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A CONSTRUCAO DA RELACAO DE CONVIVENCIA ENTRE ALUNOS NO ESPACO ESCOLAR

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A CONSTRUÇÃO DA RELAÇÃO DE CONVIVÊNCIA ENTRE ALUNOS NO ESPAÇO 
ESCOLAR. 
Francilene Rodrigues da Silva – Acadêmica do Curso de Pedagogia da UESPI – Campus Clóvis 
Moura, PIBIC/UESPI – Voluntária 2009/2010 (francylene_rodrigues@hotmail.com); 
Antonio Francisco Soares – Professor Assistente da UESPI, orientador deste trabalho 
(profsoares1@hotmail.com). 
 
 
 
Resumo 
A construção de uma sociedade se dá por meio de relações de convivência estabelecidas entre os 
indivíduos. O primeiro núcleo de interação com outros sujeitos ocorre na família, posteriormente 
adentra-se ao espaço escolar, que é o foco central de nossa pesquisa. É na escola que a criança 
entra em contato com outros indivíduos, diferentes daqueles pertencentes ao seu núcleo familiar, 
começando a conhecer e a conviver com as diferenças do outro. Através da experiência vivenciada 
surgiu a necessidade de analisar e compreender o relacionamento entre os alunos e como esse 
relacionamento conflituoso pode afetar a aprendizagem dos educados. Este estudo teve como 
objetivo analisar as relações de convivência construídas entre os alunos da Unidade Escolar 
Professora Yêda de Carvalho Nunes. Os procedimentos utilizados na coleta de dados foram a 
observação do cotidiano do lócus da pesquisa e a aplicação de questionários para as professoras. 
Podemos constatar que os três professores que responderam ao questionário ressaltam como 
problemática nas relações estabelecidas entre seus alunos na escola o desrespeito para com o 
outro, através de ofensas verbais e em algumas situações como nos foi relatado situações de 
agressão física. Percebemos que a sala de aula precisa ser encarada como um espaço de 
humanização, de formação onde o afeto, o respeito mútuo e o diálogo devem prevalecer para o 
desenvolvimento humano. Da pesquisa de campo concluímos que a realidade evidenciada na 
escola é conflitante, pois os alunos não conseguem compreender a necessidade do diálogo na 
resolução de problemas, mas os professores buscam administrar essas situações dentro de suas 
possibilidades, mediando os conflitos e muitas vezes pedindo auxílio à direção. 
 
Palavras-chave: Relações de convivência. Conflito. Diálogo. 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
Em meados do século XXI, inúmeras transformações, rápidas e constantes, apresentam-se 
em no cotidiano, apontando mudanças no cenário social, político e econômico. Diante de esse 
contexto, observam-se mudanças na convivência estabelecida entre as pessoas em diversas 
situações de seu dia-a-dia, e não poderia ser diferente nas relações escolares. O relacionamento 
estabelecido entre o alunado começa a demonstrar mudanças, 
A construção de uma sociedade se dá por meio de relações de convivência estabelecidas 
entre os indivíduos. O primeiro núcleo de interação com outros sujeitos ocorre na família, 
posteriormente adentra-se ao espaço escolar, que é o foco central de nossa pesquisa. É na escola 
2 
 
que a criança entra em contato com outros indivíduos, diferentes daqueles pertencentes ao seu 
núcleo familiar, começando a conhecer e a conviver com as diferenças do outro. 
 Assim,a escola enquanto espaço de vivências e aprendizagem entre diferentes pessoas 
absorve as mudanças advindas do contexto social, e isso acaba refletindo-se na postura dos alunos 
e na prática dos docentes para administrar as novas situações que aparecem a cada dia. 
Diante disso, esta instituição constitui-se como um espaço marcado pelo encontro de 
diferentes culturas, crenças e valores o que torna este espaço rico em troca de conhecimento entre 
os sujeitos envolvidos. As relações que ocorrem no contexto escolar atualmente mostram-se 
conflitantes. 
 Para Delors (1998), entre os pilares necessários para a educação encontra-se a necessidade 
de conviver com os outros. Compreender o outro desenvolver a percepção da interdependência, da 
não-violência e administrar conflitos. 
 Enquanto acadêmica do curso de Licenciatura plena em Pedagogia pode-se vivenciar o 
cotidiano de sala de aula através de estágio extracurricular realizado com os alunos de 4° e 5° ano 
do ensino fundamental em escola da rede municipal de ensino. Através da experiência vivenciada 
surgiu a necessidade de analisar e compreender, o relacionamento entre os alunos e como esse 
relacionamento conflituoso pode afetar a aprendizagem dos mesmos. 
 Este é um tema de relevância acadêmica, pois poderá ser utilizado como suporte teórico 
para aqueles que se sintam atraídos pela temática, alunos de pedagogia e de outros ramos do 
conhecimento e ao mundo científico trazendo informações adicionais e as idéias de alguns autores 
que versam sobre o referido tema. 
 
