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Diversidade na Aprendizagem de Pessoas com Necessidades Especiais Autoras Maria de Fátima Minetto Caldeira Silva Irene Carmem Piconi Prestes José Raimundo Facion Márcia Maria Stival 2009 Esse material é parte integrante do Videoaulas on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.videoaulasonline.com.br © 2007-2009 – IESDE Brasil S.A. É proibida a reprodução, mesmo parcial, por qualquer processo, sem autorização por escrito dos autores e do detentor dos direitos autorais. Todos os direitos reservados. IESDE Brasil S.A. Al. Dr. Carlos de Carvalho, 1.482 • Batel 80730-200 • Curitiba • PR www.iesde.com.br S586 Silva, Maria de Fátima Minetto Caldeira; Prestes, Irene Car- mem Piconi; Facion, José Raimundo. / Diversidade na Aprendizagem de Pessoas com Necessidades Especiais. / Maria de Fátima Minetto Caldeira Silva; Irene Carmem Piconi Prestes; José Raimundo Facion et. al. — Curitiba : IESDE Brasil S.A. , 2009. 204 p. ISBN: 85-7638-321-7 1. Deficientes. 2. Educação especial. I. Título. CDD 371.9 Capa: IESDE Brasil S.A. Imagem da capa: IESDE Brasil S.A. Esse material é parte integrante do Videoaulas on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.videoaulasonline.com.br Sumário Olhar a diversidade, olhar o todo .............................................................................................7 Abordagem teórica .......................................................................................................................................8 O professor e o diferente ........................................................................................................13 O medo ......................................................................................................................................................14 A diferença e a prática pedagógica ............................................................................................................16 A ação pedagógica diante da diversidade: formação competente ..........................................21 Resistências ................................................................................................................................................23 A construção dos laços no ambiente escolar ..........................................................................29 A pluralidade na escola ..............................................................................................................................29 A inclusão através dos tempos ...............................................................................................37 Um pouco de história .................................................................................................................................37 O novo paradigma ......................................................................................................................................38 Como o professor vê a inclusão? ...........................................................................................43 Diversidade na aprendizagem e “diversidade na ensinagem” ...............................................49 Criatividade ...........................................................................................................................53 Mas, o que é criatividade? .........................................................................................................................54 Para que o professor deve refletir sobre criatividade? ...............................................................................54 Etapas do processo criativo ......................................................................................................................55 Inteligências múltiplas e diversidade na aprendizagem: instrumento à prática inclusiva .........59 A diversidade de aprendizagem sob a perspectiva das inteligências múltiplas .........................................62 Ter um filho especial ..............................................................................................................73 A chegada de um filho especial .................................................................................................................75 Aspectos emocionais da pessoa com deficiência ..................................................................87 Prevenção ...............................................................................................................................97 Apgar .........................................................................................................................................................98 Teste do pezinho ......................................................................................................................................100 Crises convulsivas: como você pode ajudar ........................................................................107 As crises ...................................................................................................................................................108 Crises generalizadas .................................................................................................................................108 O que podemos fazer para ajudar ............................................................................................................110 Cidadão no papel ..................................................................................................................115 O lugar da criança ....................................................................................................................................116 Percorrendo o caminho do infantil ..........................................................................................................118 Esse material é parte integrante do Videoaulas on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.videoaulasonline.com.br A diversidade na educação de jovens e adultos ...................................................................123 Considerações legais da educação de jovens e adultos ...........................................................................124 Diversidade na aprendizagem: Transtornos Invasivos do Desenvolvimento (TID) .............129 O diagnóstico diferencial .........................................................................................................................129 Transtorno autista ....................................................................................................................................130 Transtorno de Rett ...................................................................................................................................131 Transtorno de Asperger ............................................................................................................................132 Transtorno Desintegrativo da Infância ....................................................................................................132 Transtorno Invasivo do Desenvolvimento (sem outra especificação – SOE) ..........................................133 Procedimentos educacionais ....................................................................................................................133 Diversidade de aprendizagem e Transtornos de Comportamento Disruptivo I: TDAH ......139 Definição ..................................................................................................................................................139 Epidemiologia ..........................................................................................................................................140 Etiologia ...................................................................................................................................................140 Curso e prognóstico .................................................................................................................................142Tratamento ...............................................................................................................................................142 Diversidade de aprendizagem e Transtornos de Comportamento Disruptivo II: TC ...........149 Epidemiologia ..........................................................................................................................................149 Etiologia ...................................................................................................................................................150 Tratamento ...............................................................................................................................................150 Diversidade em sala de aula: TDAH....................................................................................153 O profissional que atua com a criança .....................................................................................................154 A inclusão – um contínuo desafio ............................................................................................................156 Diversidade em sala de aula: autismo infantil .....................................................................159 O contato do educador com a criança autista ..........................................................................................159 A atuação do educador .............................................................................................................................160 Inclusão social .........................................................................................................................................161 Diversidade na aprendizagem: deficiência mental ...............................................................165 Diversidade de aprendizagem: deficiência física .................................................................171 A reabilitação de crianças com deficiências físicas .................................................................................171 Escolarização da criança portadora de deficiência física .........................................................................172 Diversidade na aprendizagem: deficiência auditiva .............................................................177 Diversidade de aprendizagem de crianças surdas ....................................................................................177 Diversidade na aprendizagem: deficiência visual ................................................................183 Falando do dia-a-dia na escola: o que estamos fazendo ......................................................189 Considerações ..........................................................................................................................................191 Referências ...........................................................................................................................197 Esse material é parte integrante do Videoaulas on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.videoaulasonline.com.br Apresentação Caro aluno, E ste livro contém um conjunto de textos que compõem a disciplina Diversidade na Aprendiza-gem das Pessoas Portadoras de Necessidades Especiais. Nosso objetivo é discutir a diversidade e suas particularidades nas diferentes necessidades especiais, considerando aspectos sociais, emocionais e relacionais que de alguma forma interferem na aprendizagem. Tenho muito prazer em discutir esse tema, pois estou envolvida com ele diariamente. Sei o quanto ele é perturbador! E o quanto exige de nós educadores uma reflexão, um repensar da nossa prática e, algumas vezes, mu- dança de paradigmas... Com muito cuidado reuni um grupo de profissionais experientes (mestres e doutores) que, ali- cerçados em sua prática, estão pesquisando e discutindo a inclusão, procurando oferecer a você algo que leve a uma reflexão. Quando falamos em necessidades educativas especiais, estamos falando de algo complexo. Mes- mo entendendo a filosofia inclusiva como justa e promotora de um contexto escolar melhor para todos, precisamos de muita cautela ao conduzi-la. O ato de inserir o aluno com necessidades educativas especiais no ensino regular por si só, seria uma pseudo-inclusão, o que nos soa no mínimo como irresponsabilidade. A inclusão, por mais justa que seja, requer reflexão e preparo do contexto escolar. Acreditamos que possam existir diferentes formas de inclusão que respeitem a diversidade do aluna- do. A singularidade de cada indivíduo suscita a observância de cada situação em particular. Propomos, aqui, uma discussão da diversidade e da subjetividade de cada sujeito, incluindo o educador, considerações detalhadas sobre as necessidades especiais e suas particularidades diante da situação de aprendizagem, para dar maiores subsídios para o professor, no dia-a-dia em sala de aula, diante do aluno incluso. Tudo o que conhecemos não nos assusta! Maria de Fátima Minetto Caldeira Silva Esse material é parte integrante do Videoaulas on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.videoaulasonline.com.br (CHACE, 2003, p. 42) “A diversidade, geralmente entendida e aceita, não é uma espécie de tole- rância liberal esporádica de algo ou de tudo além de si mesmo. Não é uma acomo- dação diplomática. Pelo contrário, a diversidade é, na ação, aquela consciência, às vezes dolorosa, de que as outras pessoas, as outras raças, as outras vozes, os outros hábitos mentais têm a mesma integridade de ser, as mesmas demandas em relação ao mundo, que você também tem. Ninguém tem mais obrigação do que você de mudar, consentir, ou de se incorporar à massa. Tanto o gênio compatível quanto o irreconciliável são partes da vida social. Ser forte na vida significa ser fonte no meio das diferenças, ao mesmo tem- po em que você aceita o fato de que você mesmo talvez possa estar sendo uma imposição considerável sobre toda pessoa que encontra. Eu o desafio a refletir sobre sua própria maneira ímpar de ser, antes de co- meçar a ter problemas e sentir-se ofendido pela maneira ímpar de ser dos outros. Eu o desafio também, em meio a todas as diferenças presentes diante dos olhos e da mente, a buscar e criar as correntes que sustentarão o bem comum, o qual protegerá a todos. Pressupõe-se que estejamos aqui juntos.” Imagem: REVISTA NOVA ESCOLA – Nº 165 – SETEMBRO/ 2003 p. 42 Esse material é parte integrante do Videoaulas on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.videoaulasonline.com.br Prevenção Maria de Fátima Minetto Caldeira Silva “Não troco minha filha excepcional por nada nesse mundo, mas farei tudo que estiver ao meu alcance para que os outros