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CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE OURINHOS FACULDADES DE ENGENHARIA – ENGENHARIA MECÂNICA BRUNO ZANINI PROJETO INTEGRALIZADOR OURINHOS – SP 2020 BRUNO ZANINI PROJETO INTEGRALIZADOR Trabalho apresentado ao Curso de Engenharia Mecânica do Centro Universitário das Faculdades Integradas de Ourinhos como pré-requisito para a obtenção de nota bimestral. OURINHOS – SP 2020 5 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 7 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA .............................................................................. 8 2.1 Empreendedorismo ............................................................................................. 8 2.2 Engenharia Econômica ....................................................................................... 9 2.3 Refrigeração e Ar Condicionado ...................................................................... 12 2.4 Transferência de calor ...................................................................................... 13 3. CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA ................................................................... 14 3.1 Caracterização da empresa .............................................................................. 14 3.1.1. Missão, visão e valores. .................................................................................. 15 3.2 Resultado da pesquisa ..................................................................................... 17 3.2.1. Perfil do consumidor ....................................................................................... 17 3.2.2. Hábitos de compra .......................................................................................... 18 3.2.3. Satisfação dos clientes: .................................................................................. 19 3.3 Plano Operacional ............................................................................................. 23 3.3.1. Processo de abatimento ................................................................................. 23 3.3.1.1. Chegada do animal no abatedouro ........................................................... 23 3.3.1.2. Processo de Insensibilização. ................................................................... 24 3.3.1.3. Processo de sangria ................................................................................. 24 3.3.1.4. Processo de escaldagem e depilação ...................................................... 24 3.3.1.5. Processo de Evisceração .......................................................................... 25 3.3.1.6. Processo de corte, toalete, pesagem e refrigeração ................................. 25 3.3.1.7. Layout da Casa de Carne ......................................................................... 27 3.4 Plano de marketing ........................................................................................... 27 3.4.1. Composto de produto. .................................................................................... 29 3.4.2. Composto de preço. ....................................................................................... 29 3.4.3. Composto promocional. .................................................................................. 30 3.5 Plano financeiro ................................................................................................ 30 3.4.4. Estimativa de investimento fixos ..................................................................... 31 3.4.5. Investimento pré-operacional .......................................................................... 32 3.4.6. Capital de giro ................................................................................................. 32 3.4.7. Estimativa de faturamento .............................................................................. 33 6 3.4.8. Estimativa do custo unitário da matéria-prima ................................................ 34 3.4.9. Estimativa do custo de comercialização ......................................................... 35 3.4.10. Estimativas do custo de mão-de-obra ....................................................... 35 3.4.11. Estimativas dos custos com depreciação ................................................. 36 3.4.12. Estimativas dos custos fixo operacionais mensais ................................... 36 5.5.10 Demonstrativo de resultados. ......................................................................... 37 5.5.11 Indicador de Viabilidade ................................................................................. 38 4. CALCULOS DAS CARGAS TÉRMICAS PRESENTES ....................................... 39 5. SELEÇÃO DOS EQUIPAMENTOS DA CÂMARA FRIGORIFICA ....................... 48 6. CONCLUSÃO ....................................................................................................... 53 7. REFERÊNCIAS .................................................................................................... 54 7 1. INTRODUÇÃO O controle da temperatura tem fundamental importância na vida humana, seja para o conforto térmico do ser humano quanto para se obter o melhor aproveitamento dos equipamentos. Com base nisso o ser humano vem desenvolvendo maneiras de amenizar os efeitos do calor. A primeira máquina refrigeradora foi construída em 1856, usando o princípio da compressão de vapor, pelo australiano James Harrison, que tinha sido contratado por uma fábrica de cerveja para produzir uma máquina que refrescasse aquele produto durante o seu processo de fabricação, e para a indústria de carne processada para exportação. As câmaras frigoríficas são compartimentos refrigerados, fechados, isolados termicamente, no interior dos quais são mantidas as condições termo higrométricas, isto é, de temperatura e de umidade, mais adequado para a conservação dos gêneros alimentícios. A manutenção das condições termo higrométricas requeridas é provida por uma unidade de refrigeração, eventualmente integrada por sistemas de aquecimento e umidificação. Cada câmara frigorífica deve ser projetada para um determinado fim, cuja carga térmica a ser retirada pelo equipamento frigorífico e o período de tempo necessário do processo são calculados criteriosamente. Algumas considerações precisam ser feitas para o dimensionamento da câmara de uma câmara frigorífica, o que vai ser armazenado, o tamanho da câmara e cálculo do calor a ser retirado entre outras. Para melhor compreensão dos efeitos do equilíbrio térmico entre os meios, serão discutidos os processos denominados por transferência de calor. Este trabalho visa como principal objetivo dimensionar uma câmara fria para armazenamento de carne suína, e a realização da especificação dos componentes do sistema de refrigeração necessário para a mesma além de desenvolver os cálculos e informações necessárias para uma construção de um abatedouro e açougue de pequeno porte. 8 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA A fundamentação teórica, ou revisão da literatura, é a parte do trabalho na qual o acadêmico apresenta informações teóricas sobre a área em estudo. Segundo Roesch (2005), a revisão da literatura permite que o aluno adéque o conhecimento teórico com a situação especifica a que ele se propôs a estudar. Assim a fundamentação teórica é a base para a solução do problema. E o pensamento do aluno é que faz a correspondência entre teoria e prática. 2.1 Empreendedorismo Este item aborda conceitos de empreendedorismo e empreendedor, bem como as diferenças entre empreendedor e empresário. Menciona o contexto que resulta do empreendedorismo e o trabalho do empreendedor,o qual são empresas micro e pequenas predominantes no Brasil, de acordo com o SEBRAE. O conceito de empreendedorismo ainda não possui uma definição concisa e internacionalmente aceita. Na visão de Hisrich e Peters (2006), empreendedorismo é um processo de criar algo novo, diferente e com valor, com dedicação de tempo e esforço, assumindo os riscos financeiros, psicológicos e sociais que corresponderem e receber as consequentes recompensas da satisfação econômica e pessoal. Chiavenato (2004, p.22) diz; A unidade de negócios, objeto do empreendedorismo é um esforço organizado por determinadas pessoas para produzir bens e serviços, a fim de vendê-los em um determinado mercado e alcançar recompensa financeira pelo seu esforço. Logo, o empreendedorismo é uma ação positiva para realizar uma ideia inovadora, de forma a gerar riqueza, na criação de uma empresa ou no desenvolvimento de uma já existente, assumindo riscos e recompensas e possuindo algumas características. Tendo em vista que o mundo vem passando por varias transformações em curtos períodos de tempo, principalmente no século XX, quando foi criado a maioria das invenções revolucionárias. Por trás dessas invenções, existem pessoas ou grupo de pessoas com características especiais, que são visionárias, que questionam, que arriscam, que empreendem. 