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Noções sobre Anatomia e Fisiologia da Rã

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Noções sobre Anatomia e Fisiologia da Rã-touro 
 
O corpo das rãs é formado por aparelhos e sistemas, todos eles com uma estrutura especial 
e encarregados de funções específicas e essenciais como respiração, digestão, circulação, etc. os 
aparelhos e sistemas são formados por seus diversos órgãos, cada um deles encarregado de 
determinadas funções específicas e com sua estrutura peculiar. São formados por seus tecidos que, 
por sua vez, são formados por células microscópicas compostas por diversas substancias que 
recebem, genericamente, o nome de protoplasma. O corpo das rãs tem os seguintes aparelhos e 
sistemas: pele ou tegumento; esqueleto; sistemas muscular, glandular e nervoso; aparelhos 
digestivo, circulatório, respiratório, excretor e reprodutor, além dos órgãos dos sentidos. 
Corpo. É dividido em cabeça, tronco e membros, além da cauda antes de terminar a 
metamorfose. Como todos os anura, tem o tronco largo, curto, cheio e sem cauda. São tetrápodes, 
pois tem 4 membros locomotores, sendo os posteriores muito mais desenvolvidos e compridos do 
que os anteriores, o que indica serem as rãs adaptadas para o salto. A cabeça e o tronco estão 
intimamente ligados, não havendo pescoço. 
Podemos dividir o corpo das rãs nas seguintes regiões: extremidade anterior, isto é, a parte 
da frente, no sentido da locomoção da rã; extremidade posterior, oposta à anterior e localizada 
na outra extremidade do corpo, no sentido do seu eixo; superfície ou região dorsal, na parte de 
cima do animal; superfície ventral, localizada na região inferior, lado de baixo ou da barriga do 
animal, compondo-se das regiões gular (embaixo da cabeça), peitoral (tórax), abdominal 
(barriga) e pélvica, entre as coxas, onde se localiza a bacia. Na extremidade posterior do corpo 
encontramos o ânus, que é um pequeno orifício ligando a cloaca ao exterior e pelo qual são 
eliminados a urina, as fezes e os óvulos ou espermatozoides, de acordo com o sexo. 
Cabeça. Nela encontramos a boca bem fendida e larga, servindo para a passagem de 
alimentos. No focinho há duas narinas, uma de cada lado, pelas quais penetra o ar. Os olhos são 
grandes, esféricos e saltados, um de cada lado da cabeça e possuem uma pálpebra superior opaca 
e outra inferior, um pouco menor, além de uma terceira, transparente, que pode se mover para 
cima, servindo para proteger os olhos, mantendo-os sempre úmidos em terra e evitando seu contato 
direto com a água: é a membrana nictitante. Logo atrás dos olhos encontramos o ouvido ou 
membrana timpânica que é plana e serve para receber as ondas sonoras. 
Membros. São um número de quatro, sendo os anteriores compostos pelo braço, 
antebraço, pulso e mão, com 4 dedos em ponta e sem unhas. Em algumas espécies, os machos 
possuem calosidades nos dedos, principalmente na época da reprodução. Servem para que eles 
melhor segurem às fêmeas durante o abraço. Os membros posteriores são formados pela coxa, 
perna, tornozelo e pé com 5 dedos terminados em ponta, sem unhas e com a membrana 
interdigital larga e fina a liga-los, formando verdadeiros pés-de-pato ou nadadeiras, o que as torna 
excelentes nadadoras. 
Pele ou tegumento. As rãs têm o corpo todo revestido por uma pele fina, lisa, nua, flexível, 
úmida e escorregadia, por ser viscosa. Não possui escamas e unhas e tem uma série de funções, 
entre as quais: proteção contra elementos físicos ou químicos, parasitas, doenças, etc.; respirar, 
principalmente nas rãs em sua primeira fase de vida, quando elas o fazem somente através da pele, 
porque só possuem a respiração cutânea; identificar os sexos; absorver água, pois as rãs 
normalmente não a bebem; controlar o grau de concentração dos líquidos orgânicos; produzir, 
através de suas glândulas mucosas, o muco destinado a mantê-la sempre úmida e permeável, 
facilitando a respiração cutânea, mesmo para as rãs adultas e que já possuem pulmões, e produzir 
a cor, através dos cromatóforos. A pele das rãs possui uma camada externa, a epiderme e outra 
interna, a derme, sendo esta, bem mais espessa do que a outra, além de possuir nervos, veias, 
artérias, capilares, sinus linfáticos, etc. Sua epiderme não é corneificada (endurecida) nas fases 
aquáticas, pouco na fase adulta e possui numerosas glândulas mucosas espalhadas uniformemente 
pelo corpo, além de outras serosas maiores e em menor número. Possuem ainda os cromatóforos 
(células pigmentares que lhes dão a cor). As glândulas mucosas secretam um liquido especial 
aquoso e incolor, encarregado de manter a pele sempre limpa, úmida, viscosa e brilhante. As rãs 
possuem, ainda, glândulas que, em casos especiais secretam uma substancia esbranquiçada e 
espessa que “queima” ou arde, protegendo-as de seus inimigos, como no caso da rã-pimenta que 
elimina um liquido com gosto de pimenta. 
Muda. As células basais ou estrato germinativo produzem camadas sucessivas de células 
que vão caminhando para a superfície, ficam achatadas e formam uma fina camada endurecida 
(corneificada). Mais ou menos uma vez por mês, no verão, formando-se uma nova camada por 
baixo da primeira. Quando isso acontece, a camada velha fica toda solta, arrebenta-se na superfície 
dorsal e as rãs a retiram pelas mãos e pelos pés, inteiras como se fosse um macacão aberto nas 
costas e, em geral, o engolem. É a esse fenômeno que denominamos muda. 
A cor das rãs. Varia bastante de acordo com a espécie, idade, fase de vida, ambiente, etc. é 
causada principalmente pela presença de pigmentos em sua epiderme, os cromatóforos, bem 
como devido à reflexão e a absorção dos raios luminosos. De acordo com a cor do seu pigmento, 
os cromatóforos podem ser divididos em melanóforos (pretos ou castanhos), xantóforos ou 
lipóforos (amarelos e vermelhos) e guanóforos ou leucóforos, quando possuem a guanina que é 
uma substância brilhante. Os cromatóforos são, também, os responsáveis pelas mudanças de cores 
de acordo com o ambiente (mimetismo, do latim mimare, imitar), uma forma de defesa das rãs. 
Essas variações são causadas por expansão ou retração dos pseudópos dos cromatóforos e absorção 
e reflexão dos raios luminosos em seus cristais. Os cromatóforos são muito ramificados e possuem 
a propriedade de, sob a ação do sistema nervoso, fazer movimentos ameboides, encolhendo-se, 
distendendo-se ou se movimentando, para se sobrepor uns aos outros, o que permite às rãs, alterar 
sua cor ou tonalidade. Os girinos podem ter mais de 300 cromatóforos por milímetro quadrado. 
Essas mudanças de cor são induzidas por diversos fatores e parte delas até mesmo através dos 
olhos, pois já está provado que rãs cegas não mudam de cor. Os pigmentos ou a sua composição 
para produzir as cores são controlados por determinados hormônios das glândulas pituitária, 
adrenais e, em parte, pelo sistema nervoso. 
