AVALIAÇÃO ONLINE 4 Textos Fundamentais da Literatura Universal

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Fundamentais da Literatura Universal 2020.B 
Avaliação On-Line 4 (AOL 4) - Questionário 
 
Pergunta 1 
Carta ao pai é uma obra de Kafka escrita em 1919. Leia atentamente o trecho abaixo e assinale a alternativa 
correta sobre a sua interpretação e sobre esse livro:Seja como for, éramos tão diferentes e nessa diferença tão 
perigosos um para o outro, que se alguém por acaso quisesse calcular por antecipação como eu, o filho que se 
desenvolvia devagar, e tu, o homem feito, se comportariam um em relação ao outro, poderia supor que tu 
simplesmente me esmagarias sob os pés, a ponto de não sobrar nada de mim. 
 
O narrador diz que pai e filho eram perigosos um para o outro porque ambos eram muito fortes. 
O narrador fala sobre “o filho que se desenvolvia devagar”, e essa seria apenas a visão do pai sobre o filho, que não 
corresponderia à realidade. 
Essa foi uma carta que Kafka escreveu para o pai, explicando como ele se sentia em relação à figura paterna 
esmagadora e sufocante.  
Quando o narrador afirma que o filho se desenvolvia devagar é porque ele sempre viveu cercado de cuidados e auxílios e 
nunca precisou resolver os problemas por si só. 
Kafka entregou a carta ao pai, que começou a entender um pouco melhor o filho tão diferente de si. Foi o pai que lhe 
incentivou a publicar a carta, devido à imensa qualidade estética do texto. 
 
Pergunta 2 
Leia o poema abaixo, do simbolista Paul Verlaine, e assinale a alternativa correta sobre as características do 
Simbolismo que podem ser identificadas nele. 
 
O amor por terra 
O vento derrubou ontem à noite o Amor 
Que, no recanto mais secreto do jardim, 
Sorria retesando o arco maligno, e assim 
Tanta coisa nos fez todo um dia supor! 
O vento o derrubou ontem à noite. 
À aragem 
Da manhã gira, esparso, o mármore alvo. E à vista 
É triste o pedestal, onde o nome do artista 
Já mal se pode ler à sombra da ramagem. 
É triste ver ali de pé o pedestal 
Sozinho! e pensamentos graves vêm e vão 
No meu sonho em que a mais profunda comoção 
Imagina um porvir solitário e fatal 
É triste! — E tu, não é?, ficas emocionada 
Ante o quadro dolente, embora olhando à toa 
A borboleta de oiro e púrpura que voa 
Sobre os destroços de que a aléa está juncada. 
 
O poema aponta que a amante fica dilacerada por ter feito o eu lírico sofrer. 
O amor é visto como algo maligno para mostrar que os sentimentos são negativos. Por isso, o indivíduo deve seguir a 
razão e a ciência. 
Quando o eu lírico fala “no meu sonho em que a mais profunda comoção/Imagina um porvir solitário e fatal”, ele a firma 
querer ficar sozinho. Isso se relaciona com a preocupação dos simbolistas apenas com o Eu. 
O título do poema remete à identificação do amor idealizado com a natureza. A natureza é pura e o amor é puro também. 
As rimas do poema são intercaladas: a primeira estrofe rima com a última, e a segunda, com a terceira. Os 
simbolistas costumavam rimar os seus poemas, não fazer versos livres e brancos.  
 
Pergunta 3 
O simbolismo é uma estética que veio depois do Realismo e do Naturalismo. Os poetas simbolistas tendem a se 
opor aos realistas e aos naturalistas. Além disso, eles retomam algumas das características do Romantismo, 
movimento que antecedeu o Realismo e o Naturalismo. Sobre as diferenças e aproximações entre esses 
movimentos, é correto afirmar que: 
 
O Simbolismo é uma reação ao racionalismo exacerbado do Realismo e do Naturalismo.  
O Simbolismo e o Romantismo, assim como o Realismo e o Naturalismo, preocupam-se bastante com as questões 
sociais. 
Os realistas, como pretendem retratar a realidade da forma mais fiel possível, colocam cheiros, cores, sons e outras 
sensações nos seus textos. Os simbolistas, ao contrário, como não estão preocupados com a realidade material, não dão 
destaque para os cinco sentidos. 
Os poetas realistas se preocupam com a musicalidade nos seus poemas, enquanto os simbolistas acabam deixando essa 
questão em segundo plano. 
O Positivismo foi uma corrente filosófica que influenciou o Simbolismo. 
 