9 Na tentativa de acompanharem as mudanças que estão ocorrendo atualmente impulsionadas pela globalização, pelos avanços tecnológicos e pela revolução das comunicações, que os empreendedores estão sendo incentivados a criarem seus próprios negócios. O Brasil é um dos países com maior número de empreendedores em todo o mundo. A cada ano, mais empresários decidem abrir seu próprio negócio. Mas, segundo estatísticas, a maioria não chega ao quinto ano de atuação. Atribuem- se os fracassos ao próprio empreendedor, que geralmente não compreende o mercado em que atua e acaba fazendo escolhas erradas (DORNELAS, 2001). Este movimento que vem ocorrendo está tanto impulsionado tanto pelas necessidades devido ao desemprego tecnológico, provocado pela automação e robotização de processos empresariais, quanto pelas oportunidades que este novo ambiente vem se destacando. De acordo com Dornelas (2001), os empreendedores estão eliminando barreiras comerciais e culturais, encurtando distâncias, globalizando e renovando os conceitos econômicos, criando novas relações de trabalho e novos empregos, quebrando paradigmas e gerando riquezas para a sociedade. 2.2 Engenharia Econômica A engenharia econômica tem como função explicar os objetivos propostos pela empresa e transformá-los em ação organizacional por meio de planejamento, organização, direção, liderança e controle de todos os níveis organizacionais, a fim de obter os objetivos. Na percepção de Chiavenato (2001), a administração se refere à combinação e aplicação de recursos organizacionais para alcançar os objetivos e atingir um desempenho excepcional. A administração movimenta toda a empresa em busca de um propósito Daft (2005) destaca também que a administração é o alcance de metas organizacionais de maneira eficaz e eficiente por meio de planejamento, organização, liderança e controle dos recursos organizacionais. O papel da administração é assegurar a eficiência e eficácia das organizações. Maximiano (2007), explica que eficácia indica que a organização consegue realizar seus objetivos. Já a eficiência está relacionada à utilização produtiva dos recursos. 10 Atualmente a administração não tem apenas a função de realizar tarefas e operações, mas fazer com que elas sejam realizadas por um conjunto e de maneira satisfatória, trazendo assim resultados para a organização onde o indivíduo está 22 inserido. A contabilidade de custos é direcionada para a análise dos gastos realizados pelas entidades durante suas atividades operacionais, contribuindo na tomada de decisões, envolvendo as opções de produção, formação de preço e alternativas entre produção própria e terceirizada. Ela contribui na determinação do lucro, processando as informações contábeis, e possibilita, ainda, dados sobre a rentabilidade e desempenho de diversas atividades da entidade, auxiliando no planejamento e controle e no desenvolvimento das operações. Investimentos são os gastos realizados para a composição da estrutura necessária da atividade-fim do negócio, por exemplo, a aquisição de imóveis, veículos, máquinas e equipamentos, móveis e utensílios, compra do ponto ou franquia, bem como a aquisição de matéria-prima, mercadorias, peças etc., que inicialmente vão para os estoques pelo valor de custo de aquisição. Resumindo, relacionam-se aos bens destinados ao uso da empresa e ativados (fazem parte do ativo da entidade). Nesse momento, inicia-se uma complexidade tributária, pois o investimento em matéria- prima, mercadorias e peças que compõem o estoque é avaliado pelo custo de aquisição, ou seja, o valor do investimento gasto menos os créditos tributários, se aplicáveis. Continuando essa análise, observa-se que treinamento, investimento em capital intelectual, marcas, patentes e outros, embora sejam investimentos, na maioria das vezes, são considerados pela contabilidade e pelos gestores como despesa. Tal concepção dificulta aos gestores quantificar os custos empresariais, pois estes serão utilizados para beneficiar períodos posteriores, uma vez que não serão necessariamente consumidos na ocasião. Consistem no recurso consumido para a obtenção de bens e serviços. Os custos apropriados serão alocados aos estoques de produtos, normalmente no AC – ativo circulante – (curto prazo). Os custos são representados pelo investimento em estoques e por todos os itens relacionados diretamente à elaboração de produtos (para empresas industriais), processo de aquisição, movimentação e estocagem de mercadorias (para empresas comerciais) e os relacionados diretamente à prestação de serviços ou de determinadas atividades. Os fretes sobre as compras, seguros, impostos não recuperáveis, armazenagens e outros também compõem o custo dos estoques. À medida que tais mercadorias, produtos e peças são 11 consumidos pelas vendas e serviços prestados, são diretamente considerados como custo do produto vendido, custo da mercadoria vendida ou custo do serviço vendido/prestado, gerando receitas e diminuindo, assim, a conta de estoques. Todo gasto realizado com tais peças, mercadorias e produtos, antes da efetiva venda, se incorpora ao custo dos estoques, sendo que somente terá impacto no resultado econômico da empresa (lucro ou prejuízo) após a venda do produto, de acordo com o regime de competência (CFC 750/93 e posteriores. Atualmente, 1.282/10). As empresas calculam o CPV – custo do produto vendido – e o CMV – custo da mercadoria vendida. Observa-se que é relevante, também, calcular o CSP – custo do serviço prestado, mas nem todas as empresas têm habitualidade de calcular, apesar de ser obrigatório pela legislação e pelas Normas Brasileiras de Contabilidade. Quando da realização da receita, seus respectivos custos serão baixados dos estoques (ativo circulante) e contabilizados em CMV, CPV ou CSP. Como já mencionado, somente quando os estoques são vendidos é que as receitas são consideradas e apurados os respectivos CMV, CPV ou CSP, influenciando, assim, a apuração do resultado do exercício. 𝐶𝑀𝑉 = 𝐸𝐼 + 𝐶 + 𝐼𝐼 + 𝐹𝐶 + 𝑆 − 𝐷𝐶 − 𝐸𝐹 (1) Onde; CMV é custo de mercadoria vendida, C é compras, FC é o frete sobre as compras, EF é o estoque final, EI é o estoque inicial, II é o imposto sobre importação S é o seguro e por fim DC é a devolução de compras As despesas são gastos realizados para obter receitas. Entendem-se como recurso consumido fora do processo produtivo e/ou de elaboração de serviços para a obtenção de receita. As despesas operacionais podem se classificar em administrativas,comerciais (com vendas) e outras despesas gerais. Existem, também, as despesas financeiras. São considerados perdas os fatos imprevistos e decorrentes de fatores externos, anormais, como inundações e incêndios. Podem decorrer, também, de recurso consumido de forma involuntária por fatores internos de imperícia, acidentes ou equívocos na comercialização e/ou confecção de algum produto ou na realização de algum serviço. São custos que não variam conforme a produção ou a prestação de serviços. Custos fixos são aqueles cujo montante independe do volume de produção, dentro de determinado período, e que não variam, dentro de determinada capacidade produtiva. 12 Mantêm-se constantes, quer a empresa produza ou não, isto é, mantêm-se inalterados qualquer que seja o nível de atividade. Esses custos não se alteram dentro do mesmo intervalo de dimensão, mas, fora dele, já são possíveis alterações. Exemplos de custos fixos: custos com pessoal, impostos indiretos, aluguel, seguros, depreciação etc. 2.3 Refrigeração e Ar Condicionado Por se tratar de um sistema de refrigeração dedicado à conservação e congelamento de carnes, a carga térmica total mínima necessária é representada pela seguinte equação, conforme encontrada na literatura: �̇�𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = �̇�𝑐â𝑚𝑎𝑟𝑎 + �̇�𝑝𝑟𝑜𝑑𝑢𝑡𝑜 + �̇�𝑖𝑛𝑓𝑖𝑙𝑡𝑟𝑎çã𝑜 + �̇�𝑝𝑒𝑠𝑠𝑜𝑎𝑠 + �̇�𝑖𝑙𝑢𝑚𝑖𝑛𝑎çã𝑜 (2) Antes de apresentar as expressões matemáticas que representam cada termo, torna-se importante uma breve explanação acerca de cada um dos termos constituintes. Em relação à �̇�𝑐â𝑚𝑎𝑟𝑎 (W), sabe-se que este está relacionado a carga térmica referente ao calor trocado entre a parte interna e externa da câmara fria, através do fluxo de calor que tende a transpassar suas paredes. De acordo com o site da INDUSTRIAL CHILLER: O calor atravessa as paredes, o teto e o piso do ambiente refrigerado, ocasionando diferença entre a temperatura da câmara e o ar externo mais quente. A quantidade de calor depende da diferença de temperatura, do tipo do isolamento e da superfície externa das paredes Em se tratando