pais não tenham um filho excepcional.” Depoimento de um pai Campanha de prevenção da APAE Curitiba, PR Q uantas vezes não ouvimos essa frase: “Prevenir é melhor do que remediar!” Muitos estudos comprovam que os gastos com prevenção são infinitamente menores do que os gastos com tratamento e reabilitação. A campanha de prevenção realizada constantemente pela APAE salienta que a reabilitação de um deficiente tem um custo cem vezes maior do que o da prevenção. Isso em termos materiais, mas não podemos deixar de considerar os danos emocionais. Há patologias que não podemos prevenir, como as alterações genéticas. No entanto, existe uma gama de déficits, lesões, deficiências, carências, que podem e devem ser evitadas. Mas a maioria das pessoas desconhece as formas de prevenção. Isso por um simples motivo: “as coisas ruins só aconte- cem com os outros”. Não acreditamos que estamos sujeitos a ter um filho, um sobrinho, um neto com alguma anomalia. Isso está lá longe... na casa do vizinho! Por um instante nos consideramos inatin- gíveis. As pessoas até evitam palestras sobre prevenção “para não atrair coisas ruins”. A prevenção ainda é a melhor forma de reduzir deficiências. Podemos investir em prevenção em qualquer época de nossa vida (criança, jovem, adulto e ido- so), antesde casarmos e termos filhos, durante a gravidez, no nascimento da criança e logo depois. A principal forma de prevenção é manter uma vida saudável, fazer exames periódicos (hemo- gramas, sífilis, toxoplasmose, HIV...). E, principalmente, antes de ter um filho, fazer a vacina contra rubéola. A rubéola é uma doença benigna. Mas durante a gravidez, principalmente nos três primeiros meses, ela pode causar lesões graves no feto, provocando deficiências múltiplas. Mas é durante a gravidez que a atenção deve ser redobrada. O bebê em formação é muito frágil e pode sofrer alterações com facilidade. O acompanhamento médico da gravidez é indispensável. Os exames de rotina vão evitar problemas decorrentes de diabetes, pressão alta, infecções, alimentação inadequada, vida sedentária. Infelizmente, muitos casos de atrasos no desenvolvimento, deficiências mentais leves e moderadas estão relacionados aos problemas sociais que privam uma parte da popula- ção de grávidas de alimentação adequada e atendimento pré-natal. Hoje, as escolas especiais têm um número significativo de alunos com deficiência mental por privações durante a gravidez. Durante o nascimento, na hora do parto também temos que ter alguns cuidados. Alguns proble- mas nessa hora vão gerar crianças com paralisias cerebrais, com conseqüências motoras e em alguns casos também com deficiência mental. Seria fundamental que todas as mulheres tivessem seus filhos em hospitais com a presença de um pediatra neonatologista e recebessem orientações sobre a impor- tância do aleitamento e a melhor forma de fazê-lo. Logo após o nascimento, os exames de rotina são a melhor forma de prevenir problemas futu- ros. O Apgar e o teste do pezinho, de que falaremos a seguir, vão dar as diretrizes para as interven- ções necessárias. Esse material é parte integrante do Videoaulas on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.videoaulasonline.com.br Diversidade na Aprendizagem de Pessoas com Necessidades Especiais 98 Vejamos essa tabela que resume as causas de deficiências e em que fase podem acontecer. Vamos olhá-la atentamente: Causas Durante a gravidez No nascimento Depois do nascimento Genéticas Síndrome de Down, Tuner etc. Problemas visuais e auditivos Outras malformações Infecciosas Rubéola Sífilis Toxoplasmose Infecção hospitalar Meningite Sarampo Paralisia infantil Caxumba Mecânicas Quedas Traumatismos Tentativas de abortos Partos prematuros Sangramentos Traumas cranianos, musculares e ósseos Lesões nervosas Acidentes automobilísticos Agressões físicas Quedas Físicas Raios X Fogo, soda Instrumentos cortantes Tóxicas Medicamentos Drogas Álcool Cigarros Medicamentos Oxigenioterapia não controlada (cegueira) Medicamento (surdez) Produtos de limpeza Alimentos contaminados Má alimentação Desnutrição Anemia Desnutrição Anemia Problemas metabólicos Desnutrição Infecções Outras Hipertensão Problemas cardíacos Diabetes Rh negativo Prematuridade Dificuldade respiratória Icterícia Problemas metabólicos Apgar Logo que o bebê nasce, ele passa por uma avaliação que, geralmente, é feita por um pediatra neonatologista. Todas as pessoas quando nascem passam por esse teste. Na carteira de nascimento, aquela que levamos para casa quando saímos do hospital, temos dados como peso, altura e também o Apgar. Essas informações são importantíssimas, pois estabelecem as condições de nascimento da criança. Esse material é parte integrante do Videoaulas on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.videoaulasonline.com.br Prevenção 99 Vejamos as explicações do Dr. Rui Puppo Filho (Pediatra e Neonatologis- ta Consultor Científico do Guia do