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LC | Página 55
As 336 + | ENEM 2014
LINGUAGEM, CÓDIGOS E SUAS 
TECNOLOGIAS
Questões de 169 a 252
QUESTÃO 169
Observe os dois trechos que seguem:
I. Nada pior para uma boa causa do que maus defenso-
res: é o que se dá com a ecologia.
II. Há muitas reivindicações sociais inteiramente justas 
que, apesar disso, têm como os piores inimigos os seus 
próprios defensores, que, por não serem competentes, 
acabam prejudicando-as. É o que se dá com a ecolo-
gia, que, por incrível que pareça, vê-se mais prejudi-
cada exatamente pelos seus defensores, por causa da 
inépcia deles.
Assinale a alternativa correta sobre os dois trechos.
 A Trata-se de duas maneiras distintas de formular uma 
mesma opinião, e ambas desfrutam do mesmo pres-
tígio social.
 B A maneira de estruturar o texto prejudica muito o trecho 
II, sobretudo por causa de graves erros gramaticais.
 C Não há dúvida de que o trecho I, por ser mais conciso e 
claro, inspira mais respeito que o II, confirmando a afir-
mação de que “o modo de dizer qualifica a coisa dita”.
 D O trecho I é típico de uma variante culta do português; 
o II, de uma variante típica de falantes desprovidos de 
escolaridade.
 E Por uma questão de preconceito social, valoriza-se me-
nos o texto I do que o texto II, porque este mostra uma 
forma de linguagem muito pretensiosa e cheia de im-
precisões por causa do excesso de palavras eruditas.
QUESTÃO 170
Pensar é transgredir
Lya Luft
Não lembro em que momento percebi que viver 
deveria ser uma permanente reinvenção de nós mesmos 
— para não morrermos soterrados na poeira da banalidade, 
embora pareça que ainda estamos vivos. Mas compreendi, 
num lampejo: então é isso, então é assim. Apesar dos medos, 
convém não ser demais fútil nem demais acomodada. 
Algumas vezes é preciso pegar o touro pelos chifres, 
mergulhar para depois ver o que acontece: porque a vida 
não tem de ser sorvida como uma taça que se esvazia, mas 
como o jarro que se renova a cada gole bebido. 
Para reinventar-se é preciso pensar: isso aprendi 
muito cedo.
Fonte: http://pensador.uol.com.br/cronicas_de_lya_luft/ em 20/01/2014
A progressão é garantida nos textos por determinados 
recursos linguísticos, e pela conexão entre esses recursos 
e as ideias que eles expressam. Na crônica, a continuidade 
textual é construída, predominantemente, por meio
 A do emprego de vocabulário rebuscado, possibilitando a 
elegância do raciocínio.
 B da repetição de estruturas simples que garantam a co-
esão e a coerência.
 C da apresentação de argumentos ilógicos, constituindo 
blocos textuais independentes.
 D da ordenação de orações justapostas, dispondo as in-
formações de modo incoerente.
 E da estruturação de frases denotativas ambíguas, cons-
truindo efeitos de sentido opostos.
QUESTÃO 171
O mundo muda
Os ideais de esquerda nasceram em meados do 
século XIX e ganharam corpo no começo do século XX, com 
a Revolução de 1917. Com o nascimento da União Soviética, 
o ideal comunista ganhou corpo, deixou de ser mera utopia 
para se tornar realidade.
O sonho de uma sociedade igualitária, em que os 
trabalhadores seriam os dirigentes da nação e em que a 
mais-valia reverteria em benefício da sociedade e não de 
alguns burgueses ricos, parecia enfim concretizar-se.
É verdade que as primeiras décadas do socialismo 
soviético não apresentaram resultados muito positivos, mas 
para quem acreditava na sociedade igualitária, os problemas 
seriam em breve resolvidos.
O fato é que a simples existência da URSS já provocara 
importantes mudanças nos países capitalistas que trataram 
de atender a algumas reivindicações do trabalhadores.
A deflagração da Segunda Guerra Mundial, provocada 
pela Alemanha nazista, tumultuou o processo e provocou uma 
inesperada aliança entre os países capitalistas avançados e 
a União Soviética, o que adiou o conflito entre socialismo e 
capitalismo que, finda a guerra, levaria um mundo à chamada 
Guerra Fria e à beira de um conflito nuclear, o que felizmente 
não aconteceu.
Ferreira Gullar
http://www1.folha.uol.com.br/colunas/ferreiragullar/2013/09/1334849-o-mundo-muda.
shtml
Levando em consideração o caráter histórico-analílico do 
escritor Ferreira Gullar, nota-se que a definição que melhor 
resume a principal intenção do autor quanto ao estudo que 
promove acerca da sociedade é
 A crítica sobre as relações internacionais.
 B ironia acerca das falhas ditas burocráticas
 C análise puramente técnica sobre o mundo.
 D leitura isenta de argumentação prática.
 E definição unilateralista sobre política.
LC | Página 56
As 336 + | ENEM 2014
QUESTÃO 172
Leia com atenção:
“Depois de um ano de desvalorização do real, vemos 
que o valor da produção do Brasil, em dólares, diminuiu 
sensivelmente. Com a nova taxa de câmbio, o PIB brasileiro 
caiu de US$ 775 bilhões, em 1998, para US$ 555 bilhões no 
final de 1999.
Houve aí um encolhimento de quase 30%. A renda 
‘per capita’ baixou de US$ 4.700 para cerca de US$ 3.400, e 
o Brasil desceu de 8a maior economia do mundo para a 15a 
posição.”
(MORAES, Antonio Ermírio, em artigo publicado no jornal Folha de S. Paulo, 
10 abr. 2000.)
Utilize as informações do texto e seus conhecimentos sobre 
a realidade brasileira e mundial dos últimos anos para 
assinalar a alternativa correta.
 A O rápido crescimento da economia internacional nos 
últimos anos, particularmente no caso do Japão e dos 
“tigres asiáticos”, fez com que o Brasil caísse da 8ª para 
a 15ª posição entre as maiores economias mundiais.
 B A desvalorização do real fez com que a média dos bra-
sileiros ficasse, em 1999, 30% mais pobre do que em 
1998.
 C O PIB e a renda per capita, em dólares, que o Brasil 
apresentava em 1998, eram artificialmente elevados, 
pois o real estava sobrevalorizado em relação ao dólar.
 D De 1998 para 1999, a produção de mercadorias e ser-
viços, no Brasil, sofreu uma queda de 30%.
 E A desvalorização da moeda de um país é sempre inde-
sejável, pois causa uma imediata redução da produção 
econômica.
QUESTÃO 173
O juízo final (1536-41), por Michelangelo.
Acerca da obra “O juízo final” (1536-1541), é correto afirmar 
que
 A utiliza modelos inspirados nos padrões da Igreja Cató-
lica Medieval, sobretudo pela valorização do divino em 
detrimento do humano.
 B as formas retas e simétricas são as mesmas utilizadas 
na pintura greco-romana.
 C valoriza as formas humanas em uma clara manifesta-
ção antropocêntrica, mas sem deixar de representar a 
onipotência do elemento divino.
 D ao buscar temas bíblicos, o autor adere às visões teo-
cêntricas do medievo.
 E o excesso de detalhes e a valorização do sagrado fa-
zem de seu autor um legítimo representante da corren-
te barroca.
QUESTÃO 174
Ata
Acredito que o mau tempo haja concorrido para que 
os sabadoyleanos* hoje não estivessem na casa de José 
Mindlin, em São Paulo, gozando das delícias do cuscuz 
paulista aqui amavelmente prometido. Depois do almoço, 
visita aos livros dialogantes, na expressão de Drummond, 
não sabemos se no rigoroso sistema de vigilância de Plínio 
Doyle, mas de qualquer forma com as gentilezas das 
reuniões cariocas. Para o amigo de São Paulo, as saudações 
afetuosas dos ausentes presentes, que, neste instante, todos 
nos voltamos para o seu palácio, aquele que se iria desvestir 
dos ares aristocráticos para receber, camaradescamente, os 
descamisados da Rua Barão de Jaguaribe.
Guarde, amigo Mindlin, para breve o cuscuz da 
tradição bandeirante, que hoje nos conformamos com os 
biscoitos à la Plínio Doyle.
Rio, 20-11-1976.
