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CUIDADO INTEGRAL A SAÚDE DO HOMEM PROFESSORA: MICHELLE MONTEIRO 1 A Promoção da Saúde é um modo de pensar e de operar articulado às demais políticas e tecnologias desenvolvidas no sistema de saúde brasileiro, que contribui na construção de ações que possibilitam responder às necessidades sociais em saúde da população. O tema saúde vem sendo exaustivamente debatido atualmente, e esta compreendida enquanto qualidade de vida e não apenas como ausência de doença. A baixa adesão dos homens aos serviços de saúde é uma realidade que se opõe a um dos princípios do SUS, a integralidade. Existem muitas suposições e justificativas para a tímida procura masculina aos serviços. Uma delas refere-se à inclusão dos homens nos serviços de atenção primária, questão desafiadora, pois em geral, as campanhas priorizam crianças, mulheres e idosos, dando pouca ênfase à atenção à saúde do homem. Os homens estão mais suscetíveis a certas patologias quando comparado às mulheres. Este fator, associado a pouca procura pelos serviços de saúde, contribui negativamente para a prevenção e promoção de saúde, considerando ainda que, de acordo com estudos nesse segmento, os mesmos se veem como seres virtuosos, imunes ao adoecimento, fator que influencia para as estatísticas atuais. A saúde do homem vem ganhando destaque nos últimos tempos em especial após a criação da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem (PNAISH), em 2009. Pesquisa relata que 60% dos óbitos no país pertencem à classe masculina, sendo que os homens apresentam uma expectativa de vida menor em relação às mulheres, com cerca de 7,6 anos a menos. Para reduzir tais questões o Ministério da Saúde criou a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem – PNAISH, objetivando habilitar à assistência à saúde dos homens no entendimento a suas formas de cuidado preservando a plenitude e qualificando a atenção primaria, vendo a preocupação que não só se restringem a recuperação, mas também podendo proporcionar, sobretudo a promover a saúde e também a prevenir agravos que comprometam o mesmo. Diante de toda problemática o profissional Enfermeiro tem papel primordial, além da importante inter-relação com o paciente este profissional desenvolve um papel importantíssimo na estimulação ao autocuidado, mas sobretudo no reconhecimento de que a saúde é um direito social básico e de cidadania de todos. Segundo o Conselho Federal de Enfermagem (COFEN) os Enfermeiros realizam a consulta de enfermagem identificando situações de saúde/doença, momento esse que se implementam medidas que contribuem para a promoção da saúde, prevenção de doenças, proteção da saúde, recuperação e reabilitação do indivíduo, família e comunidade; modelo assistencial que se adéqua às condições e necessidades de saúde da população. O papel do enfermeiro tem como ponto de partida a educação em saúde, promoção, consultas de enfermagem, procedimentos técnicos. No entanto existem outras necessidades como melhora da autoestima, independência para as atividades diárias e autocuidado; segurança, entre outros, nas quais o enfermeiro auxilia. A criação de hábitos na educação em saúde para a promoção da saúde do homem é um papel importantíssimo para o enfermeiro, pois é possível verificar, compreender o que o público alvo sabe sobre si e o que pode ser oferecido para sua saúde. A falta de informação continua sendo um fator para que os homens não busquem os serviços e com isso apresenta déficits no autocuidado onde resultam em altos índices de morbimortalidade. Apesar da criação de uma política especifica para este grupo populacional, ela ainda tenta se tornar sólida. Grande parte desse problema acredita os autores, sejam de gestão, agravados por falta de estrutura e dos profissionais não estão preparados para atender o público masculino. Em análise acerca das causas de morte na população masculina observou-se que elas acontecem entre os 15 e 59 anos, e a maior parte delas são referente a causas externas acometendo adultos jovens de 20-39 anos, representando 64% dos óbitos registradas nos país.16 Em segundo lugar estão doenças do aparelho circulatório devido ao sedentarismo acometendo a faixa etária de 40-59 anos, responsáveis por 25% dos óbitos em terceiro estão às neoplasias com 16%, em quarto aparecem doenças do aparelho digestório seguidas por doenças do trato respiratório que muitas vezes estão ligadas ao tabagismo. As diferenças de morbimortalidade entre homens e mulheres são amplamente conhecidas: os homens morrem mais cedo principalmente por causas externas que incluem, as lesões decorrentes de acidentes (relacionados ao