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História da educação tema 2 Educação na idade média

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História da educação tema 2 Educação na idade média
Definição
Educação na Europa Ocidental no período da Idade Média (entre os séculos V e XV). Legados medievais na forma de pensar a Educação: Artes Liberais, “monopólio” do campo educacional pelo clero, influência árabe para a cultura europeia, método de ensino da Escolástica e aparecimento das universidades. 
Propósito
Demonstrar que a base da Educação ocidental é fortemente influenciada pelas tradições educacionais desenvolvidas na Idade Média, em especial o papel da Igreja e a formação moral do sujeito, marca recorrente ainda na maneira como a Educação é vista e empreendida no Brasil e no mundo.
Como se entende a idade média ?
Castelos e princesas, lembrando as histórias infantis? 
Lutas de espadas e as ações da Igreja, como nos filmes e séries?
Professores que explicam que a Idade Média era a Idade das Trevas?
Essas visões construídas fazem parte do nosso cotidiano e têm relação com os iluministas, que queriam se afirmar contra o pensamento da Igreja. Além disso, há o Romantismo, que idealizou as figuras do cavaleiro e da donzela e, por fim, o cinema e a literatura contemporânea que veem com certo fascínio a Idade Média.
A tarefa de resumir a Idade Média a esses conceitos é difícil, pois um milênio não é representado por uma coisa só. De fato, esse olhar europeu só tem sentido se pensamos nos legados medievais. As sociedades atuais são frutos de influências europeias e do seu auge, que gerou o colonialismo e o imperialismo. Esse período fez com que as instituições europeias e suas diversas formações dessem base às nossas estruturas sociais, políticas e, principalmente, educacionais.
A Idade Média concentra os fundamentos da moral ocidental, marcados pela tradição judaico-cristã da Igreja. As referências da Antiguidade foram reconstruídas e marcam nossa forma de ver o mundo. Apesar de ter sido reconhecida de maneira pejorativa como apenas um período de transição, uma época de trevas, a Idade Média apresenta práticas que fazem parte de nosso cotidiano mesmo que nós não percebamos.
Nosso objetivo, portanto, é demonstrar que as tais trevas tinham intelectuais importantes, debates vigorosos, além de disputas entre grupos sociais para organizar e manter a Educação.
1º Módulo
Identificar as principais características da transição da Educação entre a Antiguidade e a Idade Média
A Idade Média é um período marcado pelo surgimento de um novo tipo de intelectual na Europa Ocidental: os padres cristãos. Esse grupo foi o principal responsável por manter uma Educação formal (escolas) na Europa entre os séculos V e XV. Os primeiros a inaugurarem esse novo pensamento são conhecidos como membros da Patrística =(Nomenclatura adotada para englobar os principais intelectuais que construíram os dogmas, as bases filosóficas e as práticas da Igreja Romana, que seria conhecida posteriormente pelo nome de Igreja Católica. O termo significa pais da Igreja, mas poderíamos também apresentá-lo como inauguradores da filosofia cristã, que muito contribuíram para o conhecimento e para a Educação.)
A Igreja Cristã foi a única instituição que atravessou todo o período de transição da Antiguidade para a Idade Média.
Em meados do século III, o Império Romano apresentava graves sinais de crise econômica e política. Na busca de reformulações que permitissem sua permanência, foram procuradas novas formas de governo – chega-se a ter quatro imperadores de uma só vez. 
Outra tentativa foi a organização das mensagens e preceitos religiosos que dessem sentido à nova construção imperial. Quando o Imperador Constantino se converteu ao cristianismo, houve um movimento que pode ser interpretado como uma tentativa de coesão pela religião. 
Mesmo assim, após a fragmentação do Império Romano Ocidental, a Educação foi creditada à Igreja, já que valorizava os princípios educacionais herdados da Antiguidade para ocupação dos seus quadros e para sua pregação.
Fragmentação do Império Romano Ocidental No lugar de um império, passamos a ter reinos menores, conhecidos como “reinos bárbaros”. Esses reinos tinham um modelo político aristocrático – o rei comandava um conselho de senhores em que cada um mandava na sua região – e passaram a ter forte relação com a Igreja depois da conversão dos reis e de seus povos germânicos ao cristianismo.
O diálogo entre esses grupos foi iniciado pela religião cristã e gerou, com a conversão, a construção de um novo mundo. 
O império romano deixou de existir, tornou-se um conjunto fragmentado de reinos com a mistura de três grandes tradições: 
1. As romanas - com a maior parte da população. 
2. As germânicas - reunião de características dos novos senhores. 
3. A cristã – grupo que se difundia e se fazia presente no cotidiano, marcando intensamente a Educação no período.
Constantino, primeiro imperador cristão, foi canonizado pela Igreja Ortodoxa.