Signatários: Carlos Drummond de Andrade, Gilberto de 
Mendonça Teles, Plínio Doyle e outros.
Cartas da biblioteca Guita e José Mindlin. Adaptado.
* sabadoyleanos: frequentadores do sabadoyle, nome 
dado ao encontro de intelectuais, especialmente escritores, 
realizado habitualmente aos sábados, na casa do bibliófilo 
Plínio Doyle, situada no Rio de Janeiro. 
As expressões “ares aristocráticos” e “descamisados” 
relacionam-se, respectivamente,
 A aos “sabadoyleanos” e a Plínio Doyle.
 B aJosé Mindlin e a seus amigos cariocas.
 C a “gentilezas” e a “camaradescamente”.
 D aos signatários do documento e aos amigos de São 
Paulo.
 E a “reuniões cariocas” e a “tradição bandeirante”.
LC | Página 57
As 336 + | ENEM 2014
QUESTÃO 175
Texto I
(...) No lampejo de seus grandes olhos pardos 
brilhavam irradiações da inteligência. (...) O princípio vital 
da mulher abandonava seu foco natural, o coração, para 
concentrar-se no cérebro, onde residem as faculdades 
especulativas do homem.
(...)
Era realmente para causar pasmo aos estranhos e 
susto a um tutor, a perspicácia com que essa moça de dezoito 
anos apreciava as questões mais complicadas; o perfeito 
conhecimento que mostrava dos negócios, a facilidade com 
que fazia, muitas vezes de memória, qualquer operação 
aritmética por muito difícil e intrincada que fosse.
Não havia porém em Aurélia nem sombra do ridículo 
pedantismo de certas moças, que tendo colhido em leituras 
superficiais algumas noções vagas, se metem a tagarelar de 
tudo.
(ALENCAR, José de. Senhora. SP: Editora Ática, 1980.)
Texto II
Aquela pobre flor de cortiço, escapando à estupidez 
do meio em que desabotoou, tinha de ser fatalmente vítima 
da própria inteligência. À míngua de educação, seu espírito 
trabalhou à revelia, e atraiçoou-a, obrigando-a a tirar da 
substância caprichosa da sua fantasia de moça ignorante 
e viva a explicação de tudo que lhe não ensinaram a ver e 
sentir.
(...)
Pombinha, só com três meses de cama franca, fizera-
se tão perita no ofício como a outra; a sua infeliz inteligência 
nascida e criada no modesto lodo da estalagem, medrou 
admiravelmente na lama forte dos vícios de largo fôlego; 
fez maravilhas na arte; parecia adivinhar todos os segredos 
daquela vida; seus lábios não tocavam em ninguém sem tirar 
sangue; sabia beber, gota a gota, pela boca do homem mais 
avarento, todo dinheiro que a vítima pudesse dar de si.
(AZEVEDO, Aluísio. O cortiço. SP: Editora Ática, 1997.) 
Os textos I e II, apesar de pertencerem a movimentos 
literários diferentes, assemelham-se ao pôr em destaque 
 A a miséria em que a jovem se encontra. 
 B a juventude da personagem. 
 C a ambição da jovem. 
 D o caráter caprichoso e audacioso da moça. 
 E a sagacidade da personagem descrita.
QUESTÃO 176
Fonte: http://tinyurl.com/nnuwubnem 21/01/2014
Os gêneros textuais nascem emparelhados a necessidades e 
atividades da vida sociocultural. Por isso, caracterizam-se por 
uma função social específica, um contexto de uso, um objetivo 
comunicativo e por peculiaridades linguísticas e estruturais 
que lhes conferem determinado formato. Esse cartaz procura 
convencer o leitor a participar do festival e, para isso, utiliza-se
 A da predominância das formas imperativas dos verbos e 
de abundância de adjetivos.
 B de uma riqueza de adjetivos que modificam os substan-
tivos, revelando as qualidades dos artistas.
 C de uma enumeração de artistas que visa retificar quão 
portentoso será o festival.
 D do emprego de recursos verbais e não verbais capazes 
de simbolizar quão intenso e movimentado será o festival.
 E da exposição de opiniões de outros artistas sobre as 
principais atrações do evento.
QUESTÃO 177
Leia o poema abaixo, de Manuel Botelho de Oliveira (Bahia, 
1636-1711), escritor barroco brasileiro:
Eco de Anarda
Entre males desvelados,
Entre desvelos constantes,
Entre constâncias amantes,
Entre amores castigados;
Entre castigos chorados,
E choros, que o peito guarda,
Chamo sempre a bela Anarda;
E logo a meu mal, fiel,
Eco de Anarda cruel
Só responde ao peito que “Arda”.
(Música do Parnaso, 1705)
LC | Página 58
As 336 + | ENEM 2014
A redundância pode assumir diversas funções num texto 
artístico. Assinale a alternativa que melhor explique sua 
função nesse caso.
 A Sugerir a permanência da amada na memória afetiva 
do amante.
 B Mimetizar a sinuosa linha da relação afetiva do casal, 
sugerindo que a amada sofre mais do que o amante.
 C Insinuar a desilusão amorosa do amante diante da 
crueldade da amada, por meio da imitação das formas 
ondulantes dela.
 D Sugerir a reiteração das negativas da amada e a das 
súplicas do amante.
 E Expressar a sonoridade do sofrimento amoroso do poeta.
QUESTÃO 178
Basta, senhor, que eu, porque roubo em uma barca, 
sou ladrão, e vós, porque roubais em uma armada, sois 
imperador? Assim é. O roubar pouco é culpa, o roubar muito 
é grandeza; o roubar com pouco poder faz os piratas, o 
roubar com muito, os Alexandres... O ladrão que furta para 
comer não vai nem leva ao inferno: os que não só vão, mas 
que levam, de que eu trato, são os outros – ladrões de maior 
calibre e de mais alta esfera... os outros ladrões roubam um 
homem, estes roubam cidades e reinos; os outros furtam 
debaixo de seu risco, estes, sem temor nem perigo; os outros 
se furtam, são enforcados, estes furtam e enforcam.
Sermão do bom Ladrão, de Pe. Antônio Vieira.
Em relação ao estilo empregado por Vieira nesse trecho, 
pode-se afirmar que
 A o autor recorre ao cultismo da linguagem com o intuito de 
convencer o ouvinte e, por isso, cria um jogo de imagens.
 B Vieira recorre ao preciosismo da linguagem, isto é, atra-
vés de fatos corriqueiros, cotidianos, procura converter 
o ouvinte.
 C padre Vieira emprega, principalmente, o conceptismo, ou 
seja, o predomínio das ideias, da lógica, do raciocínio.
 D o pregador procura ensinar preceitos religiosos ao ouvinte, 
o que era prática comum entre os escritores gongóricos.
 E Vieira usa de retórica, através do uso de metáforas, for-
talecidas pelo cultismo, estabelecendo a ausência de 
lógica em seu discurso.
QUESTÃO 179
REIDY e o Museu de Arte Moderna (MAM) 
Pode-se dizer que, junto com o Aterro do Flamengo, 
o Museu de Arte Moderna, fundado em 1953, é o projeto de 
Reidy mais conhecido pelos brasileiros.
Com uma filosofia de que o museu precisa ser um lugar 
dinâmico, o MAM foi projetado e criado por Reidy. O museu tem 
um lugar para conferências, discussões, debates, exposições, 
tudo o que possa atualizar, debates com artistas, como também 
tem a parte de educação. É o chamado bloco-escola onde 
houve aulas de gráfica, de escultura. A equipe de projeto instalou 
um ateliê de gravura, um modelo como não tinha no Brasil.
Fonte: http://reidy-ofilme.blogspot.com.br/2011/11/reidy-e-o-museu-de-arte-moderna-
mam.html em 20/01/2014.
Observando a imagem apresentada, analisa-se que Reidy, 
importante arquiteto moderno brasileiro,
 A fez uso do concreto evidenciando o processo formal e 
sua conversão em estrutura materializada.
 B obteve o desequilíbrio estrutural do conjunto, revelando 
a maturidade e a autonomia de sua construção.
 C compôs sua obra com vigas retangulares e desprezou 
o uso de elementos modernos como concreto e o vidro.
 D despreocupou-se com a questão da iluminação e des-
prezou o diálogo com os espaços externos do museu.
 E apresentou um estilo que reproduzia as principais ca-
racterísticas estilísticas que consagraram a arquitetura 
neoclássica.
