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Lívia A. Mello Seminário de Saúde e Sociedade Financiamento da Saúde A Ordem Social na Constituição Federal de 88 é formada de diversas áreas. Dentre elas, destaca- se a Seguridade Social, que é composta por um conjunto de ações integradas de saúde, de assistência e da previdência social. As Ações de Saúde, de Assistência e de previdência Social devem ser promovidas de forma Integrada, sem relação de Subordinação. A Seguridade Social compreende um conjunto integrado de ações de iniciativas dos poderes Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência Social. O art. 195 da CF/88 estabelece que a Seguridade Social seja financiada por TODA A SOCIEDADE, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal (DF), dos Municípios e das contribuições sociais. As Contribuições Sociais fazem parte do financiamento da Seguridade Social: 1. Do empregador, incidem sobre: A folha de salários; A receita ou o faturamento; O lucro. 2. Do trabalhador e dos demais segurados da previdência Social, não incidem contribuição sobre a aposentadoria e pensão concedidas pelo regime geral de previdência social; 3. Sobre a receita de concursos de prognósticos 4. Do importador de bens ou serviços do exterior ou de quem a lei a ele equiparar. No art. 196, a saúde é direito de todos e dever do Estado, garantindo mediante políticas sociais e econômicas que visem reduzir o risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e aos serviços para sua promoção, proteção e recuperação. Segundo o art. 197 da CF/88, são de relevância pública as ações e os serviços de saúde. Portanto cabe ao Poder Público dispor, nos termos da lei, sobre sua regulamentação, fiscalização e controle. Sua execução deve ser feita diretamente ou por meio de terceiros e por pessoa física ou jurídica de direito privado. Segundo o art. 198, Os Estados e o Distrito Federal aplicarão, anualmente, em ações e serviços públicos de saúde, no mínimo, 12% da arrecadação da receita estadual, deduzidas as parcelas que forem transferidas para os respectivos Municípios. Os Municípios e o Distrito Federal aplicarão, anualmente, em ações e serviços públicos de saúde, no mínimo, 15% da arrecadação da receita Municipal. Observação: o Distrito Federal, por ser um ente federativo misto, deve aplicar, em ações e serviços públicos de saúde, no mínimo, 12% da arrecadação da receita base estadual e 15% da arrecadação da receita base municipal. Conforme alteração promovida pela Emenda Constitucional nº 86/2015, o custeio da União com a saúde será a receita corrente líquida do respectivo exercício financeiro, a qual não pode ser inferior a 15%. Nos art.199 e art. 200, fala-se sobre a Assistência à saúde na Iniciativa Privada. As Instituições privadas poderão participar, de forma complementar, para do SUS, segundo suas diretrizes, mediante contrato de direito público ou convênio. Têm preferência as entidades filantrópicas e as sem fins lucrativos. É vedada a destinação de recursos públicos para auxílios ou subvenções às instituições privadas com fins lucrativos. A CF/88 e a Lei nº 8080/90 criaram para assistência à saúde no Brasil em relação à intervenção de outros países. A Assistência à saúde, no Brasil, deve ser prestada apenas pelo poder público, por empresas e capitais brasileiros. Os Artigos 8 a 14 falam sobre a organização, direção e Gestão do SUS. As Ações e os serviços de saúde, executados pelo SUS, seja diretamente ou com a participação complementar da iniciativa privada, serão organizados de forma regionalizada e hierarquizada em níveis de complexidade crescente. A direção do SUS é única, de acordo com o art. 198 da Constituição Federal, e exercida em cada esfera de governo pelos seguintes orgãos: 1- No âmbito da União, pelo Ministério da Saúde; 2- No âmbito dos Estados e dos Distrito Federal, pela respectiva Secretaria de Saúde ou órgão equivalente; 3- No âmbito dos Municípios, pela respectiva Secretaria de Saúde ou órgão equivalente. Ainda sobre os Artigos 8 a 14, os Municípios poderão construir consórcios para desenvolver, em conjunto, as ações e serviços de saúde que lhes correspondem. Aplica-se aos consórcios administrativos intermunicipais o princípio da direção única, e os respectivos atos constitutivos disporão sobre sua observância. Em nível municipal, o