trânsito, afogamento, envenenamento, quedas ou queimaduras) e de violências (agressões/homicídios, suicídios, tentativas de suicídio, abusos físicos, sexuais e psicológicos) são mais suscetíveis às doenças cardiovasculares, possivelmente pelos comportamentos de risco mais frequentes, procuram menos os serviços de saúde, por limitação de tempo e, principalmente, pela falsa auto percepção da sua infalibilidade física e mentaL Devido a isso se necessita de uma atenção holística para que possam trabalhar em prol da prevenção e promoção, uma vez que tais gastos são onerosos para o sistema de saúde. Em 2010 o público masculino correspondeu a 70,5% de internações hospitalares por causas externas e todo atendimento foram prestados e financiados pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Ainda há desafios a serem vencidos quando coloca a saúde do homem como desafio a ser incluído nos serviços básicos de saúde, pois a baixa procura para o atendimento voltado para sua saúde se dá também por aqueles que possuem maior grau de escolaridade. A pouca procura no atendimento por homens que possuem curso superior também é alarmante, considerando que estes possuem a capacidade de identificação de problemas porem não as coloca em práticas para evitar agravos, com isso conclui-se que isso é resultante pela falta de sinais e sintomas que não são apresentados por agravos e doenças e tornando-se acomodados. A enfermagem possui papel primordial para prevenção, promoção e manutenção na vida do homem, porém os enfermeiros apontam como problema principal a falta de divulgação da PNAISH, e sendo assim prejudica no atendimento aos mesmos. O modo como os homens são recebidos acabam por afasta-los pois não há uma metodologia de sistematização para implementar a política. Desta forma a falta investimento no enfermeiro também corrobora, se houvesse capacitação e investimento na política, o mesmo seria preparado através da educação continuada e logo a política seria mais abrangente e resolutiva. Enfermagem, porta o papel de se comprometer em manter a qualidade de vida tanto do indivíduo, da família e da coletividade. Para estes profissionais o processo do cuidar se baseia no seu código de ética e sua atuação compreende em promoção, prevenção, recuperação e reabilitação da saúde com autonomia e sempre de acordo com os preceitos éticos e legais. ● O que é uma teoria? ● Importância de teorias para a enfermagem (TE) ● História das TE ● Elementos que compõem TE ● Critérios de escolha de uma TE ● Principais TE ● Teoria das Necessidades Humanas Básicas - Wanda Horta Teorias de Enfermagem TEORIAS DA ENFERMAGEM O que é uma teoria? “Um construto composto por um conjunto de leis e princípios racionais, hierárquica e solidamente sistematizados, de caráter conclusivo, aplicado a uma determinada área” (Veiga-Neto, 2009, p.86) O que é uma teoria? ● Conjunto de afirmações sistemáticas; ● Explicação de fenômenos da realidade; ● Relação entre fenômenos, consequência. Importância de teorias para a enfermagem ● Instrumento para realização do cuidado ● Elucidação e construção de conhecimento ● Guiar a prática profssional ● Processo de enfermagem ● Aspecto científco (Tannure, Pinheiro, Barata, Fortes 2017) Importância de teorias para a enfermagem ● Complexidadedo cuidado Importância de teorias para a enfermagem História das teorias de enfermagem ● Marcos históricos – “Nascimento” do hospital (século XVIII) – Escolas de formação de enfermeiras (Século XIX) – Grandes Guerras (Século XX) – Fundação Rockefeller/EUA – Introdução dos estudos psicossociais nos currículos e abordagem holística (Kruse, 2004; Foucault, 2004; Leopard História das teorias de enfermagem ● 1859 – Florence Nightingale ● Inglaterra ● Guerra da Crimeia ● Ambiente ● Estrutura hospitalar História das teorias de enfermagem Emergência na década de 1960 ● Classificação das teorias I (isolamento de fatores) II (relacionamento de fatores) III (relacionamento de situações- preditivas) IV ( produtora de situações – prescritiva) (Horta, 2007) Teoria das necessidades humanas básicas História das teorias de enfermagem ● O desenvolvimento de teorias de enfermagem esteve relacionado com... O contexto histórico A cultura Os modelos de atenção e sistema de saúde de cada país (Tannure, Pinheiro, Barata, Fortes 2017) Critérios de escolha de uma teoria de enfermagem ● Realidade do serviço de saúde ● Disponibilidade de recursos ● Características das pessoas atendidas (Tannure, Pinheiro, Barata, Fortes 2017) Principais teorias de enfermagem ● Teoria Ambientalista - Florence Nightingale(1859) – Assume a enfermagem como diferente da medicina, propõe sua organização e o processo administrativo para as tarefas ● Teoria Humanista – Josephine Patterson eLoretta Zderad (1960) – A pessoa é uma unidade holística e a situação dos indivíduos é experiência da existencialmente pelos enfermeiros (Leopardi, 1999 Principais teorias de enfermagem ● Teoria da Relação Interpessoal – JoyceTravelbee (1966) – o enfermeiro ajuda o indivíduo a signifcarsua experiência de adoecimento, por meioda comunicação estabelecida pessoa a pessoa. ● Teoria da adaptação – Callista Roy (1970) – A enfermagem é uma disciplina científica queajuda nas adaptações frente o processosaúde-doença (Oliveira et al, 2005; Leopardi, 1999) Principais teorias de enfermagem ● Teoria do autocuidado – Dorothea Orem(1971) – A enfermagem é um sistema de ajuda para o autocuidado quando o indivíduo não tem condições de suprir suas necessidades ● Teoria transcultural – Madeleine Leininger(1978) – O cuidado é cultural e cada povo possui seuspróprios sistemas e modos de cuidar (Oliveira et al, 2005; Leopardi, 1999 Principais teorias deenfermagem ● Teoria das Necessidades Humanas Básicas – Wanda Horta (1970) – A enfermagem respeita e mantém a unicidade,autenticidade e individualidade do ser humano – A enfermagem é prestada ao ser humano e não àsua doença ou desequilíbrio – Todo cuidado de enfermagem é preventivo,curativo e de reabilitação – A enfermagem reconhece o ser humano com membro de uma família e de uma comunidade – A enfermagem reconhece o ser humano como elemento participante ativo do seuautocuidado (Horta, 2007) Teoria das Necessidades Humanas Básicas ● Wanda de Aguiar Horta(1926-1981) ● Belém do Pará ● Enfermeira pela USP-1948 ● Doutora emEnfermagem pela UFRJ- 1968 Teoria das Necessidades Humanas Básicas ● Teoria das Necessidades Humanas Básicas – Inspirada na teoria da motivação humana de Abraham Maslow ● Necessidades Fisiológicas ● Segurança ● Amor ● Estima ● Auto realização – Nunca há satisfação completa (Horta, 2007) Teoria das Necessidades Humanas Básicas Teoria das Necessidades Humanas Básicas ● Teoria das Necessidades Humanas Básicas – Inspiração em João Mohana (1964) ● Necessidades Psicobiológicas ● Necessidades Psicoespirituais ● Necessidades Psicossociais Teoria das NecessidadesHumanas Básicas Problemas de Enfermagem ● São situações ou condições decorrentes dos desequilíbrios das necessidades básicas do indivíduo, família e comunidade, e que exigem da(o)enfermeira(0) sua assistência profissional. SINAIS E SINTOMAS (HORTA, 2007) Teoria das Necessidades Humanas Básicas Como identifico minha lista de problemas de enfermagem ? COLETA DE DADOS (PROCESSO DE ENFERMAGEM) Teoria das Necessidades Humanas Básicas ● Teoria das Necessidades Humanas Básicas – Funções do Enfermeiro ● Assistir o ser humano no atendimento de suas necessidades humanas básicas e ensinar o autocuidado ● Manter, promover e recuperar a saúde ● Participar no ensino, na pesquisa,administração, responsabilidade legal e em associação de classe (Horta, 1979) Teoria das Necessidades Humanas Básicas ● Teoria das Necessidades Humanas Básicas – Implementação: processo de enfermagem – Processo de enfermagem, segundo Wanda Horta (2007): ● Histórico de enfermagem ● Diagnóstico de enfermagem ● Plano Assistencial ● Plano de Cuidados ou Prescrição de Enfermagem ● Evolução de Enfermagem ● Prognóstico de Enfermagem Teoria das Necessidades Humanas Básicas Referências ● Alves, A.R. et al. Aplicação do propcesso de enfermagem. Estudo de caso com uma puérpera. Rev Bras Enferm, Brasília 2007 maio-jun; 60(3):344-7. ● Foucault, M. O nascimento da clínica. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2004. ● Horta, W.A. Processo de Enfermagem. São Paulo: EPU, 2007. ● Kruse, M.H.L. O poder dos corpos frios: das coisas que ensinam às enfermeiras. 160 f. Tese de doutorado. Programa de Pós-Graduação em Educação. Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Porto Alegre, 2004. ● Leopardi, M.T. Teorias de Enfermagem: instrumentos para a prática. Florianópolis: Papa-livros, 1999. ● Oliveira M.M.C et al.. Aplicação do processo de relação interpessoal de Travelbee com mãe de recémnascido internado em uma unidade neonatal. Rev. esc. enferm. USP [Internet]. 2005 Dec [cited 2017 Apr 26] ; 39( 4 ): 430-436. Available from: http://www.scielo.br/scielo.php? script=sci_arttext&pid=S0080-62342005000400009&lng=en. http://dx.doi.org/10.1590/S0080- 62342005000400009. ● Veiga-Neto, A. Teoria e método em Michel Foucault: (im)possibilidades. Cadernos de Educação, Pelotas. Setembro/dezembro 2009, [34]: 83 – 94. ● Tannure, M.C.; Pinheiro, A.M.; Barata, M.L.; Fortes, N.M. Um novo olhar sobre a anamnese e o exame físico. In: Semiologia: bases clínicas para o processo de enfermagem. Rio de Janeiro: Guanabara