QUESTÃO 180
A magia do futebol 
SÃO PAULO – O futebol é mágico. Tem o dom de fazer 
pessoas inteligentes defenderem posições que, dificilmente, 
sustentariam em outros campos de atividade. Refiro-me à 
decisão da Conmebol de punir o Corinthians, excluindo sua 
torcida de todas as partidas da Libertadores. 
À primeira leitura, essa pode parecer uma sanção 
razoável, diante da enormidade que foi a morte do garoto 
boliviano atingido por um sinalizador disparado pelas hostes 
corintianas na última quarta-feira, em Oruro. A esmagadora 
maioria dos comentaristas que li aprovou a medida. 
Pessoalmente, tenho medo da lógica que sustenta o 
código de punições da Conmebol e de outras confederações – 
que se apoiam numa ética puramente consequencialista, na qual 
só o que importa são os resultados das ações. Tudo o que produza 
mais bem do que mal fica inapelavelmente autorizado. Para evitar 
novas mortes e disciplinar o mau comportamento das torcidas 
organizadas, torna-se lícito fechar os portões do estádio paracorintianos, mesmo que isso prejudique os jogadores e milhares 
de simpatizantes do time, que não fizeram nada de errado.
Não sou um inimigo do consequencialismo. Ao 
contrário, tenho grande simpatia por ele, notadamente 
na bioética. Mas não podemos perder de vista que, em 
estado puro, ele leva a paradoxos. Numa visão estritamente 
consequencialista, o Estado pode deter um criminoso, 
ameaçando matar sua família, e o médico pode sacrificar um 
paciente saudável para, com seus órgãos, salvar a vida de 
cinco pessoas na fila do transplante.
Hélio Schwartsman
FONTE: www1.folha.uol.com.br/colunas/helioschwartsman/1236682-a-magia-do-
futebol.shtml Acesso em: 1/3/13
LC | Página 59
As 336 + | ENEM 2014
O jornalista Hélio Schwartsman procurou expor uma ideia 
acerca da violência nos estádios de futebol, em decorrência 
das torcidas organizadas. Quanto à sequência textual 
apresentada, a tese apresentada pelo colunista se baseia na 
ideia de que
 A concorda plenamente com a ação do estado de punir 
o time do Corinthians, proibindo quaisquer manifesta-
ções de torcedores.
 B aceita que as punições impostas pela Conmebol são 
suficientes diante da problemática da violência nos es-
tádios.
 C a violência nos estádios de futebol não necessariamen-
te se encontra atrelada à presença de torcidas organi-
zadas.
 D mantém um equilíbrio quanto ao que pensa, pois, em-
bora não concorde com a violência nos estádios, aredi-
ta que certas punições são exageradas.
 E sempre que existirem punições elas devem também 
devem pensar no nível em que vão atingir os torcedo-
res não membros de torcidas organizadas.
QUESTÃO 181
Cidadezinha Qualquer 
Casas entre bananeiras
mulheres entre laranjeiras 
pomar amor cantar.
Um homem vai devagar. 
Um cachorro vai devagar. 
Um burro vai devagar.
Devagar... as janelas olham.
Eta vida besta, meu Deus. 
(Carlos Drummond de Andrade.)
Com base na leitura do poema de Drummond, podemos 
inferir que
 A o desencanto e a apatia desencadeiam uma ratificação 
de visões futuristas sobre a vida no campo.
 B o último verso destaca a preocupação de Drummond 
em dar voz a um eu lírico que se destaca pelo olhar 
sobre o aspecto prosaico da existência.
 C a repetição das estruturas contribuem para a ausência 
da sensação de apatia no poema. 
 D vocábulos como “casas”, “bananeiras”, “mulheres” e 
“laranjeiras” revelam o desprezo do poeta pela asso-
ciação de ideias.
 E a cidade descrita com seu movimento circular anula 
a possibilidade de construção do teor universalista do 
texto.
QUESTÃO 182
“Nasce o Sol, e não dura mais que um dia 
Depois da luz, se segue a noite escura; 
Em tristes sombras morre a formosura; 
Em contínuas tristezas a alegria.”
Levando em conta o momento de sua produção, assinale a 
alternativa verdadeira com relação aos versos apresentados.
 A Esses versos apresentam características típicas do Pe-
ríodo Barroco.
 B Não obstante a expressão da brevidade da vida huma-
na e da fugacidade do bem, manifestada através de 
recursos típicos do Período Setecentista, trata-se de 
versos tipicamente árcades.
 C O forte sentimento de angústia da irremediável passa-
gem do tempo, por adquirir tom bastante dramático, 
remete-nos a um poema de características tipicamente 
românticas.
 D O rigor formal dos versos – rima e ritmo – e a descrição 
impessoal apontam-nos para um poema com caracte-
rísticas parnasianas.
 E A postura profundamente subjetiva do poeta e a valo-
rização da natureza apontam versos exemplificadores 
da primeira geração de poetas românticos brasileiros.
QUESTÃO 183
As transformações geradas pelo capitalismo motivaram 
estas duas considerações:
I- “Ao buscar a satisfação do seu interesse particular, o 
indivíduo atende frequentemente ao interesse da socie-
dade de modo muito mais eficaz do que se pretendes-
se realmente defendê-lo.”
II- “Depois de sofrer a exploração do fabricante e de rece-
ber o seu salário em dinheiro, o operário torna-se presa 
de outros membros da burguesia, do proprietário, do 
varejista, do usurário etc.”
A respeito dessas considerações, pode-se dizer que
 A são antagônicas, visto que o individualismo, de acordo 
com a primeira, produz uma riqueza espontânea para 
a sociedade e de acordo com a segunda, ao contrá-
rio, faz parte de um sistema, que no final é responsável 
pela má distribuição da riqueza.
 B se complementam. Tanto a primeira como a segunda 
confirmam o solidarismo social produzido pelo capita-
lismo.
 C ambas denunciam os malefícios sociais produzidos 
pelo capitalismo.
 D são antagônicas, visto que a primeira afirma que o in-
dividualismo é o único benefício propiciado pelo capi-
talismo, enquanto a segunda afirma que a riqueza se 
distribui na sociedade.
 E ambas apontam os benefícios sociais produzidos pelo 
individualismo.
LC | Página 60
As 336 + | ENEM 2014
QUESTÃO 184
Leia o texto e observe o quadro a seguir:
O Terceiro Milênio se inicia com mais de 50% da população 
mundial vivendo nas cidades, pela primeira vez na História, 
e crescendo a cada ano 2,5 vezes mais que a população 
rural. Hoje, além das 15 metrópoles com mais de 10 milhões 
de habitantes, existem cerca de 300 cidades no mundo que 
ultrapassam a marca de 1 milhão. Calcula-se que em 2015 
haverá pelo menos 61% dos habitantes da Terra morando 
em áreas urbanas.
Os 10 MAIORES AGLOMERADOS URBANOS DO MUNDO
Em 1995
Cidade
População 
(milhões de 
hab.)
Projeção 
para 2015 
Cidade
População 
(milhões de 
hab.)
Tóquio 26,8 Tóquio 28,7
São Paulo 16,4 Bombaim 27,4
Nova 
Iorque 16,3 Lagos 24,4
Cidade do 
México 15,6 Xangai 23,4
Bombaim 15,1 Jacarta 21,2
Xangai 15,0 São Paulo 20,8
Los 
Angeles 12,4 Karachi 20,6
Pequim 12,3 Pequim 19,4
Calcutá 11,7 Dacca 19,0
Seul 11,6 Cidade do México 18,8
(Miriam & Miriam. Geografia: economia urbano-industrial. São Paulo, Nova 
Geração, 2001)
De acordo com as informações apresentadas, marque a 
única alternativa que contém uma afirmação correta.
 A A população urbana mundial ultrapassou a marca de 50% 
na passagem do século XIX para o século XX, quando da 
ocorrência da chamada Segunda Revolução Industrial.
 B Embora a população urbana esteja crescendo em ritmo 
superior ao do crescimento da população rural, somen-
te nas próximas duas ou três décadas é que o mundo 
apresentará mais habitantes vivendo em cidades do 
que no campo.
 C As cidades mais populosas do globo hoje estão con-
centradas nos países mais avançados industrialmente, 
o que se explica pela grande concentração da riqueza 
nesses países.