SUS poderá organizar-se em distritos de forma a integrar e articular recursos, técnicos e práticas voltadas para cobrir totalmente as ações de saúde. De acordo com os princípios da regionalização e da hierarquização da rede de serviços de saúde, o usuário do SUS deve procurar o atendimento de sua necessidade de saúde prioritariamente na UBS. Caso esse nível de atenção não consiga resolver seu problema de saúde, deve ser atendido na média e/ou alta complexidade, a depender da necessidade apresentada. Lei nº 8.142/90: A Lei nº 8.080 também define as atribuições e responsabilidades de cada ente federado (União, Estados, Distrito Federal e Municípios) no que diz respeito à saúde. Há um conjunto de atribuições e responsabilidades que é comum a todos os entes, e um outro que é específico de cada um. Na ocasião da publicação da Lei nº 8.080, o então presidente Fernando Collor de Mello impôs vetos que atingiram pontos fundamentais, como a participação popular. Uma intensa reação da sociedade civil organizada resultou da elaboração da Lei nº 8.142, de 28 de dezembro de 1990, que dispõe sobre a participação da comunidade na gestão do SUS e sobre as transferências intergovernamentais de recursos financeiros na área da saúde. Decreto nº 7.508/11: regulamenta a Lei 8080/90, para dispor sobre a organização do Sistema Único de Saúde (SUS), o planejamento da saúde, a assistência à saúde e a articulação interfederativa. Considera-se: 1 – Região de saúde: Espaço geográfico contínuo construído por agrupamentos de municípios limítrofes, delimitado a partir das identidades culturais, econômicas e Sociais e de redes de comunicação e infraestrutura de transporte compartilhados, com a finalidade de integrar a organização, o planejamento e a execução de ações e serviços de saúde; 2 – Contrato Organizacional da Ação Pública da saúde (COAP): acordo de colaboração firmado entre entes federativos, com a finalidade de organizar e integrar as ações e os serviços de saúde na rede regionalizada e hierarquizada, com definição de responsabilidades, indicadores e metas de saúde, critérios de avaliação de desempenho, recursos financeiros que serão disponibilizados, forma de controle e fiscalização de sua execução e demais elementos necessários à implementação integrada das ações e dos serviços de saúde. 3 – Portas de Entrada: Serviços de atendimento inicial à saúde do usuário no SUS. 4 – Comissões Intergestoras: Instâncias de pactuação consensual entre os entes federativos para definir as regras da gestão compartilhada do SUS. 5 – Mapa da saúde: descrição geográfica da distribuição de recursos humanos e de ações e serviços de saúde ofertados pelo SUS e pela iniciativa privada, considerando-se a capacidade instalada existente, os investimentos e o desempenho aferido a partir dos indicadores de saúde do sistema. 6- Rede de Atenção à Saúde: Conjunto de ações e serviços de saúde articulados em níveis de complexidade crescente, com a finalidade de garantir integralidade da assistência à saúde. 7 – Serviços Especiais de Acesso Aberto: Serviços de Saúde específicos para atender à pessoa que, em razão de agravo ou de situação laboral, necessita de atendimento especial. 8 – Protocolo Clínico e Diretriz Terapêutica: Documento que estabelece os critério para o diagnóstico da doença ou do agravo à saúde; o tratamento preconizado,com os medicamentos e demais produtos apropriados, quando couber; as posologias recomendadas; os mecanismos de controle clínico; e o acompanhamento e a verificação dos resultados terapêuticos, a serem seguidos pelos gestores do SUS. O NOB-SUS/1991,1992,1993 E 1996: As NOBs-SUS foram editadas com objetivo de colaborar com a implantação do SUS. No entanto a NOB 91 e em parte a NOB 92 dificultaram o processo de descentralização e financiamento do SUS, visto que estavam atreladas às diretrizes do Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social (INAMPS). Depois de movimentos de mobilização popular, foram editadas as NOB-SUS 1993 e 1996, com a finalidade de efetivar a implantação do SUS. Definiram as competências de cada esfera de governo e as condições necessárias para que os estados e municípios possam assumir as responsabilidades de gestão e resentaram as ações necessárias para implantação do SUS, respeitando as disposições da CF/88 e das Leis 8080 e 8142/90. Seus