OBJETIVOS 
 
Geral 
 
� Analisar as relações de convivência construídas entre os alunos da Unidade Escolar 
Professora Yêda de Carvalho Nunes. 
 
 Específico 
� Observar como se processam as relações de convivência; 
� Identificar as influências das relações de convivência no processo de aprendizagem; 
� Caracterizar o processo de desenvolvimento e construção das relações de 
convivência no espaço escolar; 
� Analisar as relações de convivência com as diversidades presentes no espaço 
escolar. 
3 
 
 
 
METODOLOGIA 
 
A metodologia deste estudo constitui-se em um processo sistêmico que visa encontrar 
soluções para a problemática estudada. Mas para que se chegasse a solução do problema em estudo 
se fez necessário a utilização de métodos. 
 O presente trabalho de pesquisa utiliza-se da pesquisa qualitativa descritiva, em que para 
Andrade (2003, p.124) “os fatos são observados, registrados, analisados, classificados e 
interpretados sem que o pesquisador interfira neles. Isto significa que os fenômenos do mundo 
físico e humano são estudados, mas não manipulados pelo pesquisador.” 
 Os procedimentos utilizados na coleta de dados foram à observação do cotidiano do lócus da 
pesquisa e aplicação de questionários entre as professoras. 
 Essa pesquisa foi desenvolvida na Unidade Escolar Professora Yêda de Carvalho Nunes. 
Escola fundada em março de 1983, no governo de Lucídio Portela. Está localizado na Rua 
Beneditino nº 1171, bairro Pio XII, CEP 64019-580, na cidade de Teresina no Estado do Piauí. É 
autorizada a funcionar com o ensino fundamental menor de 1º ao 5 º ano. 
 Sua estrutura física não se encontra dentro dos padrões modernos, mas é aceitável. É uma 
escola de pequeno porte. Conta com dez dependências distribuídas em: três salas de aula, uma 
diretoria, uma cantina, um depósito para merenda, três banheiros e uma sala de espera e uma 
pequena área de lazer. 
 No turno da manhã conta com três turmas (1º, 2º, 3º ano) do ensino fundamental e no turno 
tarde duas turmas (4º e 5 º ano) do ensino fundamental. 
 A coleta de dados ocorreu através da aplicação de questionários distribuídos entre as 
professoras dos turnos manhã e tarde e através da observação da interação dos alunos dentro da 
escola, por um período de três dias. 
 Após a apresentação ao corpo gestor da escola, nos identificamos e apresentamos nossa 
proposta de pesquisa. A partir daí passamos a observar a chegada dos alunos na escola, onde uma 
vez por semana, após abertura dos portões, organizam-se em filas para cantar o Hino nacional e o 
Hino de Teresina e fazer algumas orações. Em seguida todos entregam suas cadernetas de 
freqüência e direcionam-se para suas salas. 
 O primeiro contato entre pesquisadora e os sujeitos da pesquisa foi um pouco tímido, os 
alunos ficaram curiosos em saber se era uma professora nova ou se estava a observar os alunos 
maus comportados. Após quinze minutos, o clima normal de sala de aula retorna e as crianças 
4 
 
começam a interagir entre si com conversas paralelas, pequenas discussões ocasionadas por 
materiais escolares. 
 Os alunos encontravam se dispostos por grupos de afinidades, sentavam-se próximos 
daqueles que tinham maior grau de amizade. Algumas vezes a professora interrompia a exposição 
de conteúdos para conversar comos alunos sobre pequenos conflitos que emergiam. 
 Em uma determinada situação a professora direcionava os alunos á direção da escola para 
que outras providências fossem tomadas ou que a presença dos pais fosse solicitada. 
 
