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DISCUTINDO A RELAÇÃO ENTRE PSICOLOGIA E DIREITO

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Psicologia
MATUTINO
DISCUTINDO A RELAÇÃO ENTRE PSICOLOGIA E DIREITO
De começo vale apresentar a teoria do Behaviorismo dentro da Psicologia Comportamental, que se trata de uma vertente focada no comportamento do ser humano diante das influencias dos estímulos do meio. Nesse sentido podemos dizer que existe um comportamento padrão de quem tem condutas criminosas, de modo que os "estímulos aversivos a um organismo" trazem o indivíduo ao crime ou a sua reincidência.
	Pegando de analise o artigo que o professor colocou em questão para estudo, podemos relacionar o direito e a psicologia no caso de reincidência. Desde modo o artigo apresentado nos trás de começo duas questões magnas para o entendimento e analise do referido tema: “por que o sujeito volta a delinquir? Pela ausência dos agentes punidores (uma vez livre dos cárceres) ou pela privação que lhe é socialmente imposta (alimento, emprego, lazer, mora- dia, saúde etc.)?”
	Talvez as duas respostas estariam se entrelaçando de modo que há negligência em questão do fornecimento de recursos do Estado para com a sociedade, desde moradia, alimento, saúde, emprego, lazer, até avaliação de regras sociais junto com a sua aplicação. Existe um investimento com objetivo na reinserção do indivíduo na sociedade após cumprir sua pena em cárcere privado ou ao invés disso, um abandono? E esse abandono (por parte do Estado) existe desde antes do ato criminoso? A resposta seria que o sistema carcerário não é eficiente para ressocialização, não respeita os Direitos Humanos e ainda existe a superlotação. Pressupõe-se então que há abandono do Estado referente ao indivíduo em todas as situações.
	Sobre a ausência dos punidores, pode-se dizer que o sistema punitivo hoje em dia somente restringe a liberdade do indivíduo, mesmo que a punição seja pejorativa, podemos dizer que não é totalmente eficiente. Muitos criminosos usam a frase “mesmo sendo preso, logo estarei livre” ou “liberdade vai cantar’’ porque mesmo em condições precárias, a penalidade, no Brasil, somente tira a liberdade, e muitas vezes esse tipo de punição não é eficaz, pois não causa um impacto na vida do indivíduo, que, muitas vezes, nunca teve nenhuma estrutura familiar ou motivo de valor em sua própria liberdade, a não ser fazer parte do crime que o acolheu quando precisou. Entrando nesse assunto, dialoga-se, no próximo parágrafo a questão do estudo de Murray Sidman.
Sidman foi um psicólogo estudante da Psicologia Comportamental que focou seus estudos em estímulos aversivos. Uma frase de Sidman citada no artigo é “Justiça passou a significar punição”, porém a punição não traz a justiça social e não melhora a situação para a comunidade, a prevenção de crimes foi substituída pela punição. Diante disso, dialoga-se a questão do estudo de Sidman que possa desenvolver a ideia de prevenção. Nesse estudo, o estímulo aversivo pode produzir duas respostas, sendo elas fuga e esquiva. Na fuga, o indivíduo retira o estímulo aversivo, por exemplo, um pai que rouba comida para alimentar sua família. E na esquiva há a prevenção de um estímulo aversivo futuro, como por exemplo, uma criança que tem participação no tráfico para não passar necessidade como seus pais. Esses exemplos mostram como as pessoas muitas vezes precisam recorrer a esse tipo de crimes para obter os reforços positivos. No caso do exemplo da fuga, há um “reforço imediato”, por isso é mais provável que alguém com dificuldades financeiras recorra a essa atitude com solução instantânea. Os estímulos aversivos foram citados no artigo, a sociedade não viabiliza que egresso entre no mercado de trabalho, não existe, na maioria das vezes, auxílio de programas sociais, e como não há mais agentes punidores, volta-se a estaca zero, onde o estímulo aversivo torna-se um reforçador imediato.
Visto todas as informações expressas ao decorrer do trabalho, a ligação do direito com a psicologia pode ser formada através das análises de comportamentos dos indivíduos que comentem litígios, então pode-se dizer que existe um padrão do perfil do criminoso, que seria negligência por parte da família, sociedade e Estado. Acerca da necessidade do Estado reformular o sistema punitivo, oferece a ideia de uma punição focada na força de trabalho do encarcerado e auxílio psicológico, não somente punição privativa de liberdade, sendo assim fazendo o presidiário trabalhar para pagar seus custos, que, além disso, também o capacitaria para trabalhar fora da cadeia. Além disso, fica nítido a necessidade de programas sociais para os indivíduos não necessitarem da entrada no “crime”, se o artigo 5º da Constituição Federal que garante os direitos básicos fosse realmente efetivo, os crimes para obter o “reforço imediato” não iriam mais ocorrer.

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