Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
SUMÁRIO 1.Introdução ...................................................................... 3 2. Origem dos cálculos ................................................. 4 3. Quadro clínico .............................................................. 8 4. Diagnóstico ................................................................10 5. Tratamento .................................................................13 Referências bibliográficas ........................................17 3LITÍASE BILIAR 1.INTRODUÇÃO A vesícula biliar é um órgão em for- ma de saco, mede entre 7 e 10 cm de comprimento, com formato similar ao de uma pera e situa-se na face visce- ral do fígado, na junção do lobo direito e do lobo quadrado. Sua função é ar- mazenar a bile, líquido produzido pelo fígado que atua na digestão de gor- duras no intestino. A bile é formada pela mistura de várias substâncias, entre elas o colesterol, responsável pela imensa maioria da formação de cálculos (pedras), que podem impedir o fluxo da bile para o intestino e causar uma inflamação chamada colecistite. Figura 1. Representação da vesícula biliar. FONTE: Netter, 2000. A vesícula é a sede predominante dos cálculos biliares. A litíase dos ca- nais biliares resulta, geralmente, da migração a partir da vesícula. Menos frequentemente, os cálculos podem se formar nospróprios canais, quando há infecção ou estase biliar. A litíase biliar é condição altamen- te prevalente nos países ocidentais, onde 10 a 15% da população adul- ta abriga cálculos no interior da vesí- cula. Apresenta elevada prevalência familiar, provavelmente por influên- cia genética. Entretanto, os fatores 4LITÍASE BILIAR ambientais também são responsá- veis pela formação dos cálculos. Ra- ramente é observada em crianças e adolescentes, sendo mais frequente em mulheres a partir da 5ª década de vida, aumentado progressivamente com a idade. Os cálculos de coleste- rol sãotrês vezes mais frequentes na obesidade acentuada. 2. ORIGEM DOS CÁLCULOS A formação dos cálculos biliares acontecem em 3 fases principais: • Supersaturação biliar com forma- ção de bile litogênica, entende-se por tal bile a que contém excesso de colesterol em relação aos sais biliares e fosfolipídios, condição que leva a mudança de estado, an- tes homogêneo, para um sistema bifásico, aparecendo a cristalização do colesterol. Na etiopatogenia da litíase do colesterol, que responde por 90% dos cálculos, admite-se o papel fundamental exercido pelo fígado, ao secretá-la. • Nucleação: é o processo pelo qual os cristais de colesterol monoi- dratado, se formam e aglomeram. Esse processo e facilitado pela de- sidratação, estase e interação de fatores pró-nucleares e antinucle- antes. O cálcio promove a fusão e aumento dos cristais de colesterol, embora ainda não esteja bem defi- nido seu exato papel. • Crescimento do cálculo: aposição dos cristais para formar cálculo. Depende muito da estase biliar na vesícula. A hipomotilidade da vesí- cula é um componente importante da formação de cálculos, promo- vendo a permanência dos cristais na vesícula por um tempo prolon- gado e exposição a novos cálculos e o gel de mucina, que age como cimento aderindo os cristais. SE LIGA! O colesterol é uma substância insolúvel e tende a precipitar e formar cristais. 5LITÍASE BILIAR FORMAÇÃO DOS CÁLCULOS Crescimento do cálculo formação de bile litogênica cristalização do colesterol 90% dos cálculos são de colesterol Crescimento do cálculo aposição dos cristais para formar cálculo estase biliar na vesícula hipomotilidade da vesícula gel de mucina Nucleação cristais de colesterol monoidratado, se formam e aglomeram Estase billiar desidratação cálcio interação de fatores pró-nucleares e antinucleantes Além dos cálculos de colesterol, exis- tem também os cálculos pigmenta- res, sendo estes mais raros, repre- sentando apenas cerca de 10% dos casos de litíase biliar. Os cálculos pigmentares castanhos são maciços e sem formas definidas. São os úni- cos formados fora da vesícula biliar – originados nos ductos biliares (co- ledocolitíase primária).Contém sais de bilirrubina e outras substâncias. A litíase pigmentar castanha é mais comum na vigência de infecção, bile cronicamente infectada por bactérias, como E. Coli e Klebsiellasp, que pro- duzem betaglucuronidase, elevan- do a