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Unidade IV - Religião no mundo atual - fanatismo, alienação ou utopia

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Filosofia da Religião
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Prof. Dr. Valter Luiz Lara 
Revisão Textual:
Profa. Ms. Alessandra Fabiana Cavalcanti
Religião no mundo atual: fanatismo, alienação ou utopia?
• Introdução
• O fanatismo religioso
• Funções psicossociais da religião
• Religião como alienação e utopia
• Conclusão
 · conhecer as relações da religião com os modelos gerais de fanatismo 
em outras áreas da vida humana;
 · perceber a religião como fenômeno de interação entre indivíduo e 
sociedade;
 · demonstrar a religião em sua interação com aspectos psicológicos, 
emocionais e sociais;
 · aprender a identificar tendências comportamentais religiosas de 
fanatismo, alienação e utopia.
OBJETIVO DE APRENDIZADO
A presente unidade é sobre o caráter psicossocial da religião. A dimensão 
psicológica e emocional é, talvez, a mais influente condicionante da crença 
religiosa para a vida de uma pessoa. O caráter cultural e sociopolítico da 
religião está presente, mas sempre ancorado na dimensão psicológica. Por 
isso, procure observar, ao ler os textos dessa unidade, como a religião só 
se entende quando são desvendadas as relações de mútua implicação entre 
indivíduo e sociedade. As razões alegadas para explicar as crenças religiosas 
não esgotam os motivos emocionais dos comprometimentos religiosos.
Tente confrontar e aplicar à sua própria experiência religiosa ao que você vai 
aprender aqui sobre fundamentalismo, alienação e utopia. A pergunta mais 
relevante e que provavelmente nem seja teórica, embora exija uma teoria bem 
fundamentada, é essa: a religião é utopia ou alienação? Não se apresse em 
respondê-la. Qualquer que seja a resposta, ela não pode se contentar com uma 
análise genérica, abstrata ou essencialista do fenômeno religioso. O que isso 
significa? Significa que afirmar se a religião é alienação ou utopia requer análise 
caso a caso, segundo o modo como são vividas as crenças religiosas nas situações 
concretas delineadas em sua mais completa inserção histórica e social.
ORIENTAÇÕES
Religião no mundo atual: fanatismo, 
alienação ou utopia?
UNIDADE Religião no mundo atual: fanatismo, alienação ou utopia?
Contextualização
Leia o trecho da notícia divulgada pelo site do Jornal ODIA em 07 de Janeiro de 2015 no link 
a seguir: https://goo.gl/FDLf2aEx
pl
or
Como vimos, através desse episódio muito bem divulgado em todo o mundo, 
o fundamentalismo religioso não é um problema teórico e nem é só um problema 
da França ou do semanário que tem ousado debochar de crenças religiosas as 
mais diversas, inclusive islâmica, mas também cristã, católica, evangélica e judaica. 
Independentemente do que você pensa sobre a liberdade de expressão e até onde 
se deve brincar com a fé alheia, o fato é que a violência em nome de Deus foi 
praticada e custou a vida de 12 pessoas.
Na história da humanidade genocídios foram praticados apelando-se para a fé 
religiosa. “Guerras santas” marcaram as páginas de nossa história com sangue e 
muita reza... Até que ponto a religião pode ser considerada como razão suficiente 
para vitimar pessoas, grupos e nações inteiras? Existe alguma utopia, isto é, ideal 
de sociedade religiosa perfeita que justifique sacrifícios humanos? Faz parte da 
lógica religiosa a alienação da consciência em nome da obediência cega a seus 
líderes? Pois esse é o tema da unidade sobre religião no mundo atual. Leia, reflita 
e faça a sua análise crítica dos autores que pensaram a religião na perspectiva do 
conceito de alienação e julgue por si mesmo a questão chave dessa unidade: a 
religião é utopia ou alienação?
6
7
Introdução
A primeira condição para uma abordagem da religião que pretenda ser crítica é 
discutir suas funções socioculturais que ao longo da história humana objetivamente 
influenciou e referendou processos de socialização, consolidação, legitimação 
transformação ou manutenção da realidade social vigente. O espaço aqui não permite 
o enfoque histórico, mas tê-lo como pressuposto favorece a compreensão do papel 
que a religião tem assumido nas mais complexas situações do mundo atual.
Raramente pode-se prescindir da religião para compreender os conflitos 
geopolíticos. Confrontos culturais entre ocidente e oriente passam por dificuldades 
e guerras históricas entre cristãos e mulçumanos. A luta entre Palestinos e Judeus 
é outro exemplo típico de conflito com contorno religioso. Evidentemente que a 
dimensão religiosa não esgota e às vezes sequer é o problema mais importante 
nesses conflitos. Porém, o fato é que as crenças configuram as identidades 
envolvidas e são trazidas para o repertório de justificativas das disputas em jogo.