A Igreja, por meio de seus membros, transmitiu uma mistura das culturas antigas (greco-romana) cristianizadas. Sua pregação era levada às praças, para o cotidiano dos reis, para todos que ouviam a Igreja, fazendo com que a Educação fosse difundida por meios não formais. No entanto, sua estrutura de manutenção era formal, organizada em centros de formação desses clérigos.
A Igreja, por meio de seus membros, transmitiu uma mistura das culturas antigas (greco-romana) cristianizadas. Sua pregação era levada às praças, para o cotidiano dos reis, para todos que ouviam a Igreja, fazendo com que a Educação fosse difundida por meios não formais. No entanto, sua estrutura de manutenção era formal, organizada em centros de formação desses clérigos.
O saber antigo preservou-se nos livros que os mosteiros e as igrejas agasalharam carinhosamente (NUNES, 2018). 
Mosteiros =Os mosteiros possuíam bibliotecas e recebiam hóspedes vindos das regiões mais diversas. Nesses locais, eram desenvolvidas as tecnologias dos óculos, as melhorias das técnicas de irrigação, de produção de fermentados (incluindo pão e cerveja) e até estudo das ervas (inclusive medicinais).
Os mosteiros eram verdadeiros ambientes educacionais presentes e disseminados por toda Europa, norte da África e Oriente Próximo durante o período medieval.
Curiosidade histórica
O clero impulsionou fundamentalmente o fenômeno de latinização nos séculos IV e V, o que representou o embrião das línguas neolatinas, fio condutor que fez possível também a transmissão de elementos culturais da Antiguidade Clássica até a Baixa Idade Média.
Línguas neolatinas
Italiano, francês, espanhol, catalão, galego, português e romeno são exemplos de línguas neolatinas.
Católica
O termo católico, derivação da palavra grega katholikos, que significa universal, passou a ser adotado pela Igreja no século XII, mas, mesmo antes, muitos dos seus membros já utilizavam esse nome. 
Renascimento
Movimento do fim da Idade Média em que intelectuais, pintores e filósofos alegavam recuperar os valores romanos. Na prática, esses valores nunca desapareceram, só foram adaptados à forma de um discurso cristão.
Nessa época, a Igreja Católica foi muito importante para o desenvolvimento da ciência e para a preservação da cultura. Além disso, foi fundamental na manutenção da Educação. Os monges copistas foram responsáveis pela armazenagem do saber, pois copiavam e guardavam os registros escritos. Assim, toda a produção de conhecimento nas civilizações antigas – principalmente dos sábios gregos – foi preservada e retomada no período do Renascimento.
Mesmo com a expansão do cristianismo, ainda na Antiguidade, bem como nos séculos subsequentes, os jovens romanos e cristãos frequentavam as mesmas escolas, liam os mesmos textos, recebiam a mesma instrução. O ensino da cultura clássica era necessário, sobretudo para aqueles oriundos das classes médias e altas, que formariam os quadros das carreiras administrativas. 
Por conta dessa característica, a cultura clássica influenciava os principais intelectuais da Igreja de forma intensa. 
O modelo educacional da Igreja era uma cópia do modelo do Império Romano.
A arte da transição é umbom exemplo dessa mistura. De um lado, a forma é romana, de outro, o discurso é cristão. Repare nesta imagem. A Bíblia e a cruz, o pergaminho em grego e as roupas da nobreza.
As obras clássicas foram adotadas, seus pensadores reconhecidos, sua forma de educar valorizada, mas os objetivos e formas universalistas foram abandonados e substituídos por elementos cristãos
Por outro lado, a cultura romana também foi muito influenciada pelo catolicismo. As pinturas, as esculturas e os livros eram marcados pela temática religiosa. Os vitrais das igrejas apresentavam cenas bíblicas, pois essa era uma forma didática de transmitir o evangelho a uma população quase toda formada por iletrados. Assim como os romanos faziam com seus monumentos e afrescos, a Igreja repaginou e permaneceu com sua utilização.
Correntes filosóficas medievais
Pode-se dividir, de forma generalista, a Idade Média, no que diz respeito à Educação, em duas linhas principais: 
Agostinho de Hipona
 Patrística Pretende expor racionalmente a doutrina religiosa, com destaque para Agostinho de Hipona.
Tomás de Aquino
 Escolástica
Predominante nos espaços escolares durante o Renascimento Carolíngio e readaptada a partir do racionalismo cristão e de Tomás de Aquino.
O termo patrística foi criado para designar os primeiros intelectuais da Igreja Romana, como Justino, Tertuliano, Orígenes, Atenágoras, Clemente. No entanto, dedicaremos nosso olhar a um membro tardio, mas fundamental para a Educação na Idade Média: Agostinho de Hipona
A Patrística se configurou como uma corrente de pensamento fundada pelos padres da Igreja Católica que procuravam estabelecer uma concepção racional dos fundamentos dos dogmas da fé cristã e uma resposta às suas perspectivas antagônicas, que eles denominavam de heresias.