 D A previsão para as duas primeiras décadas do século XXI 
é que a maior parte dos grandes aglomerados urbanos 
do mundo estará concentrada nos países que se caracte-
rizam por graves deficiências sociais e econômicas.
 E O crescimento da população urbana previsto para as pró-
ximas décadas deverá ser mais intenso em todas as ci-
dades que em 1995 já eram as mais populosas da Terra.
QUESTÃO 185
Negritude
[CELINHA]
Para Jorge Henrique Gomes da Silva
De mim
parte um canto guerreiro
um voo rasante, talvez rumo norte
caminho trilhado da cana-de-açúcar
ao trigo crescido, pingado de sangue
do corte do açoite. Suor escorrido
da briga do dia
que os ventos do sul e o tempo distante
não podem ocultar.
De mim
parte um abraço feroz
um corpo tomado no verde do campo
beijado no negro da boca da noite
amado na relva, gemido contido
calado na entranha
oculto do medo da luz do luar.
De mim
parte uma fera voraz
(com sede, com fome)
de garras de tigre
pisar de elefante correndo nas veias
de fogo queimando vermelho nas matas
Rugir de leões bailando no ar.
De mim
parte de um pedaço de terra
semente de vida com gosto de mel
criança parida com cheiro de luta
com jeito de briga na areia da praia
de pele retinta, deitada nas águas
sugando os seios das ondas do mar.
De mim
parte N E G R I T U D E
um golpe mortal
negrura rasgando o ventre da noite
punhal golpeando o colo do dia
um punho mais forte que as fendas de aço
das portas trancadas
da casa da história.
(http://kukalesa.wordpress.com/2013/05/19/dilogos-com-a-negritude-nas-poesias-dos-cadernos-negros/ em 2/2/14)
Com base na leitura do poema, é possível inferir que
 A a rejeição ao tema da discussão sobre a temática racial 
no Brasil o torna desprovido de viés ideológico.
 B o poema reitera uma visão estereotipada sobre o negro 
alicerçada no pensamento escravocrata e patriarcal.
 C tempo e espaço se correlacionam buscando uma unida-
de que dê coerência ao discurso transgressor da autora.
 D os versos do poema evidenciam um sujeito-poético 
afro-brasileiro, com ideias e sentimentos avessos ao 
tema da negritude.
 E as estrofes apresentam uma linguagem denotativa pre-
ocupada em discutir novas visões sobre o movimento 
da negritude no Brasil.
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As 336 + | ENEM 2014
QUESTÃO 186
Atente para os textos a seguir e responda à questão que 
segue.
Texto I
A notícia é um gênero textual que apresenta um conceito 
novo ou recente ou que divulga uma novidade sobre uma 
situação recente. 
Texto II
Poema Tirado de uma Notícia de Jornal
João Gostoso era carregador de feira livre e morava no 
morro da Babilônia num barracão sem número
Uma noite ele chegou no bar Vinte de Novembro
Bebeu
Cantou
Dançou
Depois se atirou na lagoa Rodrigo de Freitas e morreu afogado.
 (Manuel Bandeira)
A característica identificada no poema de Manuel Bandeira 
que o aproxima do gênero notícia é
 A o título, conhecido na área jornalística por manchete.
 B o “lead”, que resume as informações do corpo da notícia.
 C a manchete, destacada sempre do corpo da notícia.
 D os três versos de ação, isolados em um único verso.
 E a propagação de informações inéditas.
QUESTÃO 187
O primeiro texto é de Castro Alves; o segundo, de Machado de 
Assis. O primeiro fala da guerra da Independência do Brasil na 
Bahia. O segundo disserta sobre o aperto de um cachorro em cujo 
rabo, por brincadeira, amarrou-se uma lata. Leia-os e assinale a 
alternativa que melhor estabelece a relação entre ambos.
Texto I
Não! Não eram dous povos, que abalavam
Naquele instante o solo ensanguentando...
Era o porvir — em frente do passado,
A Liberdade — em frente à Escravidão,
Era a luta das águias — e do abutre,
A revolta do pulso — contra os ferros,
O pugilato da razão — contra os erros,
O duelo da treva — e do clarão!...
(“Ode ao Dous de Julho”, Espumas Flutuantes, 1870)
Texto II
Súbito grudaram-se. A poeira redomoinhou, a lata retiniu com 
o fragor das armas de Aquiles.
Cão e furacão envolveram-se um no outro; era a raiva, a 
ambição, a loucura, o desvario; eram todas as forças, todas 
as doenças; era o azul, que diz ao pó: és baixo; era o pó, que 
dizia ao azul: és orgulhoso.
Ouvia-se o rugir, o latir, o retinir; e por cima de tudo isso, uma 
testemunha impassível, o Destino; e por baixo de tudo, uma 
testemunha risível, o Homem.
(“Um cão de lata ao rabo”, Páginas Recolhidas, ed. de 1937)
 A Relação paródica: o primeiro imita ironicamente o estilo 
do segundo.
 B Relação antitética: o segundo opõe-se ao primeiro.
 C Relação de paralelismo: o primeiro complementa o se-
gundo.
 D Relação irônica: o segundo satiriza a simplicidade do 
primeiro.
 E Relação paródica: o segundo imita ironicamente o es-
tilo do primeiro.
QUESTÃO 188
COM NICIGA, PARAR DE FUMAR FICA MUITO MAIS FÁCIL
1. Fumar aumenta o número de receptores do seu cére-
bro que se ativam com nicotina.
2. Se você interrompe o fornecimento de uma vez, eles 
enlouquecem e você sente os desagradáveis sintomas 
da falta do cigarro.
3. Com seus adesivos transdérmicos, Niciga libera nicoti-
na terapêutica de forma controlada no seu organismo, 
facilitando o processo de parar de fumar e ajudando a 
sua força de vontade. Com Niciga, você tem o dobro de 
chances de parar de fumar.
(Revista Época, 24 nov. 2009 (adaptado).)
Para convencer o leitor, o anúncio emprega como recurso 
expressivo, principalmente, 
 A as rimas entre Niciga e nicotina. 
 B o uso de metáforas como “força de vontade”. 
 C a repetição enfática de termos semelhantes como “fá-
cil” e “facilidade”. 
 D a utilização dos pronomes de segunda pessoa, que fa-
zem um apelo direto ao leitor. 
 E a informação sobre as consequências do consumo do 
cigarro para amedrontar o leitor. 
QUESTÃO 189
(http://kdfrases.com/frase/111167 em 2/2/14)
O tema principal da poesia do curitibano Paulo Leminski 
reaparece em:
 A “Liberdade é uma palavra que o sonho humano alimen-
ta, não há ninguém que explique e ninguém que não 
entenda.” Cecília Meireles.
 B “No amor nunca os pratos da balança estão equilibra-
dos. E como a essência do amor é etérea, quem pesa 
mais é quem ama menos.” Vergílio Ferreira
 C “A amizade é um meio de nos isolarmos da humanidade cul-
tivando algumas pessoas.” Carlos Drummond de Andrade
 D “O medo é um preconceito dos nervos. E um preconceito, 
desfaz-se - basta a simples reflexão.” Machado de Assis
 E “A gente foge da solidão quando tem medo dos pró-
prios pensamentos.” Érico Verissimo
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As 336 + | ENEM 2014
QUESTÃO 190
Leia o texto de Carlos Drummond de Andrade e assinale a 
alternativa que melhor sintetize seu significado estético e humano:
Construção
Um grito pula no ar como foguete.
Vem da paisagem de barro úmido, caliça e andaimes hirtos.
O sol cai sobre as coisas em placa fervendo.
O sorveteiro corta a rua.
E o vento brinca nos bigodes do construtor.
(Alguma Poesia, 1930)
 A Abordagem coloquial dos males inevitáveis do progres-
so nos grandes centros.
 B Abordagem sentimental das vantagens do progresso 
nos grandes centros.
 C Registro seco da felicidade do homem do povo diante 
do espetáculo do progresso.
 D Registro da revolta social por meio da poesia.
 E Protesto marxista por meio de versos cubistas.
QUESTÃO 191
As cousas do mundo
Neste mundo é mais rico o que mais rapa:
Quem mais limpo se faz, tem mais carepa;
Com sua língua, ao nobre o vil decepa:
O velhaco maior sempre tem capa.