Estrutura interna. Quando “abrimos” uma rã pela sua face ventral, encontramos uma 
grande cavidade, o celoma, dentro da qual se encontram os órgãos internos ou vísceras. Como 
elementos dentro dessa cavidade, temos o peritônio que é uma membrana lisa e transparente 
forrando toda a cavidade e revestindo os órgãos internos. No primeiro caso é chamado peritônio 
parietal, no segundo, visceral e quando forma folhas duplas, se denomina mesentério, que serve 
para manter suspensos alguns órgãos e para levar, a eles, os vasos e nervos que os vão nutrir e 
animar. No celoma, encontramos o coração em forma de pera, avermelhado e recoberto por uma 
membrana, o pericárdio; os pulmões, que são dois sacos elásticos situados ao lado do coração; o 
fígado dividido em três lóbulos arredondados, de cor castanha e com sua vesícula biliar em forma 
de saco, aparentando uma cor esverdeada da bile que contém; o esôfago, que é um tubo elástico 
acima do fígado e ligado ao estômago; o estômago, que é uma dilatação do tubo digestivo, fica ao 
lado esquerdo e é esbranquiçado; o intestino delgado é fino e enovelado; o intestino grosso ou 
reto; o pâncreas na cor esbranquiçada,localizado na parte anterior do intestino delgado; o baço, 
vermelho e arredondado, atrás do estômago; os rins, em número de dois, de cor escura e forma 
alongada, ficando um de cada lado e na face ventral da coluna vertebral sendo por isso, chamados 
de mesonéfricos; a bexiga, um saco elástico e transparente deixando ver a urina em seu interior, 
fica na parte posterior do celoma; as glândulas sexuais ou genitais situadas entre os rins e os 
intestinos e a cloaca, na qual desembocam os canais genitais e renais, além do reto e que se 
comunica com o exterior através de uma abertura, o anus. 
Nos machos encontramos dois testículos pequenos, em forma de feijões e um corpo adiposos 
ramificado, enquanto que, nas fêmeas, há dois ovários cheios de óvulos, os dois ovidutos longos, 
enovelados e esbranquiçados e os corpos adiposos, também, ramificados. 
Esqueleto. Nos girinos novos, ele é todo formado por cartilagens e, mais tarde, algumas de 
suas partes se ossificam. Nas rãs adultas o esqueleto é todo ósseo, embora ainda haja algumas 
partes cartilaginosas, principalmente no crânio. O esqueleto das rãs é interno, sendo suas funções 
servir como uma armação para sustentar o corpo; proteger diversos órgãos; servir como ponto de 
alavanca para os movimentos e oferecer pontos para a inserção dos músculos empregados no 
movimento. O esqueleto pode ser dividido em axial e apendicular, sendo o primeiro formado 
pelo crânio, coluna vertebral ou espinhal e esterno, não existindo costelas. 
Crânio é uma estrutura complexa formando, inclusive, o esqueleto da cabeça e serve para 
sustentar e proteger o cérebro, os órgãos sensoriais e parte dos aparelhos respiratório e digestivo. 
Liga-se à coluna vertebral pelos seus dois côndilos que se articulam com o atlas que é a única 
vértebra cervical das rãs. É largo, achatado, um tanto plano, não apresentando partes salientes ou 
cristas. As fossas temporais e orbitais formam uma só e grande cavidade ou abertura. Possui os 
seguintes ossos: 1 esfenóide, 1 etmóide, 2 frontais, 2 parientais, 2 ocipitais e 2 temporais. 
Temos ainda o maxilar superior e o maxilar inferior ou mandíbula, ambos simples arcos pouco 
desenvolvidos. O maxilar inferior tem a particularidade de não possuir apófises para receber os 
músculos mastigadores e, por isso, as rãs não podem mastigar, engolindo diretamente todos os 
alimentos que lhes caem na boca. O premaxilar é o osso ao qual se une o maxilar superior e que 
rodeia o osso nasal. O crânio possui 6 orifícios simétricos, sendo 2 orbitários, para os olhos, 2 
auditivos para os ouvidos e 2 nasais para as narinas, sendo por ele que penetra o ar. 
Coluna vertebral ou espinhal. É um verdadeiro eixo situado na linha mediana do corpo, 
desde o crânio até a região caudal. É formada por uma série de ossos articulados denominados 
vértebras, o que lhe dá o nome, bem como o de vertebrados, a todos os animais que a possuam. É 
em seu interior e ao longo do seu comprimento que passa a medula espinhal. Sustenta o corpo e 
se liga à cabeça e aos membros. Nas rãs, que possuem a menor coluna vertebral, ela se divide em 
cervical, com uma única vértebra, o atlas; torácica, com 7 vértebras e sacra, também com uma 
só vértebra, num total de 9 vértebras, além do uróstilo que é um osso comprido, situado na região 
caudal e que se desenvolve a partir de um bastonete cartilaginoso. A vértebra sacra possui largas 
apófises (prolongamentos), com as quais se articulam os ossos da bacia (ilíacos). É, portanto, curta 
e pouco flexível devido ao pequeno número de segmentos. Nos espaços entre as vértebras, unindo 
os seus corpos, existe uma cartilagem que é soldada na vértebra anterior ou procélica. 
Esterno. É uma placa óssea e comprida, formada principalmente por cartilagem. Fica 
situado na face ventral média e central do tórax, sendo ligada à cintura escapular, pelo osso 
coracóide. 
Esqueleto apendicular. É formado pelos ossos dos membros, que se unem ao corpo do 
animal por meio de duas cinturas denominadas escapular, para proteger os órgãos internos, serve 
de apoio aos membros anteriores, é formada na face dorsal pelas omoplatas e supra-escápulas, 
que são cartilaginosas, e na face ventral, pelas clavículas estreitas e os coracóides mais largos, 
estes últimos ligados ao esterno. É no ponto de encontro da omoplata com os coracídes que 
encontramos a cavidade glenóide, na qual se articula o úmero. A segunda, pélvica, é estreita, 
ligando os membros posteriores à coluna vertebral. É formada pelo ílio que é mais comprido, o 
ísquio e o púbis que se encontram formando uma cavidade, o acetábulo, na qual se articula a 
cabeça do fêmur. As rãs têm uma particularidade, talvez única entre os vertebrados, em relação a 
esses ossos que são muito desenvolvidos, principalmente o ílio, por que possuem duas cavidades, 
na quais se articulam os fêmures, permitindo que os seus membros posteriores imprimam impulsos 
rápidos ou não a seu corpo, possibilitando que elas andem aos pulos e saltem a grandes distâncias. 