Fé cristã
O cristianismo não nasceu de forma espontânea. Ele precisou da ação de muitos homens. Dependeu dos Atos dos Apóstolos, liderados por Paulo de Tarso e sua disseminação da religião entre os gentios. Uma vez que a religião chega ao Mediterrâneo, ela passa a ser disseminada e ganhar características helenísticas, com a valorização da retórica, a construção de uma dialética singular, o que exigia a formação de grupos de especialistas, que, de fato, organizavam a mensagem de Deus. Vários nomes são importantes nessa estrutura, como Jerônimo – que organizou a primeira versão da Bíblia, chamada de Vulgata –, Cirilo de Alexandria, que levava tantos a ouvirem sua pregação que era necessário organizar filas para entrada e saída para evitar que pessoas fossem pisoteadas.
Educação
A base do pensamento educacional na Idade Média é o neoplatonismo cristão. 
 (Neoplatonismo O prefixo neo indica o novo ou a retomada) 
Essa corrente filosófica misturava traços da leitura de Platão e princípios diversos filosóficos do Mediterrâneo, como estoicismo,( Movimento filosófico romano que defendia que o homem deve lutar contra a natureza e seus desejos.) e os preceitos da religião cristã.
O nome mais importante para a Educação formulada para a Igreja e para além dela é o bispo africano Agostinho de Hipona (354-430). Ele estruturou seu pensamento como os demais membros da Patrística, isto é, combinando elementos da fé a princípios filosóficos de nomes importantes da cultura clássica, como Platão (428 a.C.-347 a.C.) e Plotino (204 d.C.-270 d.C.).
A influência de Agostinho de Hipona no campo educacional foi notória na Idade Média com suas obras:
A doutrina cristã
A obra que mais influenciou a Educação medieval, servindo de guia para os estudos dos intelectuais cristãos, bem como de ideário e planejamento para as escolas desse período. Para Agostinho, o lugar de aprendizagem era a Bíblia.  
Além disso, para ele, Deus era o único mestre. Os professores, na realidade, nada ensinavam, apenas despertavam em seus alunos a busca pelo conhecimento. 
Agostinho idealizou a Educação como um processo por meio do qual o “homem exterior”, material, mutável e mortal cedia espaço para o “homem interior”, espiritual, imutável e imortal. Essa transformação se dava à medida que o homem se aproximava e se familiarizava com Cristo: a Verdade, a Palavra de Deus que se fez homem (MELO, 2002, p. 67). 
Assim, fica claro que o Bispo de Hipona acreditava que a aprendizagem se dava por intermédio de Deus, uma vez que Ele permitia que se captassem as coisas da verdade essencial.
De Magistro
Em De Magistro, Agostinho dedica-se a explicar a postura do mestre (professor). A estrutura é de um diálogo filosófico entre Agostinho, no papel de mestre, sendo questionado por um discípulo chamado Adeodato. Um dos elementos centrais da obra é a forma como a Educação pode ser atingida e para que ela serve. A proposta é mostrar que o conhecimento pelo conhecimento, como muito era pensado e visto na tradição romana, não levaria a lugar algum. 
  
Assim, o único mestre possível era Jesus, e a Salvação era atingir o mundo real, abandonar a ilusão e as dificuldades desse mundo. O professor seria, portanto, um guia, alguém que deveria mostrar que as paixões e prazeres desse mundo são insignificantes diante do peso e da beleza da Salvação efetiva. 
 Esse sentido pode parecer religioso, mas ainda é recorrente na maneira do senso comum interpretar a Educação em nossos dias. A percepção de que o conhecimento deve formar o sujeito para que ele se torne um ser melhor, aqui possui sentido religioso; mas podemos pensar no âmbito da moral. A Educação como o caminho de formação do ser humano, incutindo valores sociais necessários é, sem dúvida, parte do legado agostiniano.
Um dos legados é a ideia de que religião e Educação podem ser tratadas como elementos indissociáveis, isto é, a formação educacional e a formação religiosa podem e devem ser feitas com base nos mesmos instrumentos e para o mesmo fim. Veja que as escolas de matriz religiosa, por exemplo, continuam fortemente reconhecidas no nosso cotidiano. Além disso, os pastores, padres e afins assumem funções didáticas com seus fiéis nas pregações e nas homílias,
Sermão religioso ministrado por um sacerdote no decorrer de uma celebração religiosa após a leitura da Bíblia, destinado a explicar o tema ou texto religioso.) demonstrando a proximidade, que bebe, sem dúvida, na tradição inaugurada por Agostinho.
Vimos que para Agostinho o conhecimento era advindo de Deus, mas para quem se destinava os ensinamentos?
Quem estudava, nesse momento, era a elite.
Essa escola servia para formar novos quadros de clérigos, mas acabava também servindo à elite local.
Figuras relevantes
Vamos conhecer alguns dos sujeitos que foram apresentados ao longo deste módulo.

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