RESULTADOS OBTIDOS 
 
1. O relacionamento entre alunos durante as aulas. 
 
A escola constitui-se em um espaço de encontro entre diferentes pessoas cada um com suas 
características e singularidades próprias transformando o processo de aprendizagem em um 
momento de troca de conhecimento entre os diferentes. Mas a desilusão, o desencanto são os 
sentimentos que estão permeando o espaço escolar. Vejamos o que dizem as entrevistadas sobre 
o relacionamento desenvolvido por seus alunos no contexto escolar 
 
Professora A: “Através de conversas e realização de atividades de grupo. 
Professora B: “De forma desrespeitosa e violenta. A troca de ofensas e 
apelidos é comum entre os alunos e em casos mais graves chegam a agredir- 
se fisicamente ou com uso de instrumentos como: lápis, etc...” 
Professora C: “Os alunos são indisciplinados, brigam entre si e muitas 
vezes chegam a agressões físicas” 
 
 
Podemos constatar que os três professores que responderam ao questionário ressaltam como 
problemática nas relações estabelecidas entre seus alunos na escola: o desrespeito para com o outro, 
ofensas verbais e situações de agressão física. Esta forma de relacionamento entre o alunado 
também percebida na realidade extra sala de aula através de jornais, internet noticiários de TV. A 
falta de respeito ao outro e a violência nas relações interpessoais estão crescentes, perpassando essa 
idéia de falta de diálogo. Bock (1999), afirma que “a escola é uma instituição eminentemente 
reprodutora”, com isso percebemos o ocorrido no contexto escolar não é alheio ao contexto social. 
5 
 
 
2-A administração de conflitos entre alunos durante as aulas. 
O termo conflito nos remete a discussão, combate, choque. Pode acontecer entre duas 
pessoas ou mais e sua origem pode ter inúmeros motivos trazendo diferentes efeitos e 
muitas vezes levando a falta de interação entre os envolvidos. Quando administrado de 
maneira adequada poderá trazer conseqüências positivas. Para as educadoras a melhor 
maneira de administrar o conflito entre seus alunos é: 
 
 
Professora A: “Procuro conversar com os alunos mostrando o lado 
(opinião) de cada aluno em relação ao conflito” 
Professora B: “Quando são apenas conflitos verbais tento 
conversar com os alunos sobre respeito e acalmar os ânimos. Já 
quando há agressões físicas busco ajuda da direção e também da 
família”. 
Professora C: ”Na maioria das vezes com conversas e punições, 
mas nem sempre resolve a situação, pois esses conflitos cabe 
sempre ao professor de sala resolver sem nenhuma ajuda da 
direção ou dos pais” 
 
“A relação dialógica, comunicação e intercomunicação entre os sujeitos é 
fundamental a qualquer prática educativa. È no respeito ás diferenças entre os seres na 
coerência entre o que se fala e o que se faz que devemos nos encontrar no outro” conforme 
Santos(2005). Percebemos na citação acima que é através do dialogo no confronto de 
idéias opostas que se pode chegar a um ponto de consenso levar ao fim conflitos de idéias 
e opiniões. Entre as respostas obtidas para a administração de conflitos na sala de aula as 
professoras mencionaram que este processo se dá por meio de conversas entre os 
envolvidos, e em alguns casos utiliza-se de “punições” e de auxílio da equipe gestora da 
escola para contornar a situação. 
 
3. A contribuição da gestão escolar para melhorar a convivência entre os alunos da 
escola. 
 
6 
 
Para muitos o papel do gestor escolar resume-se a tarefas burocráticas não cabendo 
ao mesmo adotar práticas interventivas no contexto de sala de aula. O gestor deve ser 
democrático opinar, propor idéias que favorecem a melhoria da educação oferecida pala 
instituição de ensino. Com isso observa-se que em situações de conflito entre alunos na 
sala de aula o gestor é requisitado para ajudar a solucionar está situação. Sobre a 
contribuição da gestão as educadoras afirmam que: 
 
Professora A: ”Sim. ‘Existindo’ uma participação no 
desenvolvimento de atividades de atividades em que os alunos 
executando em sala na aula e fora dela” 
Professora B: ”Sim. Os gestores da escola podem ajudar com 
atividades que promovam o contato maior entre os alunos e 
também promover uma maior aproximação com as famílias. Assim, 
podemos conhecer a realidade dos alunos e permite compreender 
como esta influencia nas atitudes dos alunos.” 
Professora C: “Sim, não só do corpo gestor mais também da 
família, pois o problema afeta a todos.” 
 
