natural) Derivadas (há intermediação de pessoas, ou seja, a transferência de propriedade vincula-se à relação anterior, transferindo-se ao adquirente os mesmos atributos, restrições e qualidades que se verificaram anteriormente.): Título Universal, é aquela que recai sobre um patrimônio, onde o adquirente sucederá o anterior proprietário em todos os seus direitos reais e processuais, bem como responderá pelas obrigações contraídas em face de terceiros. Título Singular, o adquirente é transferido apenas os direitos, não se tornando ele responsável pelas obrigações pessoais do alienante. Segundo Orlando Gomes (2008), nosso ordenamento jurídico permite a aquisição, à Título Universal, por meio da SUCESSÃO HEREDIÁRIA. Os demais modos de aquisição serão à Título Singular, inclusive na sucessão de legados. Originárias (SPP) => Acessões: Acrescer o seu imóvel. (É o direito em virtude do qual o proprietário de um bem adquire o domínio de tudo àquilo que se aderir inseparavelmente ao seu bem, alterando, quantitativamente e qualitativamente a coisa, podendo configurar forma de aquisição originária ou derivada – Maria Helena Diniz [2010]). => Usucapião: => Outra, é a OCUPAÇÃO: Derivadas (CPP) => Registro: => Sucessão hereditária: AQUISIÇÃO DE PROPRIEDADE ORIGINÁRIA, temos: 22 ACESSÕES (NATURAIS)– Ocorrem quando a incorporação ou acréscimo bem é em decorrência de eventos naturais, sem a influência da atividade humana. Na acessão natural, configura-se como uma forma de aquisição originária, ao passo que nas acessões artificiais e as industriais, bem como a mista, forma de aquisição é derivada. => Ilhas (art. 1.249 do CC/02): => Aluvião (art. 1.250 do CC/02): Sucessivo, Imperceptível e sem indenização => Avulsão (art. 1.251 do CC/02): => Álveo abandonado (art. 1.252 do CC/02) => Acessões ARTIFICAIS: Construções e plantações; => Acessões INDUSTRIAIS: (Nas acessões artificiais e as industriais decorrem da interferência da ação humana para o acréscimo ao bem.) ILHAS: - (NATURAIS – art. 1.249 do CC/02) – Se está no meio do rio, traça um meridiano no meio – a metade de um lado e do outro. “Em correntes comuns ou particulares em virtude de movimentos sísmicos, depósito paulatino de areia, cascalho ou fragmentos de terra; trazidos pela própria corrente, ou de rebaixamento de águas, que deixem descobertos e a seco uma parte do fundo ou do leito do rio.” (Maria Helena Diniz, 2010). Art. 1.249 do CC/02 - As ilhas que se formarem em correntes comuns ou particulares pertencem aos proprietários ribeirinhos fronteiros, observadas as regras seguintes: I - as que se formarem no meio do rio consideram-se acréscimos sobrevindos aos terrenos ribeirinhos fronteiros de ambas as margens, na proporção de suas testadas, até a linha que dividir o álveo em duas partes iguais; (traça um meridiano – as ilhas de cada lado pertencem a cada um dos proprietários ribeirinhos). II - as que se formarem entre a referida linha e uma das margens consideram-se acréscimos aos terrenos ribeirinhos fronteiros desse mesmo lado; III - as que se formarem pelo desdobramento de um novo braço do rio continuam a pertencer aos proprietários dos terrenos à custa dos quais se constituíram. ALUVIÃO: (NATURAIS – art. 1.250 do CC/02) – acréscimo de terra, de forma imperceptível e sucessível – foi depositado naturalmente pelo rio. Estes acréscimos, segundo a dicção legal, se incorporarão ao imóvel a que se aderirem, passando à propriedade do dono do bem principal, sem necessidade de qualquer indenização. Entretanto, se a ação humana concorrer para o aparecimento do terreno aluvial de produção artificial, certamente, desnatura a aluvião, dando ensejo à indenização, quando prejudicial ao interesse alheio, mediante exame pericial. Art. 1.250 do CC/02 - Os acréscimos formados, sucessiva e imperceptivelmente, por depósitos e aterros naturais ao longo das margens das correntes, ou pelo desvio das águas destas, pertencem aos donos dos terrenos marginais, sem indenização. Parágrafo único. O terreno aluvial, que se formar em frente de prédios de proprietários diferentes, dividir-se-á entre eles, na proporção da testada de cada um sobre a antiga margem. Aluvião própria = terra vem – terra depositada. Decorrente de depósitos naturais de terra ou aterros