Mostra o patife da nobreza o mapa:
Quem tem mão de agarrar, ligeiro trepa;
Quem menos falar pode, mais increpa;
Quem dinheiro tiver, pode ser Papa.
A flor baixa se inculca por tulipa;
Bengala hoje na mão, ontem garlopa.
Mais isento se mostra o que mais chupa.
Para a tropa do trapo vazo a tripa
E mais não digo, porque a Musa topa
Em apa, epa, ipa, opa, upa.
(Gregório de Matos Guerra. Seleção de Obras Poéticas)
Fica claro, no poema acima, que a principal crítica do autor à 
sociedade de sua época é feita por meio da
 A denúncia da proteção que o mundo de então dava 
àqueles que agiam de modo condenável, embora sob 
a capa das leis da Igreja.
 B enumeração de certos tipos que, por seus comporta-
mentos, revelam um roteiro que identifica e recomenda 
a ascensão social.
 C elaboração de uma lista de atitudes que deviam ser 
evitadas, por não condizerem com as práticas morais 
encontradas na alta sociedade.
 D comparação de valores e comportamentos da faixa 
mais humilde daquela sociedade com os da faixa mais 
nobre e aristocrática.
 E caracterização de comportamentos que, embora sejam mo-
ralmente condenáveis, são dissimulados em seus opostos.
QUESTÃO 192
Motivo
Eu canto porque o instante existe 
e a minha vida está completa 
Não sou alegre nem sou triste: 
sou poeta 
 
Irmão das coisas fugidias; 
não sinto gozo nem tormento. 
Atravesso noites e dias 
no vento. 
 
Se desmorono ou edifico, 
se permaneço ou me desfaço, 
- não sei, não sei. Não sei se fico 
ou se passo 
 
Sei que canto. E a canção é tudo. 
Tem sangue eterno a asa ritmada 
E um dia sei que estarei mudo: 
- Mais nada 
Cecília Meireles. Obra completa.
Ao analisarmos a relação entre tema e forma na composição 
poética de Cecília Meireles, podemos inferir que 
 A na primeira estrofe, dá importância ao tempo passado, ao 
sentimento de imparcialidade e à criação do seu poema.
 B no terceiro verso da primeira estrofe, faz uso de uma símile 
entre “alegre” X “triste”na compoisção do tecido poético.
 C no primeiro verso da segunda estrofe, abdica-se de 
efeitos estilísticos como assonância e aliteração.
 D na quarta estrofe, reafirma a importância dadaao pre-
sente, ao tempo do “agora”, iniciado na primeira estrofe. 
 E nos dois últimos versos da última estrofe, faz uso da 
ironia, do tom de pastiche e do sarcasmo para dialogar 
com a temática da morte. 
QUESTÃO 193
Ingredienti: 
5 den di ái
3 cuié di ói 
1 cabêss di repôi
1 cuié di mastumati
sali a gosto
Mé qui fais?
Casca u ái, pica u ái e soca o
ái cum sali. Quenta o ói; foga
o ái no ói quentim.
Pica o repôi bemmm finimm, foga
o repôi.
Poim a mastumati mexi ca cuié
pra fazê o moi.
Prontim
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As 336 + | ENEM 2014
Receita culinária é um gênero textual destinado a instruir os 
leitores sobre o preparo de um prato específico. Normalmente, 
é dividida em duas partes: a primeira apresenta uma lista de 
ingredientes para preparo, e a segunda, instruções sobre 
o modo de preparo. Na segunda parte, é comum o uso de 
formas verbais do modo imperativo ou infinitivo.
Considerando que a receita anterior foi escrita no 
popularmente chamado “mineirês”, o uso de verbos no 
presente do indicativo na parte denominada “Mé qui fais?!” 
[Como é que faz?] justifica-se em razão do
 A provável leitor do texto, o qual pode compreender me-
lhor as instruções dadas no presente em que o prato é 
preparado. 
 B tempo predominante no gênero receita culinária, que 
sempre registra o tempo presente em que o prato é 
preparado. 
 C principal objetivo comunicativo do gênero receita, o qual 
é instruir o leitor ao preparo de pratos com objetividade. 
 D suposto locutor do texto, o qual pode compreender me-
lhor as instruções dadas no presente do indicativo. 
 E contexto sociocomunicativo em que circula o texto, o 
qual é restrito a falantes que conhecem o dialeto mi-
neirês. 
QUESTÃO 194
Folha Ilustrada. Folha de São Paulo, 14 de julho 2000, p. 34.
No texto do convite para ver a exposição de Guignard, no 
MASP, passa-se a ideia de que
 A ver Guignard é ter uma aula de como funciona o siste-
ma nervoso humano.
 B a emoção provocada pela arte nem sempre pode ser 
traduzida com palavras.
 C a arte causa, no homem, uma sensação de leveza tal, 
que o adormece para a realidade.
 D o sentimento gerado pela obra de arte lírica é constante 
e equilibrado em cada ser humano.
 E texto, emoção e palavras não coexistem.
QUESTÃO 195
Monumento Barroco em Braga, Portugal.
O enquadramento estético da obra apresentada justifica-se por
 A apresentar linhas retas e simétricas.
 B valorizar as linhas curvas e rebuscadas.
 C fundir linhas retas e formas curvilíneas.
 D valorizar o humano em detrimento do divino.
 E romper com os conceitos absolutistas de arte.
QUESTÃO 196
Quando entre nós só havia 
uma carta certa 
a correspondência 
completa 
o trem os trilhos 
a janela aberta 
uma certa paisagem 
sem pedras ou 
sobressaltos 
meu salto alto 
em equilíbrio 
o copo d’água 
a espera do café
Ana Cristina Cesar.
O poema da poetisa brasileira Ana Cristina Cesar, integrante 
do movimento literário conhecido como Poesia Marginal, 
destaca-se pela forte presença de elementos
 A descritivos.
 B narrativos.
 C injuntivos.
 D metalinguísticos.
 E expositivos.
QUESTÃO 197
Manifesto antropófago
Só a Antropofagia nos une. Socialmente. Economica-
mente. Filosoficamente.
Única lei do mundo. Expressão mascarada de todos 
os individualismos, de todos os coletivismos. De todas as 
religiões. De todos os tratados de paz.
Tupi, or not tupi that is the question.
Contra todas as catequeses. E contra a mãe dos 
Gracos.
Só me interessa o que não é meu. Lei do homem. Lei 
do antropófago.
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As 336 + | ENEM 2014
Estamos fatigados de todos os maridos católicos 
suspeitosos postos em drama. Freud acabou com o enigma 
mulher e com outros sustos da psicologia impressa.
O que atropelava a verdade era a roupa, o impermeável 
entre o mundo interior e o mundo exterior. A reação contra o 
homem vestido. O cinema americano informará.
Filhos do sol, mãe dos viventes. Encontrados e 
amados ferozmente, com toda a hipocrisia da saudade, 
pelos imigrados, pelos traficados e pelos touristes. No país 
da cobra grande.
Fonte: http://www.tanto.com.br/manifestoantropofago.htm em 22/2/14
Das obras a seguir, a que apresenta mais similaridades 
temáticas com o texto anterior é:
A Homem idoso na poltrona
Rembrandt van Rijn – Louvre, Paris.
Disponível em:
http://www.allposters.com
D Menino mordido por um 
lagarto
 Michelangelo Merisi 
(Caravaggio) National Gallery, Londres
Disponível em: http://vr.theatre.
ntu.edu.tw
B Figura e borboleta
Milton Dacosta
Disponível em: http://www.unesp.br
E Abaporu 
Tarsila do Amaral
Disponível em:
http://tarsiladoamaral.com.br
C O grito
Edvard Munch – Museu Munch, Oslo
Disponível em: http://members.cox.net
QUESTÃO 198
“[...] O quadro é tão simples e harmonioso no arranjo 
quanto o de um pintor renascentista. Contudo, não seria fácil 
confundi-lo com uma pintura da Renascença. O modo como 
faz a luz cair sobre o corpo do Salvador, todo o apelo feito às 
nossas emoções, é bem diferente: é barroco. É fácil achar 
esse quadro sentimental, mas não devemos esquecer para 
que finalidade foi pintado. É um retábulo para ser contemplado 
em prece e devoção, com velas ardendo à sua frente.”
(GOMBRICH, E.H. A história da arte. Rio de Janeiro: LTC, 2009.)
