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Trastorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH)

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Daniela Carvalho e Murilo Lindman - TLVI 
TRANSTORNO DE DÉFICIT DE ATENÇÃO/ HIPERATIVIDADE 
DEFINIÇÃO 
O transtorno de déficit de atenção/hiperatividade (TDAH) é um transtorno do neurodesenvolvimento 
caracterizado por um padrão persistente de dificuldades atencionais e do controle motor e de 
impulsividade. Essas dificuldades ocorrem de forma persistente ao longo do tempo e não são compatíveis 
com o estágio de desenvolvimento do indivíduo, acarretando prejuízos funcionais variáveis. 
EPIDEMIOLGIA 
• Os estudos de prevalência do TDAH frequentemente encontram resultados variáveis, com taxas 
na população brasileira de 0,9 a 17,9%, por exemplo. 
• A proporção de meninas para meninos é 1:2,4 e essa diferença torna-se mais pronunciada (1:4-6) 
em amostras clínicas, provavelmente pelo fato de meninos serem mais frequentemente 
encaminhados a tratamento pela presença de sintomas mais evidentes de hiperatividade e 
impulsividade. 
QUADRO CLÍNICO 
É caracterizado por sintomas de desatenção, hiperatividade e impulsividade, que podem ocorrer em 
combinação ou isoladamente. 
• Os sintomas de hiperatividade e impulsividade: mais evidentes nas fases precoces do 
desenvolvimento 
• Os sintomas de desatenção: torna-se mais evidente na fase escolar e tende a permanecer mais 
estável ao longo do tempo, piorando em períodos de maior demanda cognitiva. 
• Os primeiros sinais podem já ser detectados na fase pré-escolar, como agitação importante, 
acidentes repetidos, dificuldade em permanecer atento a atividades mesmo por períodos curtos. 
• Na idade escolar, os sintomas de desatenção manifestam-se principalmente como “sonhar 
acordado”, distratibilidade e dificuldade em manter o foco atencional em uma tarefa. Sintomas de 
hiperatividade e impulsividade manifestam-se como inquietude, parecer estar “a mil” ou “a todo 
vapor”, fala excessiva, dificuldade de esperar a vez, respostas precipitadas, entre outros. 
• Na adolescência e na idade adulta, as dificuldades atencionais podem permanecer e os prejuízos 
na organização e no planejamento progressivamente tornam-se proeminentes, refletidos, por 
exemplo, em dificuldade de executar tarefas seguindo prazos, procrastinação, atrasos frequentes, 
desorganização e esquecimento de pertences. A hiperatividade pode ser expressa por dificuldade 
de relaxar e uma sensação incômoda de inquietude. Dificuldades de aguardar a vez e de controle 
de impulsos revelam-se em situações como filas, trânsito, em discussões com familiares e colegas 
de trabalho e, eventualmente, no comportamento alimentar impulsivo e no uso de substâncias. 
• Os sintomas de desatenção, hiperatividade e impulsividade são modulados por questões como a 
estruturação do ambiente, a importância da tarefa e a motivação do indivíduo. 
DIAGNÓSTICO 
• É clínico e estabelecido a partir da história clínica, associada a informações coletadas com os pais 
e a escola e ao exame da criança. Recomenda – se coletar informações de outros familiares 
próximos e de outros profissionais envolvidos no cuidado da criança. 
 
Daniela Carvalho e Murilo Lindman - TLVI 
Critérios diagnósticos 
• DSM-5 
o Presença de sintomas de desatenção, hiperatividade e impulsividade. 
o Agrupa em 2 dimensões: 
1. Desatenção 
2. Hiperatividade/impulsividade 
o Para o diagnóstico pode haver sintomas isolados de desatenção ou 
hiperatividade/impulsividade e o TDAH pode ser classificado em apresentações 
(predominantemente desatento, predominantemente hiperativo/impulsivo e combinado), 
em função do número de sintomas em cada uma das dimensões. 
• CID-10 
o Presença de sintomas de desatenção, hiperatividade e impulsividade. 
o Agrupa os sintomas em 3 dimensões: 
1. Desatenção 
2. Hiperatividade 
3. Impulsividade 
o Para o diagnóstico de TDAH, é necessário a presença de sintomas em todas as dimensões. 
• Para o diagnóstico: 
o Crianças mínimo de 6 ou mais sintomas em cada uma das dimensões 
o Adultos mínimo de 5 ou mais sintomas. 
o Sintomas persistentes por um período mínimo de 6 meses. 
o Início dos sintomas antes do 12 anos 
 
Daniela Carvalho e Murilo Lindman - TLVI 
• Escalas que avaliam sintomas do TDAH aplicadas aos pais e à escola, como o SNAP-IV, podem 
auxiliar no processo de avaliação diagnóstica e de acompanhamento de tratamento. Muitas vezes 
são utilizadas como instrumentos de triagem para identificar crianças que podem necessitar de 
avaliação especializada, embora suas propriedades psicométricas não sejam investigadas nesse 
contexto. 
 