nos terrenos marginais do rio; Aluvião imprópria = água vai – a água vai secando. Decorrente do acréscimo na propriedade ribeirinha por afastamento das águas, descobrindo parte do álveo. AVULSÃO: (NATURAL – art. 1.251 do CC/02) – Diferencia-se do aluvião, por tratar-se de uma violenta movimentação de terra – possui característica essencial, a violência com a qual a porção de terra, considerável e identificável, sai de um prédio para unir-se a outro. A violência e brusquidão com que ocorre o evento faz com que se possa constatar visualmente quem sofreu com a perda da porção de terram e quem tirou proveito deste fato da natureza. NATURAIS de imóvel a imóvel. Exige-se a união de duas coisas, que até então se encontrassem separadas e a caracterização de acessoriedade de uma dessas coisas em comparação a outra. 23 Em virtude disso, a propriedade da porção de terra proveniente da avulsão só será do dono do prédio a que se unir se este indenizar o proprietário lesionado ou se, dentro do prazo decadencial de um ano, ninguém reclamar. Art. 1.251 do CC/02 - Quando, por força natural violenta, uma porção de terra se destacar de um prédio e se juntar a outro, o dono deste adquirirá a propriedade do acréscimo, se indenizar o dono do primeiro ou, sem indenização, se, em um ano, ninguém houver reclamado. Parágrafo único. Recusando-se ao pagamento de indenização, o dono do prédio a que se juntou a porção de terra deverá aquiescer (autorizar a remoção da parte acrescida) a que se remova a parte acrescida. Ganho de terra e outro perdeu terra – gera indenização dentro de um ano – ação de água forte, violenta – gera indenização com prazo máximo (requerer essa indenização no prazo de um ano). ALVÉOLO ABANDONADO: (NATURAL – art. 1.252 do CC/02) – De acordo com o Art. 9º do Código das Águas, é álveo a superfície de terra originariamente coberta por águas, até a extensão que comumente não transborde para a área enxuta. Quando ao alvéolo abandonado, é a modalidade de aquisição de propriedade imóvel por acessão que tem lugar quando um rio, que seca ou que se desvia em virtude de fenômeno da natureza, abandona um álveo. Distingue-se da aluvião impróprio por caracterizar total e permanente abandono do antigo leito do rio, enquanto que o desvio do curso das águas em virtude da aluvião descobre parte do álveo. Art. 1.252 do CC/02 - O álveo abandonado de corrente pertence aos proprietários ribeirinhos das duas margens, sem que tenham indenização os donos dos terrenos por onde as águas abrirem novo curso, entendendo-se que os prédios marginais se estendem até o meio do álveo. O Rio secou então as terras do rio são divididas entre os ribeirinhos. Forma de aquisição de propriedade de imóvel originário... ORIGINÁRIA – Sem intermediação de pessoas (não herda a dívida) => Acessão (divide-se em naturais e artificiais “plantações e construções”). (relação da coisa direto com a pessoa) => Usucapião (há vários tipos de usucapião) OBS: Na acessão natural, configura-se como uma forma de aquisição originária, ao passo que nas acessões artificiais e as industriais, bem como a mista, a forma de aquisição é derivada. DERIVADAS – Com intermediação de pessoas (herda a dívida) => Registro do título (Escritura pública registrada – aquisição da propriedade é por registro e não por escritura) (relação de pessoa para pessoa) => Sucessão hereditária – herdou por legítima, herda a dívida. Compro o bem, e, este tem dívida de IPTU (imposto é da coisa), o novo proprietário deverá pagar a dívida (herda). REGRA DAS PLANTAÇÕES E CONSTRUÇÕES: É considerada formas de aquisição originária, mas também, conforme doutrina podem ser derivadas, além de registro de título e sucessão hereditária. 