Os dois ílios são fixados por suas extremidades anteriores às apófises (pontas) da vértebra sacra e 
seguem os lados do uróstilo. Embora os seus tamanhos e suas articulações variem, os membros 
das rãs possuem os mesmos ossos que os dos outros vertebrados. Os membros anteriores são 
sempre bem mais curtos do que os posteriores e têm como base o úmero, que é um osso 
correspondente a região do braço; rádio e cúbito ou ulna, no antebraço e que, nas rãs, são soldados 
um no outro; carpos, na região dos punhos, em número de seis ou sete, em duas séries, permitindo 
que as rãs movimentem as mãos em todos os sentidos; metacarpos, correspondentes as mãos, com 
quatro ossos bem desenvolvidos e um quinto rudimentar, correspondendo ao polegar; falanges, as 
bases ósseas dos quatro dedos e em número de duas a quatro. Os ossos dos membros posteriores 
são: fêmur, bem longo, é o osso da coxa; rótula rudimentar e cartilaginosa; tíbia e perôneo ou 
fíbula, base da perna, são soldados um no outro; tarsos, os ossos do tornozelo; metatarsos, que 
formam os pés, são cinco pequenos ossos e as falanges, as bases dos dedos dos pés (artelhos) 
variam em número, tendo o polegar duas, o 2º dedo duas, o 3º dedo três, o 4º dedo quatro, e o 5º 
artelho, 4 falanges. Os membros posteriores são muito maiores em suas parte e ossos a elas 
correspondentes. De acordo com a sua função temos, no esqueleto, os ossos fixos, ligados uns aos 
outros por suas suturas que permanecem cartilaginosas por toda a vida das rãs e os ossos móveis, 
unidos por ligamentos, músculos e tendões que os movimentam. 
Sistema muscular. Os músculos das rãs são branco-rosados e servem, não só para revestir 
o esqueleto, mas também para executar todos os movimentos do corpo, devido a suas propriedades 
de contração e extensão, obedecendo a estímulos vindos do cérebro através de nervos motores que 
os excitam. São os músculos ou massa muscular que mais contribuem para o volume e a 
conformação plástica do corpo, além de serem a sua parte nobre comestível. As rãs possuem três 
tipos de músculos: lisos, também denominados músculos viscerais, entram na formação das 
túnicas que formam as paredes das vísceras, artérias, veias, capilares, etc., são de contração lenta 
e não dependem da vontade do animal, podendo ser chamados de automáticos, porque funcionam 
sempre que necessário; estriados, de contração rápida, funcionam de acordo com a vontade, tendo 
cada um deles suas funções bem definidas, sendo designados, também, por músculos somáticos, 
voluntários ou esqueléticos, porque são inseridos nos ossos do esqueleto, formando o aparelho 
locomotor. São chamados de estriados, porque são formados por fibras estriadas paralelas, unidas 
por um tecido conjuntivo; cardíaco, que é uma variedade especial de músculo estriado, seu 
funcionamento não depende da vontade e forma as paredes do coração. 
Aparelho digestivo. Como todos os animais, as rãs precisamde alimentos para a sua 
manutenção, para a reprodução de carne, de couro, etc. e para a sua reprodução, além de servirem 
para reparar os desgastes ou perdas do organismo. 
Os alimentos para as rãs podem ser animais, vegetais ou minerais. São, portanto, bastante 
variados e complexo, precisando sofrer determinadas transformações para se tornarem 
assimiláveis pelo organismo. Essas modificações são causadas pelos processos físicos e químicos 
da digestão e sem as quais eles não podem ser aproveitados. Para que eles possam ser apreendidos, 
digeridos e assimilados, o organismo dispõe de um eficiente aparelho digestivo que, nas rãs, é 
dividido em trato digestivo e órgãos anexos. O trato digestivo nada mais é do que um tubo 
começando na boca e terminando em uma cloaca, sendo nele realizadas a ingestão, a digestão, a 
absorção e a ejeção dos alimentos. É dividido em boca, cavidade bucal, faringe, esôfago, 
estômago, intestino e cloaca e fica situados na região ventral da coluna vertebral. Seus órgãos 
anexos são a linga, os dentes, as glândulas orais (pequenas e espalhadas pela boca), o fígado e o 
pâncreas. As rãs não possuem glândulas salivares. 
Boca. É uma abertura bem fendida e bem desenvolvida, guarnecida por lábios não carnosos 
recobertos por um epitélio corneificado (endurecido) e sem controle muscular. Apresentam-se em 
posição terminal. Perto do canto da boca situadas atrás dos olhos, encontramos as duas pequenas 
aberturas das trompas de Eustáquio, uma de cada lado, comunicando-se com o ouvido médio. 
Servem para a passagem do ar, permitindo um equilíbrio das pressões das superfícies interna e 
externa do tímpano. 
Cavidade bucal. É uma cavidade muito ampla, limitada pelos maxilares superior e inferior 
e toda “forrada” pela mucosa bucal. Começa na boca e estreita posteriormente, terminando na 
faringe, embora não exista uma divisão bem demarcada entre elas. A faringe se comunica com o 
esôfago. Nas rãs já formadas, como não possuem o diafragma (musculo da respiração), o assoalho 
da cavidade bucal é utilizado na respiração, baixando e levantando como se fosse um fole, para 
insultar o ar para os pulmões. Existe, ainda, uma cartilagem hióide embutida na cavidade bucal. 
Nos machos encontramos, dentro de sua cavidade bucal, duas aberturas, uma para cada saco vocal 
e destinadas a ampliar o som, quando esses animais coaxam para atrair as fêmeas. 
Língua. Localiza-se na parte inferior do assoalho da cavidade bucal, sendo fixada por sua 
parte anterior. Serve para apreensão e ingestão dos alimentos, mas atua, também, como um órgão 
dos sentidos. É comprida, achatada, bífida, carnosa, mucosa, pegajosa e protátil, isto é, a rã pode 
dobrá-la e lança-la para a frente, da boca para fora, rapidamente, para pegar insetos. Em sua 
superfície existem pequenos botões gustativos espalhados e aos grupos. 
Dentes. São pequenos, finos e cônicos, fixados no maxilar superior (dentes maxilares) e 
outros grupos nos ossos vomerianos e palatinos. São todos inclinados para trás e quando caem são 
logo substituídos por outros. Servem apenas para a apreensão, pois as rãs não mastigam, engolindo 
diretamente os alimentos. 
Quanto às dentições, podemos classificar as rãs em polifiodontes, porque possuem várias 
dentições; acrodontes, porque têm dentes fixados sobre as bordas dos ossos maxilares e 
homodontes, porque todos os seus dentes são do mesmo tipo. 
Coana. São duas pequenas aberturas situadas perto dos dentes vomerianos e servem para a 
passagem do ar que penetra pelas narinas, para o inferior da cavidade bucal, de onde é insuflado 
para os pulmões. 
Glote. Fica localizada atrás da língua e já na faringe. É uma fenda ventral mediana 
controlando a entrada para os pulmões e que se abre para a entrada ou saída de ar, na respiração, 
mas que se fecha durante a deglutição. 
Faringe. É bastante curta, sai da cavidade bucal e se comunica com o esôfago. 
Esôfago. É um tubo muito curto, musculoso e elástico que, por meio de contrações 
(movimentos peristálticos) leva os alimentos da faringe para o estomago. É revestido por glândulas 
que produzem um suco ácido e digestivo. 
Estômago. É muito simples nas rãs, sendo apenas uma dilatação do tubo digestivo, como 
uma espécie de saco de paredes membranosas e musculosas, como uma câmara digestiva e de 
digestão entre o esôfago, com o qual se comunica anteriormente por um orifício denominado 
cárdia e, em sua parte posterior, com o intestino, por outra passagem, o piloro, que possui um 
esfíncter. Secreta o suco gástrico que é digestivo. Por meio de contrações, mistura o seu conteúdo 
e “moi” os alimentos. Absorve alguns alimentos, mas a maior parte é absorvida pelo intestino. 