Pergunta 4 
A metamorfose é uma das obras mais famosas de Kafka. Esse livro conta a história de Gregor Samsa, um caixeiro 
viajante que acorda, um dia, e percebe ter se transformado em uma barata. Sobre esse livro, é correto afirmar que: 
 
a metamorfose em barata é construída, na narrativa, como se fosse uma maldição jogada em Gregor devido à sua 
ganância. 
Grete era a irmã de Gregor Samsa. Os dois irmãos eram bastante próximos antes da metamorfose, e Grete foi a única que 
continuou ajudando-o e apoiando-o depois de ele adquirir a sua forma de barata. 
por contar a história de um homem que se transforma em uma horrenda barata, é um livro que se encaixa no gênero do 
terror. 
o livro apresenta uma situação grotesca e surreal, bem como um personagem perdido em um mundo moderno no 
qual não consegue se adaptar.  
toda a narrativa gira em torno de Gregor procurando um antídoto ou uma forma de voltar a ser humano. 
 
Pergunta 5 
O Realismo foi um importante movimento artístico e cultural do século XIX. Sobre ele, é correto afirmar que: 
 
O conceito de mimesis foi bastante importante no Realismo. Esse conceito se relaciona com a cópia ou com a 
imitação da realidade.  
Ficou restrito à literatura, pois uma das suas marcas era a crítica social e, nos livros, os escritores conseguiam fazer isso 
muito bem com os seus personagens e tramas. 
O movimento teve muita força na Europa, mas não cruzou as fronteiras do continente. 
O movimento teve início na Inglaterra, pois está intimamente relacionado com a Revolução Industrial, que também 
começou nesse país. 
O Realismo foi um movimento que se opôs radicalmente ao Romantismo, seu predecessor. 
 
Pergunta 6 
Baudelaire foi um flâneur e essa figura do flâneur acabou sendo muito corriqueira pelas ruas de Paris. Sobre o 
flâneur, é correto afirmar que: 
 
Baudelaire descreve as cenas observadas enquanto flanava pela cidade na parte intitulada “Tédio e Ideal” do livro As 
flores do mal. Apenas observar tudo e todos entediava o poeta, que não era capaz de sair dessa situação. 
o flâneur era sempre uma pessoa sem dinheiro. Por não ter emprego, era obrigado a vagar pela cidade. 
“A uma passante” é um poema escritor por Baudelaire que mostra bem a natureza de um flâneur e no que 
consistia flanar pela cidade.  
o flâneur é um indivíduo que precisa caminhar muito pela cidade devido ao seu trabalho. Nesse processo, acaba 
conhecendo todos as ruas e os recantos. 
o flâneur caminha pela cidade distraído, absorto no seu mundo interior e distraído da realidade ao redor. 
 
Pergunta 7 
As flores do mal, de Charles Baudelaire, foi um livro que revolucionou a poesia. Sobre essa obra e o seu caráter 
pioneiro, é correto afirmar que: 
 
esse livro, por ser tão revolucionário, foi recebido com grande sucesso na época em que foi publicado. 
o livro foi revolucionário, pois Baudelaire reuniu as características e marcas de outros poetas simbolistas, dando um corpo 
ao movimento. 
o livro está dividido em seis partes ou ciclos: “Tédio e Ideal”, “Quadros Parisienses”, “O vinho”, “As flores do 
mal”, “Revolta” e “A Morte”.  
essa obra foi revolucionária por introduzir os versos livres e brancos na poesia. 
nessa obra, os poemas mostram um encantamento e um contínuo maravilhamento com todas as coisas no mundo. 
 