do �̇�𝑝𝑟𝑜𝑑𝑢𝑡𝑜 (W), é sabido que este trata-se da carga térmica do produto, ou seja, a quantidade de calor a ser absorvido, de modo a conservar e congelar os alimentos distribuídos dentro da câmara, para isso algumas características intrínsecas de cada alimento são necessárias, tais como: temperatura de conservação, calor específico antes do congelamento, calor específico pós- congelamento, calor latente, temperatura de congelamento e a densidade de cada um. Já, �̇�𝑖𝑛𝑓𝑖𝑙𝑡𝑟𝑎çã𝑜 (W), trata-se da carga térmica oriunda da quantidade de vezes que o ar é trocado dentro da câmara, devido ao abrir da porta de acesso ou de 13 pequenas infiltrações de ar externo ocasionado por arestas nos pontos de vedação, entretanto este último, desde que, devidamente controlado, não impacta tanto quanto o primeiro. Em uma tentativa de explicar a respectiva carga, a INDUSTRIAL CHILLER, descreve-a da seguinte maneira: “cada vez que a porta da câmara frigorifica é aberta, o ar externo mais quente se infiltra na câmara e deve ser resfriado nas condições internas, aumentando por consequência a carga térmica total.” Em relação à �̇�𝑝𝑒𝑠𝑠𝑜𝑎𝑠 (w), acredita-se que seja a carga oriunda do calor emitido através dos corpos dos indivíduos que transitam ou trabalham dentro da câmara. Tal carga depende diretamente da temperatura interna da câmara, do número de pessoas presentes no interior da mesma e o tempo de frequência delas dentro do recinto. Além de tais fatores, a INDUSTRIAL CHILLER alega que o tipo de movimentação (brusca ou leve) e a roupa dos camaristas também corroboram para o aumento de tal carga. Finalmente, �̇�𝑖𝑙𝑢𝑚𝑖𝑛𝑎çã𝑜 (W), refere-se a carga térmica proveniente do calor gerado pela iluminação artificial presente dentro da câmara, tal termo depende diretamente da potência de cada bulbo, além do tempo ao qual as mesmas permanecem acessas. 2.4 Transferência de calor Existem três modos de transferência de calor: por condução, convecção e radiação. (BERGMAN; LAVINE, 2019, p.2). De acordo com Bergman e Lavine (2019, p.2) a transferência de calor por condução pode ser definida como “a transferência de energia das partículas mais energéticas para as menos energéticas de uma substância como consequência das interações entre partículas”. Já, no caso da transferência de calor por convecção “estamos especialmente interessados na transferência de calor (...) que ocorre com o contato entre um fluido em movimento e uma superfície, estando os dois a diferentes temperaturas”. (BERGMAN; LAVINE, 2019, p.4). E, por fim, a transferência de calor por radiação é a energia emitida através da radiação térmica da matéria que se encontra a uma temperatura diferente de zero. (BERGMAN; LAVINE, 2019, p.6). 14 3. CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA Este capítulo tem como finalidade apresentar a elaboração do plano de negócios para o estudo da viabilidade de uma distribuidora de carne na cidade de Jacarezinho/PR. 3.1 Caracterização da empresa A empresa iniciaria suas atividades em 2022 produzindo aproximadamente cerca de 2500 kg de carne suína mês o que supriria a demanda municipal. Para tal demanda, necessita de um estabelecimento com capacidade para comportar o processo representado pelo diagrama abaixo: Figura 1 – Diagrama do processo: Fonte: própria Com a exigência de qualidade por parte dos consumidores, e consequentemente de órgãos responsáveis, o abate de suínos hoje segue uma linha de produção rigorosa. Para atender estas normas o abate é humanitário, ou seja, é realizado por pistola pneumática. Além disso, as câmaras frigorificas e embalagens seguem as exigências da CIDAPR ( Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola do Paraná ). A empresa possuirá uma área de 2000m², onde abaterá cerca de 500 suínos por mês considerando uma média de 100kg por animal. Os produtos fornecidos são todos os cortes suínos in natura. Para atender a essa demanda a empresa contará com 12 funcionários entre administrativo e produção. 15 A distribuição será feita em vários supermercados, açougues e restaurantes do município de Jacarezinho, porém a matéria prima será fornecida por criadores da região. Na região possui uma concentração de abatedouros e distribuidores de carne, porém o único que faz abate de suínos está localizado em Joaquim Távora que faz distribuição de peças inteiras, o que faz baratear o custo de produção. De acordo com Porter (1986), a rivalidade entre os concorrentes de uma indústria pode ser definida como a disputa por posição entre as empresas que já atuam em um mesmo mercado. Ela é caracterizada pelo uso de táticas como: concorrência de preços, batalha de publicidade, introdução e aumento dos serviços ou das garantias dos compradores. Devido a este grande concorrente no mercado se vê a necessidade de diversificar o tipo de distribuição sendo a mesma feita já com a carne em partes. 3.1.1. Missão, visão e valores. O planejamento estratégico é uma forma de posicionamento da empresa diante do mercado. Ele serve de alicerce para implantar todas as ações da organização. É nesta seção do plano de negócios que são definidos os caminhos que a empresa seguirá, o posicionamento, objetivos do negócio, sua visão e missão. De acordo Drucker (2006), o planejamento estratégico é o processo continuo de, sistematicamente e com o maior conhecimento possível do futuro contido, tomar decisões atuais que envolvam riscos, e, além disso, organizar sistematicamente as atividades necessárias à execução das decisões. A empresa ainda não possuía formalmente missão e visão. A missão deve apresentar o propósito da empresa e traçar um quadro atraente da mesma. A missão diz respeito ao relacionamento daempresa com seus clientes, fornecedores e funcionários. De acordo com Oliveira (2007) missão é a razão de ser da empresa. Neste ponto procura-se determinar qual o negócio da empresa, por que ela existe, ou ainda, em que tipos de atividades a empresa deverá concentrar-se no futuro. Chiavenato (2008) ressalta que missão é a razão de ser do próprio negócio, por que ele foi criado e para que ele exista em síntese a missão da empresa define os 16 produtos/serviços, os mercados e a tecnologia, refletindo os valores e as prioridades do negócio. Desta forma o Abatedouro terá como missão: “Produzir e comercializar carnes suínas in natura e a vácuo, satisfazendo as necessidades dos clientes e prezando pela qualidade dos produtos, atendendo as legislações ambientais exigidas”. Entretanto, a visão é a imagem que o empreendedor tem em relação ao futuro de seu negócio. Ela consiste em visualizar qual a imagem que se tem da empresa quando se chegar lá. Sendo assim, ela permite desdobrar os objetivos a serem alcançados. A visão de uma empresa de acordo com Biaggio e Batocchio (2005) deve refletir as aspirações e as crenças da organização, ela espelha a relação organização- sociedade. E é de fundamental importância que seja elaborada pelos níveis mais altos da empresa. Para Hitt, Ireland e Hoskisson (2008), a visão é um retrato do que a empresa pretende ser e, em termos amplos, o que pretende realizar. Visão é pensar no “quadro geral” com uma paixão que ajuda as pessoas a sentirem o que devem fazer Como visão então estabelece-se que: “Ser reconhecida no setor de agronegócio como referência de qualidade de produtos e atendimento”. Já os valores da empresa devem ter forte interação com as questões éticas e morais da empresa. Se forem verdadeiros, servem como sustentação da vantagem competitiva da empresa. Conforme sustenta Oliveira (2007), valores representam o conjunto dos princípios e crenças fundamentais de uma empresa, bem como fornecem sustentação para todas as suas principais decisões. Desta forma define-se como valores para a empresa: • Honestidade; • Excelência 17 • Ética • Comprometimento • Respeito ao meio ambiente 3.2 Resultado da pesquisa A pesquisa foi realizada na cidade de Jacarezinho/PR, durante a primeira metade do mês de outubro de 2020, considerando uma população com amostra de 50 pessoas responsáveis por estabelecimentos alvo e 100 consumidores finais. O questionário foi aplicado de forma direta para futuros consumidores e público alvo do frigorifico. Na aplicação dos questionários, percebeu-se que uma porcentagem deles foram respondidos com pouco interesse por parte dos informantes, entretanto isso não compromete o desenvolvimento do trabalho. A apresentação dos resultados ocorre da seguinte forma: perfil do consumidor, hábitos de compra e satisfação com o serviço do frigorifico e casa de carnes. 3.2.1. Perfil do consumidor Neste item procura-se identificar o perfil do consumidor do frigorífico no Grafico 1 podemos visualizar a divisão do público alvo; Gráfico 1 – Público alvo: Fonte: própria Pode-se observar que a amostra apresenta um total de 20 Supermercados. 