Intestino. É a parte terminal do trato digestivo, sendo enovelado, exceto na região retal ou 
reto que é bem mais larga e termina em uma cloaca. As rãs possuem os intestinos fino ou delgado 
e o grosso. 
Cloaca. É uma câmara no final do trato digestivo e onde desembocam os ductos ou canais 
dos sistemas excretor e genital. 
Fígado. A maior glândula do organismo, é dividido em três lóbulos e desempenha várias 
funções. Como a glândula de secreção externa, produz a bile e a lança no intestino. Como anexo 
ao fígado temos a vesícula biliar. Além disso, ele possui numerosos canais biliares que se reúnem 
formando o canal hepático, o canal excretor do fígado e que depois de um pequeno percurso se 
reúne ao canal cístico, vindo da vesícula biliar e seguindo daí, pelo canal colédoco até ao duodeno. 
Pâncreas. É uma glândula mista, pois secreta enzimas digestivas e, também, a insulina que 
é lançada ao sangue e regula o metabolismo da glicose (açúcar). É rosado ou branco-amarelado e 
localiza-se entre o fígado e o estomago. Como em todos os vertebrados, o pâncreas das rãs possui 
três canais que o ligam ao intestino. 
Digestão. É o fenômeno que, através de processos mecânicos, físicos e químicos, transforma 
os alimentos em substancias assimiláveis pelo organismo. Os processos mecânicos, no caso das 
rãs, são a apreensão, a deglutição e os movimentos involuntários que se processam no esôfago, 
estômago e intestinos, pois as rãs não têm os movimentos de mastigação. 
Deglutição. É a passagem dos alimentos através da faringe, da cavidade bucal para o 
esôfago, o que é facilitado pelas glândulas orais, além da língua e dos músculos constritores da 
faringe. 
O trato intestinal realiza diversos movimentos, sendo o mais comum o movimento 
peristáltico, que é ondular e realizado por contrações de fibras musculares lisas das paredes do 
esôfago, estômago e intestinos e que vão “empurrando” o alimento, forçando-o a percorrer todo o 
trato digestivo até à absorção da parte assimilável e à eliminação da parte não assimilável, sob a 
forma de fezes, através da cloaca e ânus. Os processos químicos da digestão são a digestão 
gástrica no estômago, onde os alimentos são atacados pelo suco gástrico que é composto por 
muco, ácido clorídrico e três enzimas (pepsina, renina e lipase gástrica), das quais a mais 
importante é a pepsina, encarregada da digestão das proteínas. A renina age sobre a caseia que é a 
proteína do leite e a lipase gástrica, sobre as gorduras. Como o suco gástrico tem um grande poder 
de digestão, se a mucosa gástrica não fosse protegida por uma grande quantidade e muco por ela 
elaborada, seria destruída pelo próprio suco que produz. Devido aos seus movimentos, o estomago 
age como um misturador, transformando todo o conteúdo estomacal em um material semi-fluido 
denominado quimo. A secreção do suco gástrico é iniciada por influências psíquicas, quando o 
animal vê o alimento, sente seu cheiro ou então o seu gosto e o engole, ou seja, estímulos que 
abrem o seu apetite. Também a presença do alimento no estômago e depois o quimo, no intestino, 
podem estimular a produção do suco gástrico. Quando o quimo ou bolo alimentar penetra no 
intestino sofre o ataque da bile elaborada pelo fígado e dos sucos pancreáticose intestinal ou 
entérico realizando-se, então, a digestão intestinal ou entérica. 
Assimilação ou absorção dos alimentos. Completa a digestão, os alimentos estão prontos 
para serem assimilados, o que ocorre principalmente através das paredes intestinais, passando os 
elementos assimiláveis para os vasos sanguíneos e linfáticos. Devemos notar, porém, que a água e 
os sais minerais são absorvidos sem nenhuma alteração, pelos vasos capilares. 
Aparelho respiratório. Respiração é o processo pelo qual o ar é introduzido no corpo, o 
seu oxigênio fornecido ao organismo e o gás carbônico ou dióxido de carbono resultante do 
metabolismo é eliminado. 
Temos, assim, a respiração externa realizada entre o organismo e o exterior, isto é, entre as 
rãs e o ar exterior ou a água ou esses dois elementos ao mesmo tempo, no caso de animais aquáticos 
ou anfíbios e a respiração interna, quando as trocas se processam dentro do organismo, ou seja, 
a troca do oxigênio pelo gás carbônico, entre o sangue e as células. Para que possam realizar 
normalmente a respiração, as rãs dispõem de um aparelho respiratório que varia de acordo com a 
sua fase de vida e que tem a função de captar o oxigênio do ar ou da água, colocá-lo na corrente 
sanguínea e retirar o gás carbônico do corpo e eliminá-lo para a atmosfera. Como partes principais 
desse aparelho, nas rãs, temos as brânquias, nas fases de embriões, larvas ou girinos, a mucosa 
da cavidade bucal, a pele e os pulmões rudimentares que são simples sacos finos e elásticos 
com as paredes internas pregueadas, formando alvéolos ou pequenas câmaras, aumentando a sua 
superfície interna após a metamorfose. Todos esses órgãos possuem epitélios (superfícies) úmidos 
localizados diretamente sobre vasos sanguíneos. O oxigênio é diluído nessa unidade e se combina 
com a hemoglobina dos glóbulos vermelhos (hemácias) do sangue que o distribui por todos os 
tecidos e células do organismo. O gás carbônico, no entanto, para ser eliminado, é transportado 
principalmente pelo plasma sanguíneo. 
Respirações branquial e cutânea. Em fases embrionária e larvária, as rãs respiram através 
de 3 pares de brânquias compostas por filamentos que formam uma superfície respiratória 
diretamente sobre uma rede de vasos sanguíneos. São prolongamentos muito finos e delicados do 
epitélio da faringe e tem as mesmas funções dos pulmões ou da pele, como órgãos da respiração. 
Mais tarde aparece o opérculo, que é uma dobra da pele e que vai recobrindo as brânquias que, de 
externas que eram, passam a ser internas e a terem contato com o exterior somente através de um 
orifício denominado espiráculo. Com a evolução, as brânquias vão se atrofiando e são substituídas 
pelos pulmões. Naturalmente, enquanto só possuem as brânquias, as rãs só podem respirar dentro 
da água, o que também fazem através da pele, porque possuem a respiração cutânea, de grande 
importância para elas e sem a qual não podem viver. 
Respiração pulmonar. Os órgãos da respiração pulmonar são os pulmões, os brônquios 
muito curtos, a laringe bem reforçada por cartilagens e que possui duas faixas elásticas, as cordas 
vocais, e a traqueia. Com uma expulsão forçada de ar, as cordas vocais entram em vibração, 
produzindo um som peculiar que é o coaxar e cuja altura varia de acordo com as tensões dessas 
cordas e a existência de sacos vocais. Somente os machos coaxam, sendo as fêmeas mudas ou 
produzindo sons quase imperceptíveis. Quando, porém, as rãs estão entre as mandíbulas de um 
predador, lançam gritos lancinantes. 
Laringe. É musculosa e não possui o pomo-de-Adão, isto é, a cartilagem tireoide. Os machos 
possuem, ainda, os sacos vocais, que são duas caixas acústicas para reforçar o som das cordas 
vocais. 