1º Regra: Art. 1.254 do CC/02: Regra baseada no princípio da gravitação jurídica – os acessórios vão com o principal. Bob é o dono do principal, vai ser dono também dos acessórios. Bob fica com o material e obrigado a pagar o valor dos materiais (agiu de boa-fé, por equívoco), mas se agiu de má-fé, responderá por perdas 24 (indenização). Tem que mostrar uma relação de responsabilidade – o Código prestigia a vedação do enriquecimento ilícito, por isso paga, mesmo agindo de boa-fé. Fundamenta-se no princípio de que o acessório segue o principal, razão pela qual tudo que se incorporar ao solo por consequência de qualquer ação, pertencerá ao dono do solo, cria-se uma presunção juris tantum de que toda construção ou plantação num determinado terreno foram feitas pelo seu proprietário e às suas custas. Art. 1.254. Aquele que semeia, planta ou edifica em terreno próprio com sementes, plantas ou materiais alheios, adquire a propriedade destes; mas fica obrigado a pagar-lhes o valor, além de responder por perdas e danos, se agiu de má-fé. (Aquele que utiliza de insumos alheios para benefício de sua propriedade, adquire estes, porém com a obrigação de pagar-lhes o valorcorrespondente a estes insumos, caso se por má-fé, deverá responder por perdas e danos) 2º Regra: Art. 1.255 do CC/02: Novamente, o acessório segue o principal. Quando alguém planta e constrói em terreno alheio, em que perdem em proveito do proprietário do terreno, os insumos materiais, tem o direito de ser indenizado ao tempo do pagamento, quando de boa-fé, tendo, inclusive, o direito de retenção quando detenha o imóvel, aplicando-lhes os princípios da benfeitoria. Aplica-se quando dos casos de construções ou plantações novas, ou seja, que efetivamente configura-se uma acessão. E caso o valor da plantação ou construção excede consideravelmente o valor do terreno, e, sob o viés de boa-fé, adquirirá a propriedade do solo, mediante justa indenização, a ser fixada judicialmente quando impossível o acordo. Trata-se do caso de acessão invertida, em que a obra ou a plantação passam a ser considerados o bem principal. Art. 1.255. Aquele que semeia, planta ou edifica em terreno alheio perde, em proveito do proprietário, as sementes, plantas e construções; se procedeu de boa-fé, terá direito a indenização. Os valores de materiais usados, ao construir, agrega valor ao material originário no terreno alheio (proprietário), por isso que o proprietário do terreno deve indenizar o dono dos materiais (bom senso) – o dono do material agrega valor quando construir em terreno alheio. Acessão Invertida: Parágrafo único. Se a construção ou a plantação exceder consideravelmente o valor do terreno, aquele que, de boa-fé, plantou ou edificou, adquirirá a propriedade do solo, mediante pagamento da indenização fixada judicialmente, se não houver acordo. O terreno vale R$10.000,00, mas a construção ou plantação que o outro coloca no terreno, torna o imóvel (terreno supervalorizado) – pois o proprietário vai ficar com a construção ou plantação – isso vai fazer com que o dono do material seja indenizado pelo proprietário do imóvel – princípio da gravitação jurídica – os acessórios ficam com o principal – ACESSÃO INVERTIDA – é a inversão do princípio da gravitação jurídica. Aqui o acessório puxa o principal – o proprietário do terreno perde o imóvel para quem tem a posse do acessório, quando o bem acessório tem o valor considerável em relação ao imóvel – bem principal ( (terreno). Maria Helena Diniz (2010), e alguns autores tratam esta hipótese de uma desapropriação privada, que se fundamenta-se na função social da propriedade, quando demandar o pagamento da indenização afastando-se da hipótese de desfazimento da obra ou da plantação. O dono do imóvel é que deveria durante a construção ou plantação, ter-se valido da AÇÃO DE NUNCIAÇÃO DE OBRA NOVA, devendo, estando pronta a obra, prevalecer o trabalho daquele que a edificou em face da inércia do proprietário. 3º Regra: Art. 1.256. Se de ambas as partes houve má-fé, adquirirá o proprietário as sementes, plantas e construções, devendo ressarcir o valor das acessões. (indeniza pela construção no imóvel, no caso o proprietário deve indenizar) 25 Parágrafo único. Presume-se má-fé no proprietário, quando o trabalho de construção, ou lavoura, se fez em sua presença e sem impugnação sua. Todo o trabalho foi feito na presença do proprietário, sem impugnação (má-fé presumida) – o dono do imóvel indeniza pelas acessões – o dono do imóvel deverá indenizar o construtor ou plantador. 