25 Restaurantes e 5 açougues. Supermercados Restaurantes Açougue 18 3.2.2. Hábitos de compra Nesta etapa será abordado os hábitos de compra referente aos consumidores finais, na qual foi subdividida em tipos de carnes consumidas, preferencias na hora da compra e valores gastos. No Gráfico 2 está ilustrado a preferência dos informantes quanto ao tipo de carne: Gráfico 2 – Tipos de carne consumida: Fonte: própria O Gráfico acima demonstra o consumo dos pesquisados em relação aos tipos de carnes mais consumidas. Observa-se que a maioria das pessoas consomem carne suína, o que é extremamente importante no planejamento, pois a empresa será focada na venda de grande parte dos cortes suínos. Depois temos carne bovina e aves, praticamente igual. Já a compra de embutidos e de carnes especiais ( ovelha, búfalo, coelho, javali entre outras ), representam um percentual baixo de compra No próximo Gráfico apresenta-se a preferência das pessoas em comprar estas carnes, se são: in natura, embaladas á vácuo ou congeladas. 19 Gráfico 3 – Preferência dos consumidores em relação ao estado da carne: Fonte: própria O Gráfico 3, como foi descrito acima, demonstra-se a preferência das pessoas em relação ao estado da carne na hora da compra. A análise permite observar que grande parte das pessoas prefere comprar a carne in natura, ou seja, somente resfriada. Já uma parte menor, representada por 25% dos pesquisados, prefere comprar carnes embaladas a vácuo, e apenas 18% adquirem carnes congeladas Os entrevistados afirmam gastar entorno de 200,00 reais em média mensal para o consumo de carne. 3.2.3. Satisfação dos clientes: Nesta fase do questionário foram feitas perguntas relacionadas ao estabelecimento existentes na cidade de Jacarezinho. Ao avaliar os fatores ligados a carne, os pesquisados deveriam dar notas de 1 (péssimo) a 5 (ótimo). No Gráfico 4, demonstram-se a notas referentes aos produtos consumidos na cidade. Gráfico 4 – Notas referentes aos produtos da cidade: Fonte: própria 20 Analisando o gráfico temos as notas representadas, e é possível analisar que as pessoas estão satisfeitas com os produtos apesar do fator preço ter recebido nota baixa. Entretanto o preço é colocado de acordo com o mercado e os concorrentes. Em economia, Lei da Oferta e Procura é um modelo de determinação de preços num mercado. Num mercado em concorrência perfeita, os agentes econômicos tomam decisões que variam o preço até que este seja tal que a quantidade procurada seja igual à quantidade oferecida, resultando daí um equilíbrio econômico em que não há incentivos para a alteração de quantidades ou preços. Nos períodos em que a oferta de um bem ou serviço excede a procura (ou demanda), seu preço tende a cair. Já em períodos nos quais a procura (ou demanda) passa a superar a oferta, a tendência é o aumento do preço. Ou seja, se a oferta é maior que a procura, os preços diminuem; se a procura é maior que a oferta, os preços aumentam. A estabilização da relação entre a oferta e a procura leva, em primeira análise, a uma estabilização do preço. Uma possível concorrência, por exemplo, pode desequilibrar essas relações, provocando alterações de preço. A Lei da Oferta e da Procura busca estabilizar a oferta e procura de um determinado bem ou serviço. Oferta é a quantidade do produto disponível em mercado, enquanto procura é o interesse existente em relação ao mesmo. A oferta depende do preço, da quantidade, da tecnologia utilizada na fabricação entre outras coisas relacionadas aos produtos e serviços. A procura é influenciada pela preferência do consumidor final, a compatibilidade entre preço e qualidade e a facilidade de compra do produto. Ao contrário do que pode parecer a princípio, o comportamento da sociedade não é influenciado apenas pelos preços. O preço de um produto pode ser um estímulo positivo ou negativo para que os consumidores adquiram os serviços que necessitam, mas não é o único. • Existem outros elementos a serem considerados nesta equação, entre eles: • Os desejos e necessidades das pessoas; • O poder de compra • A disponibilidade dos produtos • Existência de produtos complementares https://pt.wikipedia.org/wiki/Economia https://pt.wikipedia.org/wiki/Concorr%C3%AAncia_perfeita https://pt.wikipedia.org/wiki/Agente_econ%C3%B3mico https://pt.wikipedia.org/wiki/Agente_econ%C3%B3mico https://pt.wikipedia.org/wiki/Demanda https://pt.wikipedia.org/wiki/Demanda https://pt.wikipedia.org/wiki/Concorr%C3%AAncia_(economia) 21 • A capacidade da empresa de produzirem determinadas mercadorias com o nível tecnológico desejado Da mesma formaque a oferta exerce uma influência sobre a procura dos consumidores, a frequência com que as pessoas buscam determinados produtos também pode aumentar e diminuir os preços dos bens e serviços. Já no Gráfico 5 apresenta os fatores relacionados ao estabelecimento. Gráfico 5 – Notas referente aos fatores ligados ao estabelecimento: Fonte: própria No Gráfico 5, apresenta as notas colocadas para os fatores dos estabelecimentos de venda de carne. Por meio desta nota, apesar de estarem entre 4 e 5, podemos mapear a necessidade de melhorar a apresentação do açougueiro, entretanto os fatores atendimento e estacionamento obtiveram a maior porcentagem de nota 5 https://pt.wikipedia.org/wiki/Consumidor 22 Após analisar os fatores relacionados ao estabelecimento já existente, foi perguntado sobre o que as pessoas pesquisadas pensavam sobre a abertura de uma casa de carnes na cidade. E no Gráfico 6 a seguir, está sendo representada esta preferência. Gráfico 6 – Preferência dos consumidores em relação a cada de carne: Fonte: própria Podemos ver uma preferência pela abertura de uma casa de carne em Jacarezinho/PR na qual podemos observar que os resultados são favoráveis para o nosso plano, pois 79% das pessoas apontaram ser muito bom. Quanto as outras perguntas realizadas em relação à abertura de uma casa de carnes na cidade todos os informantes responderam que comprariam na empresa, e consequentemente indicariam para outras pessoas. Como existe um grande interesse dos entrevistados em uma casa de carne para distribuição em varejo. Figura 2 – Novo fluxograma: Fonte: própria 23 3.3 Plano Operacional A elaboração de um plano operacional para as diversas tarefas a serem realizadas ao longo de seu funcionamento, é essencial, pois a estrutura interna estando bem definida e organizada será um diferencial para oferecer bons produtos e serviços. 3.3.1. Processo de abatimento 3.3.1.1. Chegada do animal no abatedouro Os animais chegaram em caminhões para serem transportados até o abatedouro de suínos e através de rampas vão para pocilgas de recepção. Há então um processo de inspeção dos animais, que devem estar separados por lote de acordo com a procedência, mas ainda permanecem nas pocilgas em repouso e jejum por cerca de 16 a 24 horas. A intenção é recuperar estes animais do estresse do transporte, diminuindo o conteúdo do estômago e intestino. Os suínos passam por este período de descanso que acontece antes do abate melhorando ainda a qualidade da carne, devido aos níveis de substâncias presentes no sangue. Antes do abate, o jejum é de 8 horas. Para uma pré-lavagem do couro dos suínos pode-se salpicar um pouco de água sobre os animais, o que auxilia no processo antiestresse também. Desta forma, os animais separados na inspeção sanitária são separados entre sadios ou não. Depois de entregá-los aos caminhões, estes são limpos para que haja a higienização com retirada de urina, fezes e outras secreções. As pocilgas também devem estar rigorosamente limpas, removendo todo o esterco e sendo lavadas posteriormente com produtos específicos. O abatedouro de suínos requer muitas precauções e uma série de etapas para desenvolvimento de um trabalho satisfatório e o empreendedor que busca montar um negócio como este deve ficar de olho nestes detalhes, que na verdade fazem bastante diferença na prática. 24 3.3.1.2. Processo de Insensibilização. Antes da insensibilização no abatedouro de suínos, deve-se conduzir os animais para uma lavagem com jatos d’água com cloro de cima pra baixo ou de baixo para cima com água com 1 atm de pressão em média de 3 minutos. Após isso, o ideal é promover a inconsciência dos suínos antes do abate, e isso é geralmente feito no Brasil através de choque elétrico de alta voltagem e baixa amperagem. Este processo é feito atrás das orelhas do animal, nas fossas temporais, realizado por marreta, gás carbônico ou pistola pneumática, denominando-se insensibilização. Logo utilizaremos o processo de pistola pneumática por ser o processo mais humanizado. Depois o animal é preso por umas das per a um transportador aéreo que consiste de um gancho e roldanas vinculados a trilhos. 