Em nosso país, por exemplo, em São Paulo, no dia 19 de março de 1964, 
mais de um milhão de pessoas saíram às ruas naquela que ficou conhecida como 
“Marcha da família com Deus pela liberdade”. É sabido como esse movimento de 
características explícitas e admitidamente religiosas, de contorno católico, acabou 
fortalecendo e deflagrando o que dias mais tarde em 31 de março, viria acontecer: 
o golpe militar, interrompendo tendências para executar reformas de base nas 
estruturas da sociedade brasileira (DIAS, 2010, p. 262).
Neste sentido, o objetivo da presente unidade de estudo sobre o fenômeno 
religioso é aprofundar a dimensão da função social da religião apontando inclusive 
alguns elementos de seu caráter cognitivo, psicológico e emocional. A pergunta pelo 
fanatismo religioso e sua relação com utopia ou alienação encontra-se justamente 
no cruzamento entre os papeis social e psicológico da religião.
Desse modo, traçamos o seguinte itinerário para o estudo da unidade: começa 
pela definição de fanatismo (1) e o elenco descritivo das mais diversas funções da 
religião, com o destaque para os papeis psicossociais da religião (2). Em seguida, à 
luz dos conceitos de utopia e alienação (3) vamos acompanhar como autores como 
Feuerbach (3.1), Marx (3.2) e Freud (3.3) se posicionaram a esse respeito. Por fim, 
apresentaremos uma breve conclusão sobre o papel da religião na atual conjuntura 
da sociedade urbana e pluralista em que vivemos.
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UNIDADE Religião no mundo atual: fanatismo, alienação ou utopia?
O fanatismo religioso
Discutir o fanatismo religioso é voltar o foco da análise para as suas funções 
psicossociais da religião, mas também verificar como o complexo das dimensões 
cognitivas e emocionais dos indivíduos é afetado pelas crenças religiosas. 
Afinal de contas, o fanatismo é um traço que se observa socialmente, mas está 
enraizado nas estruturas psicoemocionais do sujeito e não se expressa apenas 
como crença religiosa.
Segundo o dicionário Aurélio, fanático é aquele que segue cegamente 
uma doutrina ou partido, o termo não está ligado unicamente a doutrinas 
políticas ou religiosas, pois tudo aquilo que leva o indivíduo ao exagero 
é considerado como forma de fanatismo. Uma pessoa pode ser fanática 
por amar exageradamente uma pessoa, objeto, time de futebol, etc., o 
erro mais comum das pessoas é o de designar fanatismo como sendo algo 
exclusivamente religioso e político (PERCÍLIA, s/d,).
O fanatismo religioso é uma expressão bem conhecida socialmente; caracteriza-
se pelo radicalismo, pela intolerância e pela defesa absoluta, intransigente das 
verdades pelas quais se está disposto a viver e a morrer.
Fanatismo vem do latim fanaticus, quer dizer “o que pertence a um templo”, 
fanum. O indivíduo fanático ocupa o lugar de escravo diante do senhor 
absoluto, que, pode ser uma divindade, um líder mundano, uma causa 
suprema ou uma fé cega. O fanatismo é alimentado por um sistema de 
crenças absolutas e irracionais que visa a servir a um ser poderoso empenhado 
na luta contra o Mal. Ou seja, o fanático acha que pode “exorcizar pessoas 
e coisas supostamente possuídas pelo demônio”, “combater as forças do 
mal” ou “salvar a humanidade” do caos (LIMA, 2002).
Violência contra si mesmo ou contra os inimigos é uma atitude inerente ao 
fanático. Por isso, nem todo radicalismo ou fé comprometidaradicalmente com 
os seus pressupostos ou implicações é necessariamente expressão de fanatismo. A 
eliminação do adversário e de quem pensa diferente e o combate ao inimigo como 
missão que se pode pagar com a própria vida são características mais adequadas 
para definir o fanático em qualquer setor da vida humana. A negação do diálogo e 
a intransigência do monólogo são sintomas do fanatismo.
O problema da religião não é a paixão “fé”, mas a inquestionalidade de 
seu método. O método de qualquer religião traz uma certeza divulgada 
em forma de monólogo, jamais de diálogo ou debate de idéias. O pastor, 
padre, rabino, ou qualquer pregador de rua, vivem o circuito repetitivo do 
monólogo da pregação; acreditam que “vale tudo” para difundir a “verdade 
única” que o tocou e o transformou para sempre! O estilo fanático usa e 
abusa do discurso monológico delirante, declarações, comunicados, que 
jamais se voltam para escuta ou o diálogo, exercício esse que faria emergir 
a verdade - não a “certeza” (LIMA, 2002).