atividade desta enzima na bile, com consequente desconjugação de quase toda bilirrubina direta em bilir- rubina indireta.Já os cálculos pigmen- tares negros, associam-se predomi- nantemente as doenças hemolíticas, 6LITÍASE BILIAR à cirrose, à alimentação parenteral prolongada e ao pós-ressecçãoileal. Sua patogenia varia com as diferen- tes etiologias. A bile é rica em sais biliares e lecitina, substâncias encarregadas de solubi- lizar o colesterol. Em concentrações ideais, as três formam micelas mistas, que são solúveis e impedem forma- ção do cálculo. Como já vimos, esse equilíbrio não acontece em todos os indivíduos, o que leva a formação da bile supersaturada em colesterol – bile litogênica. O desenvolvimento da ultrassono- grafia permitiu o reconhecimento fre- quente da lama biliar no interior da ve- sícula. A lama biliar é geralmente uma mistura de muco, bilirrubinato de cál- cio e cristais de colesterol monoidra- tado. Esta é considerada precursora da litíase, embora, nem sempre se de- senvolvam cálculos macroscópicos. Os cálculos de colesterol quase sem- pre dão radiolucentes por não terem cálcio (não aparecem no rx simples de abdome) – apenas 15% são radio- pacos (quando tem maior concentra- ção de sais de cálcio). FATORES DE RISCO Gravidez Há maior prevalência em multípara, quando comparadas com nulíperas. Além do efeito hor- monal, que altera a composição bi- liar, durante a gestação há relativa hiperlipoproteinemia e alterações motoras da vesícula. Obesidade É considerada a 3ª doença mais frequente na obesida- de. Está relacionada com excesso de colesterol ou à insuficiência de sais biliares acarretando supersaturação da bile. As dietas hipercalóricas e as dietas ricas em colesterol estão asso- ciadas à presença de bile litogênica, assim como dietas hipocalóricas em obesos, provavelmente pelo aumento de secreção de bile hipersaturada no início do tratamento. Diabetes Mellitus A explicação para a maior incidência em diabéticos pode ser o distúrbio do metabolismo lipídico ao nível do hepatócito. Além disso, pode ser relacionado com os hábitos dietéticos e frequente exces- so de peso dos diabéticos. A neuro- patia autonômica, quando instalada, poderia ser outro fator nesse grupo. Hiperlipoproteinemia do tipo IV Também chamada de hipergliceri- demia, é um distúrbio genético ge- ralmente visto em indivíduos mais velhos. O defeito fundamental é a ele- vação sérica dos triglicerídeos e pré- -betalipoproteínas, havendo uma de- ficiente regulação da secreção biliar, com redução do pool de sais biliares e síntese deficiente de lecitina. En- tretanto, o tratamento com clofibrato reduz o colesterol à custa de uma se- creção biliar aumentada, agravando seu potencial litogênico. 7LITÍASE BILIAR Exclusão anatômica ou funcional do íleo terminal Estudos sugerem que 1/3 dos doentes apresentam cole- litíase. A diminuição do pool de sais biliares consequente à menor ab- sorção seria a responsável pela bile litogênica. Uso de medicamentos Seques- tradores de sais biliares - A diminui- ção do pool de sais biliares devido ao mecanismo de quebra da circulação êntero-hepática pode justificar essa tendência, levando a formação da bile litogênica; ceftriaxona e o dipiridamol podem originar precipitados na bile e cálculos biliares. Fístula biliar externa São raras e poucas vezes ocorrem espontane- amente como resultado de um pro- cesso inflamatório na árvore biliar. A maioria são complicações pós-ope- ratórias de cirurgias no fígado ou no trato biliar ou trauma. A diminuição do pool de sais biliares devido aomecanismo de quebra da circulação êntero-hepática pode justificar essa tendência, levando a formação da bile litogênica. Cirrose hepática Os cálculos são geralmente pigmentares e parecem resultar de deficiência de conjugação da bilirrubina ao nível do hepatócito, além da sobrecarga de bilirrubinas resultante da hemólise crônica pelo hiperesplenismo em alguns desses pacientes. Pacientes hemolíticos Geralmente são mais jovens que os acometidos pela litíase geral. As maiores incidên- cias são respectivamente os casos de microesferocitose, anemia falciforme e talassemia. A hemólise crônica ex- plica a maior incidência de litíase nes- ses pacientes. Pancreatite crônica Distúrbios do esvaziamento vesicular secundários a alterações inflamatórias e funcio- nais do esfíncter de Oddi e da por- ção intrapancreática do colédoco, ao lado do refluxo de material pancreáti- co, poderiam justificar a formação de bile litogênica ao nível da vesícula na pancreatite. Estenose de colédoco terminal A presença de estase biliar acima da obstrução explica o aumento da in- cidência de cálculos vesiculares ou ductais que ocorre nesses pacientes. 