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Propedêutica Complementar I – Diagnóstico por imagem Thamires Garcia – 2019.1 FÍGADO · Vascularização · Irrigação dupla · Sistema venoso portal: 75% 75% da vascularização é devido a veia porta, que é um sangue pobre em O2, mas rico em nutrientes. Veia porta traz nutrientes intestinais que acabaram de ser absorvidos para serem metabolizados no fígado. · Artéria hepática: 25% · Veias supra-hepáticas drenagem venosa. Drenam diretamente para a veia cava inferior, a qual vem junto ao átrio direito · É importante ter noção da vascularização hepática, pois é a partir dela que será feita a subdivisão em lobo esquerdo e direito e também dos segmentos · Segmentação · Segmentos de Couinaud: I a VIII · Importante para definir onde está a lesão · Funcionalmente independentes: artérias, veias e vias biliares Do ponto de vista cirúrgico são independentes nutrição arterial, portal, drenagem venosa e biliar bem definidos. Ao fazer uma cirurgia e retirar um segmento hepático não haverá tanto prejuízo · Para dividir os segmentos hepáticos são utilizados as veias hepáticas e portais como marcos anatômicos. · O primeiro marco analisado é a veia porta. Quando a veia porta entra no fígado e bifurca, o que fica para cima são os segmentos superiores e abaixo são os segmentos inferiores. · O segundo marco são as veias hepáticas. A veia supra-hepática esquerda separa os segmentos laterais II e III do segmento IV, que está ao lado do ligamento falciforme. A veia hepática média separa o segmento IV dos segmentos mais mediais do lobo direito, que são os segmentos V e VIII. A veia supra-hepática direita separa os segmentos mais laterais do lobo direito, que são os segmentos VI e VII. · Lobos direito e esquerdo, quadrado e caudado Tríade portal: artéria hepática, via viliar e veia porta. TC: Cortes tomográficos axiais do fígado. USG: a distinção dos segmentos hepáticos no ultrassom é mais difícil. · Exames de imagem para estudo do fígado · O Raio X não auxilia nada! · US: · Doppler: aparelho que mede o fluxo vascular. É possível identificar se o fluxo está no sentido do fígado ou se ele é contrário ao fluxo do fígado. Ex.: paciente possui hipertensão portal com cirrose, o fígado fica mais rígido, dessa forma a veia porta terá dificuldade de entrar no fígado e quanto maior a pressão e mais será difícil para a veia porta entregar esse sangue para o fígado. O sangue que está chegando possui velocidade diferente do sangue que está saindo, e isso é identificado pelo doppler. · É método de gatilho, ou seja, de início da propedêutica · Tem alta sensibilidade e especificidade para a maior parte das lesões. · É dificultado pelo biotipo do paciente, como aqueles que possuem DPOC, pois não conseguem fazer inspiração e expiração adequada, não cria janela radiológica suficiente para estudar o fígado. Pacientes com cólon muito distendido por gases e fezes. Pacientes obesos mórbidos, pois o feixe não chega até a profundidade do parênquima hepático. · TC · Deve ser um exame de segunda linha, quando ao US não foi possível identificar ou há dúvida. · É um exame excelente, porém há muita radiação e deve utilizar contraste iodado · RM · Equiparado a TC em termos de qualidade · Grande vantagem de não ter radiação ionizante · Grande vantagem de ter contrastes hepatoespecíficos contrastes específicos para estudar lesões hepáticas · Exame caro e deve haver cooperação do paciente · Elastografia: usa onda de choque de emissão e recepção para estudar a densidade/complacência do fígado, como na avaliação de fígado cirrótico · Biópsia: guiada por US ou TC · Doenças hepáticas difusas · Esteatose hepática · É uma das principais causas de cirrose hepática no mundo · Nos EUA, onde a obesidade é um problema, a esteatose leva a cirrose · Fígado gorduroso · Principais causas: · Alcoólatras e diabéticos até 50% · Não alcoólatras25% · Obesidade · Doença crônica · Excesso de corticoides · Nutrição parenteral · Hepatotoxinas (quimioterapia) · Acúmulo anormal de lipídios (triglicérides) nos hepatócitos · Pode levar a cirrose – esteatohepatite. NASH esteato-hepatite não alcóolica · Achados radiológicos · Hepatomegalia (75%) · Aumento de “gordura" · Exames de imagem · US · Aumento da ecogenicidade: pois a gordura é hiperecogênica referencia: ecogenicidade do rim ou baço. Ex.: Coloca o ultrassom para visualizar fígado e rim simultaneamente. Se o rim estiver menos ecogênico que o fígado, significa que o fígado está com esteatose. Deveria ser praticamente isoecogênico · Atenuação de feixe sonoro: dificuldade de chegar as regiões mais profundas visualizar: · Vasos hepáticos difíceis de serem identificados · Diafragma · Porções hepáticas profundas Fígado mais hiperecogênico (mais branco) em relação ao rim. Fígado normal Fígado com esteatose. Dificuladade em visualizar diafragma e veias hepáticas. Fígado normal · TC · Redução da densidade (o baço como referência) · Fígado 10 UH maior que o baço · Se tiver igual é uma esteatose leve. Se 10 UH a menos = esteatose TC: Fígado com esteatose.. Fígado mais denso que a musculatura ao redor e praticamente isodenso com o baço. TC: Fígado normal. Fígadp mais denso que a musculatura ao redor e praticamente isodenso com o baço. · RM · Gordura