Traqueia. Muito curta, tem suas paredes reforçadas por placas ou anéis incompletos e 
cartilaginosos e se bifurca em dois brônquios, também curtos, que penetram nos pulmões, mas sem 
se ramificarem. 
Pulmões. Em número de dois, sendo o esquerdo ligeiramente mais longo, são em forma de 
saco, bulbosos, membranosos e se localizam na cavidade pleuroperitoneal, junto com as outras 
vísceras. Possuem as paredes finas e elásticas de cor vermelha amarelada, lisas na parte externa e 
cheias de pregas na parte interna, formando os alvéolos. 
Mecanismo de respiração pulmonar das rãs. As rãs não inspiram o ar coo fazem os outros 
vertebrados como os mamíferos, por exemplo, ocorrendo da seguinte maneira: a glote se fecha; o 
chão da cavidade bucal é abaixado; o ar é aspirado pelas narinas que se comunicam diretamente 
com a cavidade bucal através das passagens denominadas coanas; as narinas são fechadas por 
meio de válvulas; a glote se abre e o ar fica “preso” dentro da boca; o assoalho da cavidade bucal 
é elevado, servindo como um verdadeiro fole, insuflando o ar para os pulmões. O ar, portanto, é 
engolido (deglutido). A eliminação do ar já respirado ou gás carbônico, é feita por compressão dos 
músculos do corpo das regiões torácica e abdominal e devido, também, à elasticidade dos pulmões, 
saindo através das narinas e cavidade bucal, pois as rãs não possuem o diafragma, que é o músculo 
da respiração em outros animais. Também os epitélios da cavidade bucal e da faringe possuem 
função respiratória. Nas rãs, no entanto, a respiração é realizada principalmente através da pele 
que é muito irrigada pela rede sanguínea. Como a mucosa da cavidade bucal tem, também, função 
respiratória, uma grande parte da respiração é feita apenas com a entrada de ar nesse local, pois aí 
mesmo se processa a respiração, com as trocas normais através de sua mucosa úmida. 
A respiração cutânea, é de vital importância para as rãs, principalmente no inverno, quando 
elas hibernam nos climas frios. Podemos concluir, pelo exposto, que as rãs possuem as respirações 
cutânea, braquial, pulmonar e buco-faríngea. 
Aparelho circulatório. As rãs como todos os vertebrados, possuem sistema circulatório 
fechado, que se divide em sanguíneo e linfático e cujas importantes funções são transportar o 
oxigênio do aparelho respiratório a todos os tecidos e células do corpo; retirar o gás carbônico do 
organismo, eliminando-o através das brânquias ou dos pulmões, das vias aéreas superiores e da 
pele; transportar os alimentos ou produtos assimilados através das vilosidades intestinais e a água 
absorvida pela pele, e distribuí-los para todas as partes do organismo; levar de um lugar para outro, 
de acordo com as necessidades, os alimentos em reserva no organismo; retirar os produtos 
catabólicos (detritos que devem ser eliminados) transportando-os para os órgãos excretores; 
encaminhar para os órgãos excretores, os excessos de água e de sais, para que sejam eliminados 
do organismo; distribuir os hormônios internos das glândulas para os locais em que devam ser 
utilizados; intervir para a manutenção da temperatura normal do corpo; controlar o grau de 
hidratação dos tecidos; proteger o animal de doenças, através dos anticorpos existentes no soro do 
sangue; permitir que os animais sejam protegidos por vacinações; possibilitar a administração de 
soros e de medicamentos etc. 
Aparelho circulatório sanguíneo. É formado pelo coração¸ pelas artérias, pelos vasos 
capilares, pelas veias e pelo sangue. Nos adultos, o tipo de circulação é fechada e dupla, porque 
o sangue vai duas vezes ao coração (circulação pulmonar e a que vai às outras partes do corpo) e 
incompleta, porque o sangue venoso se mistura, em parte, com o arterial, dentro do coração. 
Sangue. É mais ou menos venoso, de cor vermelha e possui hemácias nucleadas maiores do 
que as dos mamíferos. O sangue bombeado pelo coração circula por todo o organismo através das 
artérias capilares, retornando ao coração, pelas veias. Sua parte líquida denomina-se plasma ou 
soro, no qual se encontram os glóbulos sanguíneos. É o plasma que transporta todas as substancias 
solúveis já mencionadas. É composto por proteínas, sais minerais (dosquais a maior porcentagem 
é de cloreto de sódio ou sal de cozinha com 0,65%) etc. 
Os glóbulos vermelhos, hemácias ou eritrócitos são elípticos, achatados e possuem um 
núcleo. São eles que contêm a hemoglobina, substancia encarregada de transportar o oxigênio para 
todo o corpo e dele retirar o gás carbônico. No sangue das rãs existem, em média, 400.000 
hemácias por mm3. Temos, ainda, os glóbulos brancos ou leucócitos, em média 7.000 por mm3. 
Há vários tipos de glóbulos brancos, todos nucleados e incolores, sendo que alguns podem se 
mover porque possuem movimentos ameboides. Alguns tem a função de combater as bactérias e 
outros corpos estranhos, bem como a de retirar células mortas, danificadas ou velhas, protegendo 
o organismo; são os chamados fagócitos. Os glóbulos sanguíneos são “fabricados” pela medula 
óssea, embora alguns o sejam também no baço, que é encarregado de eliminar glóbulos vermelhos. 
Como o sangue é liquido, se uma veia, por exemplo, se romper ou for cortada, ele se escoa e o 
animal morre de anemia, isto é, perda total ou parcial de sangue ou glóbulos vermelhos. Para que 
diminua esse perigo ou isto não ocorra, o plasma sanguíneo contem certas células que possuem 
uma substancia, a trombina que, atuando sobre o fibrinogênio do plasma, provoca a coagulação 
do sangue. O coágulo formado “tampa” o buraco, vedando a saída do sangue. Quando a hemorragia 
é muito grande, é necessário fazer uma intervenção cirúrgica. 
Coração. Localizado na parte média superior do tórax, atrás do esterno e entre os pulmões 
é o principal órgão do aparelho circulatório. É de forma cônica e oco, formado por câmaras que se 
interligam. Suas paredes são formadas por uma forte musculatura denominada miocárdio, além 
de ser revestido por uma membrana transparente, o pericárdio. É um órgão central e contrátil, 
pois os seus movimentos são de contração, para “bombear” o sangue para todo o organismo, 
através das artérias e capilares. Esses capilares vão, depois, confluindo e formando as veias que 
levam o sangue venoso ou “impuro”, de volta ao coração. O seu movimento de contração 
denomina-se sístole e o de expansão, diástole. Na sua fase larvária, o sistema circulatório das rãs 
é semelhante ao dos peixes e seu coração possui somente duas cavidades: uma aurícula e um 
ventrículo. Depois da metamorfose, seu coração se modifica e passa a ter duas aurículas, um 
ventrículo, o seio venoso e o tronco arterioso. A aurícula direita recebe somente sangue venoso 
e a esquerda só sangue arterial, enquanto que o único ventrículo recebe os dois tipos de sangue. 