8LITÍASE BILIAR 3. QUADRO CLÍNICO NA PRÁTICA! Paciente do sexo feminino, parda, espí- rita, 45 anos, casada, procurou a emer- gência do Hospital Subúrbio, relatando dor abdominal iniciada há 03 dias em região epigástrica,1h após a ingestão de refeição rica em gorduras,irradiando para o hipocôndrio direito, associada à colúria e esclera ictérica. Negava hiper- tensão arterial, diabetes mellitus e ou- tras patologias associadas. Ao exame físico a paciente estava em bom estado geral ictérica, febril, apre- sentando defesa à palpação abdominal principalmente em hipocôndrio direito, com sinal de Murphy positivo. Os exa- mes demonstravam leucocitose com desvio à esquerda, bilirrubinas elevadas as custas de bilirrubina direta, compatí- veis com icterícia colestática. A ultrassonografia abdominal demons- trou vesícula biliar com parede espessa- da com cálculos em seu interior e colé- doco dilatado com 12mm. Cerca de 80% dos portadores de li- tíase biliar é assintomática ou oligos- sintomática, enquanto apenas uma minoria apresenta-se plenamente sintomática, consequência da obstru- ção do canal cístico. Desses sintomas, o principal é a dor recidivante, que pode evoluir para quadros de cole- cistite aguda, empiema e perfuração vesicular. Fistula biliar e peritonite são possíveis consequências da ruptura do colecisto. O Sinal de Murphy é caracterizado pela dor à palpação do hipocôndrio direito durante a inspiração, sugerin- do a presença de doença da vesícula biliar. Figura 2.Representação do Sinal de Murphy 9LITÍASE BILIAR A dor epigástrica ou no quadrante superior direito, geralmente é inter- mitente. A dor biliar típica e chamada de cólica biliar. A dor é intensa, contí- nua, e, raramente, em cólica, com pe- ríodos de exacerbação. A localização é em epigástrio, hipocôndrio direito e a região dorsal direita, às vezes irra- diando-se para a região interescapu- lovertebral. O inicio é súbito e a inten- sidade é aumentada rapidamente. SE LIGA! Se a dor persistir por mais de 3 h, deve-se pensar em colecistite aguda! Entre 10 e 15% dos casos, acontece a passagem de cálculos para o colé- doco. Esses pacientes, na sua imensa maioria, podem apresentar crises do- lorosas, icterícia obstrutiva, colangite e/ou pancreatite biliar. A obstrução é episódica e transitória do ducto císti- co ou infundíbulo por um cálculo, que migra e subitamente oclui a via de sa- ída. A contração vigorosa da muscu- latura lisa da vesícula para liberar a via leva a dor biliar. Na maioria das vezes, o cálculo sai em algumas horas, seja para a vesícula ou para o colédoco. A dor costuma durar de 1 a 3 horas e é recorrente, mas não diária. Pode haver o desaparecimento de cálculos biliares no interior da vesícu- la por migração desses cálculos para o intestino, mesmo sem dor ou icte- rícia e pode ocorrer a dissolução es- pontânea de cálculos de colesterol. Se a dor persistir por mais de 3 h, deve-se pensar em colecistite aguda 80% é assintomática ou oligossintomática dor epigástrica ou no quadrante superior direito dor recidivante cólica biliar epigástrio, hipocôndrio direito e a região dorsal direita 10 e 15% passagem de cálculos para o colédoco crises dolorosas icterícia obstrutiva Colangite e/ou pancreatite biliar A obstrução é episódica e transitória 10LITÍASE BILIAR 4. DIAGNÓSTICO O diagnostico da litíase biliar leva em consideração quadro clínico da có- lica biliar simples, associada a exa- mes hematológicos geralmente nor- mais. Por isso é necessário lançar mão de métodos complementares de diagnósticos, sendo os mais im- portantes os exames radiológicos e ultrassonográficos. O primeiro exame de imagem pelo qual iniciamos a investigação é a ultrassonografia devido sua alta sen- sibilidade especificidade (95%) para cálculos maiores eu 2mm.Caso não sejam observadas alterações na ul- trassonografia e a litíase biliar seja a suspeita diagnostica do paciente, prossegue-se com a colecistografia oral e prova motora, embora o mé- todo seja pouco usado atualmente, pode ser útil. Figura 3. À