8
9
O problema maior do fanatismo religioso é que o sujeito acredita estar a serviço 
do ser supremo ou de forças sagradas que legitimam a “verdade”, a “ética” e a 
“bondade” absolutas de seus atos.
Se no fanatismo o sujeito inexiste para dar lugar ao Senhor absoluto e 
maravilhoso, então faz sentido não assumir a sua própria responsabilidade, 
porque ela é “obra do Senhor”, “o Senhor quer que eu faça”, “foi a 
mão de Allah”, etc. São mais do que frases, são efeitos de uma poderosa 
“fantasia da eleição divina” onde o sujeito é nadificado para dar lugar ao 
discurso delirante da salvação messiânica (LIMA, 2002).
O fanatismo religioso, como se vê pressupõe atitudes com um determinado perfil 
psicossocial. Neste contexto, faz-se necessário descrever o potencial de funções 
psicossociais da religião que afetam indivíduos, grupos e sociedades inteiras.
Funções psicossociais da religião
A religião como fenômeno sociológico possui funções de humanização 
e inserção e adaptação dos sujeitos às estruturas e às instituições sociais. O 
processo de socialização e a demarcação dos principais momentos do ciclo da vida 
pertencem ao universo das celebrações e dos ritos de passagem das religiões. A 
seguir descrevemos as dez funções da religião, segundo a concepção do sociólogo 
Reinaldo Dias (2010, p. 261-262):
1ª) Socialização;
2ª) Influência na configuração de instituições como família, educação e Estado;
3ª) Força de controle social;
4ª) Promoção ou contenção do conflito social;
5ª) Fator de sociabilidade e interação social;
6ª) Explicação de fenômenos ainda não desvendados pela ciência;
7ª) Instrumento de exclusão e de perseguição de pessoas e de grupos indesejados 
por setores hegemônicos da sociedade;
8ª) Força conservadora e contrária a processos de mudança social;
9ª) Coesão e unidade social;
10ª) Promoção da solidariedade grupal.
Essas mesmas funções sociais da religião podem ser analisadas sob a ótica 
psicológica, uma vez que o indivíduo deve possuir estrutura psicoafetiva compatível 
para se deixar afetar e, ao mesmo tempo, aderir ativamente às crenças e às práticas 
religiosas. Nessa perspectiva opera a psicologia da religião.
9
UNIDADE Religião no mundo atual: fanatismo, alienação ou utopia?
Quanto à função psíquica da religião, podem-se distinguir aspectos cogni-
tivos, emocionais e pragmáticos. Cognitivamente, as religiões sempre ofe-
receram uma ampla interpretação do mundo: elas atribuem ao ser humano 
seu lugar no universo das coisas. [...] Emocionalmente a religião possui 
funções semelhantes: ela proporciona um sentimento de segurança neste 
mundo e uma confiança de que, no final, porém, tudo ficará bem ou pode-
ria ficar bem. Precisamente por esse motivo, ela ocupa-se das situações-li-
mite, quando essa confiança é ameaçada e abalada: na angústia, na tristeza, 
na culpa e no fracasso. Aqui ela estabiliza as pessoas diante do perigo de 
desmoronamento emocional. [...] a função pragmática da religião consiste 
em que ela legitima formas de vida com seus padrões de comportamento. 
Também aqui nos deparamos com uma proximidade entre superação de 
crises e provocação de crises (THEISSEN, 2009, p. 22 e 23).
Segundo essa abordagem psicossocial proposta por Gerd Theissen, sociólogo 
alemão do cristianismo primitivo, há três funções da religião que interagem afetando 
o modo como o indivíduo reage diante da realidade social: a cognitiva, a emocional 
e a pragmática. Trata-se de funções que estão diretamente ligadas à noção de 
adaptação do indivíduo à sociedade e como isso se dá em relação aos momentos de 
crise social. Veja o quadro abaixo (THEISSEN, 2009, p. 23) a síntese dessa visão 
psíquica da religião:
Religião como força 
ordenadora
Religião como superação 
de crises
Religião como provocação 
de crises
Cognitiva Construção de uma confiança 
emocional fundamental 
numa ordem legítima
Superação de crises 
cognitivas: confusão 
mediante experiências-limite
Provocação de crises 
emocionais por meio do medo, 
do sentimento de culpa etc.
Pragmática Construção de formas de 
vida aceitáveis, seus valores 
e normas
Superação de crises: 
conversão, expiação, 
renovação
Provocação de crises: 
mediante a sensação do 
insispensável
O pressuposto de Theissen é a concepção de que “as religiões são sistemas 
socioculturais de sinais” (2009, p. 24) produtores de adaptação do indivíduo à 
sociedade, ora como legitimação, ora como proposta de alteração da ordem 
social vigente.