Há, também, as válvulas que impedem o retorno do sangue, obrigando-o a fazer sua circulação em 
sentido normal, evitando que ele reflua. Da parte superior do ventrículo sai a artéria pulmonar 
que depois se divide em dois ramos, indo um para cada pulmão e vascularizando-o ao nível dos 
alvéolos, ao lado da veia pulmonar formada pelos capilares que saem dos alvéolos pulmonares, 
levando o sangue arterial para o coração e desembocando na aurícula esquerda. Daí, o sangue 
arterial passa para o ventrículo onde se mistura com o sangue venoso. Do ventrículo, os sangues 
arterial e venoso misturados, este em menor proporção do que o outro, saem do ventrículo pelo 
bulbo aórtico que se divide em dois ramos e estes, por sua vez, em três pares de artérias, sendo 
duas carótidas que vão para a cabeça. 2 pulmocutâneas que vão para os pulmões e pele 
(respiração cutânea) e 2 aortas que se separam e depois de unem formando a aorta abdominal 
para irrigar a região inferior do corpo, como fígado, estômago, intestino, etc. temos, ainda, a veia 
cava formada pelos capilares e veias menores e que, recolhendo o sangue venoso, o leva ao 
coração, nele penetrando pela aurícula direita. 
Artérias. São os vasos ou tubos encarregados de conduzir o sangue ao coração. Possuem 
paredes muito fortes, com células musculares lisas e sua parte interna bem lisa para facilitar a 
passagem do sangue. Elas vão se subdividindo ou ramificando até chegarem às arteríolas, que são 
as mais finas e se ligam aos capilares, que são vasos microscópicos. É através das paredes dos 
capilares que se processam as trocas no organismo, como a distribuição do oxigênio, a retirada do 
gás carbônico, a absorção dos alimentos, etc. 
Veias. Os capilares vão se reunindo e formando veias finas que, por sua vez, se reúnem 
formando outras de maiores calibres até chegarem às mais grossa, que levam o sangue ao coração. 
A estrutura das artérias é mais resistente do que a das veias porque naquelas, a pressão do sangue 
é maior. O caminho que o sangue segue no corpo das rãs já formadas é o seguinte: o sangue 
existente no seio venoso, devido à sístole do coração, passa para a aurícula direita; o sangue dos 
pulmões vai para a aurícula esquerda; das duas aurículas o sangue é bombeado para ventrículo de 
onde o sangue mais rido em oxigênio vai para os arcos carotídeos, o mais pobre para os 
pulmocutâneos e uma mistura dos dois sangues, para os aórticos. 
O tronco arterioso tem os seus ramos esquerdo e direito divididos em 3 grandes “arcos” ou 
vasos: carotídeo, comum para toda a cabeça, sistêmico para todo o corpo e vísceras e 
pulmocutâneo que se destina a levar o sangue para os pulmões e a pele. Existe, ainda, uma 
glândula carotídea localizada na região em que a carotídea se divide e cuja função é controlar a 
pressão sanguínea nos vasos sob o seu controle. Os dois vasos sistêmicos formam uma alça em 
volta do esôfago e se ligam à aorta dorsal que corre para trás, bem por baixo das vértebras. as 
artérias pulmocutâneas se dividem em artéria pulmonar que vai aos pulmões, ligando-se aos 
seus capilares e artéria cutânea destinada a irrigar a pele e na superfície interna da qual ela se 
ramifica. Quanto à circulação de retorno do sangue através das veias, ocorre da seguinte maneira: 
o sangue da cabeça, pele e membros anteriores retorna ao seio venoso (coração) através de duas 
veias cavas anteriores ou pré-cavas; o sangue dos rins, musculatura dorsal e gonodas (testículos 
ou ovários), retorna através de uma só veia, a cava posterior ou pós-cava mediana; o sangue 
oxigenado dos pulmões é levado à aurícula esquerda através de duas veias pulmonares, enquanto 
todas as outras veias levam sangue à aurícula direita e ao seio venoso; os sistema porta-hepático 
recebe o sangue vindo do tubo digestivo (estômago e intestino) e o leva ao fígado; no fígado, as 
veias vão se afinando até chegarem aos capilares que depois tornam a se reunir formando as veias 
hepáticas que vão desembocar na pós-cava. Nessa região há um detalhe importante: a circulação 
permite que elementos contidos no sangue sejam armazenados no fígado ou que essas substancias 
daí retiradas. O sistema porta-hepático das rãs possui a veia abdominal que recolhe o sangue dos 
membros posteriores (através das veias femurais), parede ventral do corpo e bexiga; o sistema 
porta-renal que recebe, através das veias ciáticas e femurais, o sangue vindo dos membros 
posteriores e parede posterior do corpo (nos rins, essas veias se transformam em capilares); o 
sangue , já nos rins, passa para as veias renais e daí para a pós-cava que o leva ao coração. 
Sistema linfático. Serve para transportar a linfa das vilosidades intestinais para certas veias 
do sistema circulatório sanguíneo. É composto dos seguintes elementos: vasos linfáticos, difíceis 
de serem vistos, são dos mais variados diâmetros, penetrando nos órgãos e tecidos; sacos ou sinus 
linfáticos, que têm a forma de espaços localizados entre a pele e o corpo, existindo um grande 
saco linfático subvertebral localizado perto dos rins; gânglios linfáticos que têm, entre outras, a 
função de proteger o organismo; corações linfáticos, dos quais existem dois pares localizados ao 
lado do ânus, atrás da cintura escapular, e que normalmente pulsam e a linfa que é uma substância 
aquosa contendo leucócitos (glóbulos brancos), masque não possui hemácias. Passa através das 
paredes dos capilares para os tecidos, sendo recolhida pelos vasos linfáticos e depois retorna às 
veias. Os vasos linfáticos se comunicam com o peritônio através dos estômatos, que são pequenos 
orifícios. 
Excreção. Para viver, os animais necessitam de alimentos e ingerem os mais variados tipos 
em qualidade e composições e em quantidades as mais variadas. Nem todo alimento ingerido, no 
entanto, é aproveitado ou assimilado pelo organismo, sendo necessário que excedente seja 
eliminado. Também substancias nocivas ou medicamentos devem ser expulsas do organismo, o 
mesmo ocorrendo com certos elementos como detritos ou resíduos orgânicos produzidos 
normalmente e que também devem ser eliminados (catabolismo), pois não sendo expulsos, esses 
elementos certamente provocarão distúrbios mais ou menos graves, doenças e até a morte do 
animal. Para que isso não ocorra, o organismo possui várias vias de excreção, sendo que alguns 
resíduos (sólidos, líquidos ou gasosos) são eliminados pelos pulmões, outros através da pele, 
outros pelo fígado e muitos pelas fezes, através do intestino. 
Aparelho urinário. Rins. São os principais órgãos excretores. Em número de dois, 
localizam-se um de cada lado da coluna vertebral em sua face ventral e dorsalmente em relação ao 
celoma e peritônio, na região posterior do abdome. Compridos, avermelhados ou castanhos 
escuros, são verdadeiros filtros com uma extraordinária capacidade seletiva, “filtrando” o sangue 
e dele retirando e eliminando do organismo excesso de água absorvida por osmose através da pele 
(e que ocorreria para a diluição do protoplasma), os detritos metabólicos, principalmente o ácido 
úrico e a uréia, bem como sais minerais, medicamentos, substancias tóxicas etc., através da urina. 
Impede, ao mesmo tempo, a saída dos elementos como as hemácias, que devem permanecer no 
organismo. O sangue chega aos rins pelas artérias renais e deles sai, já filtrado, pelas veias renais. 