esquerda observa-se uma vesícula biliar normal avaliada por ultrassonografia e a direita vesícula biliar preenchida por múltiplos pequenos cálculos avaliada por ultrassonografia. FONTE: Ferreira et e al, 2004. Muito embora o espessamento da parede da vesícula biliar seja consi- derado um sinal inespecífico, poden- do ser encontrado em grande núme- ro de doenças, na grande maioria das vezes está relacionado à presença de litíase biliar. Os cálculos vesiculares apresentam-se na ultrassonografia como uma imagem ecogênica pro- dutora de sombra acústica posterior, independente de sua constituição bioquímica e habitualmente móvel com as variações de decúbito na ava- liação da vesícula biliar que contém cálculos. Devido a baixa incidência de exa- mes falso-negativos e inconclusivos a ultrassonografia também é indica- da em situações de emergência e em 11LITÍASE BILIAR pacientes grávidas. As imagens po- dem ser prejudicadas passar desper- cebidas nos indivíduos obesos e na- queles com gás sobre a área vesicular. Quanto à radiografia simples de ab- dome, eventualmente pode diagnos- ticar cálculos radiopacos, que não excedem 15% dos casos. Na colecis- tografia oral, quando a vesículanão é identificada, recomenda-se repetir o exame no dia seguinte com dose du- pla de contraste. Se, ainda assim, per- sistir a falha de impregnação, há 95% de chance de existir doença vesicular. Devido ao elevado numero de erros de diagnóstico com a colangiografia venosa, o método quando não é mais usado atualmente. Já a colangiopan- creatografia retrógrada por via en- doscópica (CPRE) constitui um meio muito sensível de diagnosticar a lití- ase ductal e que além de servir para fins diagnósticos, serve ainda, princi- palmente, como medida terapêutica. A CPRE é uma técnica que utiliza si- multaneamente a endoscopia diges- tiva, procedimento que consiste na utilização de tubos flexíveis que per- mitem a visualização de imagens do tubo digestivo em monitores de tele- visão, e a imagem fluoroscópica para diagnosticar e tratar doenças asso- ciadas ao sistema biliar e pancreático. Um endoscópio é inserido na gargan- ta do paciente, passando pelo esôfa- go e estomago até a primeira parte do intestino delgado. Através desse tubo é injetado um contraste para de- marcar o ducto biliar e o ducto pan- creático nas imagens de raio X. Por essas imagens é possível visualizar qualquer estreitamento ou bloqueio nos dutos. Embora seja mais invasi- va, a principal vantagem é que o mé- dico pode retirar o cálculo que está bloqueando a passagem da bile ou proceder em outras doenças biliares e pancreáticas. 12LITÍASE BILIAR Figura 4. Imagem artística colangiopancreatografia retrógrada por via endoscópica. FONTE: http://endogastrocenter.com.br/index.php/events/colangiopancreatografia/ Quadro clínico típico + Exames hematológicos normais DIAGNÓSTICO colecistografia oral radiografia de abdome padrão ouro Exames complementares colangiografia retrógrada endoscópica Ultrassonografia 13LITÍASE BILIAR 5. TRATAMENTO A litíase assintomática não exige tra- tamento cirúrgico e comumente se adota condutas conservadoras como: evitar dietas gordurosas e em grande quantidade. Entretanto, há algumas situações em que há indicações para colescistectomia profilática, sendo elas vesícula em porcelana, pólipos de alto risco – idade superior a 60 anos, maiores que 1 cm e com cresci- mento documentado em USG seria- da –; cálculos grandes (maiores que 3 cm); vesícula com anomalia congê- nita; anemias hemolíticas; portadores de um longo ducto após junção do colédoco e ducto pancreático. Cálculos de colesterol radiopacos e com diâmetro inferior a 1,5 cm podem ser dissolvidos com uso de medica- mentos a base de ácido ursodesoxi- cólico por via oral, durante o período de 2 anos, no mínimo. Para tanto, é importante que a vesícula esteja fun- cionante. Embora costume ser eficaz, o tratamento tem alto custo e alta chance de recidiva dos cálculos. Atualmente é indicado o tratamento da litíase biliar nos seguintes casos: 1. Pacientes com sintomas de dor biliar e cálculos. 2. Pacientes com doença biliar complicada: Colecistite aguda calculosa, Íleo biliar, Síndrome de Mirizzi, Coledocolitíase, Colangi- te bacteriana aguda. 3. Vesícula biliar em porcelana. 4. Pacientes com vesícula funcio- nalmente excluída. 