tanto em T1 quanto em T2 é hiperintensa · T1 in phase e out of phase (em fase e fora de fase) todas as lesões que contém gordura essa sequencia será útil · Queda de sinal fora de fase RM: Fígado com sinal muito mais escuro /preto. Queda de sinal expressiva faz diagnóstico de esteatose hepática. RM: Fígado normal. TC: Esteatose hepática nodulariforme. Área de aspecto nodular de menor densidade no parênquima hepático. US: Esteatose hepática nodulariforme/ nódulo hiperecogênico estatose hepática focal. Ao invés de ser esteatose hepática difusa será focal. RM: Esteatose hepática nodulariforme. RM: Nódulo que não captava contraste. Queda de sinal expressivo levando ao diagnóstico de nódulo de gordura. Esteatose hepática nodulariforme. · Hepatite aguda · Inflamação de hepatócitos · Principais causas · Viral · Alcoólica · Metabólica · Induzida por drogas · Esteatohepatite · Autoimune · Achados radiológicos inespecíficos · Hepatomegalia · Hipoecogenicidade difusa e hiperecogenicidade periportal · Diagnóstico clínico / laboratorial O diagnóstico da hepatite é clínico e laboratorial. O que é possível determinar com exames de imagem será hepatomegalia, como mostrado na figura, mas isso não fecha diagnóstico, pois diversas doenças cursam com hepatomegalia. · Cirrose hepática · Estágio final de doença crônica do fígado · Principais causas · Alcoólica · Esteatohepatite NASH · Viral · Ocorre necrose dos hepatócitos, por isso há elevação de fosfatase alcalina, GGT, lise celular · Possível visualizar ao US, TC e RM · Leva a hipertensão portal · Leva a carcinoma hepatocelular · Na cirrose hepática ocorre: · Redução volumétrica desproporcional reduz muito mais o lobo direito (mais atrofiado que o lobo esquerdo) · Regeneração nodular · Margens nodulares e serrilhadas · Parênquima heterogêneo e nodular · Aumento da resistência vascular - Hipertensão portal · Ascite estágio final da cirrose que evolui para insuficiência hepáticaEvolução natural da cirrose: Todo fígado cirrótico possui nódulos, pois começam a surgir nódulos regenerativos. Primeiro ocorre lise celular, depois nódulos regenerativos, nódulos displásicos, HCC (hepatocarcinoma) pequeno até HCC grande. Se o paciente com cirrose sobreviver por muitos anos ele vai ter HCC. Possíveis evoluções da cirrose: Não há um padrão estabelecido. Atrofia e fica irregular. Lobo caudado pode ficar mais evidente e hipertrofia do lobo esquerdo. Atrofia maior do lobo direito. Dependendo do grau da cirrose haverá esplenomegalia associada. US: Fígado com esteatose. Contorno irregular/serrilhado. A densidade do parênquima hepático é heterogênea. Redistribuição volumétricacom ascite (é possível perceber a presença de líquido na cavidade). US: fígado normal. Relação de ecogenicidade de referência preservada. Relação com veia cava inferior, veias portas direita e esquerda preservadas. US: Sequência de imagens de fígado com cirrose em diferentes estágios. Ecogenicidade heterogênea, contornos serrilhados e presença de ascite. A presença de ascite indica hepatopatia crônica fibrosante. TC: Densidade de sinal um pouco heterogênea. Alteração morfológica do fígado com contorno irregular e ascite. TC: Atrofia do fígado com ascite e fígado com contornos irregulares. BAÇO Fígado TC: Atrofia do fígado com ascite e fígado com contornos irregulares. Há também associação com esplenomegalia. RM: Atrofia do fígado com ascite e fígado com contornos irregulares. E nódulos presentes.Há também associação com esplenomegalia. · Esquistossomose · Fibrose periportal fibrose de Symmers · Inflamação crônica secundária a depósitos de ovos em vênulas portais · Função hepática geralmente preservada até estágios finais · A fibrose periportal não é causada por destruição de hepatócitos. Os exames laboratoriais, TGO, TGP, fosfatase alcalina, GGT são completamente diferentes. A insuficiência hepática é o estágio final. Os siontomas são mais relacionados ao sangramento de varizes e esplenomegalia do que grau de alteração da função hepática. · Na esquistossomose ocorre: · Contorno hepático irregular · Textura heterogênea · Espessamento / fibrose periportal e da parede da vesícula biliar · Hipertensão portal mais nos estágios inicias que a cirrose compromete mais periportal US: Fígado com esquistossomose. Espessamento ecogênico periportal (lembrando uma estrada). Vesícula biliar com parede bastante espessada secundário a fibrose periportal. US: Fígado normal RM: espessamento periporal (T1 e T2) · Hipertensão portal · Consequência do aumento de pressão hepática · Principais causas: · Hepatopatias crônicas fibrosantes · Esteato-hepatite viral, autoimune · Esquistossomose · Aumento das veias porta, esplênica e mesentérica superior · Esplenomegalia · Alargamento de veias colaterais ocorre circulação colateral decorrente da hipertensão portal US: ausência de fluxo vascular no fígado. Significa que há trombose completa da veia. US: possível determinar o fluxo de sangue entrando ou saindo do fígado. TC: veia porta calibrosa. Hipertensão com veias gástricas e veias esplênicas. Hipertensão portal com varizes no esôfago distal. Fígado levemente atrofiado com ascite e esplenomegalia. Varizes esofágicas adjacentes ao esôfago distal.
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