O quadro ao qual o texto anterior se refere é:
 A Lidio Marinho – Pietá
 
 B Jan Saudek – Pietá
 
 C Sandro Boticelli – Pietá
 
 D Eugéne Delacroix – Pietá
 
 E Annibale Carracci – Pietá
 
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As 336 + | ENEM 2014
QUESTÃO 199
“Os turistas que visitam as favelas do Rio se dizem 
transformados, capazes de dar valor ao que realmente 
importa”, observa a socióloga Bianca Freire-Medeiros, 
autora da pesquisa “Para ver os pobres: a construção da 
favela carioca como destino turístico”. “Ao mesmo tempo, 
as vantagens, os confortos e os benefícios do lar são 
reforçados por meio da exposição à diferença e à escassez. 
Em um interessante paradoxo, o contato em primeira mão 
com aqueles a quem vários bens de consumo ainda são 
inacessíveis garante aos turistas seu aperfeiçoamento 
como consumidores.” No geral, o turista é visto como 
rude, grosseiro, invasivo, pouco interessado na vida da 
comunidade, preferindo visitar o espaço como se visita um 
zoológico e decidido a gastar o mínimo e levar o máximo. 
Conforme relata um guia, “O turismo na favela é um pouco 
invasivo, sabe? Porque você anda naquelas ruelas apertadas 
e as pessoas deixam as janelas abertas. E tem turista que 
não tem ‘desconfiômetro’: mete o carão dentro da casa das 
pessoas! Isso é realmente desagradável. Já aconteceu com 
outro guia. A moradora estava cozinhando e o fogão dela 
era do lado da janelinha; o turista passou, meteu a mão pela 
janela e abriu a tampa da panela. Ela ficou uma fera. Aí bateu 
na mão dele.”
(Adaptado de Carlos Haag, Laje cheia de turista. Como
funcionam os tours pelas favelas cariocas. Pesquisa FAPESP
nº 165, 2009, p.90-93.)
O autor identifica como “um interessante paradoxo”
 A o fato de os turistas afirmarem que, após essa experi-
ência, passam a dar valor ao que realmente importa.
 B o desejo do turista de trocar as visitas aos pontos turísti-
cos tradicionais por excursões às favelas do Rio.
 C a transformação da favela carioca em destino turístico 
importante do Rio de Janeiro.
 D a curiosidade do turista em saber o que estava cozi-
nhando na panela da moradora de um morro.
 E a capacidade do turista de apreciar o morro como um 
grande zoológico urbano.
QUESTÃO 200
Texto I
O texto na era digital 
Para além do internetês, a internet está mudando a maneira 
como lemos e escrevemos 
Com cada vez mais usuários – o acesso à rede no 
Brasil aumentou 35% entre 2008 e 2009 – a internet está 
criando novos hábitos de comunicação entre as pessoas, 
que acabam se adaptando às facilidades da nova tecnologia. 
(...)
O que já havia sido deflagrado nos anos 90 pela 
comunicação via e-mail, mensageiros eletrônicos e pela 
cultura escrita dos blogs, as redessociais elevaram à 
enésima potência ao garantir interatividade e visibilidade às 
pessoas em torno de interesses em comum. (...) 
Para além dos modismos que nascem e morrem 
na grande rede mundial de computadores, o advento do 
microblog Twitter extrapolou essa esfera para cair na boca 
de grandes homens de letras, muitas vezes avessos a 
novidades tecnológicas, como o escritor José Saramago, 
que chegou a declarar: “Os tais 140 caracteres reflectem 
algo que já conhecíamos: a tendência para o monossílabo 
como forma de comunicação. De degrau em degrau, vamos 
descendo até o grunhido”. (...) 
Embora não se possa afirmar categoricamente que 
a internet favoreceu o desenvolvimento de uma “cultura 
letrada”, com ênfase em informações profundas e relevantes, 
ela reforçou o peso da palavra escrita no cotidiano das 
pessoas. Mais do que gírias e jargões, como o famigerado 
“internetês”, as transformações pelas quais passam a escrita 
e a leitura estão por ser dimensionadas. 
Disponível em: http://revistalingua.uol.com.br/textos/64/artigo249031-1.asp
Texto II
Os Textos I e II abordam a questão da linguagem nos meios 
digitais. A partir de sua leitura, infere-se que 
 A em ambos os textos, há evidências de que a navega-
ção na internet limita a disseminação do saber.
 B o texto I defende que as inovações tecnológicas pro-
duziram uma torrente de informações tão grande que 
tornaram a escrita banal e empobrecedora. 
 C tanto o texto I quanto o texto II revelam que o acesso à 
rede está interferindo na capacidade de leitura de crian-
ças e adolescentes. 
 D o texto II apresenta marcas específicas da linguagem 
do Twitter que limitam a compreensão da tira em leito-
res que não são usuários do microblog. 
 E o texto I demonstra que o internetês produziu impactos 
na comunicação escrita, enquanto que o texto II nega 
esse fato.
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As 336 + | ENEM 2014
QUESTÃO 201
“Vejam que país...”
“...a lavadeira cheira a gim.”
Nas palavras em negrito observa-se uma sequência de
 A hiato, encontro consonantal e ditongo.
 B hiato,dígrafo e ditongo.
 C ditongo, dígrafo e hiato.
 D ditongo, dígrafo e ditongo.
 E ditongo, encontro consonantal e hiato.
QUESTÃO 202
Texto I
O sol
Ei dor... eu não te escuto mais,
Você, não me leva a nada.
Ei medo... eu não te escuto mais,
Você, não me leva a nada.
E se quiser saber pra onde eu vou,
Pra onde tenha sol, é pra lá que eu vou
É pra lá que eu vou...
Ei dor... eu não te escuto mais
Você não me leva a nada
Ei medo... eu não te escuto mais
Você não me leva a nada
E se quiser saber pra onde eu vou
Pra onde tenha sol, é pra lá que eu vou
É pra lá que eu vou...
E se quiser saber pra onde eu vou
Pra onde tenha sol, é pra lá que eu vou
É pra lá que eu vou...
(Jota Quest)
Texto II
Dias Melhores
Vivemos esperando dias melhores
Dias de Paz
Dias a Mais
Dias que não deixaremos para trás
Vivemos esperando
O dia em que seremos melhores
Melhores no Amor
Melhores na Dor
Melhores em Tudo
Vivemos esperando
O dia em que seremos
para sempre
Vivemos esperando
Dias Melhores pra sempre
Dias Melhores pra sempre...
(Jota Quest) 
No Texto II, a repetição do trecho “vivemos esperando” sugere
 A incerteza.
 B passividade.
 C medo.
 D horror.
 E preconceito.
QUESTÃO 203
Poema só para Jaime Ovalle
Quando hoje acordei, ainda fazia escuro
(Embora a manhã já estivesse avançada).
Chovia.
Chovia uma triste chuva de resignação
Como contraste e consolo ao calor tempestuoso da noite.
Então me levantei,
Bebi o café que eu mesmo preparei,
Depois me deitei novamente, acendi um cigarro e fiquei 
pensando...
– Humildemente pensando na vida e nas mulheres que amei.
(Manuel Bandeira)
Manuel Bandeira teve um papel decisivo na consolidação da 
proposta estética modernista no Brasil. No poema anterior, 
está presente uma temática recorrente na Primeira Fase do 
movimento denominado como
 A indagação sobre a morte.
 B reflexão metalinguística.
 C cena do cotidiano.
 D brevidade da vida.
 E memória afetiva.
QUESTÃO 204
Texto I
A paisagem brasileira e o homem regional foram duas 
preocupações dos escritores pré-modernistas, cuja tônica foi a 
pesquisa da região, no sentido de ressaltar o sentimento da terra 
e do sertanejo. E, assim, monta-se um painel brasileiro; o Norte e 
o Nordeste com Euclides da Cunha; o Vale do Paraíba e o interior 
paulista com Monteiro Lobato; o Espírito Santo com Graça Aranha; o 
subúrbio carioca com Lima Barreto, sem esquecermo-nos de Hugo 
de Carvalho Ramos, Valdomiro Silveira e Simões Lopes Neto, que 
também representam essa tendência de pesquisa regional.
SOUZA, Larissa Maria Silva, TORRES FILHO, José Humberto. Do Modernismo aos 
dias atuais. Fortaleza: Sistema Ari de Sá de Ensino, 2012, p. 6.