O quadro das funções psicossociais, segundo Theissen (2009, p. 25) pode ser 
demonstrado a partir de uma dupla função: a de socialização do indivíduo e a de 
regularização dos conflitos entre grupos:
Legitimação da ordem Superação de crises Exacerbação de crises
Socialização do indivíduo Introdução na ordem social: 
ritos de passagem, mediação 
de valores
Estabilização nas crises de 
teodiceia
Protesto contracultural
Regularização de conflitos 
grupais
Legitimação de um consenso 
mínimo entre grupos 
conflitantes
Compensação por danos 
sociais
Protesto e utopia por justiça
10
11
Sendo assim, pode-se concluir provisoriamente, desde o contexto das funções 
psicossociais, que a religião opera como alienação ou utopia. O fanatismo também 
é uma forma de expressão da crença religiosa, mas essa já foi tratada no primeiro 
tópico. Analisemos então, o caráter da alienação ou da utopia na religião.
Religião como alienação e utopia
O avanço da racionalidade humana através da ciência e da tecnologia atingiu 
um ponto que parecia poder explicar tudo e satisfazer todas as necessidades de 
progresso material e espiritual até então desejados pelas pessoas. Intelectuais, 
filósofos e cientistas dos séculos XIII e XIX chegaram até a prever o fim da religião 
e profetizavam a substituição da fé pela clareza e pela certeza da razão científica 
(Augusto Comte, por exemplo) ou a autonomia do ser humano frente à morte do 
próprio Deus (Nietzsche). Ainda hoje, pessoas envolvidas e aculturadas no mundo 
da ciência e da filosofia “respiram” tais ideias e admitem a religião como coisa de 
gente ignorante. Elas acreditam ser verdadeira e inevitável a equação: quanto mais 
educação, menos religião. Mas o fato é que a maioria das pessoas continua sendo 
religiosa mesmo que não siga uma determinada confissão de fé.
A questão fundamental para alguns filósofos deixou de ser a discussão racional 
dos conteúdos da religião. O que mais importa é saber se a religião é alienação 
ou utopia, isto é, se ela conduz o sujeito a meras ilusões e fuga da realidade ou é 
afirmação crítica e propositiva para um engajamento consciente que enfrenta os 
problemas presentes.
Vários autores estudiosos já desenvolveram reflexão a respeito do caráter 
utópico ou alienador da religião. Émile Durkheim, sociólogo do século XIX mostrou 
como a religião cumpre muito bem funções de coesão social (DURKHEIM, 1989). 
Max Weber, sobretudo em sua famosa obra A ética protestante e o espírito do 
capitalismo fez uma análise bastante interessanteao demonstrar as relações entre 
dogmas religiosos, valores éticos e processos econômicos que engendraram o 
sistema econômico capitalista (WEBER, 2005). François Houtart, por exemplo, é 
um sociólogo da religião que faz um inventário muito bem feito sobre as diversas 
funções sociais do fenômeno religioso, pressupondo uma variedade de trabalhos 
que o antecederam nesse olhar lançado à religião (HOUTART, 1994). Nesta 
unidade, porém, vamos destacar os autores que mais diretamente trataram do 
tema que ora estamos refletindo: se a religião é alienação ou utopia? As criticas de 
Feuerbach, Marx e Freud à religião responderam a questão.
Entretanto, primeiramente se faz necessário definir o que estamos entendendo 
por alienação e utopia. O Dicionário de Filosofia de Sérgio Biagi Gregório assim 
define alienação:
11
UNIDADE Religião no mundo atual: fanatismo, alienação ou utopia?
Alienação: Conceito fundamental nas obras filosóficas de Hegel, 
Feuerbach e Marx, e também nos textos posteriores das tradições 
idealista e marxista. A alienação (do alemão Entfremdung, também 
pode ser traduzido por afastamento) exprime sobretudo a ideia de algo 
que está separado de outra coisa ou que é estranho a essa coisa: estou 
alienado de mim na medida em que não posso compreender ou aceitar 
a mim mesmo; o pensamento está alienado da realidade, pois a reflete 
de forma inadequada; estou alienado de meus desejos uma vez que eles 
não são autenticamente meus, sendo antes impostos a mim do exterior; 
estou alienado dos resultados dos meus trabalhos porque estes se tornam 
mercadorias; e posso estar alienado de minha sociedade pois em vez de 
fazer parte de uma unidade social que a constrói, me sinto controlado por 
ela [...] (GREGÓRIO, s/d).
