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Aula 01- Histórico da Ranicultura • A carne de rã começou a ter importância desde a época dos gregos; • Heródoto: fina iguaria que os gregos serviam aos comensais em comemorações da mais distinta e elevada sociedade; • Na China, a rã é considerada como alimento a mais de quarenta séculos; • Na Europa, iniciou-se com Monges Alemães, já que eles só podiam se alimentar de pescados, então começaram a considerar a rã como pescado para podem se alimentar desta; • Nas migrações europeias do século XIX, difundiram o hábito do consumo da carne de rã como alimento na América; • Os primeiros históricos de cultivo são no século XIX nos EUA; • Consistiam em tanques de terra cercados; • Alimentação na girinagem era por conta da natureza; • Após a metamorfose, eram depositadas carne do redor dos viveiros para atração de moscas; • Baixa produtividade, por conta do manejo simplificado; • Cuba: 1917, exportando até 900t em 1976; • Japão: 1928, líder em exportação (881t em 1969) proíbe a caça; • Taiwan Província da China: década de 1950; • México: década de 1960. Entre 1991 e 2001 teve avanço em fisiologia reprodutiva, nutrição, patologia e Ecofisiologia e no sistema de cultivo de tipo inundado (atual); • Em 1935, a rã chega ao Brasil, na Baixada Fluminense-RJ (rã touro); • Inaugurou-se o ranário Aurora em Itguaí-RJ, áreas cercadas com chapas de zinco, rica em vegetação e com água abundante; • No Brasil, nossos índios já utilizavam os anfíbios em sua alimentação; Rã touro (Lithobates catesbeianus- rana castebeiana, Shaw, 1802) • Precocidade (crescimento rápido); • Prolificidade (alto número de ovos por postura); • Rusticidade (facilidade de manejo) • Em SP, a ranicultura iniciou-se em 1939 com auxílio da Secretaria de Agricultura do estado de São Paulo; • Iniciou o formento e a extensão na área da Ranicultura em 1940; • Governo adquiria os girinos e reprodutores e fornecia aos agricultores de forma gratuita aos interessados; • Começou conflitos quando os produtores começaram a comercializar os girinos, então pararam de fornecer animais ; • Em 1970 houve reestruturação da Secretaria de Agricultura e Abastecimento, e a divisã de caça e pesca, passou a integrar o elenco das instituições destinadas exclusivamente a pesquisa técnico-científica; • 1977 Setor de Ranicultura dentro do Instituto de Pesca; • Iniciou-se novas pesquisas, que estudavam a dinâmica populacional, biologia reprodutiva, nutrição e patologias, aprimorando os sistemas de criação; Sistema de criação intensiva de rãs-touro desde a década de 70 • Sistema proposto pelo Prof. Dr. Luiz Dino Vizotto (1975); • Concedeu a ele titulo de pai da ranicultura brasileira; • Baias estreitas, com projeção em forma de plataforma em uma das laterais, onde eram depositados substratos orgânicos atrativos para mosca (carcaça ou vísceras de animais). • Os dípteros e suas larvas constituíam-se no alimento básico das rãs que era suplementado com pedações de pulmão de boi flutuando sobre a água. Sistema tanque-ilha (Dr. Dorival Fontanello et al. 1980) • Utilizava baias com ilha central, onde eram depositados produtos orgânicos destinados à proliferação de insetos; • O alimento era representado pelos insetos e girinos da própria espécie, aproveitando a alta prolificidade deste animal. Confinamento (1984) • Alves de Oliveira da universidade federal de Uberlândia (UFU); • Composto de alvenaria, medindo de 10 a 15 m2 cada; • Práticas altas densidade e seleção periódica de rãs pelo tamanho; • Alimentando-as com dípteros e suas larvas. Alimentação • Roberto de Castro Aleixo et al. (1984)- UFV; • Bibliografia estrangeira recomendava que as rãs em fase de engorda fossem alimentadas com larvar de díptetos misturadas a rações; • As larvas funcionavam como indutora biológica, condicionando as rãs a ingerirem alimentos inertes; • Este fato representou um avanço técnico muito significativo, redirecionando os rumos das pesquisas sobre nutrição de rãs, além de proporcionar novos posicionamentos técnicos no tocante a tipos de cochos e abrigos. Anfigranja (1988) • Professores Samuel e Claudio- UFV; • Livro “A caça de rãs”; • Sistema totalmente de alvenaria, onde maior destque técnico é dado ao setor de engorda de rãs, ressaltando principalmente a forma dos cochos, abrigos e piscina. Gaiolas (1988) • Dr. Dorival • Mesmas características de baias, só que com dimensões menores; • Ressaltaram a importância de sua utilização em experimentos relacionados com nutrição, principalmente em razão da maior facilidade de manejo e maior precisão na coleta de dados, proporcionados por este sistema; • Por seu diminuto