4º Regra: Art. 1258 do CC/02: Na hipótese de plantação ou construção em zona limítrofe, dispões o art. 1.258 do CC/02, que ultrapassada esta, os limites do terreno e adentrando parcialmente na propriedade alheia não superior a vigésima parte (IGUAL OU INFERIOR A 5%) desta, o construtor de boa-fé fará jus à propriedade da área invadida, desde que o valor da construção ou plantação exceda o valor da parte invadida. Para tanto, deverá indenizar o correspondente ao solo invadido, assim como a desvalorização da área remanescente. Art. 1.258. Se a construção, feita parcialmente em solo próprio, invade solo alheio em proporção não superior à vigésima parte deste, adquire o construtor de boa-fé a propriedade da parte do solo invadido, se o valor da construção exceder o dessa parte, e responde por indenização que represente, também, o valor da área perdida e a desvalorização da área remanescente. Se a parte por menor ou igual a 5% do terreno invadido, adquire esta se de boa-fé e indeniza (compreende valor subjetivo devido por responsabilização) o proprietário do terreno (valor da área perdida mais desvalorização da área remanescente). É como o construtor comprasse este terreno. 5º Regra: §Único do art. 1.258 do CC/02 : Má-fé, sendo ≤ a 5% Parágrafo único. Pagando em décuplo as perdas e danos previstos neste artigo, o construtor de má- fé adquire a propriedade da parte do solo que invadiu, se em proporção à vigésima parte deste e o valor da construção exceder consideravelmente o dessa parte e não se puder demolir a porção invasora sem grave prejuízo para a construção. Se o valor da construção excede a área invadida em até 5%; se não pode demolir, e o valor da construção exceder a área invadida, ele adquire a propriedade, pagando 10x o valor da indenização. 6º Regra: Art. 1.259 do CC/02: Boa-fé >5% Art. 1.259. Se o construtor estiver de boa-fé, e a invasão do solo alheio exceder a vigésima parte deste, adquire a propriedade da parte do solo invadido, e responde por perdas e danos que abranjam o valor que a invasão acrescer à construção, mais o da área perdida e o da desvalorização da área remanescente; se de má-fé, é obrigado a demolir o que nele construiu, pagando as perdas e danos apurados, que serão devidos em dobro. Quando maior que 5%, mas de boa-fé (o construtor), então este adquire a propriedade do solo invadido – responde por indenização para o proprietário – o valor é o que a invasão acrescer a sua construção + a desvalorização da área remanescente do proprietário. Má-fé >5%– em invasão de má-fé acima de 5%, pode demolir a invasão irregular (o dono do imóvel vai a juízo requerer a demolição) – ou seja, além de demolir (paga o indivíduo para demolir), ainda recebe indenização em dobro. POSSE Ad Usucapionem: É a posse que leva à usucapião. Forma de aquisição de propriedade originária, de título singular. Caracteristicas: 1) Posse com intenção de ser dono: Animus dominis (pagamento do IPTU é uma prova irrefutável) 2) Posse mansa e pacífica: Sem contestação. 26 3) Posse contínua e duradoura, em regra, por determinado lapso temporal previsto em lei – posse que se mantem por um lapso temporal. Lembro, deve ser contínuo, se sair, zera o prazo. Art. 1.243 do CC/02 - O possuidor pode, para o fim de contar o tempo exigido pelos artigos antecedentes, acrescentar à sua posse a dos seus antecessores (art. 1.207), contanto que todas sejam contínuas (posse contínua), pacíficas e, nos casos do art. 1.242, com justo título (sem vício, ou seja, sem violência, sem precariedade e ausente de clandestinidade) e de boa-fé. 4) Posse justa: Posse sem vício. Posse injusta Violência (Convalida) COM VÍCIO Precariedade (Não convalida) Clandestinidade (Convalida) 5) Posse de boa fé Prazo prescricional: Obstação – Sequer começa a correr; Suspenção – Paralisado, retoma do mesmo lugar; Interrupção – Prazo zerado, via de regra, uma única vez (art. 197 a 202 do CC/02) – por exemplo, nos Embargos de Declaração (Apelação, antes e após a sentença, se houver uma obscuridade, entra com Embargos de Declaração). Seção II Das Causas que Impedem ou Suspendem a Prescrição Causas que obstam ou suspendem a prescrição (não correm prazo ou, se paralisado, é retomado no mesmo tempo em que estava) Art. 197. Não corre a prescrição: I - entre os cônjuges, na constância da sociedade conjugal; II - entre ascendentes e descendentes, durante o poder familiar; III - entre tutelados ou curatelados e seus tutores ou curadores, durante a tutela ou curatela.
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