Alienação é, então, todo processo de alheamento do sujeito à realidade; acarreta 
em maior ou menor grau a perda da identidade e autonomia crítica do sujeito frente 
ao mundo a sua volta. Tomamos o termo alienação e o aplicamos para compreender 
o fenômeno religioso como conceito negativo. Por outro lado, entendemos utopia 
em contraposição à alienação, em seu sentido positivo. Entretanto, admitimos 
que há certa ambiguidade na interpretação do conceito de utopia e, por isso, ele 
também pode ser visto de modo negativo.
Utopia: do grego ou: não; topos: lugar. O termo, que significa 
etimologicamente “nenhum lugar”, foi forjado por Thomas More (A 
Utopia ou Sobre a Melhor Constituição de uma República, 1516) para 
designar uma cidade “perfeita”, mas imaginária [...]. Em um sentido mais 
amplo, designa todo projeto de uma sociedade ideal perfeita. O termo 
adquire um sentido pejorativo ao se considerar esse ideal como irrealizável 
e, portanto, fantasioso. Por outro lado, possui um sentido positivo quando 
se defende que esse ideal contém o germe do progresso social e da 
transformação da sociedade (GREGÓRIO, s/d).
Utopia é, portanto, o horizonte da esperança que mobiliza o sujeito a enfrentar a 
realidade não de modo a aceitá-la acriticamente, mas também não como refúgio e 
ilusão, mas como motivação para transformar o mundo objetivo e real em direção 
ao ideal que se pretende construir.
Feuerbach criticou a religião apresentando-a como dimensão humana que 
revela não a Deus, mas os valores mais profundamente humanos. Para Feuerbach 
consciência de Deus é consciência do homem; a teologia não revela mais do que 
a antropologia profunda dos desejos humanos (FEUERBACH, 2007). Marx, ao 
contrário, eliminou o valor da religião e a concebeu como uma das expressões 
ideológicas da alienação social (MARX, 1964). O ser humano ao invés de criticar e 
lutar para transformar a realidade de miséria e de opressão que vive de fato, transfere 
sua crítica para um mundo do além, onde suas esperanças não realizadas na terra 
podem ser satisfeitas no céu. E, finalmente Freud que reafirmou a religião como 
ilusão, isto é, garantia psicológica de que a felicidade definitiva que almejamos, mas 
não desfrutamos em vida, depois de nossa morte possa ser conquistada mediante 
a dádiva de um grande Pai a quem chamamos de Deus (FREUD, 1997). Observe 
mais de perto como cada um deles desenvolveu a sua concepção de religião.
12
13
A religião como alienação humana em L. Feuerbach
O conceito de religião em Ludwig Feuerbach (1804-1872) está principalmente 
em seu livro A Essência do Cristianismo (1988). O pressuposto é o seu ateísmo. 
Uma vez admitido que Deus não existe como pode a religião sobreviver na mente e 
na vida prática de tanta gente? Essa é a questão que move o trabalho de Feuerbach. 
A resposta se encontra na análise da essência do próprio ser humano:
A religião é o solene desvelar dos tesouros ocultos do homem. Deus é a 
mais alta subjetividade do homem... Este é o mistério da religião; o homem 
projeta o seu ser na objetividade e então se transforma a si mesmo num 
objeto face a esta imagem, assim convertida em sujeito”.
Como forem os pensamentos e as disposições do homem assim será o seu 
Deus; quanto valor tiver um homem, exatamente isto e não mais será o 
valor do seu Deus. Consciência de Deus é autoconsciência, conhecimento 
de Deus é autoconhecimento (FEUERBACH, 1988, p. 55).
Para Feuerbach, o ser humano se distingue dos animais em virtude da religião: 
“A religião se baseia na diferença essencial entre o homem e o animal – os animais 
não têm religião” (FUEURBACH, 1988, p. 43). O que isso tudo significa? Deus é 
criatura humana. O ser humano projeta o que ele é em sua essência mais profunda 
como ser transcendente em um ser capaz de garantir os seus sonhos e superar os 
seus limites: Deus. Por isso, Feuerbach desvenda o mistério da religião e a revela 
não como teologia, mas como antropologia.
A alienação religiosa em Feuerbach consiste na inconsciência e na ilusão da 
inversão humana sobre si mesmo. De fato, Deus é a projeção de o próprio ser 
humano que não se reconhece como tal. Esse não reconhecimento o aliena de si 
mesmo, pois chama de outro o que é a sua própria consciência não admitida.
A descoberta de Feuerbach da religião como alienação não torna a religião uma 
realidade negativa em si, a não ser porque não há o reconhecimento por parte do 
ser humano que não a vê como fenômeno meramente antropológico. A superação 
da alienação religiosa só pode se dar quando houver a negação da religião e de seus 
conteúdos como realidade em si fora do humano. Enquanto isso não acontece, 
para Feuerbach, o sujeito religioso estará sempre na condição de ser alienado, pois 
não reconhece no objeto de seu culto o seu próprio Eu.