 Entre as respostas obtidas é unânime que o envolvimento da família e a promoção 
por parte da gestão escolar, incluindo diretor e coordenador pedagógico, em atividades 
voltadas para as relações interpessoais entre os alunos são pontos importantes. 
“A razão de ser da gestão da educação consiste, portanto na garantia de qualidade 
do processo de formação humana- expresso no projeto político pedagógico- que 
possibilitará ao educando crescer através dos conteúdos do ensino, que são conteúdos de 
vida, hominizar-se, isto é, tornar-se mais humano Ferreira, (2004). 
Diante das transformações que ocorrem nas relações o corpo gestor da escola não 
deve limitar a assuntos burocráticos, mas também preocupar-se com o processo 
pedagógico para que se atinja o fim principal da educação que é a oferta de um ensino de 
qualidade. 
 
4. O dialogo entre professor e aluno influencia o processo de ensino aprendizagem. 
 
7 
 
A comunicação na sala de aula pode proporcionar momentos de aproveitamento no 
processo de ensino aprendizagem, visão também confirmada pelas professoras, 
proporcionando uma melhor interação entre os sujeitos. Diante de situações de 
conflitos as professoras da Unidade Escolar relataram que: 
 
Professora A: “Sim, não só influencia como contribui numa 
melhor aprendizagem” 
Professora B: “Sim. Essa seria a forma ideal para a vivência dos 
alunos em sala de aula em com certeza a aprendizagem dos alunos 
seria bem melhor.Mas, apenas do esforço de todos essa ainda não é 
a realidade.” 
Professora C: “Sim, se trabalhar essas noções desde cedo, os 
alunos além de melhorar a convivência entre si, o resultado será 
refletido também no processo de ensino aprendizagem.” 
 
Através deste item percebemos que o diálogo é apontado por todas as educadoras 
como forma de proporcionar a seus alunos vivências saudáveis entre eles. Esta prática deve 
ser iniciada desde os primeiros anos de escola, mas em contraponto observamos que está 
ainda é uma ação que na realidade ainda não está efetivada no contexto de sala de aula. 
Freire (2000) afirma que “o diálogo entre professores e professoras, alunos e alunas, não 
torna iguais, mas marca posição a posição democrática entre eles e elas. Os professores não 
são iguais aos alunos por n razões, entre elas porque a diferença entre eles os faz ser como 
estão sendo”. 
 
5. Conteúdos e metodologias de ensino para discussão de conflitos de sala de aula. 
 
Os conteúdos e metodologias fazem parte do contexto escolar. Através deles 
podemos atingir inúmeros objetivos. Nas respostas obtidas as professoras apontam que os 
conflitos emergidos em sala de aula podem ser trabalhados em aulas utilizando-se da 
Pedagogia de Projetos que se propõem a transformar a atitude dos alunos no decorrer do 
processo de ensino aprendizagem. O aluno dentro da Pedagogia de Projetos é um ser ativo, 
pois passa a construir o seu conhecimento vejam suas opiniões: 
 
8 
 
Professora A: “Sim, trabalho conteúdos que apresentam questões 
relevantes a valores e respeito ao outro.” 
Professora B: “Sim, mais nem sempre é possível, pois os 
conteúdos muitas vezes não dão abertura para discussões 
diferenciadas.” 
Professora C: “Sim, mas nem sempre tem o resultado esperado,devido à falta de acompanhamento e conscientização dos alunos.” 
 
 As professoras confirmam ainda que as metodologias e conteúdos funcionem no 
processo de discussão das questões surgidas na sala de aula, mas encontram um entrave, 
pois existe um cronograma de trabalho a ser desenvolvido e apontam ainda a falta de 
envolvimento dos pais neste processo. 
 
