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Universidade Federal de Goiás Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública Departamento de biociências e tecnologia (debiotec) ________________________________________________________ RELATÓRIO 11 AULA: Enterobactérias/BGNFF DISCIPLINA: Bacteriologia Humana DATA: 10/11/2020 Turma: B01 ACADÊMICA: Vitória Carreiro de França Teixeira - 201801439 1. INTRODUÇÃO Família enterobacteriaceae constitui um grupo grande e heterogêneo de bactérias patogênicas e comensais, compreendendo 32 gêneros e 130 espécies, sendo que 20 espécies são responsáveis por 95% das infecções. São bastonetes gram-negativos fermentadores de glicose, encontradas distribuídas na natureza ou causando infecções, sendo as principais delas diarreias, pneumonias, infecções do trato urinário, infecções do trato respiratório, sepse e meningite (TORTORA, 2012; MURRAY, 2013; BARBOSA et al., 2020). Compõem 80% dos gram negativos isolados em laboratório, são causadores de 70% das infecções do trato urinário e de 50% das septicemias. Em infecções hospitalares os mais comuns são Escherichia sp., Klebsiela sp., Proteus sp., Providencia sp., Citrobacter sp., Samonella sp., Shigella sp. e Serratia sp., caracterizadas por serem bactérias multidrogas resistentes, por conta pressão seletiva do ambiente hospitalar. Em infecções da comunidade é comum observar Escherichia sp., Klebsiela sp., Proteus sp., Salmonella sp. e Shigella sp. (TORTORA, 2012; MURRAY, 2013; BARBOSA et al., 2020). São microrganismos não esporulados de motilidade variável, catalase positivos, anaeróbios facultativos e fermentadores glicose com ou sem produção de gás. Além disso, são oxidase negativos, ou seja, não possuem citocromo oxidase (hemoproteína), e possuem exigência nutricional simples, com crescimento em meios seletivos e não seletivos. Ademais, são capazes de reduzir nitrato e nitrito e possuem alta resistência aos sais biliares (TORTORA, 2012; MURRAY, 2013; BARBOSA et al., 2020) 2. OBJETIVOS Entender o procedimento de diagnóstico de enterobactérias, assim como seus possíveis resultados. 3. METODOLOGIA 3.1 Métodos de cultura Ágar MacConkey: meio sólido composto por lactose (diferencial), sais biliares e cristal violeta (seletivo: são inibidores de gram-positivos). Inoculação a 35ºC e incubação por 18 a 24 horas. Associação de outros meios a depender a amostra: secreções -> ágar sangue; líquidos nobres e biópsias -> ágar chocolate; fezes -> Salmonella-Shigella; e urina -> CLED ou ágar sangue (BARBOSA et al., 2020). 3.2 Provas bioquímicas Ágar Tríplice-Ferro (TAF): é um meio composto por três açúcares: lactose, sacarose e glicose, possuindo em sua composição um indicador de pH vermelho de fenol que em meio ácido muda sua coloração de vermelho para amarelo, evidenciando a fermentação de algum dos açúcares presentes (BARBOSA et al., 2020). Ágar Sulfeto de Hidrogênio, Indol e Motilidade (SIM): meio semi-sólido cuja composição conta com triptofano em indol, capaz de verificar se a bactéria possui a enzima triptofanase, com positivação evidenciada pela formação de um anel vermelho após a adição do reativo de KOVACS (BARBOSA et al., 2020). Ágar Citrato de Simmons (CITRATO): meio composto por citrato e indicador de pH azul de bromotimol, que muda de cor mediante alcalinização do meio, que indica metabolização do citrato (BARBOSA et al., 2020). Caldo Uréia de Stuart (UREIA): meio contendo uréia e indicador de pH vermelho de fenol, que passa de âmbar para rosa em caso de consumo da ureia (BARBOSA et al., 2020). Ágar Fenilalanina (FA): meio enriquecido com fenilalanina capaz de identificar capacidade de produzir ácido fenilpirúvico a partir da desaminação da fenilalanina por ação enzimática (BARBOSA et al., 2020). Caldo Vermelho de Metila (VM): identifica espécies bacterianas fortes fermentadoras a partir da glicose, contendo um indicador de pH (Vermelho de Metila) que evidencia forte produção de ácidos (BARBOSA et al., 2020). 