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Farmacoterapia I Pamela Barbieri – T23 – FMBM Prof. Dr. Wilson Malfará Ações semelhantes aos corticoides endógenos. Produção endógena: no córtex suprarrenal há a produção dos: Corticosteróides – glicocorticóides (cortisol), mineralocorticóides (aldosterona). Testóides (testosterona). Essa produção é dependente do adrenocorticotrófico hipofisário (ACTH). O cortisol tem controle sobre si mesmo por retroalimentação negativa. O cortisol tem controle na homeostase metabólica (metabolismo de lipídios, proteínas, carboidrato...) Esses efeitos metabólicos tem ligação direto com estresse: estresse aumenta liberação de cortisol e serve para antagonizar ação a insulina – cortisol permite resistir mais a situações estressantes. O cortisol é um imunossupressor natural. A hidrocortisona é um fármaco análogo ao cortisol endógeno. Metabolismo do cortisol: • Taxa de secreção diária do cortisol em adultos normais: 10 2,7 mg/24hs (4,5 - 15,5 mg/24hs) • Taxa de excreção diária do cortisol livre urinário (não metabolizado): 26 7,1 μg/24hs (12 - 40 μg/24hs) Padrão temporal normal de secreção do ACTH e Cortisol: Maior pico de cortisol: de manhã. Resposta do cortisol ao stress cirúrgico: Farmacoterapia I Pamela Barbieri – T23 – FMBM Prof. Dr. Wilson Malfará Interação esteróide-receptor: A ação do cortisol ocorre no núcleo das células, pois receptor de cortisol é no núcleo ou citosol. Glicocorticóides – mecanismo de ação (transdução de sinais): Receptores intracelulares: regulam transcrição gênica. São conhecidos como receptores nucleares, embora vários desses receptores estão principalmente localizados no citosol. Ex: hormônios esteroidais, tireóide, vit D... CBG (globulina de ligação a corticoesteroide), se desliga, atravessa a membrana, no citoplasma estabelece ligação, em seguida chega ao núcleo e então altera a síntese proteica para mais ou para menos, levando a resposta. Glicocorticóides sintéticos: Diferenças entre os vários GC sintéticos resultam de alterações estruturais na molécula do esteróide que afetam sua biodisponibilidade, incluindo: 1. ABSORÇÃO GASTROINTESTINAL OU PARENTERAL 2. MEIA VIDA 3. METABOLISMO HEPÁTICO E NOS TECIDOS ALVO E ADIPOSO 4. HABILIDADE DE INTERAGIR COM O RECEPTOR GC E MODULAR A TRANSCRIÇÃO DOS GENES GC RESPONSIVOS Farmacoterapia I Pamela Barbieri – T23 – FMBM Prof. Dr. Wilson Malfará Os corticoides induzem a expressão da lipocortina (proteína encontrada em endotélio, macrófago, fibroblasto). Esse estimulo da lipocortina inibe a ação fosfolipase A2. Fosfolipase não está agindo, fosfolipídios não são convertidos em ácido araquidônico e naõ serão formados PGS, prostaciclinas, tromboxanos e leucotrienos. A grande ação dessa interferência é sobre a ação da COX 2 e não sobre a COX 1, então no endotélio vascular e plaqueta não tem alteração. Tem alteração para menos nas prostaglandinas, por isso são bons anti-inflamatórios. Os leucotrienos (indutores de broncoespasmo) também são inibidos, sendo os AIES broncodilatadores eficazes. Glicocorticóides sistêmicos (parenteral ou oral): Potência AI e RS (retenção sódio): diferenças estruturais. Corticoterapia sistêmica – indicações terapêuticas: Doenças vasculares e do colágeno: Arterite Arterite de células gigantes temporal Polimialgia reumáticas Polimiosite Lúpus eritematoso reumatóide Artrite Sindromes mistas do tecido conectivo. Dermatológicas: Dermatite atópica o u seborreica Micose fungoide Líquen simples crônico Dermatoses Pênfigo Xerose Considerações a serem feitas antes do início da corticoterapia: • Qual a gravidade da doença de base? • Para quanto tempo está previsto o tratamento? Farmacoterapia I Pamela Barbieri – T23 – FMBM Prof. Dr. Wilson Malfará • Qual a preparação do glicocorticóide a ser empregada? • Qual a dose terapêutica mínima efetiva? • Existe predisposição para desenvolver efeitos colaterais com o produto? • Há possibilidade de se associar outras drogas, visando reduzir a dose do glicocorticóide e seus efeitos indesejáveis? • O esquema terapêutico poderá ser empregado em dias alternados? Considerações gerais quanto ao manuseio dos corticoesteróides: Tomando como base a Prednisona(Meticorten® ): • Doses equivalentes a 40 mg/dia (8 vezes o nível fisiológico), por mais de uma semana resultam em supressão do eixo HHA; • Doses < 20 mg/dia promovem supressão do eixo HHA somente após 30 dias de uso; Tomando como base a Prednisona (Meticorten® ) o tempo de recuperação do eixo HHA: • Pode variar de 2 meses a 1 ano, se usadas doses 40 mg/dia, por períodos > 3 meses • Não está bem estabelecido, se usadas doses < 20 mg/dia, por períodos de 2 a 4 semanas Efeitos adversos: • Síndrome de Cushing: a partir de 14 dias já pode haver. • Síndrome de Addison: interrupção abrupta
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