6. Sugestões apresentadas pelas professoras para melhorar o relacionamento dos 
alunos 
 
A vivência em sala de aula faz com que o professor acumule experiências e 
aprendizagem que não se encontra em nenhum livro. Sendo assim, solicitamos dos 
professores que nos dessem sugestões de como melhorar o relacionamento entre os alunos. 
Veja as sugestões dadas: 
 
Professora A: “Realização de atividades que os alunos possam 
interagir entre si, ajudando na execução de atividades.” 
Professora B: “mais tempo para atividades em grupo e outras que 
permitam uma maior afetividade entre os alunos. O maior contato 
com a família também é fundamental para conhecer o ambiente em 
que os alunos estão inseridos.” 
Professora C: “Primeiramente participação efetiva da família, 
medidas de punição mais eficiente, promover palestras e atividades 
que resgate e desenvolva entre os alunos atividades de respeito e 
tolerância dentro e fora da escola.” 
 
9 
 
Pelas sugestões dadas percebe-se que os professores ressaltam a importância de 
atividades que proporcionem um maior relacionamento entre os alunos, onde os mesmos 
possam interagir entre si, um exemplo apontado são as atividades em grupo que 
proporcionam um maior envolvimento dos mesmos e a contribuição da família neste 
processo 
 
 
CONCLUSÕES: 
 
A constituição do ser humano se faz através das relações que ele desenvolve com o 
meio exterior a ele, tendo como influência o contexto histórico, a cultura e seus valores. 
Por isso as relações estabelecidas neste contexto devem ser utilizadas na prática 
pedagógica dos professores. 
Na sala de aula, enquanto ambiente educativo, se percebe conflitos entre os 
sujeitos, que fazem emergir o eu em oposição ao outro, cabendo ao educador utilizar- se 
das situações de conflito para questionar, refletir, conscientizar e administrar esta situação. 
 Diante disso, escola possui a função de mediar o conhecimento levando o aluno a 
construir o seu próprio conhecimento. Essa função acontece também pelas relações 
desenvolvidas neste espaço de transmissão do conhecimento e interação entre as pessoas. 
Com isso percebe-se a presença de laços de afetos dentro deste contexto. 
Por isso, a essência dessa relação de convivência entre os alunos e processo de 
ensino aprendizagem não pode ser deixado de ser mediado pelo diálogo. 
 Sabe-se que, o conhecimento é constituído pelo processo de interação entre os 
sujeitos, pois o mesmo envolve-se ativamente na produção do seu conhecimento e o 
amplia-o quando o discute com o outro. Assim, a sala de aula precisa ser encarada como 
um espaço de humanização, de formação onde o afeto, o respeito mútuo e o diálogo devem 
prevalecer para o desenvolvimento humano. 
Da pesquisa de campo concluímos que é um momento de investigação diante de um 
tema que chama atenção e que nos proporciona conhecer o contexto escolar envolvendo o 
relacionamento aluno-aluno e suas implicações. Sabe-se que administrar uma sala de aula 
não é tarefa fácil, pois os sujeitos que se encontram ali inseridos possuem suas 
particularidades e muitas vezes discordando do modo de ser, do comportamento e opinião 
do outro. Com isso observa-se a necessidade da escola lidar de maneira mais efetiva com 
os conflitos entre os alunos através de criação de um ambiente em que o dialogo seja a 
10 
 
primeira forma de resolução de problemas, organização de assembléias para discussão de 
problemas emergidos no espaço escolar tendo o professor como mediador, reservar alguns 
momentos para discussão de problemas, pois assim o aluno conhecerá a importância do 
diálogo prevenindo agressões verbais e em alguns casos físicas, deixando clara a 
necessidade de respeitar o outro fazendo com que o aluno leve este aprendizado para a 
vida. 
 
REFERÊNCIAS 
 
ANDRADE, Maria Margarida de. Introdução à metodologia do trabalho científico: 
elaboração de trabalho científico na graduação. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2003 
BOCK, Ana Maria. Psicologias: uma introdução ao estudo de psicologia. 12. ed. São 
Paulo: Saraiva, 1999. 
DELORS, Jacques. Educação: um tesouro a descobrir. São Paulo, Cortez, 1998 
FERREIRA, Naura Syria Carapeto; AGUIAR, Márcia Ângela da S. Gestão da educação: 
impasses, perspectivas e compromissos. 4. ed. São Paulo: Cortez, 2004. 
FREIRE, Paulo. Pedagogia da esperança: um reencontro com a pedagogia do oprimido. 7. 
ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1996. 
SANTOS, Maria Sirley dos. Pedagogia da diversidade. São Paulo: Mennon, 2005.

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