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GESTÃO DE PROCESSOS GERENCIAIS Rodrigo Medici Candido 19 3 TÉCNICAS PARA MAPEAMENTO O mapeamento de processos implica na utilização de técnicas adequadas para a devida análise dos processos, identificação de gargalos e pontos de melhoria. Todas as técnicas apresentadas a seguir apresenta uma característica, sendo que cada empresa é livre para escolher a técnica mais adequada à sua forma de atuação. O fato relevante, ao se utilizar técnicas de mapeamento, é o detalhamento do processo. 3.1 Fluxograma Dentre as técnicas para se realizar um mapeamento de processos, está o fluxograma, que é uma técnica muito antiga e ainda assim muito utilizada, comumente vista nas organizações. De acordo com Lage Júnior (2016), o fluxograma representa graficamente um processo produtivo, no qual as etapas são representadas por caixas com formatos determinados, também chamados de símbolos, que representam as operações e a direção dos fluxos. Os símbolos mais utilizados estão representados no quadro 1: Símbolo Nome Descrição Elipse Identifica o começo ou fim de um processo. Retângulo Representa uma atividade ou ação, com a sua devida descrição. Losango Determina um ponto de decisão. Geralmente, apresenta duas saídas: “sim” e “não”. Seta Indica a direção do fluxo, a decisão tomada. Documento Representa um relatório ou registro gerado no processo. 20 Conector Identifica uma quebra no fluxograma, que continua em outro lugar. Internamente, há um número ou letra. Quadro 1: Símbolos do fluxograma. Fonte: Elaborado pelo autor. Wildauer e Wildauer (2015) afirmam que tais símbolos utilizados para representar graficamente um processo indicam insumos, entradas, transformações, controle e saída, a fim de facilitar o entendimento do fluxo de dados e informações. Com base na definição do processo a ser representado, o fluxograma tem início a partir de ponto de controle e, por meio de setas, segue até atingir um ponto de decisão. Conforme for a decisão, ela pode se ligar a outro processo, a um ponto de controle e até mesmo a outra decisão. A sequência se repete até que se atinja um estado final do processo. Com isso, o objetivo do fluxograma é atingido, ou seja, descreve-se graficamente um processo, detalhando as suas atividades e tarefas, permitindo uma análise do fluxo de materiais. A figura 1 representa um fluxograma do processo de venda de uma organização. 21 Figura 1: Processo de venda. Fonte: elaborado pelo autor. O fato de o fluxograma ser flexível, possibilitando a construção da representação do processo conforme a necessidade das empresas, a padronização dos símbolos, a não obrigatoriedade de um recurso eletrônico para elaborá-lo e a grande disponibilidade de ferramentas eletrônicas para auxílio ao gestor representam as características do fluxograma, de acordo com Lage Júnior (2016). Wildauer e Wildauer (2015) complementam que o fluxograma facilita a comunicação e a explicação do processo à equipe, permite alteração conforme a identificação de melhorias e permite que sejam simuladas a execução dos processos e as conexões existentes entre eles. 3.2 Mapa de processo O mapa ou diagrama de processo, segundo Albertin e Pontes (2016), foi desenvolvido em 1947 e representa uma técnica que permite registrar um processo de maneira compacta e padronizada, uma série de eventos necessários à realização de uma tarefa específica, com vistas a analisá-lo e melhorá-lo oportunamente. De acordo com Cavalcanti (2017), “o mapa de processos fornece uma visão mais 22 abrangente dos principais componentes do processo e apresenta maior precisão nos elementos representados do que em um diagrama”. No mapa de processo, também há a utilização de símbolos, cada qual com o seu significado específico e padronizado, conforme quadro 2. Operação Símbolo Significado Operação Modificação de objeto. Transporte Deslocamento de um objeto de um lugar para outro. Inspeção Exame de objeto para inspeção. Esfera Ocorre quando a execução da próxima tarefa não é efetuada. Armazenamento Objeto é mantido sob controle e somente liberado com autorização. Combinação de operação e inspeção Símbolos podem ser combinados quando as atividades são executadas simultaneamente. Quadro 2: Símbolos do mapa de processos. Fonte: ALBERTIN E PONTES (2016). A figura 2 retrata um mapa de processo de orçamento de materiais de uma empresa. 23 Figura 2: mapa de processo de orçamento de materiais. Fonte: Elaborado pelo autor. 