3.3.1.3. Processo de sangria O processo que necessita de maior rapidez e precisão. Após a insensibilização, o processo deve acontecer em, no máximo, 30 segundos, seccionando os grandes vasos ou por punção direta no coração com retirada do sangue para reaproveitamento. Os animais ficam presos em um trilho aéreo para a drenagem do sangue e, em média, o volume total obtido com a técnica é de cerca de 3 litros. Parte desse sangue será direcionado para a indústria farmacêutica utilizar na fabricação de seus produtos e a outra parte para o uso em rações de animais. Depois da sangria, há um banho de aspersão novamente e, em seguida, os porcos são enviados para as próximas etapas. 3.3.1.4. Processo de escaldagem e depilação A escaldagem é feita em tanques metálicos com água sendo renovada constantemente, facilitando a remoção posterior dos pelos, unhas e cascos para a retirada da parte suja do couro dos animais 25 Isso é feito com os suínos saindo do trilho e sendo imersos em água quente a mais ou menos 65ºC. A passagem por este processo de escaldagem dura de 2 a 5 minutos, dando entrada agora no processo de depilação. A depilação é a remoção dos pelos, inicialmente em máquinas específicas para isso. Este equipamento possui cilindros e sua rotação provoca certo impacto das pás com o couro dos suínos, fazendo a remoção dos pelos por atrito. Depois disso, manualmente e com o auxílio de facas, faz-se a depilação manual para a retirada daqueles pelos que não saíram a partir da máquina. Aproveita-se e retiram-se os cascos e unhas dos suínos também com a faca e, posteriormente, deve ser feito o chamuscamento da carcaça, com o auxílio do bico de gás 3.3.1.5. Processo de Evisceração A carcaça é aberta desde o pescoço até a região inguinal. É chamado de evisceração e a abertura deve acontecer com auxílio da faca. O objetivo é retirar as vísceras (órgãos) dos suínos. Um cuidado muito importante deve ser tomado nesta hora: deve-se amarrar o ânus e a bexiga dos suínos para que não haja contaminação da carcaça. Então, as vísceras serão retiradas manualmente, lavadas e estocadas em câmaras frigoríficas. Para o osso do peito, a abertura deve ser feita com serra para a remoção do coração, fígado e pulmões. Pode haver ou não a retirada das cabeças e as vísceras devem ser colocadas em bandejas da mesa de evisceração para separação, inspeção e encaminhamento para o processamento, de acordo com a inspeção realizada. Os intestinos geram a produção de tripas, normalmente salgadas, e serão utilizadas para a fabricação de embutidos e também como aplicações médicas. 3.3.1.6. Processo de corte, toalete, pesagem e refrigeração A maneira ideal de serragem da carcaça é a forma longitudinal, após a retirada da cabeça. É serrada ao meio pela coluna vertebral para remover a medula. 26 O cérebro dos animais e as carcaças são limpas com facas e encaminhadas para refrigeração com temperaturas ideais para que sejam conservadas no abatedouro. Por tanto, os animais chegaram para abate, seguirão após para a divisão em quartos e resfriamentos, em seguida seguirão para o corte e desossa, e depois devidamente rotuladas conforme instruções da CIDAPR, e os cortes que serão vendidos à vácuo serão embalados. Após este processo retornarão para a câmara de resfriamento ou serão expostas no balcão de venda O cliente também terá a opção de pedir para cortar ou embalar na hora do seu atendimento. Todos os processos podem ser visualizados no fluxograma abaixo: Figura 3 – Fluxograma dos processo da casa de carne: Fonte: própria Para realizar o processo de abate, limpezae corte à uma estimativa de um açougueiro experiente com e um auxiliar para cada 20 animais a serem abatidos. Considerando que serão 500 animais mensais e que serão trabalhados 24 dias do mês logo dois açougueiros com experiencia e dois auxiliares serão suficientes para suprir o abatedouro e o açougue. 27 3.3.1.7. Layout da Casa de Carne Abaixo a Figura 4 representa o layout da casa de carne. Figura 4 – Layout da casa de carne: Fonte: própria Conforme o Layout a casa de carne está instalada em um terreno, na qual 360m² são construídos. Para atender as necessidades da empresa, há uma câmara fria; uma sala para depósito de materiais; uma sala para cortes, desossa e embalagem; além de um escritório, refeitório e banheiro. Toda a área frontal será destinada ao atendimento dos consumidores, neste espaço serão colocados balcões resfriados e gôndolas com produtos relacionados à carne. 3.4 Plano de marketing O ponto inicial para elaboração de um plano de marketing segundo Kotler e Armstrong (1999), é a definição da missão, visão e valores da empresa. A missão determina a razão da existência e a função da empresa na sociedade. A partir da missão define-se o que a empresa faz; onde ela pretende ir. 28 Desta forma, definiu-se a seguinte missão para a casa de carne: “Oferecer carnes de alta qualidade, variedade e atendimento diferenciado, satisfazendo as necessidades dos clientes e prezando pelo seu bem estar”. Já, a visão apresenta quais são as expectativas e os desejos futuros dos sócios com relação ao que a empresa pretende ser no futuro. Sendo assim a visão da casa de carne é a seguinte: “Superar as expectativas dos nossos clientes, inovando e oferecendo o melhor produto, tornando–se assim referencial no mercado, pelos produtos e serviços de qualidade”. Os valores de uma organização são o conjunto de crenças dominantes nas quais seus sócios e administradores acreditam e baseando-se nisso, eles definem suas prioridades como, por exemplo, atender as necessidades dos clientes, buscar aprimoramento constante dos processos de gestão, a fim de garantir a excelência nos serviços oferecidos, promover o desenvolvimento dos funcionários e realizar atividades que respeitem a comunidade. • Trabalhar com profissionalismo, tendo envolvimento e comprometimento com a empresa; • Tratar nossa equipe de trabalho com respeito, ética e bom senso; • Nosso relacionamento com clientes e colaboradores deve ser transparente e baseado na responsabilidade e confiança entre as partes. • Nossa conduta deve refletir os mais altos padrões de qualidade; Após definir-se a missão, visão e valores da empresa, a próxima etapa recomendada por Kotler e Armstrong (1999), é apresentar sobre os produtos, preços, fornecedores e clientes. 29 3.4.1. Composto de produto. Serão oferecidos inicialmente alguns cortes suínos, em sequência a alguns meses de funcionamento serão disponibilizados cortes especiais. Figura 5 – Cortes suinos: Fonte: site Alegra Foods Dos cortes suínos apresentados na Figura 5, poderá ser inicialmente encontrado na casa de carnes os seguintes cortes: carré, lombo, costela e pernil. Estarão disponíveis inicialmente estes cortes, devido a preferência identificada na pesquisa de mercado. Futuramente também será disposto de cortes premium. 3.4.2. Composto de preço. O preço dos produtos é elaborado por meio de uma análise dos custos envolvidos na produção dos produtos, a empresa deve realizar um levantamento dos custos de materiais, custo de mão-de-obra, impostos, preços praticados pela concorrência e outros custos que possam influenciar na composição de preços dos produtos ao final deste levantamento é que o lucro pretendido é agregado, de acordo 30 com o corte, a empresa opta pelos descontos quando o cliente deseja adquiri uma quantidade maior de produto. Hoje quilo suíno vivo pronto para o abate é no Paraná está R$ 7,61, o rendimento da carcaça é de 70% do peso do animal e o custo operacional de um frigorifico com açougue em anexo está em torno de R$ 1,00 o quilo abatido, levando em consideração a volatilidade do preço da carne devido a estação do ano, onde, quanto mais frio a tendência pela busca de miúdos aumenta e no calor carnes com intuito de churrasco são mais vendidas. Adicionado os custos operacionais, temos a seguinte tabela de preço: Tabela 1 – Preço dos produtos oferecidos; fonte própria: Cortes Suínos Quarto (varejo) R$ 9,00 Carré R$ 22,40 Lombo (fatiado) R$ 29,96 Costela R$ 27,20 Pernil (com osso) R$ 18,19 3.4.3. Composto promocional. O meio utilizado para que os clientes tomem conhecimento dos serviços da empresa, inicialmente ocorrerá por meio de folders, cartões, outdoor e placas. Também serão feitas promoções com descontos e sorteios para compras acima de um valor determinado. Além de aproveitar datas comemorativas para promover o negócio. será feito um site para a empresa. 3.5 Plano financeiro O plano financeiro para a casa de carnes foi feito com base no software do PNBOX e inclui as seguintes análises: estimativa de investimentos fixos e pré- operacionais, capital de giro, estimativa de faturamento mensal da empresa, do custo unitário da matéria-prima, de custos de comercialização, custo de mão-de-obra, custos com depreciação e custos fixos operacionais e o demonstrativo de resultados, desta forma os resultados são apresentados a seguir. 