São compostos por cerca de 2.000 corpúsculos renais reunidos por um tecido conjuntivo, o 
que os torna órgãos firmes e duros (compactados). Cada corpúsculo renal é formado pelos 
seguintes elementos: glomérulos que são novelos formados por arteríolas; cápsula de Bowman, 
um cálice de paredes duplas; tubo urinífero ligado à cápsula de Bowman e cercado por capilares; 
ureter ou ducto de Wolff, que é um tubo branco e fino correndo ao longo da parede externa dos 
rins e que vai desembocar diretamente na parede dorsal da cloaca; funis ciliados ou nefróstomas 
localizados nas superfícies ventrais dos rins e que, provavelmente, recebem os detritos do celoma. 
O produto dos rins, a urina, é um liquido que deles sai pelos ureteres, vai até à cloaca, é eliminada 
diretamente para o exterior ou então é armazenada na bexiga até ser expedida. 
Bexiga urinária. É uma bolsa elástica, de paredes finas e transparentes, formada por 
músculos e membranas, desembocando diretamente na cloaca. 
Para termos uma ideia da importância do aparelho excretor e das suas funções, basta 
mencionarmos que uma rã, em dias quentes, pode eliminar, em urina, até 1/3 de seu próprio peso 
vivo. 
Aparelho reprodutor. É o responsável pela reprodução ou multiplicação dos animais e, por 
isso, pela perpetuação da espécie. Essa multiplicação, na natureza, com os animais em liberdade, 
se processa dentro de determinados limites e circunstancias, para o equilíbrio biológico e para a 
manutenção das melhores condições ecológicas possíveis. É possível, no entanto, por métodos de 
reprodução adequados, alimentação racional e um bom manejo, conseguirmos que a reprodução 
se realize em melhores condições e em escala muito superior à natural, satisfazendo as condições 
exigidas para uma produção comercial, ou seja, alta produtividade e baixo preço de custo, para 
permitir maiores lucros. As rãs são animais de sexos separados (unissexuados), isto é, possuem 
um só sexo, sendo o animal macho ou fêmea. Na primeira fase do seu desenvolvimento 
embrionários, no entanto, não há diferenciação das glândulas sexuais e, por isso, o sexo ainda não 
foi definido, o que só ocorre mais tarde, devido à ação dos cromossomos e dos hormônios sexuais, 
fazendo com que apareçam os testículos ou ovários. 
O aparelho reprodutor das rãs é composto pelos seguintes órgãos: gônadas ou glândulas 
sexuais (testículos ou ovários) encarregadas da produção dos gametas masculinos e femininos, 
isto é, espermatozoides ou óvulos, além de hormônios sexuais; dutos ou condutos genitais, que 
são as vias ou caminhos que os espermatozoides e óvulos percorrem até o exterior, para que haja 
a fecundação, sem a qual não há reprodução. 
Nos machos. O aparelho reprodutor dos machos é formado pelos seguintes elementos. 
Testículos, que são duas glândulas genitais lisas, ovoides ou em forma de feijões, de cor amarelada 
e com pontinhos pretos. Localizados na região caudal, são os responsáveis pela produção dos 
gametas masculinos, os espermatozoides. São menores do que os ovários porque, embora o 
número de espermatozoides por eles produzidos seja muito grande, eles são muito menores do que 
os óvulos. São cobertos por um mesentério ou membrana denominada mesórquio que, também, 
os mantem em seus lugares. Possuem um grande numero de canais ou tubos seminíferos 
enovelados, nos quais são produzidos os espermatozoides. Há também, os dutos ou canais 
eferentes pelos quais passam os espermatozoides para atingir os tubos uriníferos situados na 
parte anterior dos rins. Dos tubos uriníferos, os espermatozoides passam para os ureteres que são 
canais comuns aos aparelhos urinário ou excretor e reprodutor. Portanto, os testículos e os rins 
estão intimamente ligados, não só anatômica, mas fisiologicamente. Em algumas espécies de rãs, 
o ureter pode se dilatar na sua parte posterior, formando uma vesícula seminal, na qual podem ser 
armazenados os espermatozoides até serem ejaculados através da cloaca, pelo ânus, durante o 
“abraço”. Os testículos possuem, ainda, um corpo adiposo que fornece uma reserva alimentar que 
intervém, não só na formação dos gametas mas também na alimentação das rãs durante períodos 
em que não se alimentam bem, como na época da reprodução ou da hibernação, quando for o caso. 
Os machos não possuem aparelho copulador. 
Nas fêmeas. O aparelho reprodutor das fêmeas é formado pelas partes a seguir. Ovários, 
que são duas glândulas encarregadas da produção dos óvulos, localizam-se na região renal onde 
são mantidos por um mesentério, o mesovário. Nada mais são do que dois sacos ocos de cor verde 
e de paredes finas e duplas. Também os ovários possuem os corpos adiposos como os testículos. 
Ovidutos, localizados um de cada lado da linha mediana do corpo, em sua região dorsal, são 
longos e sinuosos apresentando, na extremidade anterior, o óstio ou receptáculo que é uma 
abertura afunilada em forma de pavilhão e com numerosos cílios, destinando-se a receber os óvulos 
produzidos pelos ovários. Sua extremidade posterior desemboca na região dorsal da cloaca. 
Embora os ovários, normalmente sejam pequenas massas acinzentadas ou esverdeadas, quando 
che a época da reprodução ou desova, eles aumentam muito, atingindo várias vezes o seu tamanho 
normal, pois se enchem de milhares de óvulos que se apresentam como pequenos pontos ou grãos 
pretos. Quando isso ocorre, dizemos que a ã está “cheia”, o que podemos verificar, com facilidade, 
com um simples exame superficial, pois eles ficam com a “barriga grande”. Cada óvulo, dentro 
dos ovários, é revestido por um folículo formado por células situadas entre suas paredes. Na época 
da reprodução, quando os óvulos estão “maduros” devido à ação de um hormônio, os folículos se 
rompem libertando óvulos que caem no celoma e, impulsionados pelos cílios do peritônio, entram 
nos receptáculos dos ovidutos, pelos quais vão caminhando. Durante o trajeto dentro dos ovidutos, 
os óvulos vão sendo revestidospor uma substancia albuminoide branca e gelatinosa produzida por 
células grandulares existentes entre as dobras das paredes dos ovidutos. Os óvulos podem seguir 
diretamente para a cloaca e através dela serem expelidos ou, então, podem ficar acumulados nos 
“úteros”, até à desova. Úteros. Nada mais são do que dilatações dos ovidutos e desembocam 
diretamente na cloaca. Os óvulos levam mais ou menos quatro horas para atravessarem o oviduto. 
Esse tempo, naturalmente, varia com diversos fatores como a temperatura ambiente, época do ano 
etc. 
Sistema nervoso. Desempenha três importantes funções: serve como meio de comunicação 
do organismo com o meio externo, para que o animal possa achar alimentos, encontrar o 
companheiro para a reprodução e para que possa se proteger, inclusive dos seus inimigos; coordena 
as funções vitais do organismo e é o centro da memória e da inteligência, que tem a sede no cérebro 
sendo, por isso, funções do sistema nervoso. As rãs possuem um cérebro relativamente pequeno e 
um cerebelo muito rudimentar, em forma de lâmina. Os seus lóbulos ótico e olfativo são bem 
desenvolvidos. 