Texto II
O sertanejo é, antes de tudo, um forte. Não tem o 
raquitismo exaustivo dos mestiços neurastênicos do litoral.
Texto III
Jeca-tatu é um piraquara do Paraíba, maravilhoso 
epítome de carne onde se resumem todas as características 
da espécie.
Ei-lo que vem a falar ao patrão. Entrou, saudou...
– Não vê que...
De pé ou sentado, as ideias se lhe entramam, a língua 
emperra e não há de dizer coisa com coisa.
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As 336 + | ENEM 2014
O reconhecimento da existência de valores sociais e humanos 
no patrimônio literário brasileiro é facilmente percebido. É 
comum ver a exposição desses valores em vários momentos 
de nossa historiografia literária. De uma para outra obra, 
no entanto, percebem-se mudanças de enfoques entre os 
escritores, que podem subverter ou ampliar visões anteriores, 
embora os valores avaliados permaneçam. Daí, dizer-se 
que são atualizáveis e permanentes. O texto I se refere a 
escritores que revelaram a paisagem brasileira e o homem 
regional. Considerando que os textos II e III pertencem, 
respectivamente, aos dois primeiros escritores citados no 
texto I, pode-se dizer que
 A ambos os escritores se assemelham em sua análise 
sobre o homem interiorano.
 B o primeiro escritor equipara o sertanejo ao mestiço li-
torâneo.
 C o primeiro escritor sobrepõe o sertanejo ao mestiço ci-
tadino, tanto quanto o segundo sobrepõe Jeca-Tatu ao 
patrão, que não consegue falar diante do piraquara.
 D o segundo escritor ironiza a condição subserviente e as 
limitações do piraquara.
 E ambos os ecritores exaltam as figuras que descrevem.
QUESTÃO 205
A expressão deletar um arquivo de computador não 
é mais jargão de quem lida com informática. O termo já se 
tornou uma palavra da Língua Portuguesa escrita no Brasil.
Ela faz parte de um conjunto de cerca de 6 000 novas 
palavras incluídas na recente edição do Vocabulário 
Ortográfico da Língua Portuguesa, lançado pela Academia 
Brasileira de Letras (ABL). Além de reconhecidas, as novas 
palavras passam a ter uma grafia oficial definida.
Agora são aceitas expressões como deletar um 
arquivo, assistir a uma teleconferência e até tomar suco 
de acerola, frutinha comum no mercado, mas rara nos 
dicionários.
Também foram incluídos termos como internet, intranet, 
scanear, mouse, teleducação e acessar, entre outros já de 
uso corrente. Eles se somam às 400 mil palavras catalogadas 
na primeira edição do Vocabulário, de 1982.
Diferentemente de um dicionário, que explica o significado 
de um termo, um vocabulário apenas relaciona palavras. 
Seu objetivo é consolidar a grafia delas (o modo como são 
escritas), classificá-las segundo o gênero (masculino ou 
feminino) e a categoria morfológica (substantivo e adjetivo, 
por exemplo). É também um instrumento normatizador 
oficial, por ser da Academia.
[...]
Mas, para um termo ser aceito como uma palavra, não 
basta que ele seja usado por um grupo de pessoas. Além da 
difusão, é preciso que ele substitua outro em determinada 
área. É o caso de deletar, explica Antônio José Chediak, 
coordenador da equipe que fez o Vocabulário.
O mesmo não ocorre com printar. “Em português, existe 
a palavra imprimir. Julgamos que o uso de printar não é 
amplo o suficiente para incorporá-lo como palavra nova”, diz 
Arnaldo Niskier, presidente da Academia Brasileirade Letras.
A diferença entre os dois casos é explicada por um limite: 
a manutenção da identidade de uma língua. “É preciso estar 
aberto à globalização, evitando exageros”, diz o presidente.
Adaptado de: Folha de São Paulo, 10 set. 1998.
Sobre a diferença contextual apresentada pelo texto anterior 
entre dicionário e vocabulário, permite-se inferir que
 A a representatividade de um dicionário é mais ampla, 
pois se preocupa com as possibilidades semânticas 
assumidas pelo termo em questão.
 B um vocabulário deve ser encarado como forma 
exclusiva de acepção linguística, por ser mais informal 
semanticamente.
 C Tanto o vocabulário quanto o dicionário equiparam-se 
em termos de definição semântica de algum termo.
 D os termos assumem acepções exatas e indistinguíveis 
ao serem listados por algum tipo de vocabulário 
específico.
 E o dicionário peca quanto à análise e à definição de 
algum termo, pois intensifica a preocupação gramatical 
em detrimento do aspecto semântico.
QUESTÃO 206
Mona Lisa, de Leonardo da Vinci. Século XV.
A Bela Lindonéia, de Rubens Gerchman. Século XX.
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As 336 + | ENEM 2014
Rubens Gerchman (1942-2008) é um dos mais 
importantes artistas plásticos brasileiros e deixa um 
importante legado: trata-se da enigmática obra intitulada A 
Bela Lindoneia ou A Gioconda do Subúrbio, de 1966. Tal 
como Leonardo da Vinci, ele também foi um pintor capaz de 
registrar as peculiaridades das vivências das mulheres de 
seu tempo.
Considerando-se as obras apresentadas, podemos afirmar 
que o artista brasileiro
 A estava preocupado em produzir um desenho caricatu-
ral, de vertente serigráfica.
 B demonstrou irreverência ao retratar a cena bíblica onde 
se encontrava Mona Lisa.
 C optou por fazer uma pintura sem diálogo com a de 
Leonardo da Vinci.
 D deu à personagem uma gama de traços futuristas e 
surrealistas.
 E reproduziu o estilo da famosa obra de Leonardo da Vinci.
QUESTÃO 207
O artista F. Léger criou, a partir do Cubismo Sintético, 
uma linguagem pictórica que, segundo ele, levaria a arte 
ao mundo do trabalho e do lazer do proletariado. Formas 
vigorosas e claramente definidas, sugerindo máquinas, são 
apresentadas em cores enérgicas que dão uma nota de 
alegria e otimismo a um mundo mais associado a graxas e 
fumaça. 
Disponível em: <http://artefontedeconhecimento.blogspot.com.br/2012/07/os-
construtores-1950-fernand-leger.html> (adaptado). Acesso em: 17 dez. 2013.
Os construtores, de Léger, 1950.
Com base na análise da obra e nos conceitos vanguardistas, 
entre eles o de exploração de formas geometrizadas do 
Cubismo, no início do século XX, o quadro Os construtores 
explora
 A uma aproximação impossível entre máquina e homem.
 B a uniformidade de tons como crítica à industrialização.
 C os simbólicos emblemas tubulares da sociedade industrial.
 D um diálogo profundo com a estética abstrata.
 E uma imagem plana desprovida da presença de formas 
geométricas.
QUESTÃO 208
As vanguardas europeias são movimentos culturais 
do início do século XX que representaram uma ruptura 
com as estéticas precedentes, como o Simbolismo. Nesse 
período, a Europa vivenciava os progressos industriais, 
os avanços tecnológicos e as descobertas científicas 
e médicas, ao mesmo tempo em que a disputa pelos 
mercados financeiros ocasionou a Primeira Guerra Mundial. 
O clima estava propício para o surgimento de novas 
concepções artísticas, pois apareciam inúmeras tendências, 
principalmente manifestos advindos do contraste social: de 
um lado, a burguesia eufórica pela emergente economia 
industrial; de outro, a marginalização e o descontentamento 
da classe proletária com a intensificação do desemprego.
Disponível em: <http://www.sobredotado.com/>.
A imagem anterior se enquadraria na vanguarda europeia 
conhecida como
 A Cubismo. 
 B Dadaísmo.
 C Expressionismo. 
 D Futurismo.
 E Surrealismo.
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As 336 + | ENEM 2014
QUESTÃO 209
Vestibular
Vestibular, aquilo que o Ministério da Educação estuda 
agora extinguir, é um brasileirismo para algo que em 
Portugal costuma ser chamado de exame de acesso à 
universidade. Trata-se de um adjetivo que se substantivou, 
em um processo semelhante ao que ocorreu com celular, 
qualificativo de telefone, que tenta – e, na maioria das vezes, 
consegue – expulsar a palavra principal de cena sob uma 
pertinente alegação de redundância, tomando para si o lugar 
de substantivo. Pois o exame vestibular, de tão consagrado 
no vocabulário de gerações e gerações de estudantes 
brasileiros que perderam o sono por causa dele, acabou 
conhecido como vestibular, só. E qualquer associação 
remota com a palavra que está em sua origem – vestíbulo – 
perdeu-se nesse processo.