Bebê, disponível no site http://guiadobebe. uol.com.br/parto/_o_indice_de_apgar_ou_o_bebe_nota_10.htm consultado em 28/09/05): “Apgar é o nome de um índice que foi criado por uma anestesista inglesa, Dra. Virgínia Apgar, na década de 50. Tornou-se uma avaliação obrigatória e roti- neira muito importante, feita pelo neonatologista na hora em que o bebê nasce.” O Apgar de cada bebê consta da Declaração de Nascido Vivo, documento oficial brasileiro fornecido obrigatoriamente pelos hospitais aos pais dos recém- nascidos. Todos os pais devem saber qual foi o Apgar de seu filho e qual o signi- ficado das notas. Este índice consiste na avaliação de cinco itens do exame físico do recém- nascido, logo ao nascimento, com um e com cinco minutos de vida. Conforme a necessidade, pode ser feito com dez minutos também. Os aspectos avaliados são: cor da pele – o neonatologista observa se ela está rosada ou se está azu- lada, parcial ou totalmente. freqüência cardíaca – verifica-se a presença ou não dos batimentos cardí- acos e se estão acima ou abaixo de 100 por minuto. esforço respiratório – analisa-se o choro, se está forte, fraco ou ausente. tônus muscular – observamos se o bebê tem boa flexão dos membros ou se o bebê está flácido. irritabilidade reflexa – verificamos se o bebê reage ou não aos estímulos, com choro forte. Para cada um dos cinco itens é atribuída uma nota de 0 a 2. Somam-se os escores de cada item e temos o total, que pode dar uma nota mínima de 0 e má- xima de 10. Uma nota de 8 a 10, presente em cerca de 90% dos recém-nascidos, signifi- ca que o bebê nasceu em ótimas condições. Uma nota 7 significa que o bebê teve uma dificuldade leve. De 4 a 6 traduz uma dificuldade de grau moderado, e de 0 a 3 uma dificuldade mais grave. O significado do Apgar é completamente diferente no primeiro e no quinto minuto. O boletim Apgar de primeiro minuto é considerado como um diagnóstico da situação presente. Já o Apgar de quinto minuto e o de décimo minuto são con- siderados como fatores de prognóstico da saúde neurológica da criança. Ou seja, uma nota mais baixa no primeiro minuto não é tão importante, desde que o bebê seja prontamente atendido e a nota do quinto ou décimo minuto seja maior. O momento do nascimento é crucial para o bebê. O cérebro é o mais delica- do e nobre dos tecidos do corpo humano. Enquanto a criança está dentro do útero toda a oxigenação vem pela placenta, através da respiração materna. No momento em que se corta o cordão umbilical, a criança tem de respirar sozinha. Quando Esse material é parte integrante do Videoaulas on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.videoaulasonline.com.br Diversidade na Aprendizagem de Pessoas com Necessidades Especiais 100 isto não se dá, o neonatologista tem de agir rapidamente, pois a falta de oxigena- ção pode levar a seqüelas graves, como por exemplo, a paralisia cerebral ou outros problemas neurológicos, se não for rapidamente tratada e revertida. Esta falta de oxigenação chama-se anóxia. Felizmente, existe um treinamento padronizado em reanimação neonatal, que foi criado pela Academia Americana de Pediatria e que hoje é ministrado em todo o mundo, inclusive no Brasil. Nele, o neonatologista é exaustivamente treina- do para reverter uma situação desfavorável de anóxia em no máximo 20 segundos após o nascimento. Sabemos hoje que, infelizmente em muitos casos, a anóxia pode ocorrer ainda dentro do útero, antes do nascimento, e nesta situação o neonatologista pou- co pode fazer. Aqui entra a importância fundamental de um pré-natal bem feito. Entretanto, para que se possa diagnosticar a anóxia, é preciso que, além de uma nota Apgar baixa persistente, o recém-nascido apresente alterações neurológicas (como convulsões, por exemplo) e determinadas alterações sangüíneas compro- vadas laboratorialmente. As crianças com diagnóstico de anóxia perinatal ou com notas Apgar baixas persistentes necessitam posteriormente de acompanhamento mais cuidadoso de seu desenvolvimento neuropsicomotor, de preferência em ambulatório com profis- sionais especializados em desenvolvimento neuropsicomotor. É importante frisar que a grande maioria dos bebês nasce bem, com boas notas Apgar, sem anóxia! E este é o grande objetivo dos pais e dos profissionais. Paraalcançá-lo, é fundamen- tal fazer um bom pré-natal desde o início da gestação, realizar a entrevista com o pediatra no último trimestre da gestação, tudo para prevenir ao máximo qualquer dificuldade. Boletim Apgar Sinal apresentado pela criança Nota 0 1 2 Freqüência cardíaca ausente menor que 100 maior que 10 Esforço respiratório ausente irregular bom, claro Tono muscular flácido alguma reflexão movimentos ativos Irritabilidade reflexa (cateter nasal ou estímulo plantar) ausente movimento choro forte Cor azul, pálido róseo com extremidades cianóticas róseo Teste do pezinho O teste do pezinho é um exame muito falado, mas a maioria das pessoas