31 3.4.4. Estimativa de investimento fixos Nesta etapa será documentado o patrimônio que a empresa irá investir, bem como, a descrição dos produtos, a quantidade necessária, além dos valores unitários e totais. Na tabela a seguir estão representados todos os investimentos necessários para compor inicialmente a estrutura da empresa: Tabela 2 – Estimativas de investimento fixos; fonte Software PNBOX. Descrição do Produto Qtde Valor Unitário Total Imóvel Estrutura com 1 câmara fria 1 220.000,00 220.000,00 Total 220.000,00 Maquinas e equipamentos Amaciador de carnes poli inox 1 1.430,00 1.430,00 Picador CAF 22 STB 1 1.850,00 1.850,00 Picador de carne 1 1.000,00 1.000,00 Serra fita HD 282 2 4.030,00 8.060,00 Expositor açougue tendal pop luxo 1 4.380,00 4.380,00 F200 Flash IIf- Embaladora a vácuo 1 7.300,00 7.300,00 Ilha de congelados fechada pop 1 5.430,00 5.430,00 Balança 2124 Inox 250 kg 1 1.650,00 1.650,00 Balança Prix 4 Plus Cabo 1 1.950,00 1.950,00 Total 33.050,00 Móveis e Utensílios Mesas 4 800,00 3200,00 Facas para desossa 8 20,00 160,00 Outros Utensílios 1 1.000,00 1.000,00 Total 4.360,00 Computadores 32 Computador com impressora 1 1.399,00 1.399,00 Total 1.399,00 Total de Investimentos fixos 258809,00 A Tabela 2 apresenta todas as maquinas, equipamentos, utensílios, computadores e veículos necessários para inicialmente chegando a um total de; 3.4.5. Investimento pré-operacional Nos investimentos operacionais são descritos todos os gastos realizados antes que a empresa abra as portas e comece a faturar. Podem ser considerados investimentos pré-operacionais despesas com reforma do imóvel e as taxas de registos da empresa Tabela 3 – Investimento operacional; fonte Software PNBOX: Descrição Valor Despesas de legalização R$ 5.000,00 Divulgação R$ 10.000,00 Cursos e treinamentos R$ 5.000,00 Outras despesas R$ 10.000,00 Reforma do imóvel R$ 900.000,00 Total de Investimentos Pré-Operacionais R$ 930.000,00 A Tabela 3, como observado apresenta todos os custos pré-operacionais descritos, para isso foi realizado apenas uma estimativa dos valores que serão gastos antes da abertura da empresa, totalizando assim R$ 930.000,00. 3.4.6. Capital de giro O capital de giro é o ativo circulante que sustenta a operação do dia-a-dia da empresa e representa a parcelade investimento que circula de uma forma à outra, 33 durante a condução normal dos negócios. Conforme informações adicionadas ao software, é apresentada a seguinte tabela: Tabela 4 – Capital de giro; fonte Software PNBOX: Descrição R$ 1. Custo fixo mensal 9.711,14 2. Custo variável mensal 96.206,15 3. Custo total da empresa 106.917,29 4. Custo total diario 3.530,58 5. Necessidade liquida de capital de giro em dias 7 dias Caixa Minimo 24.714,03 Como a empresa inicialmente necessitará apenas de ativo circulante para a compra de carnes, ficou estipulado um capital de giro de R$ 24.714,03. 3.4.7. Estimativa de faturamento Na estimativa de faturamento mensal são aferidos os valores de comercialização dos produtos oferecidos, para isto é necessário a uma estimativa de quantidade vendida e o preço a ser praticado. Tabela 5 – Estimativa de faturamento; fonte Software PNBOX: Produto Qtde.(kg) Valor Unit. Faturamento total Carne suína Quarto (varejo) 40000 R$ 9,00 R$ 360.000,00 Carré 2000 R$ 22,40 R$ 44.800,00 Lombo (fatiado) 2000 R$ 29,96 R$ 59.920,00 Pernil (com osso) 8000 R$ 18,19 R$ 145.520,00 Costela 8000 R$ 27,20 R$ 217.600,00 Total R$ 827.840,00 34 Como é possível perceber na tabela 5, estão especificados os produtos oferecidos com suas respectivas estimativas de venda para o primeiro mês de atuação da empresa, cegando a um total de R$ 30.096,50 para o próximo mês foi feita uma projeção de 2% de crescimento ao mês Tabela 6 – Estimativa de faturamento; fonte própria: Mês 1 R$ 827.840,00 Mês 2 R$ 844.396,80 Mês 3 R$ 861.284,74 Mês 4 R$ 878.510,43 Mês 5 R$ 896.080,64 Mês 6 R$ 914.002,25 Mês 7 R$ 932.282,30 Mês 8 R$ 950.927,94 Mês 9 R$ 969.946,50 Mês 10 R$ 989.345,43 Mês 11 R$ 1.009.132,34 Mês 12 R$ 1.029.314,99 Ano 1 R$ 11.103.064,36 A Tabela 6 apresenta a projeção para o primeiro ano de atuação da casa de carnes, na qual foi estimada uma taxa orgânica de crescimento de 2% ao mês, chegando ao final do primeiro ano com um faturamento total de R$ 11.103.064,36. 3.4.8. Estimativa do custo unitário da matéria-prima Nesta fase todos os custos com matéria-prima são estimados. Sendo o custo de R$ 7,61 o quilo, com a projeção de 2500 quilos diários teremos um custo diário de R$ 19,025 e uma despesa mensal com matéria prima de R$ 456.600,00 Observa-se a estimativa mensal de R$ 456.600,00 considerando o crescimento orgânico de 2% mensal, teremos no final do primeiro período um custo de matéria prima de R$ 6.123.960,17 35 3.4.9. Estimativa do custo de comercialização Esta etapa se refere aos gastos com impostos. Esse tipo de despesa incide diretamente sobre as vendas para calcula-los, é aplicado sobre o tatol das vendas prevista o percentual dos impostos a serem pagos. Tabela 7 – Estimativa de custos de comercialização; fonte Software PNBOX: Descrição % Faturamento estimado Custo Total SIMPLES (Imposto Federal) 8,5 R$ 827.840,00 R$ 11.731,15 Total R$ 70.366,40 Na Tabela 7 está previsto o valor com impostos. A empresa se enquadra no regime do SIMPLES, pois sua receita ficou dentro da faixa de receita bruta anual, instituída pelo governo. Para a receita estimada é estabelecido a alíquota de 8,5% ao mês, sendo assim o valor mensal a ser pago de impostos é de R$ 70.366,40. 3.4.10. Estimativas do custo de mão-de-obra Na previsão de custos com mão-de-obra é descrito quantas pessoas serão contratadas para realizar as diversas atividades do negócio. Além dos salários estabelecidos, é considerado o custo com encargos sociais (FGTS, férias, 13º salário, INSS, horas-extras e aviso prévio, entre outros), assim, sobre o total de salários, você é aplicado um percentual relativo aos encargos sociais. Tabela 8 – Estimativa de custos de mão-de-obra; fonte Software PNBOX: Função Qtde Salário Mensalista Sub total (%) Encargos sociais Total de Encargos Sociais Total Açougueio 2 R$ 1.500,00 R$ 3.000,00 19,2 R$ 576,00 R$ 3.576,00 Auxiliar de açougueiro 1 R$ 1.100,00 R$ 1.100,00 19,2 R$ 211,20 R$ 1.311,20 Total R$ 4.887,20 36 Ao observar a Tabela 8, é possível visualizar a quantidade inicial de necessária de funcionários, bem como o custo mensal total que é de R$ 4887,20. 3.4.11. Estimativas dos custos com depreciação Depreciação é a perda do valor dos bens pelo uso, ou seja, a empresa tem um determinado número de equipamentos que com o tempo vão se desgastando e/ou tornando-se ultrapassados pelos anos, havendo necessidade de reposição. Sendo assim nesta fase são previstos os custos com depreciação. Tabela 9 – Estimativa de custos com depreciação; fonte Software PNBOX: Ativos Fixos Valor do bem Vida Útil Depreciação Anual Depreciação Mensal Imóvel R$ 220.000,00 25 R$ 8.805,00 R$ 733,33 Máquinas R$ 33.050,00 10 R$ 3.305,00 R$ 275,42 Móveis e Utensílios R$ 4.360,00 10 R$ 436,00 R$ 36,33 Computadores R$ 1.399,00 3 R$ 466,33 R$ 38,86 Total R$ 13.007,33 R$ 1.083,94 A Tabela 9 descreve os ativos fixos da empresa, assim como seus valores e vida útil. A vida útil informada de cada bem é estabelecida pela Receita Federal. Desta forma, após se calcular a depreciação anual e mensal, obteve-se os valores de R$ 13.007,33 e R$ 1.083,94, respectivamente. 3.4.12. Estimativas dos custos fixo operacionais mensais Os custos fixos operacionais são aqueles que a empresa terá para funcionar, ou seja, custos que não dependem do quanto ela irá vender. Nesta estimativa são descritos custos com, IPTU, energia elétrica, telefone, honorários, pró-labore entre outros. Na tabela a seguir segue a descrição dos custos com seus respectivos valores: 37 Tabela 10 – Estimativa de custos fixo operacionais mensais; fonte Software PNBOX: Descrição Valor IPTU R$1000,00 Energia Elétrica R$10.500,00 Telefone/internet R$300,00 Honorários do contador R$1.500,00 Pró-Labore R$1.000,00 Salários/encargos R$ 50.000,00 Material de Limpeza R$1.000,00 Material de escritório R$300,00 Depreciação R$ 1.083,94 Total R$ 66.683,94 Observam-se na Tabela 10 todos os custos fixos operacionais mensais previstos. Após todos os cálculos obteve-se um total estimado de R$ 66.683,94 mensalmente. 