Objetivos foram: 1. Induzir e estimular mudanças no SUS; 2. Aprofundar e reorientar a implantação do SUS; 3. Definir objetivos estratégicos prioridades, diretrizes e movimentos tático-operacionais; 4. Regular as relações entre seus gestores; 5. Normatizar o SUS. NOB 91 Objetivos: Dificultar o processo de FINANCIAMENTO e DESCENTRALIZAÇÃO do SUS, favorecendo as Instituições Privadas. Características: 1. Equiparou prestadores públicos e privados, no que se refere à modalidade de financiamento, que passou a ser, em ambos os casos, por meio de pagamento pela produção; 2. Centralizou a gestão do SUS em nível federal (INAMPS), o que dificultou o processo de descentralização e municipalização; 3. Estabeleceu o Instrumento Convenial como forma de transferência de recursos do INAMPS para os estados, o Distrito Federal e os municípios, com o objetivo de burocratizar e dificultar a transferência de recursos do Fundo Nacional de Saúde (FNS) para os fundos estaduais e municipais de saúde; 4. Implantou o Sistema de Informações Ambulatoriais do SUS (SIA/SUS). NOB - SUS 92 Objetivos: Manteve o INAMPS como órgão responsável pelo repasse de recursos Financeiros aos municípios e estados. Continuou utilizando o instrumento convenial como forma de transferir os recursos para os estados e os municípios. Características: Com a extinção do Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social (INAMPS), por meio da Lei nº 8.689/93, o Ministério da Saúde tornou-se a única autoridade Sanitária em nível federal; as SES, em âmbito estadual e as SMS, em âmbito municipal. Assim, alcançou-se a direção única em cada esfera de governo defendida na Constituição de 1998. NOB – SUS 93 Objetivos: Formalizou os princípios aprovados na 9ª Conferência Nacional de Saúde (1992), que teve o tema central: “A municipalização é o caminho”. Desencadeou um amplo processo de municipalização da gestão com habilitação dos municípios nas condições de gestão criadas (incipiente, parcial e semiplena). Características (Principais ações): 1 – Criou a transferência financeira regular e automática (fundo a fundo) do teto global da assistência para municípios em gestão semiplena, o que facilitou o processo de transferência de recursos do SUS da União para os demais entes federativos; 2 – Descentralizou a gestão das ações e dos serviços de saúde para os municípios e possibilitou a habilitação para o recebimento de recursos fundo a fundo; 3 – Criou as Comissões Instergestoras Bipartite (CIB) e a comissão intergestora Tripartite (CIT); 4 – Definiu o papel dos estados de forma frágil, mas eles passaram a assumir o papel de gestores do sistema estadual de saúde; 5 – Desencadeou um amplo processo de municipalização da gestão com habilitação dos municípios nas condições de gestão criadas (incipientes, parcial e semiplena). NOB – SUS 96 Objetivos: A ênfase foi para a municipalização, o financiamento e o mecanismo de Gestão do SUS. Definiu o papel e a responsabilidade de cada esfera de governo na Construção do SUS. o Em Municípios: 1. Gestão Plena de atenção Básica: Conferiu autonomia gerencial para os municípios administrarem os serviços básicos de ambulatório, vigilância sanitária e epidemiológica, controle, avaliação e programação do sistema municipal de saúde. 2. Gestão Plena de Sistema Municipal: Conferiu maior autonomia administrativa para os municípios. o Em Estados: 1. Gestão Avançada do Sistema Estadual: Conferiu menor grau na autonomia gerencial. 2. Gestão Plena do Sistema Estadoal: Conferiu maior grau na autonomia gerencial. Características (ações): 1. Fortaleceu as diretrizes e os princípios do SUS, com ênfase à municipalização, ao financiamento e aos mecanismos de gestão do SUS; 2. Definiu o papel e a responsabilidade de cada esfera de governo para a construção do SUS; 3. Aumentou participação percentual da transferência regular e automática (fundo a fundo) dos recursos Federais para os Município; 4. Fortaleceu a gestão do SUS, de forma compartilhada pactuadas em os governos municipais, estaduais e federal, por meio da CIB e da CIT; 5. Criou o piso de atenção básica (PAB), a fração ambulatorial especializada (FAE) e a autorização de procedimentos de alta complexidade/custo (APAC); 6. Aprimorou o planejamento e a definição de orientação para elaborar a Programação Pactuada e Integrada (PPI); 