 A religião como alienação em K. Marx
Karl Marx (1818-1883) recebeu a crítica de Feuerbach à religião como alienação, 
mas não a vê como expressão da positividade transcendente do humano. Para Marx 
a religião é alienação não porque expressa os anseios mais profundos do sujeito, 
mas por que o retira da realidade terrena e o transporta para um céu inexistente, 
oferecendo-lhe assim um consolo que entorpece sua mente, desviando-o do 
caminho que pode libertá-lo de fato da realidade de miséria e de sofrimento.
13
UNIDADE Religião no mundo atual: fanatismo, alienação ou utopia?
O sofrimento religioso é ao mesmo tempo a expressão de sofrimento 
real e o protesto contra um sofrimento real. Ela (a religião) é o suspiro 
da criatura oprimida, o coração de um mundo sem coração, da mesma 
forma como ela é o espírito de uma situação sem espírito. Ela é o ópio 
do povo. A abolição da religião como felicidade ilusória do povo é exigida 
para a sua verdadeira felicidade. A exigência de que se abandonem as 
ilusões sobre as suas condições é a exigência para que abandonem as 
condições que necessitam de ilusões (MARX, 1991, p. 106).
O argumento de Marx sobre a religião, segundo Rubem Alves tem uma 
sequencia lógica:
- Uma situação social que necessita de ilusões.
- A religião como ilusão exigida.
- A religião como parte do sistema, tanto genérica quanto funcionalmente, 
torna possível a sua permanência.
- A crítica penetra neste sistema, na medida em quedesmascara as 
relações genéricas e funcionais entre a religião e o mundo invertido que é 
o seu fundamento. (ALVES, 1984, p. 55).
Por isso, Marx discorda de Feuerbach que propõe a superação da alienação 
religiosa, desmascarando o caráter alienador da religião, trabalhando apenas na 
esfera da crítica às ideias religiosas, isto é, na esfera da teologia e de suas verdades, 
demonstrando-as como reflexo das necessidades e de ideais humanos. O mais 
importante a fazer, segundo a sequência lógica do raciocínio de Marx não é criticar 
o pensamento e as práticas religiosas, mas criticar a realidade que exige e produz 
religião: “[...] a crítica dos céus se transforma na crítica da terra, a crítica da religião 
se transforma na crítica do direito e a crítica da teologia se transforma na crítica da 
política” (MARX, p. 42).
Sendo assim, Marx prefere se concentrar na crítica da realidade, principalmente, 
econômica e social que é, em sua opinião, a causa da necessidade de religião. 
Rubem Alves do mesmo modo interpreta as consequências da crítica de Marx 
à religião:
[...] a crítica da religião nos leva para além da religião. Não se trata de 
criticar a religião para recuperar a sua verdade (Feuerbach). Religião é 
efeito de uma situação que necessita de ilusões (explicação genético-
causal). A “felicidade ilusória” tem de ser destruída para que o homem 
compreenda as causas de sua infelicidade a fim de aboli-las. A crítica à 
religião em si mesma é destituída de sentido (ALVES, 1984, p. 55).
Portanto, Marx abandona a crítica da religião, pois ela não tem razão em si 
mesma, a não ser como meio para se criticar a própria realidade de miséria, de 
desigualdade e de infelicidade humana que a produz. Enquanto Feuerbach via 
na religião a essência do humano, Marx não vê nela essência alguma, a não ser 
como produto histórico social diretamente ligado às condições fundamentais da 
14
15
relação que o próprio homem estabelece com o trabalho e o modo mais geral da 
organização econômica, social e política de produção e de reprodução da vida.
A religião como ilusão em Freud
Sigmund Freud (1856-1939) concebe a religião como um sistema de doutrinas 
e de promessas que, por um lado, explica para o homem comum os enigmas deste 
mundo com perfeição invejável, e por outro, lhe garante que uma providência 
cuidadosa velará por sua vida e o compensará, numa existência futura de quaisquer 
frustrações que tenha experimentado aqui.
Os estudos de Freud sobre a religião abrem a possibilidade de um diálogo crítico 
entre os processos psicológicos e a constituição dos processos socioculturais. Freud 
em seu livro O futuro de uma ilusão, procurou responder aos desafios de uma 
relação complexa entre religião e psiquismo, relação que ainda hoje nos desafia a 
uma avaliação crítica e posicionamentos igualmente autocríticos.