De maneira prática, o sistema nervoso das rãs pode ser dividiso em: cefalorraquidiano, 
formado pelos sistemas nervosos central composto pelo encéfalo e medula; periférico, formado 
pelos craniano e raquidiano e autônomo, dividido em simpático e parassimpático. Devemos 
assimilar que o sistema nervoso autônomo é formado somente por fibras motoras, não depende da 
vontade do animal e controla os músculos lisos, o cardíaco, as glândulas etc., ou seja, as funções 
internas ou vegetativas. O sistema nervoso é muito complexo, sendo os seus componentes 
formados pelas células nervosas denominadas neurônios. O cérebro e a medula são revestidos por 
membranas, sendo que a dura mater, que é externa, fica em contato com os ossos e a pia mater, 
mais fina, está em contato direto com o tecido nervoso que ela tem a função de proteger. O cérebro 
das rãs é pouco desenvolvido, embora o seja mais do que o dos peixes. 
Glândulas. Destinadas à produção de hormônios ou outras substâncias, podem ser de 
secreção interna quando lançam seus produtos diretamente no sangue, como por exemplo a 
tireoide, a hipófise ou pituitária etc., de secreção externa, quando suas produções são lançadas no 
organismo ou fora dele, mas não na corrente sanguínea, como as glândulas sudoríferas e mistas, 
quando são de secreção interna e externa ao mesmo tempo, como o pâncreas que lança a insulina 
no sangue e ainda produz o suco pancreático que vai para o intestino. Os testículos e os ovários, 
além dos espermatozoides e óvulos, respectivamente, ainda produzem hormônios sexuais. A maior 
glândula do organismo é o fígado, que secreta a bile ou bílis. Nas rãs, revestem-se de grande 
importância as glândulas mucosas e serosas da pele, pois tem uma grande atuação para manter a 
pele nas melhores condições possíveis, para que possa ser realizada a respiração cutânea, sem a 
qual elas não podem viver. As glândulas de secreção interna ou endócrinas são totalmente 
diferentes umas das outras e se encontram espalhadas por todo o corpo. Além disso, sua estrutura 
e suas secreções são também diferentes, pois quimicamente podem ser proteínas, esteroides, 
polipépticos etc. têm, no entanto, umas coisa em comum, que é a produção de hormônios que 
lançam diretamente no sangue. Podemos mencionar ainda que a hipófise, cujo hormônio é levado 
a todas as outras glândulas, influindo no seu comportamento, pode ser considerada como a 
coordenada desse grupo de órgãos tão importante. As principais glândulas de secreção interna são 
as seguintes. 
Hipófise ou Pituitária, situada na base do encéfalo. É muito pequena e divide em três 
lóbulos. O lóbulo anterior secreta, na larva e na rã jovem, um hormônio estimulador encarregado 
de controlar o crescimento, principalmente dos ossos longos, e que age, também, sobre a tireoide. 
Já nas rãs adultas, o lobo anterior produz o hormônio estimulador das glândulas sexuais, sendo 
essa substancia responsável pela liberação dos espermatozoides e dos óvulos. O lobo intermediário 
produz a intermetina controladora dos cromatóforos e, portanto, da cor ou mudança de cores das 
rãs. O lobo posterior controla a absorção da água através da pele e parece atuar, também, sobre a 
“muda” da pele, que se realiza a determinados intervalos, durante toda a vida da rã. 
Tireoide. Fica atrás da cartilagem hioide e produz a tiroxina que é um hormônio regulador 
do metabolismo geral. Nas larvas ela é relativamente maior e produz maior quantidade de 
hormônio, sem o qual não há metamorfose. 
Pâncreas. É o responsável pela produção da insulina e de enzimas digestivas. 
Ad-renais ou Suprarenais. Localizam-se sobre a superfície ventral de cada rim, produzindo 
a adrenalina ou epinefrina, hormônio que provoca aumento da pressão sanguínea e as contrações 
dos pigmentos da pele. 
 
ÓRGÃO DOS SENTIDOS 
Generalidades. Nas rãs, eles podem ser classificados em receptores viscerais, os que 
recebem as sensações do próprio corpo como p. ex. dos sistemas respiratório, circulatório, 
digestivo, reprodutor etc. e são representados por terminações nervosas que alcanças as vísceras e 
receptores somáticos, os que recolhem para o corpo (soma), os estímulos ou sensações exteriores 
como luz, sons, toques, pressões, calor etc. os receptores são ligados a nervos sensitivos e 
provocam impulsos nervosos que são transmitidos ao sistema nervoso central. Cada tipo de 
estímulo impressiona um tipo especial de receptor. 
Visão. Sua sede ou órgãos da visão são os olhos, localizados nas cavidades orbitárias. São 
os órgãos sensitivo mais complexos das rãs, sendo muito parecidos com os do homem. Possuem 
pálpebras e glândulas lacrimais, o que não ocorre com os anfíbios aquáticos. Seu cristalino é muito 
grande, ocupando quase toda a cavidade do globo ocular. Além disso, existe um musculo especial, 
o retrator bulbi, que permite às rãs retraírem o globo ocular, devido ao rebaixamento do teto da 
cavidade bucal. Esse músculo serve, não só para proteger os olhos desses animais como, também, 
para a deglutição e os movimentos respiratórios. Tanto o humor aquoso quanto o humor vítreo 
servem para manter o formato dos olhos. Devido à sua estrutura, os olhos das rãs são como uma 
câmara fotográfica sem regulagem de foco e só formam imagens de objetos além de uma 
determinada distância. 
Olfato. Os órgão ou a sede do olfato são os sacos nasais que possuem células sensoriais em 
cápsulas olfativas. 
Essas cápsulas localizam-se, uma de cada lado da superfície da cabeça das rãs e se 
comunicam com o exterior, através das narinas. 
Gosto. A sede ou órgãos do gosto são botões gustativos localizados nos epitélios da boca, 
da língua e até da faringe. 
Tato. As rãs, como todos os vertebrados, possuem terminações nervosas em toda a superfície 
da pele, o que as faz sentir, não só o contato com os outros seres e objetos, mas também sensações 
de dor, frio, calor etc. no caso dos anfíbios terrestres como as rãs, p. ex., em sua forma larvária 
(girinos), temos a linha lateral que é um órgão sensorial, uma de cada lado, correndo ao longo do 
corpo do animal. Essas linhas laterais servem para detectar variações de pressão e movimentos das 
correntes líquidas em que nadam. 
Audição. É muito desenvolvida nas rãs. Sua sede é o ouvido que serve também, para a 
manutenção do equilíbrio. O ouvido médio das rãs possui um pequeno osso denominado columela. 
O tímpano ou membrana timpânica fica situado na superfície do corpo e, por isso, não existe o 
conduto auditivo externo para liga-lo a superfície externa, como nos mamíferos, aves e répteis. É 
ele que recebe os sons tanto vindos da água quanto do ar. As rãs não possuem o pavilhão externo 
ou orelha. Os órgãos da audição das rãs são o ouvido interno semelhante ao dos peixes; o ouvido 
médio; caixa do tímpano; columela, que é um osso em forma de bastão,ligando o tímpano ao 
ouvido interno e a janela oval. As vibrações do tímpano são transmitidas através do ouvido médio, 
pelo osso columela.