não tem noção de sua importância. Ele é capaz de diagnosticar muitas doenças que levam a deficiências mentais, visuais e auditivas. Esse material é parte integrante do Videoaulas on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.videoaulasonline.com.br Prevenção 101 Consiste em um exame laboratorial sim- ples que tem o objetivo de detectar precoce- mente doenças metabólicas, genéticas e infec- ciosas, que poderão causar lesões irreversíveis no bebê. Por ser realizado através da análise de amostras de sangue coletadas do calcanhar do recém-nascido, o exame ficou popular- mente conhecido como teste do pezinho. Em quase todos os estados brasileiros ele é obri- gatório e o Sistema Único de Saúde (SUS) re- aliza gratuitamente para algumas anomalias, contudo o teste pode detectar muitas. Vários laboratórios no país realizam esse exame além de prestar informações sobre ele à sociedade. As informações que se seguem são forneci- das pelo Centro de Triagem Neonatal (CTN), localizado no Rio Grande do Sul. A maioria das doenças pesquisadas pode ser tratada com sucesso, desde que identificadas antes mesmo de manifestar seus sintomas claramente, para pais e médicos. Neste sentido, todos os recém-nascidos devem ser submetidos ao teste, a partir do terceiro dia de vida e após este, o mais breve possível, mesmo os que não apresentam nenhum sintoma clínico anormal. Vejamos as doenças detectadas pelas diferentes modalidades do teste do pezi- nho. Contudo, lembramos que nem todos os laboratórios ou convênios realizam todas. Fenilcetonúria e outras aminoacidopatias Hipotireoidismo congênito Anemia falciforme e outras hemoglobinopatias Hiperplasia adrenal congênita Fibrose cística Galactosemia Deficiência de biotinidase Toxoplasmose congênita Deficiência de glicose-6-fosfato desidrogenase Sífilis congênita Citomegalovirose congênita Doença de chagas congênita Rubéola congênita HIV 1 e 2 Deficiência da MCAD Pesquisa da mutação 35delG da conexina Esse material é parte integrante do Videoaulas on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.videoaulasonline.com.br Diversidade na Aprendizagem de Pessoas com Necessidades Especiais 102 Casos suspeitos Os casos suspeitos serão confirmados por dosagem sérica e/ou urinária e, quando positivos, comunicados diretamente ao responsável para a busca imediata do recém-nascido e o devido encaminhamento ao tratamento clínico. Convênios Os melhores convênios de saúde do país incluem em seus benefícios o teste do pezinho. Para tanto é necessário que sejam solicitados, de forma discriminada, todos os exames que o compõem. Idade do bebê O período ideal para a realização da coleta do teste do pezinho é a partir do terceiro dia de vida do bebê, o mais brevemente possível. Isto não invalida, entretanto, a sua realização em bebês com mais dias de vida. O que poderá ser prejudicada é a eficácia do tratamento, caso necessário. Alimentação do bebê A coleta da amostra pode ser realizada em qualquer momento, indepen- dentemente da alimentação administrada ao bebê. Saúde do bebê Nenhuma patologia presente no bebê constitui-se em impeditivo para a rea- lização do teste do pezinho, mas é imprescindível notificar ao CTN Diagnósticos casos dessa ordem, no verso da Requisição de Exames. Quanto mais consciente estivermos de que temos que assumir uma atitude preventiva tanto na nossa vida pessoal como na nossa função de educador menor serão as deficiências. Dependem de um pequeno esforço. 1. Após a leitura do texto faça uma lista das informações que você já conhecia sobre o assunto e outra sobre o que você aprendeu. Esse material é parte integrante do Videoaulas on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.videoaulasonline.com.br Prevenção 103Esse material é parte integrante do Videoaulas on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.videoaulasonline.com.br Diversidade na Aprendizagem de Pessoas com Necessidades Especiais 104 2. Se for possível, entre no site www.ctn.com.br. Escolha três doenças que podem ser diagnos- ticadas pelo teste do pezinho e pesquise as conseqüências que trariam se não trivessem sido diagnosticadas e tratadas precocemente. Depois troque informações com os colegas, expondo as patologias pesquisadas. Esse material é parte integrante do Videoaulas on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.videoaulasonline.com.br Prevenção 105 3. Observem os quadros abaixo, discutam sobre as categorias do teste do pezi- nho e vejam quais são feitas na sua região. O teste do pezinho do CTN (C TN , 2 00 01 ) Esse material é parte integrante do Videoaulas on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.videoaulasonline.com.br Diversidade na Aprendizagem de Pessoas com Necessidades Especiais 106 Esse material é parte integrante do Videoaulas on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.videoaulasonline.com.br 00 012
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