5. Casos selecionados de litíase assintomática:Paciente com ex- pectativa de vida superior a 30 ou 40 anos. Portadores de múl- tiplos cálculos vesiculares me- nores que 5mm.Indivíduos de populações com alto índice de câncer da vesícula biliar. Porta- dores de cálculos que vivem em ou viajem para regiões sem con- dições de assistência médica. Pessoas que, por motivos psi- cológicos, ou por conhecerem e temerem complicações, prefiram a colecistectomia, por exemplo, médicos que solicitam a opera- ção. Ressalvamos que há médi- cos que defendem nunca operar a litíase assintomática. 6. Pacientes portadores de litíase nos canais biliares, sintomáticos ou não. 14LITÍASE BILIAR A colecistectomia foi utilizada pela primeira vez na Alemanha em 1882 e é considerado o método mais de- finitivo e curativo da doença litiásica vesicular continua a ser a colecistec- tomia, seja por videolaparoscopia, ou seja, pela via aberta. Atualmente, a videolaparoscopia é considerada o “padrão ouro” de colecistectomia. O pós-operatório costuma ser tranquilo e confortável. Cerca de 6 horas após o termino da operação, a soroterapia é suspensa, o paciente deambula e reiniciar a ingesta oral de líquidos. Em alguns centros, o paciente recebe alta hospitalar no mesmo dia. Em torno de uma semana, os pacientes estão em condições de voltar as suas ativida- des cotidianas. Figura 5. Foto retirada dentro do centro cirúrgico durante a realização de colescitectomia por videolaparoscopia. FON- TE: https://atarde.uol.com.br/bahia/noticias/hospital-regional-realiza-1a-cirurgia-por-videolaparoscopia-1596053 As possíveis complicações são le- são do hepatocolédoco, hemorragia e lesão de outros órgão abdominais. Segundo a literatura, ocorre em 0,6% dos casos, superando os 0,2% ob- servados em colecistectomia aberta. A conversão para operação aberta é observada entre 1,8% e 7%. As in- fecções das feridas operatórias são pouco frequentes e predominam na incisão ao nível do umbigo. 15LITÍASE BILIAR DIAGNÓSTICO Acido ursodesoxicólico Colecistectomia Diâmetro inferior a 1,5 cm Período de 2 anos Cálculos de colesterol radiopacos Vesícula funcionante Alto custo e alta chance de recidiva Evitar dietas gordurosas e em grande quantidade Via aberta Videolaparoscopia Padrão ouro Condutas conservadoras Medicamentoso Cirúrgico 16LITÍASE BILIAR Gravidez Órgão em forma de saco Se a dor persistir por mais de 3 h, deve-se pensar em colecistite aguda 10 e 15% passagem de cálculos para o colédoco Dor epigástrica ou no quadrante superior direito 80% é assintomática ou oligossintomática Armazena a bile Dor recidivante Diabetes Mellitus Sede predominante dos cálculos biliares Obesidade Face visceral do fígado Atua na digestão de gorduras Hiperlipoproteinemia do tipo IV Exclusão anatômica ou funcional do íleo terminal Cirrose hepática Supersaturação Condutas conservadoras Fístula biliar externa Crescimento do cálculo Cirúrgico Quadro clínico típico + exames hematológicos normais Exames complementares Uso de medicamentos Nucleação Medicamentoso Pacientes hemolíticos Estenose de colédoco terminal FATORES DE RISCO VESÍCULA BILIAR FORMAÇÃO DOS CÁLCULOS TRATAMENTO TRATAMENTO ALTAMENTE PREVALENTE NOS PAÍSES OCIDENTAIS QUADRO CLÍNICO LITÍASE BILIAR • Ultrassonografia • colecistografia oral • radiografia de abdome • colangiografia retrógrada endoscópica 17LITÍASE BILIAR REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS DANI, R; PASSOS, MCF. Gastroenterologia essencial. 4.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koo- gan, 2011. FERREIRA, Adilson Cunha et al . Fatores de risco clínicos e ultra-sonográficos relacionados à litíase vesicular assintomática em mulheres. RadiolBras, São Paulo, v. 37, n. 2, p. 77-82, Apr. 2004. FILHO IJ. Tratamento cirúrgico da colecistite crônica. In: Petroianu A. Terapêutica cirúrgi- ca. 1ª ed. Rio de Janeiro, RJ: Guanabara Koogan, 2001:321-47. KUMAR D. Diabeticautonomicneuropathycausinggallbladderdysfunction. J AssocPhysiciansIndia2001;49:1042. NETTER, F.H. Atlas de Anatomia Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000. PASSOS, R. Manual de Enfermagem para concursos e residência. Vol III. João Pessoa: Brasileiro e Passos, 2019. TINOCO RC, TINOCO ACA, SUETH DM, PENA FM, HORTA LA, FREGONA L. Colescistite Aguda Litiásica Durante a Gravidez: Uso da Ultra-Sonografia Laparoscópica Trans- -Operatória. Revbrasvideocir2006;4(3):131-134. 18LITÍASE BILIAR
Compartilhar