tamanho o us desse sistema possibilitaria uma maior produção por área; • Entretanto, sugeriu-se na ocasião, o aprimoramento técnico destas gaiolas no que se refere ao manejo físico e alimentar, antes da sua utilização pelos ranicultores. Renabox (1990) • Sr. Haroldo Aguiar- MG; • O sistema vertical de produção de rãs; • “criação de rãs em andares”; • Até 3 metros de altura; • Permitindo realizar varias tarefas de uma vez só, como limpeza; • 1.500 rãs m2; • Facilita a constante calibração de animais pelo seu tamanho, de modo a prevenir e evitar canibalismo. Sistema climatizado (1993) • Dr. Fontanello et al. Comunicaram os resultados de pesquisas comparativas com a engorda de rãs, realizadas entre sistemas de tanque-ilha, confinamento, anfigranja e gaiolas com a utilização de estufas agricolas para controlar a temperatura ambiente; • Os autores sugeriram que a engorda de rãs em qualquer sistema deve ser feita em estufas ag´ricolas, pois desta forma, podem-ser ter produções mais regulares ao longo do ano, o que permitiria maior e melhor fluxo de produção comercial. Sistema inundado/ alagado (1995) • Mazzoni et al • Originalmente desenvolvido em Taiwan e trazido para o brasil por criadores argentinos; • Trabalha com altas densidades e apresenta-se totalmente preenchido por água (0,05m); • Atualmente é uma forte tendência entre as criações comerciais. Ranapiscina • Trata-se de uma derivação do sistema inundado • Se. Luiz Carlos Dias Farias, são jose dos campos- SP (2002) 1980- 2.000 ranários (Lima & Agostinho, 1989) 1990- 600 ranários (Lima et al 1999) 2010- 100 ranários (Cardozo Junior, 2014) • 90% dos produtores desistiram devido a uma série de problemas como: • Climatização: a reprodução e engorda das rãs durante o inverno são limitadas. Como os sistemas convencionais são abertos, não é possível realizar a climatização do ambiente criatório, colocando a produção sob o efeito da sazonalidade; • Canibalismo: na fase de engorda as instalações dificultam a separação dos animais por tamnho. As rãs maiores comem os menores diminuindo o plantel; • Predadores: nos sistemas abertos, há uma facilidade de acesso de ratos, gatos, pássaros e pessoas que consomem as rãs causando prejuízos enormes. • Investimento: para implantar um ranário nos sistemas tradionais é preciso de um grande espaço físico, noralmente rural. Obras de construção civil, como tanques de alvenraria, baias, estudas, tornam o custo inicial alto, aumentando o tempo de retorno do investimento. Uma das opções a serem utilizadas são os tanques circulares do tipo australiano, pela facilidade de montagem e desmontagem; • Outras dificuldades: manejo alimentar, manejo animal, manejo profilático, ganho de peso e principalmente produção contínua, somados aos anteriores, continuam sendo grandes problemas da ranicultura convencional, a nível comercial. Como as rãs ficam no chão e em grandes tanques, fica difícil entrar para pegá-las quando precisa selecionar por tamanho, retirar as doentes. Como toda atividade agrícola o sucesso dessa criação depende fundamentalmente da dedicação que o produtordará a sua criação. As observações diárias, a ação rápida e eficaz para resolver os problemas que surgem, as rotinas de higienizações e triagens num ranário, constitui-se na divisão entre sucesso e fracasso do ranicultor. O que persistiu a produção de rã no brasil? • Desenvolvimento superior ao de seu pais de origem • Otima capacidade de adaptar-se aos diferentes regimes climáticos brasileiros, como aos diferentes manejos físicos e alimentares típicos de cada região; • Baixo índice de gordura intracelular (0,5%). Recomendada por médicos na dieta de crianças com problemas alérgicos gastrointestinais; • Comercialização da carne de rã fora do brasil, em sua grande maioria, é proveniente da caça predatória. Ranac • Antonio carlos – SC • Em 2010, a empresa iniciou o processamento de rãs em seu entreposto, sob inspeção federal, em um modelo de integração; • Fornece girinos a seus integrados, repassa as imagos a outros integrados que realizam engorda e garantem compra total das rãs no final do processo; • Regularidade na produção e no processamento foi atingida no inicio de 2012 onde passou a ter diversos produtores rurais interessados a fazer parte do sistema. O que esperar da ranicultura? • Abrir portas para novos empreendedores; • Criadores intermediários (restaurantes) e consumidor final alinhem bem os interesses de forma homogênea e consistente; • Tornar consumo de carne de rã tradicional no brasil, fazendo com que seja procurada e encontrada proporcionalmente como outros animais.
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