7. Aumentou a participação percentual da transferência regular e automática (fundo a fundo) do recursos federais para os estados e os municípios e inclui nessa modalidade os mecanismos: PAB, FAE, PSF, PACS, IVR, PBVS, IVISA. Atenção Básica e PSF Atenção Básica consiste no primeiro contato que a população tem com o Sistema de Saúde, tanto em questão de tratamento quanto em prevenções. A política de Atenção Básica consiste em diversas ações, tanto medicinais quanto sanitárias, que buscam tratar e prevenir doenças – tanto que a doença não se agrave, como por tratamentos e diagnósticos, quanto evitar que ela ocorra, por medidas sanitárias e de promoção à saúde. Podem ser ações tanto coletivas quanto individuais. Estas ações contam com diversas equipes interdisciplinares, que vão trabalhar nos territórios previamente definidos. Nestas políticas, a Saúde da Família se encontra como prioridade, em quesito de estratégia. Além de seguir os princípios do SUS (Universalidade, Equidade, Integralidade, Hierarquização e Controle Social), a Atenção Básica possui os seus próprios princípios. São eles: 1. Acessibilidade: que os cuidados possam ser acessíveis para todos. 2. Vínculo: os postos de atenção básica criam vínculo com aqueles que são atendidos. Como os ACS que cadastram a população assistida. 3. Coordenação: garantir o cuidado contínuo nos diferentes níveis de atenção. 4. Cuidado contínuo: os ACS, por exemplo, que fazem visitas regulares aos assistidos pela UBS da localidade. 5. Territorialização e Adscrição da clientela: as micro áreas e os cadastros. 6. Responsabilização 7. Humanização: fornecimento de um cuidado que compreenda a situação na qual o indivíduo está inserido. De uma forma geral, há busca por diminuir problemas graves, mas comuns na sociedade, como hipertensão, diabetes mellitus e desnutrição infantil. Também há prevenção e luta contra doenças infectocontagiosas, como tuberculose e hanseníase. Dentro das prioridades dos cuidados estão as seguintes áreas: Saúde da criança, Saúde da mulher, Saúde do idoso, Saúde bucal. Há elementos fundamentais como a Capacidade de organizar os serviços e a rede de atenção, Prestação de serviços, Desempenho clínico e Resultados. Os municípios e o DF são os responsáveis para cumprir os princípios, organizar e executar a Atenção Básica em seu território. O Financiamento da Atenção Básica é Tipartite; ou seja, é financiadopelas três esferas de governo: Estadual, Municipal e Federal. O piso é constituído no componente federal, sendo composto por uma fração fixa e outra variável. O Piso Fixo é um valor que se destina para todos os municípios. Ele é calculado com base na população, bem como o valor per capita. Este valor é direcionado para consultas médicas, visita e atendimentos do PSF, vacinação assistências, pequenas cirurgias, ACS e UBS. O Piso Variável, por sua vez, são recursos destinados par a implantação de estratégias de reorganização da atenção à saúde. Logo, quanto mais se organiza a atenção básica, maior será o piso variável. Determinantes sociais de saúde Processo saúde-doença: Em síntese, em termos da determinação causal, pode-se dizer que ele representa o conjunto de relações e variáveis que produz e condiciona o estado de saúde e doença de uma população, que se modifica nos diversos momentos históricos e do desenvolvimento científico da humanidade. As diversas definições de Determinantes Sociais de Saúde (DSS) expressam, com maior ou menor nível de detalhe, o conceito atualmente bastante generalizado de que as condições de vida e trabalho dos indivíduos e de grupos da população estão relacionadas com sua situação de saúde. Para a Comissão Nacional sobre os Determinantes Sociais da Saúde (CNDSS), os DSS são os fatores sociais, econômicos, culturais, étnicos/raciais, psicológicos e comportamentais que influenciam a ocorrência de problemas de saúde e seus fatores de risco na população. Determinantes da saúde (DSS) são as condições sociais em que as pessoas vivem e trabalham ou "as características sociais dentro das quais a vida transcorre.” Desafios entre determinantes sociais e saúde - hierarquia de determinações entre os fatores mais gerais de natureza social, econômica, política e as mediações através das quais esses fatores incidem sobre a situação de saúde de grupos e pessoas. Brasil é o único país da