5.5.10 Demonstrativo de resultados. Com base nas estimativas de faturamento e de custos, fixo e variáveis, agora é calculado o resultado real da empresa, ou seja, se ela obteve lucro ou prejuízo em determinado período, para isso avalia-se a diferença entre o faturamento e o total de custos que a empresa teve nesse período (Equação 1). Tabela 11 – Estimativa de custos fixo operacionais mensais; fonte Software PNBOX: Descrição (R$) (%) 1. Receita Total com Vendas R$ 827.840,00 100% 2. Custos Variáveis Totais 2.1. (-)CMV R$ 603.909,30 72,95% 2.2. (-) Impostos sobre vendas R$ 70.366,40 8,5% Total dos Custos Variáveis R$ 674.275,70 81,45% 3. Margem de Contribuição R$ 153.564,30 18,55% 4. (-) Custos Fixos Totais R$ 66.683,94 8,05% Resultado operacional: LUCRO R$ 86.880,36 10,49% 38 5.5.11 Indicador de Viabilidade Após calcular a receita e todos os custos fixos e variáveis, obteve-se um resultado operacional, podendo-se calcular alguns indicadores de viabilidade, apresentados a seguir: Tabela 12 – Indicador de viabilidade; fonte Própria: Conforme visto na Tabela 12, o ponto de equilíbrio da empresa ocorrera no seu décimo mês de operação. Com um lucro mensal de aproximadamente 10,49% em cima do faturamento, vemos que apesar de necessitar de um investimento alto e os custos de matéria prima também serem elevados, porém isso faz parte do setor aonde a empresa se encontra inserida, na qual os preços não possuem muita diferença entre os concorrentes.Outro indicado indispensável para o nosso plano de negócio é o tempo em que se vai ter o retorno de todo o investimento feito inicialmente tendo em vista que este saíra do próprio bolso, e que apesar de alto não sofrerá com os juros dos bancos e após feitos os cálculos podemos concluir que é possível obter lucros já consideráveis em um curto prazo de aproximadamente um ano de operação. Nesse período dos dez meses, eu como investidor não terei um pagamento, o mesmo iniciará a partir do décimo mês e será 20% do lucro mensal, sendo os outros 80% utilizados como reserva de emergência, para manutenções corretivas e futuros investimentos. 39 4. CALCULOS DAS CARGAS TÉRMICAS PRESENTES Após, explanado o plano de negócio e como a empresa será administrada no próximo ano. agora será calculado as cargas térmicas presentes para podermos dimensionar corretamente a nossa câmara térmica. Embora, o primeiro termo da equação 2 fosse referente a carga térmica dissipada pelas paredes, optou-se por calcular a carga térmica referente ao produto primeiramente, uma vez que o resultado volumétrico de espaço ocupado pelo produto fora de crucial importância para a determinação do volume interno da câmara, impactando diretamente na área externa final, sendo esta quesito importantíssimo para o cálculo de �̇�𝑐â𝑚𝑎𝑟𝑎. Deste modo, a equação a fim de representar a carga do produto é obtida por: �̇�𝑝𝑟𝑜𝑑 = 𝐺𝑚[𝑐𝑝,1(𝑇𝑒𝑛𝑡 − 𝑇1) + ℎ𝑐𝑔 + 𝑐𝑝,2(𝑇1 − 𝑇2)] + 𝐺𝑇 𝑄𝑟𝑒𝑠𝑝 (𝑘𝑐𝑎𝑙/𝑑𝑖𝑎) (3) Onde; 𝑐𝑝,1 (𝑇𝑒𝑛𝑡 − 𝑇1) é o calor sensível de congelamento (kcal/kg), ℎ𝑐𝑔 é o calor latente de congelamento (kcal/kg), 𝑐𝑝,2(𝑇1 − 𝑇2) é o calor sensível após congelamento (kcal/kg), 𝐺𝑚 é a movimentação diária (kg/dia), 𝐺𝑇 é a quantidade total de produtos na câmara (kg), 𝑄𝑟𝑒𝑠𝑝 é a quantidade de calor liberado por respiração (kcal/kg.dia) Entretanto, a câmara a ser projetada visa a conservação e o congelamento de carnes, logo 𝐺𝑇𝑄𝑟𝑒𝑠𝑝 é eliminado da equação, uma vez que este está relacionado a produtos que respiram, tais como: frutas e verduras. Desta forma a equação reduz- se a: �̇�𝑝𝑟𝑜𝑑 = 𝐺𝑚[𝑐𝑝,1(𝑇𝑒𝑛𝑡 − 𝑇1) + ℎ𝑐𝑔 + 𝑐𝑝,2(𝑇1 − 𝑇2)](𝑘𝑐𝑎𝑙/𝑑𝑖𝑎) (4) Logo se tratando dos produtos destinados a tal câmara, escolheu carne de suínos e o projeto foi dimensionado de modo a comportar uma movimentação de 2500 kg diários A fim de calcular-se a carga térmica do produto, utilizando-se da equação 4, coletou-se os dados referentes ao tipo de carne, através de tabelas fornecidas pelo 40 professor, adotou-se uma temperatura de entrada de 16°C e uma movimentação diária de 2500 kg por produto. Todas essas informações foram aplicadas a equação anteriormente mencionada, de modo a obter-se a carga térmica do produto. A tabela abaixo, realizada em planilha do Excel, pretende expressar os dados e os valores obtidos: Tabela 13 – Dados referentes aos produtos e carga térmica calculada; Fonte própria Através dos cálculos realizados, tornou-se evidente uma carga térmica do produto de 8036,28 W. A fim de conhecer o espaço a ser ocupado por cada tipo de carne, buscou- se a densidade de cada animal, uma vez encontradas, foi possível calcular o volume preenchido por cada classe. Para isso utilizou-se a seguinte equação: ρ = 𝑚 V (5) Onde; 𝜌 é densidade da carne (kg/m³), m é a massa do produto (kg) e V é o volume do produto (m³) Ao isolar o volume, obtêm-se; V = 𝑚 ρ (6) Segundo a pesquisa a carne suína, segundo ADAM (2015), sua densidade é de aproximadamente 970 kg/m³. Estimados os valores de massa e obtidos os valores referentes a densidade, pôde-se encontrar os respectivos volumes ocupados por cada produto, através da 41 equação 2. A tabela abaixo visa expor tais valores, além de também apresentar o volume total calculado: Tabela 14 – Cálculo do volume ocupado. Fonte própria Ao encontrar-se o volume total ocupado pelos produtos, adotou-se o volume de 40 m³ para a câmara frigorífica, a fim de propiciar um espaço suficiente para pessoas adentrarem e transitarem no recinto. Em relação às dimensões internas da câmara, adotou-se as seguintes: altura 2,5 m, largura 4 m e comprimento de 4 m. Sendo assim, o volume adotado fora devidamente satisfeito. Conforme mencionado anteriormente, o volume é quesito indispensável para a determinação do �̇�𝑐â𝑚𝑎𝑟𝑎 (W), pois através dele é possível encontrar a área da superfície externa, uma vez que, a carga térmica adotada encontra-se por unidade de área. A fim de calcular-se �̇�𝑐â𝑚𝑎𝑟𝑎 adotou-se, conforme recomenda a literatura uma carga térmica por unidade de área (�̇�") de 10 W/m², tal valor garante uma excelente eficiência a câmara. A equação abaixo pretende ilustrar o cálculo do 𝑄𝑐â𝑚𝑎𝑟𝑎: �̇�𝑐â𝑚𝑎𝑟𝑎 = 𝑄̇". 𝐴 (7) Onde 𝐴 representa a área em m². Entretanto, para obter-se tal área é necessário encontrar a espessura da parede para �̇�" adotada, pois esta impactará diretamente nas dimensões externas da câmara. A figura abaixou pretende ilustrar as grandezas envolvidas para a determinação de tal parede: 42 Figura 6 – Representação da parede Fonte: Material do professor Através da imagem é possível notar que tal parede é composta de dois materiais distintos, para o referido projeto, adotou-se o tijolo como o material de revestimento externo e o poliuretano como isolante interno. Em relação ao tijolo adotou-se 𝐿𝑝 = 0,13 m (espessura do material) e sabe-se que, baseado na literatura, seu coeficiente de condutividade térmica é de 𝐾 = 0,6 W/m.k. Em se tratando do poliuretano, sabe-se que sua condutividade térmica está próxima de 𝐾 = 0,025 W/m.k. Seu valor referente a espessura é tratado como incógnita e será calculado em breve. Já os valores de ℎ𝑒𝑥𝑡 e ℎ𝑖𝑛𝑡 foram adotados como sendo 8,141 W/m².k, pois considerou-se ar estagnado em ambas regiões. Acerca das temperaturas, considerou- se a externa como sendo 35°C e a interna como sendo -15°C. A equação abaixo refere-se a taxa de transferência de calor: Q = ∆𝑇 𝑅𝑡 (8) Sendo ∆𝑇 a diferença de temperatura da câmara e da temperatura externa, e 𝑅𝑡 a resistência total de: convecção do ambiente e condução através da parede por unidade de área. Esta última incógnita pode ser escrita da seguinte maneira: 43 𝑅𝑡 = 1 ℎ𝑒𝑥𝑡𝐴 + 𝐿𝑡𝑖𝑗𝑜𝑙𝑜 + 𝐿𝑖𝑠𝑜𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒 𝐾𝑖𝑠𝑜𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒𝐴 + 1 ℎ𝑐𝑎𝑚𝐴 (9) Nota-se ao analisar a equação 9 que não se sabe o 𝐿𝑖𝑠𝑜𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒, para tal incógnita usou a seguinte equação: L𝑖𝑠𝑜𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒 = K𝑖𝑠𝑜𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒 ∆𝑇 �̇� 𝐴 (10) Logo K𝑖 = 0,025 W/m.k, ∆𝑇 = 53 e a carga térmica por unidade de área como citado utilizou o valor 10W/m² que converteu-se para 11,6292 kcal/h.m², utilizando a equação 10 chegou-se ao valor de L𝑖𝑠𝑜𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒 para o nosso projeto será de 0,125m. Encontradas as espessuras de ambos materiais que compõem a parede, logo tem-se a espessura total ( 𝐿𝑡𝑖𝑗𝑜𝑙𝑜 + 𝐿𝑖𝑠𝑜𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒 ), sendo esta, de 0,255 m. Sendo assim, as dimensões externas podem ser escritas matematicamente da seguinte forma: 𝐷𝑒𝑥𝑡 = 𝐷𝑖𝑛𝑡 + 2. (𝐿𝑝 + 𝐿𝑖) (11) A tabela abaixo contém as dimensões internas adotadas e as dimensões externas calculadas: Tabela 15 – Dimensões internas e externas. Fonte própria interna externa Altura (m) 2,5 3,01 Largura (m) 4,00 4,51 Comprimento (m) 4,00 4,51 Agora com todas as incógnitas definidas, finalmente pode-se calcular o 𝑅𝑡 através da equação 9, que nos dá um valor de 0,66 k/w Obtido o valor de 𝑅𝑡 pode-se calcular o valor da taxa de transferência de calor, equação 8, e obteve o valor de 76,78 W 44 A partir dos valores encontrados para as medidas externas, foi possível calcular a área superficialde tal região. A equação abaixo pretende demonstrar matematicamente tal raciocínio: 𝐴𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = 𝐴𝑠𝑢𝑝𝑒𝑟𝑖𝑜𝑟 + 𝐴𝑖𝑛𝑓𝑒𝑟𝑖𝑜𝑟 + 𝐴𝑒𝑠𝑞𝑢𝑒𝑟𝑑𝑎 + 𝐴 𝑑𝑖𝑟𝑒𝑖𝑡𝑎 + 𝐴𝑓𝑟𝑜𝑛𝑡𝑎𝑙 + 𝐴𝑡𝑟𝑎𝑠𝑒𝑖𝑟𝑎 (12) Sabendo que cada superfície representa um retângulo, logo a área de cada lado será obtida por: 𝐴 = 𝑏. ℎ (13) Sendo; 𝑏 o comprimento da base (m) e ℎ a altura (m) Logo, calculou-se as referentes áreas externa e temos um total de 60 m², e obtido esse valor calculou-se então a carga térmica da câmara, para isso, utilizou-se a equação 7, resultando em uma carga térmica de 600 W. Em relação a carga térmica por infiltração de ar, esta pode ser representada pela seguinte equação; �̇�𝑖𝑛𝑓 = 𝑉𝑐𝑎𝑚 . 