3.3 Mapofluxograma O mapofluxograma pode ser considerado uma extensão ou um complemento do fluxograma, pois representa a movimentação física dentro do processo produtivo, expondo pontos críticos, como as distâncias percorridas, o layout e os contrafluxos, entre outros. Ele permite uma visualização mais completa da operação estudada e a visualização da disposição espacial das movimentações que ocorrem dentro de um determinado espaço. Com a análise devida, é possível identificar pontos de melhorias, gargalos e o fluxo de movimentação do processo. A sua construção pode ser realizada manualmente ou com o uso de softwares específicos (ALBERTIN e PONTES, 2016). A figura 2 ilustra o mapoflugrama do processo de atendimento de uma escola. Ordem Símbolos Descrição 1 Receber documento para orçamento 2 Verificar documento 3 Proceder com checklist 4 Encaminhar ao vendedor responsável 5 Verificar itens no sistema 6 Encaminhar ao diretor 7 Informar condições comerciais 8 Levar orçamento para registrar 9 Registrar 10 Enviar orçamento 24 Figura 2: Fonte: ALBERTIN e PONTES (2016). 3.4 SIPOC SIPOC é um acrônimo que representa os elementos presentes em um projeto, conforme quadro 2. Elementos Sigla Definição Dados Supplier S Fornecedor Fornecedores de insumos Input I Entrada Recursos, elementos e materiais necessários à produção. Process P Processo Conjunto de atividades que agregam valor às entradas e geram saídas. Output O Saída Serviços ou produtos transformados, resultantes do processo de transformação. Customer C Cliente Requisitos e necessidades dos clientes. Quadro 3: SIPOC. Fonte: Elaborado pelo autor. 25 De acordo com Albertin e Pontes (2016) e Wildauer e Wildauer (2015), a técnica SIPOC auxilia os responsáveis a explicar o escopo de um projeto, detalhando as informações e relacionando todos os envolvidos no processo, desde os fornecedores envolvidos, as entradas necessárias, o processo em análise, as saídas do processo e os clientes atendidos pelo processo. Trata-se de uma ferramenta útil que ajuda a esclarecer alguns aspectos para agregar valor à cadeia de produção. O quadro 3 exemplifica a ferramenta. Supplier Input Process Output Customer *Cliente Final *Call center *Ligações *Fones de ouvido *Procedimentos operacionais *Política da qualidade *Treinamento *Capacitação *Iniciar chamada com saudação *Entender a solicitação *Verificar a identidade do cliente *Verificar informações *Prover soluções *Protocolar a chamada *Fornecer referência *Finalizar chamada *Resolução do problema do cliente *Experiência do cliente *Cliente final *Organização Quadro 4: SIpoc de um call center. Fonte: WILDAUER e WILDAUER, 2015. 3.5 Gráfico de Gantt O Gráfico de Gantt é um procedimento versátil de representação de processos, de forma visual, muito utilizado em mapeamento e modelagem de processos. Seu objetivo é de acompanhamento do trabalho, ou seja, verificar os momentos de início e término e o progresso real de cada atividade do processo de negócio. O gráfico é construído a partir de dois eixos, sendo o vertical representado pelas atividades necessáriasà execução do processo e o eixo horizontal representa a duração das atividades (LAGE JÚNIOR, 2016). 26 Figura 3: Gráfico de Gantt. Fonte: LAGE JÚNIOR (2016) Em análise do gráfico, percebe-se que a primeira atividade está atrasada, o que pode resultar em um atraso generalizado e insatisfação por parte do cliente do processo. Existem vários programas, todos eles disponíveis na internet, alguns pagos e outros gratuitos, que auxiliam os gestores na elaboração do gráfico. Conclusão Inúmeras são as técnicas utilizadas para o mapeamento de processos e sua representação, cabendo à empresa escolher a técnica mais adequada. Grande parte das técnicas utilizadas pelas empresas traz um aspecto visual, pois isso facilita a exposição dos processos e a compreensão por parte dos envolvidos. Além disso, cada uma apresenta características que as diferenciam das demais. Segundo Albertin e Pontes (2016), o fluxograma é mais simples e representa melhor os fluxos do processo de trabalho, enquanto o mapa de processo mostra as atividades de forma mais detalhada e pode incluir o tempo gasto ou a distância percorrida em cada atividade. Já o mapofluxograma permite a identificação da trajetória do produto ao longo do sistema produtivo, o gráfico de Gantt permite o acompanhamento do processo em termos de prazo e o SIPOC detalha os recursos necessários a cada atividade do processo. 27 Referências ALBERTIN, Marcos Ronaldo; PONTES, Heráclito L. J. Gestão de processos e técnicas de produção enxuta. Curitiba: InterSaberes, 2016. CAVALCANTI, Rubens. Modelagem de processos de negócio: roteiro para a realização de projetos de modelagem de processos de negócio. Brasport: Rio de Janeiro, 2017. LAGE JUNIOR, Murís. Mapeamento de processos de gestão empresarial. Curitiba: InterSaberes, 2016. WILDAUER, Egon W.; WILDAUER, Laila Del Bem S. Mapeamento de processos: conceitos, técnicas e ferramentas. Curitiba: InterSaberes, 2015.
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