América Latina cuja Constituição prevê o acesso universal como direito, tendo o SUS nas Leis da República. Práticas de saúde: Fomentar a promoção da saúde (Políticas inter-setoriais coerentes; IEC em torno dos fatores de risco: tabagismo, atividade física, dieta, comportamento sexual, educação para o trânsito e outros). Reforçar a prevenção (Introdução de novas vacinas: HPV, rotavírus, Pentabrasil e outras; A “nova prevenção”: customização e protocolização). Modelo de DSS: Dahlgren e Whitehead Tomando o modelo de camadas de Dahlgren e Whitehead, o primeiro nível relacionado aos fatores comportamentais e de estilos de vida indica que estes estão fortemente influenciados pelos DSS, pois é muito difícil mudar comportamentos de risco sem mudar as normas culturais que os influenciam. Atuando-se exclusivamente sobre os indivíduos, às vezes se consegue que alguns deles mudem de comportamento, mas logo eles serão substituídos por outros (ROSE, 1992). Para atuar nesse nível de maneira eficaz, são necessárias políticas de abrangência populacional que promovam mudanças de comportamento, através de programas educativos, comunicação social, acesso facilitado a alimentos saudáveis, criação de espaços públicos para a prática de esportes e exercícios físicos, bem como proibição à propaganda do tabaco e do álcool em todas as suas formas. O segundo nível corresponde às comunidades e suas redes de relações. Como já mencionado, os laços de coesão social e as relações de solidariedade e confiança entre pessoas e grupos são fundamentais para a promoção e proteção da saúde individual e coletiva. Aqui se incluem políticas que busquem estabelecer redes de apoio e fortalecer a organização e participação das pessoas e das comunidades, especialmente dos grupos vulneráveis, em ações coletivas para a melhoria de suas condições de saúde e bem-estar, e para que se constituam em atores sociais e participantes ativos das decisões da vida social. O terceiro nível se refere à atuação das políticas sobre as condições materiais e psicossociais nas quais as pessoas vivem e trabalham, buscando assegurar melhor acesso à água limpa, esgoto, habitação adequada, alimentos saudáveis e nutritivos, emprego seguro e realizador, ambientes de trabalho saudáveis, serviços de saúde e de educação de qualidade e outros. Em geral essas políticas são responsabilidade de setores distintos, que freqüentemente operam de maneira independente, obrigando o estabelecimento de mecanismos que permitam uma ação integrada. O quarto nível de atuação se refere à atuação ao nível dos macrodeterminantes, através de políticas macroeconômicas e de mercado de trabalho, de proteção ambiental e de promoção de uma cultura de paz e solidariedade que visem a promover um desenvolvimento sustentável, reduzindo as desigualdades sociais e econômicas, as violências, a degradação ambiental e seus efeitos sobre a sociedade Promoção de saúde: Refere-se a medidas que não se dirigem a doenças específicas, mas que visam aumentar a saúde e o bem estar. Implica o fortalecimento da capacidade individual e coletiva para lidar com a multiplicidade dos determinantes e condicionantes da saúde. É uma estratégia de articulação transversal na qual se confere visibilidade aos fatores que colocam a saúde da população em risco e às diferenças entre necessidades, territórios e culturas presentes no nosso País, visando à criação de mecanismos que reduzam as situações de vulnerabilidade, defendam radicalmente a equidade e incorporem a participação e o controle sociais na gestão das políticas públicas. A promoção é um processo de ação integrada e multidisciplinar, que alcança as dimensões sociais, políticas, econômicas e culturais. Promover saúde é lidar com a política e a administração pública, e trabalhar em parceria com diferentes segmentos da sociedade, população, organizações nacionais e internacionais que resultam em melhores condições de vida para a população. Prevenção a saúde: é preparar, chegar antes de, impedir que se realize. Exige ação antecipada, baseada no conhecimento da história natural da doença para tornar seu progresso improvável. Implica o conhecimento epidemiológico para o controle e redução do risco de doenças. Existe as prevenções: primária, secundária, terciária e quaternária.
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