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Processos administrativos no código de trânsito Brasileiro Toda multa é um ato do poder público e todo ato do poder público deve fielmente seguir a Lei sob pena de nulidade, neste caso nosso Código de Trânsito Brasileiro - CTB (Lei n. 9.503/97), Resoluções do Contran (Conselho Nacional de Trânsito), princípios constitucionais e entre outros. Toda infração, por mais leve que seja, deve passar por um processo ou procedimento administrativo para a verificação de sua legalidade pela autoridade de trânsito. É o que dispõe o art. 281 do CTB. Toda autuação de infração de trânsito é por natureza uma ‘penalização’, ou seja, um ato do Estado que adentra na esfera particular do cidadão gerando uma correção, um dano ou uma sanção, portanto, o processo serve para verificar se todas as etapas, prazos e regras foram cumpridos pelo Estado, eis que, antes de se exigir o cumprimento por parte do cidadão, deve o Estado cumprir sua parte. O processo administrativo serve de controle sobre os atos do Estado. É importante saber que, se for identificado qualquer erro na autuação (e atuação) por parte dos órgãos de trânsito todo o processo deve ser declarado nulo e por consequência anular qualquer penalidade sobre o condutor, mesmo que este comprovadamente tenha cometido a infração de trânsito. O processo administrativo de multa em si é dividido em três fases: Feita a autuação - lavratura do auto de infração - nasce o processo, e aqui não se deve confundir autuação com multa. Esta é a primeira fase, oportunidade em que o condutor pode apresentar a defesa da autuação. Protocolada a defesa, será julgada pelo próprio órgão de trânsito responsável pela autuação, na esfera da competência estabelecida pelo CTB e dentro de sua circunscrição (art. 281, CTB), normalmente os Detrans, Ciretrans, DER e etc. Vale ressaltar que o condutor, em todos os atos de julgamento, e da própria autuação, deve receber a notificação, sob pena de nulidade. Nesta primeira etapa, caso o condutor não apresente defesa, o mesmo não terá prejuízos para posteriormente apresentar o recurso contra a multa. Passando para a segunda etapa do processo administrativo: multa. Caso a defesa da autuação não tenha êxito ou mesmo se ela não foi apresentada, a autuação será convertida em multa, o condutor deve ser notificado, desta forma, abre-se o prazo para, desta vez, apresentar o recurso contra a multa, que será dirigido à JARI (Junta Administrativa de Recurso de Infrações). Aqui cabe destacar, ademais, que a autuação é convertida em multa, todavia seus efeitos ainda devem permanecer suspensos por estar em curso o processo, e, atenção, caso o condutor não recorra, perca o prazo, o processo será encerrado e os efeitos da infração serão aplicados: multa e pontuação. E a terceira etapa. Caso o recurso à JARI também não obtenha êxito, novamente, o condutor será notificado e poderá recorrer ao CETRAN (Conselho Estadual de Trânsito). Esta é a última instância administrativa. No geral, informações importantes que destacamos são: Enquanto estiver recurso, sob julgamento, não pode o órgão de trânsito impor ao condutor qualquer penalidade. Também, não estará obrigado o condutor pagar a multa para recorrer, e se pagar e conseguir vencer no processo terá o reembolso dos valores. Por fim, após esgotado o processo administrativo, poderá o condutor se socorrer ao judiciário, inclusive pleiteando medida antecipatória para não perde o direito de dirigir em casos específicos. Acadêmicos: Lucas Moreira Rosa, Midiã Aline de Borba, Jamile Damasceno de Araújo, Geovana Siqueira Cruz e