No cenário da psicanálise freudiana o ser humano é um sujeito reprimido em 
seus instintos e desejo sexual como condição de sua vida em estado de convivência 
civilizatória (FREUD, 1997A), A religião nesse contexto tem um papel de 
compensação ética da repressão do desejo, desenvolvendo a felicidade e o prazer 
reprimidos em forma de satisfação no cumprimento do dever que deverá ser 
recompensado depois como prêmio no céu.
[...] a religião é para o homem comum um sistema de doutrinas e de 
promessas que, por um lado lhe explicam os enigmas deste mundo 
com perfeição invejável, e que por outro, lhe garantem que uma 
Providência cuidadosa velará por sua vida e o compensará, numa 
existência futura de quaisquer frustrações que tenha experimentado 
aqui. (FREUD, 1997B, p. 21)
O valor psicológico maior das ideias religiosas, segundo Freud, está na 
necessidade humana primordial de personificar os poderes superiores encontrados 
nas forças da natureza, transformando-os mais tarde, em deuses apaziguados 
e erigidos como protetores e garantidores da satisfação frustrada na realidade, 
mas continuamente desejada. Tal como a criança que teme, mas ao mesmo 
tempo encontra no pai a proteção de que tanto necessita, o homem adulto acabou 
construindo a figura dos deuses como entidades protetoras. (FREUD, 1997A, p. 39).
A força interior das ideias religiosas para Freud reside em sua natureza psicológica:
A origem psíquica das ideias religiosas, proclamadas como ensinamentos, 
não constituem precipitados de experiência ou de resultados finais de 
pensamento: são ilusões, realizações dos mais antigos, fortes e prementes 
desejos da humanidade. O segredo de sua força reside na força desses 
desejos (FREUD, 1997A, p. 48).
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UNIDADE Religião no mundo atual: fanatismo, alienação ou utopia?
Mas ilusão para Freud não equivale exatamente ao conceito de alienação nem 
em Marx nem em Feuerbach, embora haja aproximações e semelhanças? Em 
Marx, a religião é pura inversão que entorpece o ser humano: “é ópio do povo”. 
Em Feuerbach, é alienação porque sua verdadeira identidade humana é confundida 
com a divina. Em Freud, a ilusão é uma realidade que tem consistência psíquica, 
ainda que não tenha objetividade fora do sujeito.
Ilusão não é a mesma coisa que um erro [...] A crença de Aristóteles 
de que os insetos se desenvolvem do esterco [...] era um erro [...]. Por 
outro lado, foi uma ilusão de Colombo acreditar que descobriu um novo 
caminho marítimo para as Índias. O papel desempenhado por seu desejo 
nesse erro é bastante claro [...]. O que é característico das ilusões é o fato 
de derivarem de desejos humanos. Com respeito a isso, aproximam-se 
dos delírios psiquiátricos, mas deles diferem também, à parte a estrutura 
mais complicada dos delírios. No caso destes, enfatizamos como essencial 
o fato de eles se acharem em contradição com a realidade. As ilusões 
não precisam ser necessariamente falsas, ou seja, irrealizáveis ou em 
contradição com a realidade. Por exemplo, uma moça de classe média 
pode ter a ilusão de que um príncipe aparecerá e se casará com ela. Isso 
é possível, e certos casos assim já ocorreram. Que o Messias chegue e 
funde uma idade de ouro é muito menos provável. [...] Podemos, portanto, 
chamar uma crença de ilusão quando uma realização de desejo constitui 
fator proeminente em sua motivação e, assim procedendo, desprezamos 
suas relações com a realidade, tal como a própria ilusão não dá valor à 
verificação (FREUD, 1997A, p. 49-50).
Desse modo, pode-se afirmar que para Freud a religião é uma ilusão, mas 
diferentemente dos outros autores, não é necessariamente um erro ou uma 
contradição com a realidade, mas é expressão do desejo, mesmo que este não se 
realize, trata-se de algo que tem uma realidade psíquica.
Conclusão
A religião como dimensão que procura articular o sentido da vida acaba 
exercendo diversas funções no universo das relações humanas em geral, tanto 
do ser humano consigo mesmo, quanto do ser humano com toda a natureza, o 
universo e a sociedade.
Sendo assim, a consciência do sujeito não pode abster-se da crítica e da 
autocrítica das consequências práticas, éticas, econômicas, sociais, ideológicas e 
políticas da religião que professa. Está em jogo, como bem expressou Oliveira, a 
tarefa da religião em contribuir com uma crítica que faça as pessoas assumirem os 
valores de afirmação da vida:
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A religião tem sempre a ver com o universo, com o ser em seu todo, 
com a interpretação da totalidade do ser a partir da realidade última. 