𝐹𝑇𝐴. ∆𝐻′(𝑘𝐽/𝑑𝑖𝑎) (14) Sendo, 𝑉𝑐𝑎m representa o volume da câmara em m³, ∆𝐻 trata-se do calor cedido por metro cubico de ar (tabelado), 𝐹𝑇𝐴 é o fator de troca de ar dependendo do volume da câmara (tabelado). Sabendo-se que o volume da câmara é de 40 m³, localizou-se na tabela 6 o valor de FTA correspondente; Tabela 16 – Valores de FTA corresponde a diferentes volumes. Fonte material do professor 45 Portanto, para tal volume adotado o FTA corresponde a 11 trocas por dia. Em relação ao valor de ∆𝐻’, para este adotou-se como temperatura, a referente a conservação da carne, ou seja, -18°C e a umidade relativa do ar de 70%. Desta forma, através da leitura da tabela e da interpolação dos dados nela contidos pôde-se constatar que o valor para tal incógnita fora de 44,48: Tabela 17 – Valores cedidos por metro cúbico. Fonte material do professor Conhecidos todas as incógnitas que satisfazem a equação 14, logo esta pôde ser resolvida. A tabela abaixo apresenta os dados e os resultados de tal equação: Tabela 18 – Cálculo da carga térmica por infiltração de ar. Fonte própria Volume da câmara (m³) FTA (trocas/dia) ∆H' Carga térmica (kJ/dia) Carga térmica (kJ/s) Carga térmica (W) 40,00 11,00 44,48 17792,00 0,2059 205,93 Em se tratando da carga térmica devido a presença de pessoas, tal grandeza pode ser representada por: Q̇pessoa = (272 + 6. Tcam). t. n. 0,86 (kcal/dia) (15) Onde; Tcam é a temperatura da câmara em ºC, t é o tempo de permanência, representado em hora/dia e n é o número de pessoas dentro da câmara. 46 Pra tal projeto, adotou-se 3 indivíduos trabalhando no recinto, intercalando suas permanências no interior da câmara, já o tempo de permanência foi estimado 9 horas por dia, ou seja, 3 horas para cada indivíduo, uma vez que uma grande quantidade de carne será removida todos os dias, demandando um trabalho contínuo e demorado. A partir de tais informações, a tabela abaixo contempla o resultado de tal carga térmica, através da equação 19: Tabela 19 – Cálculo da carga térmica devido a presença de pessoas. Fonte prórpia Temperatura da câmara (°C) -18 número de pessoas 3 Tempo de permanência (h/dia) 3 Carga térmica (kcal/dia) 1269,36 Carga térmica (kJ/dia) 5311,00 Carga térmica (W) 61,47 Por último, mas não menos importante, deve-se calcular a carga térmica devido a iluminação dentro da câmara. Esta é representada pela seguinte equação: Q̇iluminação = n. P. t. (2,39. 10 −4) (16) Onde; n é o número de lâmpadas dispostas dentro da câmara, P refere-se a potência da lâmpada e t o tempo que as lâmpadas permanecem acesas (s). Para tal, adotou-se 3 lâmpadas de 130W cada, e conforme mencionado, o tempo estimado de permanência é de 9 ou 32400 segundos. Abaixo o valor da carga térmica devido a iluminação ao aplica-se a equação 20 juntamente as informações mencionadas; Tabela 20 – Cálculo da carga térmica devido a iluminação. Fonte própria Potência da lâmpada (w) 135 Número de lâmpadas 3 Tempo de permanência (s/dia) 32400 Carga Térmica de iluminação (Kcal/dia) 3136,16 Carga Térmica de iluminação (KJ/dia) 13121,69 Carga Térmica de iluminação (w) 151,87 47 Finalmente com todos os valores das cargas térmicas, é possível determinar a carga total, através da equação 2 Tabela 21 – Cálculo da carga térmica total Fonte própria W kJ/dia Carga térmica do produto 8036,28 694334,6 Carga térmica por infiltração de ar 205,93 17792,35 Carga térmica devido ao meio (câmara) 600 51840 Carga devido a presença de pessoas 61,47 5311,008 Carga devido a iluminação 151,87 13121,57 Carga total 9055,55 782399,5 48 5. SELEÇÃO DOS EQUIPAMENTOS DA CÂMARA FRIGORIFICA Após a carga térmica total obtida para o funcionamento pleno da câmara projetada, então é hora de selecionar os equipamentos com base em catálogos de fabricantes habilitados, o sistema de refrigeração ideal, sendo este capaz de satisfazer a demanda calculada. Torna-se imprescindível salientar que tal sistema deverá apresentar um ótimo custo-benefício, ou seja, deve suprir a demanda com certa folga e não ser superdimensionado, desta forma, quesitos como, espaço necessário, custo com consumo de energia e manutenção periódicas deve ser otimizados, proporcionando certa economia financeira. O primeiro componente dimensionado foi o evaporador, para isso utilizou- se o Seletor 2.0 – Mipal. Para garantir uma melhor seleção, adotou-se um tempo de funcionamento deste componente de 18 horas por dia, ou seja, tal equipamento permanecerá ligado 75% de um período de 24 horas, além disso, como fluído refrigerante adotou-se o R22, indicado para projetos onde há altas cargas térmicas envolvidas. Estas e outras informações, já calculadas, foram aplicadas no software em questão, a fim de serem obtidas a temperatura de evaporação e a carga térmica equivalente do evaporador. A imagem abaixo ilustra este passo no software: Figura 5 – Seleção do evaporador; fonte: http://www.seletorweb.com.br/seletorweb/inilogin.php?idicodigo=1 Através do cálculo realizado pelo software, foi possível observar uma temperatura de evaporação de -21ºC, além de uma carga de 6,3 kW. Entretanto, esta última foi obtida de maneira superficial, uma vez que para a obtenção desta foram levadas em consideração, apenas algumas informações do projeto. Para um valor mais exato referente a tal grandeza, utilizou-se a equação abaixo: http://www.seletorweb.com.br/seletorweb/inilogin.php?idicodigo=1 49 𝑄𝑒𝑣𝑎𝑝𝑎𝑟𝑎𝑑𝑜𝑟 = Q 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 0,75 (17) Sendo assim, ao aplicar-se os valores conhecidos na equação 17, a carga térmica do evaporador foi de aproximadamente 8,36 kW. Adotando-se tal valor de carga, buscou-se, por meio de catálogo de evaporadores da linha comercial da Mipal Indústria, um componente capaz de suprir as exigências do projeto de maneira satisfatória. Logo, para a temperatura de evaporação de -24ºC, escolheu- se evaporador MI 0094, pois este oferece 8,638 kW de carga térmica à temperatura mencionada anteriormente, garantindo desta forma um ótimo custo-benefício em relação ao consumo de energia elétrica. A imagem abaixo, refere-se aos modelos disponíveis, juntamente a carga térmica em relação a temperatura de evaporação: Figura 6 – Seleção do evaporador; fonte: http://www.mipal.com.br/migs. Abaixo as dimensões do componente além de algumas informações relevantes; Figura 7 – Dimensões do evaporador; fonte: http://www.mipal.com.br/site/wp-content/uploads/2018/10/Evi.pdf. 50 O segundo componente a ser selecionado é a unidade condensadora, sendo esta composta por compressor e um condensador, além dos periféricos. Para suprir a carga térmica total, optou-se pela seguinte unidade condensadora: OP-LGZ215, no catálogo da Danfoss, pois para a temperatura de evaporação obtida, sua carga térmica foi de 9554,00 kcal/h, ou seja, aproximadamente 11,11 kW. O valor um pouco superiora carga total, entretanto suficiente para suprir tal necessidade. Figura 8 – Seleção unidade condensadora; fonte: https://store.danfoss.com/ A unidade condensadora já possui seu próprio compressor instalado, porem foi necessário para a pesquisa do mesmo, uma vez que ele contribui para o aumento da temperatura do fluido ao sair da unidade, este aumento é imprescindível para seleção do último elemento do sistema de refrigeração, a válvula de expansão, sendo assim chegou-se ao seguinte modelo: NTZ215. Com base no site da Danfoss, tal temperatura de saída foi obtida, segue na imagem abaixo; 51 Figura 9 – Determinação da temperatura na saída da unidade condensadora: Fonte: https://store.danfoss.com/ Através do site contatou que a temperatura de condensação será de 45ºC Conforme mencionado anteriormente, o valor torna-se indispensável para a seleção da válvula de expansão. Com o uso do Coolselector2, encontrou-se uma válvula de expansão eletrônica, e em seguida os campos de informações do programa foram preenchidos e algumas válvulas foram sugeridas; Figura 10 – Dimensionamento da válvula de expansão: Fonte Coolselector 52 Diante das possíveis opções de válvulas fornecidas, optou-se pela ETS COLIBRI 12C – 12, que operará com um grau de abertura de aproximadamente 8%, ou seja, funcionará parcialmente aberta, possibilitando um fluxo de massa de 235,2 kg/h. 53 6. CONCLUSÃO 54 7. REFERÊNCIAS ADAM, Abdallah B. 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