• Como parte da avaliação da criança com suspeita de TDAH, é também fundamental a investigação 
da presença de outros transtornos psiquiátricos comórbidos, por exemplo, transtornos ansiosos, 
transtornos do humor, transtorno de oposição e desafio, tiques e transtornos de aprendizagem, 
entre outros. 
• Exclusão de outras condições por meio de avaliação neurológica, psicopedagógica e 
neuropsicológica. 
TRATAMENTO 
• A abordagem de primeira linha para o TDAH, independentemente da faixa etária, é multimodal. 
A família, a escola e os profissionais de saúde envolvidos no cuidado da criança devem trabalhar 
em conjunto para garantir um plano de tratamento articulado. 
• As modalidades de tratamento implementadas variam dependendo da faixa etária do paciente: 
o Crianças em idade pré-escolar com sintomas leves ou prejuízo funcional restrito a um 
ambiente -> terapia comportamental dirigida aos pais (treinamento parental) e/ou 
professores, seguida da prescrição de estimulante caso as intervenções comportamentais 
não produzam melhora e os sintomas continuem a causar prejuízo funcional. 
▪ Quando o tratamento comportamental não estiver disponível, devem ser pesados 
os riscos e os benefícios de se iniciar tratamento medicamentoso nessa idade, 
considerando a importância de se diagnosticar e tratar o TDAH precocemente. 
Daniela Carvalho e Murilo Lindman - TLVI 
o Crianças em idade escolar (6 a 11 anos) e adolescentes (12 a 18 anos) -> tratamento 
medicamentoso e/ou tratamento comportamental, preferencialmente as duas opções 
em combinação. 
• Terapia comportamental: 
o Tem o objetivo de modificar o ambiente físico e social a fim de modificar o comportamento. 
• Terapia dirigida aos pais (ou treinamento parental): 
o Visa a desenvolver as habilidades dos pais de modificar o comportamento da criança e de 
melhorar a capacidade de a criança regular o seu próprio comportamento. 
o O treinamento envolve técnicas como: utilização adequada de reforços positivos (ou 
recompensas) quando o comportamento desejado é atingido, utilização apropriada de 
punições quando o objetivo não é atingido, e aprendizado de que alguns comportamentos 
podem ser reduzidos se ignorados. 
• Terapia medicamentosa: 
o A primeira escolha para o tratamento do TDAH são os estimulantes -> são medicações 
estruturalmente semelhantes às catecolaminas e potencializam a transmissão 
dopaminérgica e noradrenérgica. 
▪ Brasil: metilfenidato e a lisdexanfetamina. 
▪ Efeitos adversos: redução do apetite, alterações do sono, dor abdominal, cefaleia e 
alterações de humor. 
• Outro risco potencial é a redução da velocidade de crescimento (com 
redução da estatura final), que tende a diminuir a partir do 3º ano de 
tratamento. Por esse motivo, recomenda-se o acompanhamento do 
desenvolvimento ponderoestatural. 
o Como alternativa aos medicamentos estimulantes, medicamentos não estimulantes 
também podem ser utilizados. Porém possuem efeito menos pronunciado. 
▪ Antidepressivos tricíclicos (p.ex., imipramina), atomoxetina, bupripiona, guanfacina 
e clonidina. 
 
PROGNÓSTICO 
• A presença do TDAH implica maior risco de prejuízos acadêmicos e de relacionamentos familiares, 
menor nível de formação acadêmica, pior colocação no mercado de trabalho, acidentes, maiores 
taxas de gestação na adolescência e não planejadas e menores rendimentos. 
Daniela Carvalho e Murilo Lindman - TLVI 
• O TDAH também está frequentemente associadoa transtornos psiquiátricos comórbidos, o que 
se relaciona a um pior prognóstico, incluindo maiores prejuízos sociais, emocionais e psicológicos. 
o Os mais comumente associados ao TDAH são: transtorno de oposição e desafio, transtorno 
de conduta, transtornos de aprendizagem, transtornos de ansiedade, transtornos de 
humor e transtornos por uso de substâncias. 
DESAFIOS 
O TDAH é um transtorno do desenvolvimento de início precoce e apresentação crônica, que pode levar a 
importantes prejuízos funcionais ao longo do desenvolvimento e a diversas consequências negativas, 
inclusive aumento de mortalidade. Existem evidências apontando para a eficácia das estratégias 
terapêuticas na redução dos sintomas e dos prejuízos funcionais, melhora da qualidade de vida e 
sugerindo a prevenção de prejuízos futuros. Portanto, é essencial a identificação e o tratamento precoce 
do TDAH e, para isso, o pediatra desempenha um papel fundamental. 
 
 
 
 
Fonte: Resumo baseado no livro Tratado de Pediatria - Sociedade Brasileira de Pediatria. Dennis Alexander 
Rabelo Burns...[et al.]. 4ª ed. Editora Manole. 2017. Págs 283 – 288.

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