Consequentemente, é no horizonte dessa referência explícita e especificada 
à realidade frontal que o homem religioso encontra um horizonte último 
de sentido para responder ao porquê e para que da totalidade do ser e, 
a partir desse horizonte, motivos para viver e lutar (OLIVEIRA, 2013,
p. 107 e 108).
Os autores apresentados como críticos da religião em suas funções 
psicossociais, Feuerbach, Marx e Freud, podem servir para nos fazer rever nossas 
próprias crenças e o modo como as vivemos. Perguntar pela função psicossocial, 
política e ideológica de nossa fé não significa aceitar necessariamente o ateísmo 
militante dessesautores, mas situar nossas crenças e práticas no jogo complexo 
dos conflitos sociais, onde não há lugar para omissões ou imparcialidades. Omitir-
se, é de alguma forma, no cenário social, fazer parte de uma trama já delineada 
de forças e de poderes que se enfrentam e se confrontam, perpetuam ou rompem 
com as habituais formas de viver e conviver. Fazer das opções religiosas, utopia 
ou alienação, é um desafio que precisa passar pelo crivo de nossa consciência e 
racionalidade tanto crítica como autocrítica.
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UNIDADE Religião no mundo atual: fanatismo, alienação ou utopia?
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Sites
Ética e intolerância: O fanatismo religioso do ponto de vista da ética
Leia o breve texto “Ética e intolerância: O fanatismo religioso do ponto de vista da 
ética” de Antonio Carlos Olivieri, da Página 3 da Revista Pedagogia & Comunicação 
postado em 31/07/2005 às 13h06 no site “Educação Pesquisa Escolar” da UOL. 
Trata-se de um artigo que vai complementar o aspecto da alienação religiosa, segundo 
a concepção de dois outros filósofos: Baruch Spinoza (1632-1677) e John Locke 
(1632-1704). 
https://goo.gl/8gCci5
 Livros
Reflexões Sobre a Religião Como Utopia e Esperança
Leia o livro “Reflexões Sobre a Religião Como Utopia e Esperança” de Pedro Cesar 
Kemp Gonçalves, publicado pela editora Paulinas/São Paulo, 1985, 95p
Disponível para download em:
https://goo.gl/c6F8nx
 Vídeos
Zé Vicente - Utopia
A primeira canção cujo nome é “Utopia” do cantor e compositor Zé Vicente, um dos 
representantes mais célebres dos artistas populares das Comunidades Eclesiais de Base 
- CEB’s – comunidades que melhor representaram a dimensão artística e poética da 
Teologia da Libertação. 
https://youtu.be/RtzZ69xr2Ao
Ney Matogrosso - Coração Civil - Vídeo Clip
A segunda é “Coração Civil”, composição de 1983 de Milton Nascimento e de 
Fernando Brant, gravada também por Ney Matogrosso.
https://youtu.be/ZLcEjldHnOE
 Filmes
A festa de Babette
Veja o filme “A festa de Babette”. Direção: Gabriel Axel. Ano 1987, Dinamarca. “Na 
desolada costa da Dinamarca vivem Martina e Philippa, as belas filhas de um devoto 
pastor protestante que prega a salvação através da renúncia. As irmãs sacrificam suas 
paixões da juventude em nome da fé e das obrigações, e mesmo muitos anos depois 
da morte do pai, elas mantêm vivas seus ensinamentos entre os habitantes da cidade. 
Mas com a chegada de Babette, uma misteriosa refugiada da guerra civil na França, 
a vida para as irmãs e seu pequeno povoado começa a mudar”. Procure ver como o 
filme mostra as duas facetas da religião, uma mais alienante e conservadora e outra 
profundamente utópica e libertadora. Assista ao trailer no link a seguir:
https://goo.gl/QAjdWD
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Referências
ALVES, Rubem. Suspiro dos Oprimidos. São Paulo: Paulinas, 1984.
CROATTO, José Severino. Los lenguajes de la experiência religiosa. Estúdio de 
fenomenologia de la religión. Buenos Aires: Editorial Docência, 1994.
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Hall, 2010. 386p.
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Paulinas, 1989.
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FREUD, Sigmund. O futuro de uma ilusão. Rio de Janeiro: Imago, 1997A. 
_____. O Mal-estar na civilização. Trad. José Octávio de Aguiar Abreu. Rio de 
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sites.google.com/site/sbgdicionariodefilosofia/ Acesso em 21/03/2016 às 
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espacoacademico.com.br/017/17ray.htm Acesso em 20/03/2010 às 21h07min.
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SUNG, Jung Mo. Deus: ilusão ou realidade? São Paulo: Ática, 1996.
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UNIDADE Religião no mundo atual: fanatismo, alienação ou utopia?
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Martin Claret, 2005.
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