4. RESULTADOS Bactérias gram-negativas lactose positivas apresentam coloração rosa ou vermelha quando crescem no Ágar MacConkey, já as lactoses negativas apresentam-se incolores (BARBOSA et al., 2020). O ágar tríplice-ferro pode revelar três parâmetros: se houve fermentação de carboidratos (sendo indicado pela cor amarela), produção de sulfeto de hidrogênio (meio fica enegrecido) e produção de gás (forma-se espaço no tubo). Além disso, lactose e sacarose ficam na parte superior e a glicose na parte inferior do tubo, o que permite verificar se houve fermentação apenas de glicose ou dos três açúcares. Neste teste a E. Coli fermenta todos e produz gás, já Proteus negativa para fermentação e produz H2S (meio enegrecido) (MURRAY, 2013; BARBOSA et al., 2020). No Ágar Sulfeto de Hidrogênio, Indol e Motilidade é possível a capacidade de metabolizar o triptofano em indol (verificação do anel vermelho), a produção de sulfeto de hidrogênio (meio enegrecido) e a motilidade (fuso turvo). Aqui a espécie Proteus vulgaris é positiva em todos os aspectos (H2S, Indol e motilidade), Shigella sonnel é negativa para todos e Escherichia coli é negativa para H2S e positiva para Indol e motilidade. Além disso, Proteus mirabilis e Proteus penneri serão indol negativas (MURRAY, 2013; BARBOSA et al., 2020). No Ágar Citrato de Simmons o meio tem a coloração inicial verde e se a bactéria for capaz de metabolizar o citrato presente no meio, ele passa para coloração azul. Neste teste Proteus sp. é positivo e E. coli é negativo (MURRAY, 2013; BARBOSA et al., 2020). No Caldo Uréia de Stuart a ureia presente no meio é degradada pela enzima urease em duas moléculas de amônia, assim, a amônia formada alcaliniza o meio e o indicador de pH passa de uma cor âmbar para uma cor rosa. Aqui Proteus positiva e E.coli negativa (MURRAY, 2013; BARBOSA et al., 2020). No Ágar Fenilalanina o meio é incolor se negativo e apresentará uma coloração amarelada e posteriormente esverdeada na superfície após a adição do cloreto férrico caso forem positivos. Aqui os resultados para Proteus vulgaris são positivos e pra E. coli são negativos (MURRAY, 2013; BARBOSA et al., 2020). O Caldo Vermelho de Metila indicará a alta produção de ácido decorrente de fermentação forte de glicose, tendo o pH de 4,4 como ponto de virada apresentando cor vermelha caso seja positivo e amarela caso seja negativo. Aqui os resultados para Proteus vulgaris são negativos e pra E. coli são positivos (MURRAY, 2013; BARBOSA et al., 2020). 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS As bactérias da família Enterobacteriaceae crescem rapidamente em cultura, podendo ser usados meios comuns, seletivos e diferenciais. Atualmente os sistemas de testes bioquímicos estão sofisticados, permitindo a identificação bacteriana em menos de 24 horas em muitos casos. Além disso, o sequenciamento de genes ou a espectrofotometria de massa podem ser utilizados na identificação de espécies menos comuns, além da classificação sorológica, também útil na identificação da importância clínica da espécie (MURRAY, 2013). REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. BARBOSA, Mônica Santiago et al. Aulas práticas de Bacteriologia Humana. [e-book].Goiânia : Gráfica UFG, 2020. 32 p. Disponível em: https://producao.ciar.ufg.br/ebooks/iptsp/bacteriologia_humana/index.html. Acesso em 10 nov. 2020. 2. MURRAY, Patrick R. Microbiologia médica. 7. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2013. 1694 p. ISBN 978‑85‑352‑7106‑5. 3. TORTORA, Gerard J. Microbiologia. 10. ed. Porto Alegre: Artmed, 2012. 967 p. ISBN 978-85-363-2698-6.
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