Pergunta 8 
Analise o seguinte trecho de Madame Bovary. Nele, o amante de Emma, Rodolphe, abre uma caixa onde guarda 
recordações da moça, assim como de outras amantes. A caixa contém cartas, mechas de cabelo, bonecas e 
outros objetos. Após o analisar, assinale a alternativa correta. Havia, ao lado, batendo em todos os cantos, a 
miniatura que Emma lhe dera; seu trajo pareceu-lhe pretensioso, e seu olhar de revés, do mais lamentável efeito; 
depois, de tanto observar a imagem e de tanto evocar a lembrança do modelo, os traços de Emma pouco a pouco 
confundiram-se em sua memória [...].Pegando,então, em um punhado de cartas, ele divertiu-se durante alguns 
minutos em fazê-las cair em cascata de sua mão direita para a mão esquerda. Enfim, entediado, entorpecido, 
Rodolphe recolocou a caixa no armário, dizendo a si mesmo: 
— Que monte de bobagens!... 
(FLAUBERT, 2010, p. 253) 
 
Nesse trecho, há uma crítica à sociedade da época, que mostrava um sentimentalismo exacerbado ao guardar 
recordações de um relacionamento, como cartas e presentes. 
O trecho deixa clara a paixão de Rodolphe por Emma: o homem pode passar tempos apenas olhando para as recordações 
do amor dos dois. 
Rodolphe está entediado e entorpecido, porque está longe de Emma. 
O relacionamento entre um homem e uma mulher é descrito aqui sem qualquer idealismo ou sentimentalismo.  
A miniatura que Emma deu a Rodolphe é descrita em pormenor para mostrar ao leitor o quanto ela é importante e 
significativa para o homem. 
 
Pergunta 9 
Kafka nasceu em 1883 e morreu em 1924. Sobre a sua vida e obra, é correto afirmar que: 
 
as suas obras estavam em tanta sintonia com os sentimentos da sociedade em geral que foram um sucesso imediato. 
Kafka nunca conseguiu se manter em um emprego, em parte por conta da sua saúde frágil e em parte por conta da sua 
vontade de se dedicar cada vez mais à literatura. 
a obra de Kafka retrata situações absurdas e grotescas que impactam o leitor.  
nas obras de Kafka, percebe-se o entusiasmo pela modernidade e pelas novas tecnologias, como o telefone ou o carro. 
Kafka nunca casou, e as mulheres não tiveram um grande impacto na sua vida — ele preferia se dedicar à literatura. 
 
Pergunta 10 
Leia atentamente o poema de Baudelaire, “A destruição”, e assinale a alternativa correta sobre a sua 
interpretação. 
 
Sem cessar a meu lado o Demônio se agita, 
E nada ao meu redor como um ar impalpável; 
Eu o levo aos meus pulmões, onde ele arde e crepita, 
Inflando-os de um desejo eterno e condenável. 
Às vezes, ao saber do amor que a arte me inspira, 
Assume a forma da mulher que eu vejo em meus sonhos, 
E, qual tartufo afeito às tramas da mentira, 
Acostuma-me a boca aos meus filtros medonhos. 
Ele assim me conduz, alquebrado e ofegante, 
Já dos olhos de Deus afinal tão distante, 
Às planícies do Tédio, infindas e desertas, 
E lança-me ao olhar imerso em confusão 
Trajes imundos e feridas entreabertas 
— O aparato sangrento e atroz da Destruição! 
 
A única explicação para esse poema é a de que o eu lírico está alucinando e, por isso, acredita que o Demônio está 
próximo de si, incitando-o ao mal. 
Cada estrofe contém uma ideia. Apesar de elas se relacionarem, podem ser lidas também de forma independente. 
Os versos “Às vezes, ao saber do amor que a arte me inspira/Assume a forma da mulher que eu vejo em meus 
sonhos” aponta para a capacidade de o Demônio se disfarçar para dominar o eu lírico.  
O eu lírico mostra como o Demônio o tenta e como ele resiste a essa tentação. 
Há quatro palavras grafadas com letra maiúscula no poema: Diabo, Deus, Tédio e Destruição. Isso acontece porque o eu 
lírico utiliza Tédio como outra forma de se referir a Deus e Destruição, ao Demônio.