Quando ainda era claramente um adjetivo, ficava mais fácil 
perceber a metáfora que, com certa dose de pernosticismo, 
levou a palavra vestibular a ser escolhida para qualificar 
o processo de seleção de candidatos ao Ensino Superior. 
Vestíbulo (do latim vestibulum) é, na origem, um termo de 
arquitetura que significa pórtico, alpendre ou pátio externo, 
mas que pode ser usado também, em sentido mais amplo, 
para designar um átrio, uma antessala, qualquer cômodo 
ou ambiente de passagem entre a porta de entrada e o 
corpo principal de uma casa, apartamento, palácio ou prédio 
público. Para quem prefere uma solução anglófona, estamos 
falando de hall ou lobby.
Como é um ambiente de transição entre o lado de fora 
e o lado de dentro, vestíbulo ganhou, ainda por extensão, 
em anatomia, o sentido de “cavidade que dá acesso a um 
órgão oco” (Houaiss). Antes de ser admitido no vocabulário 
da educação, sistema vestibular já tinha aplicação na 
linguagem médica como nome dos pequenos órgãos 
situados na entrada do ouvido interno, responsáveis por 
nosso equilíbrio.
Adaptado de: RODRIGUES, S. Vestibular. Disponível em: <http://revistadasemana.
abril.uol.com.br/edicoes/81/palavradasemana/materia_palavradasemana_431845.
shtml>. 
Com base nas ideias expostas pelo texto, pode-se inferir que
 A ao afirmar que vestibular é um brasileirismo, o autor se 
posiciona contrariamente à sua extinção pelo Ministério 
da Educação.
 B o autor não condena o uso do estrangeirismo lobby no 
lugar do brasileirismo vestibular.
 C o adjetivo vestibular, que, devido ao desuso, acabou 
sendo adjetivado, é derivado da palavra vestíbulo.
 D o autor considera pertinente a alegação de redun-
dância para explicar o processo de substantivação do 
termo celular.
 E quando vestibular ainda era claramente um adjetivo, 
ficava mais fácil perceber a metáfora que costumava 
expor.
QUESTÃO 210
A Chegada de Raul Seixas e Lampião no FMI
É Raul, Raul, Raul,
É Raul Seixas, é Lampião
Chegaram no FMI
Que nem tentou resistir
É Raú, Raú, Raú,
Lampião não anda só
Trouxe Deus e o diabo
Raul, a terra do sol
[...]
Chegaram na Casa Branca
Os dois de carro de boi
Tio Sam fugiu de tamanca
Ninguém viu para onde foi
Wall Street fechou
E a ONU não deixou pista
O presidente jurou
Que sempre foi comunista
Mano Brown disse a Raul
O dinheiro a gente investe
No Banco Carandiru
Xingu, favela e Nordeste
Disponível em: <http://letras.mus.br/tom-ze/232410/>. 
Acesso em: 16 dez. 2013.
A música de Tom Zé, que é crítico de música, letrista e cantor, 
insere-se em um contexto histórico e cultural que, dentro da 
cultura literária brasileira, define-se como
 A expressão do Modernismo brasileiro influenciado pela 
vanguardas europeias.
 B representante da literatura engajada de resistência ao 
Governo Vargas.
 C um movimento de inspiração cultural antropofágica, o 
Tropicalismo
 D contemporâneo à poesia parnasiana e por ela influenciado.
 E sucessor do Arcadismo e de seus ideais nacionalistas.
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As 336 + | ENEM 2014
QUESTÃO 211
MANUEL
Sim, é Manuel, o Leão de Judá, o Filho de Davi. Levantem-
se todos, pois vão ser julgados.
JOÃO GRILO
Apesar de ser um sertanejo pobre e amarelo, sinto 
perfeitamente que estou diante de uma grande figura. Não 
quero faltar com o respeito auma pessoa tão importante, 
mas se não me engano aquele sujeito acaba de chamar o 
senhor de Manuel.
MANUEL
Foi isso mesmo, João. Esse é um de meus nomes, mas você 
pode me chamar também de Jesus, de Senhor, de Deus... 
Ele gosta de me chamar Manuel ou Emanuel, porque pensa 
que assim pode se persuadir de que sou somente homem. 
Mas você, se quiser, pode me chamar de Jesus.
JOÃO GRILO
Jesus?
MANUEL
Sim.
JOÃO GRILO
Mas, espere. O senhor é que é Jesus?
MANUEL
Sou.
JOÃO GRILO
Aquele Jesus a quem chamavam Cristo?
JESUS
A quem chamavam, não, que era Cristo. Sou. Por quê?
JOÃO GRILO
Porque... não é lhe faltando com o respeito não, mas eu 
pensava que o senhor era muito menos queimado.
BISPO
Cale-se, atrevido!
O auto da Compadecida, de Ariano Suassuna.
A personagem teatral pode ser construída tanto por meio 
de uma tradição oral quanto escrita. A interlocução entre 
oralidade regional e tradição religiosa, que serve de 
inspiração para autores brasileiros, parte do teatro português 
vicentino. Dessa forma, a partir do texto lido, identificam-se 
personagens que
 A estão construídas por meio de ações limitadas a um 
momento histórico.
 B fazem parte de uma cultura local que restringe a 
dimensão estética.
 C se comportam como caricaturas religiosas do teatro 
regional.
 D apresentam diferentes características físicas e psicológicas.
 E incorporam elementos da tradição local em um contex-
to teatral.
QUESTÃO 212
Uma noite destas, vindo da cidade para o Engenho 
Novo, encontrei no trem da Central um rapaz aqui do bairro, 
que eu conheço de vista e de chapéu. Cumprimentou-me, 
sentou-se ao pé de mim, falou da lua e dos ministros, e 
acabou recitando-me versos. A viagem era curta, e os versos 
pode ser que não fossem inteiramente maus. Sucedeu, 
porém, que, como eu estava cansado, fechei os olhos três 
ou quatro vezes; tanto bastou para que ele interrompesse a 
leitura e metesse os versos no bolso.
— Continue, disse eu acordando.
— Já acabei, murmurou ele.
— São muito bonitos.
Vi-lhe fazer um gesto para tirá-los outra vez do bolso, 
mas não passou do gesto; estava amuado. No dia 
seguinte entrou a dizer de mim nomes feios, e acabou 
alcunhando-me Dom Casmurro. Os vizinhos, que não 
gostam dos meus hábitos reclusos e calados, deram curso 
à alcunha, que afinal pegou. Nem por isso me zanguei. 
Contei a anedota aos amigos da cidade, e eles, por graça, 
chamam-me assim, alguns em bilhetes: “Dom Casmurro, 
domingo vou jantar com você.” — “Vou para Petrópolis, 
Dom Casmurro; a casa é a mesma da Renania; vê se 
deixas essa caverna do Engenho Novo, e vai lá passar 
uns quinze dias comigo.” — “Meu caro Dom Casmurro, 
não cuide que o dispenso do teatro amanhã; venha e 
dormirá aqui na cidade; dou-lhe camarote, dou-lhe chá, 
dou-lhe cama; só não lhe dou moça.”
Não consultes dicionários. Casmurro não está aqui no 
sentido que eles lhe dão, mas no que lhe pôs o vulgo de 
homem calado e metido consigo. Dom veio por ironia, para 
atribuir-me fumos de fidalgo. Tudo por estar cochilando! 
Também não achei melhor título para a minha narração – se 
não tiver outro daqui até ao fim do livro, vai este mesmo. 
O meu poeta do trem ficará sabendo que não lhe guardo 
rancor. E com pequeno esforço, sendo o título seu, poderá 
cuidar que a obra é sua. Há livros que apenas terão isso dos 
seus autores; alguns nem tanto.
Dom Casmurro, de Machado de Assis.
Sabe-se que a ironia é um dos traços mais marcantes da 
composição literária de Machado de Assis, e que se pode 
perceber no excerto
 A “Contei a anedota aos amigos da cidade, e eles, por 
graça, chamam-me assim [...]”
 B “[...] tanto bastou para que ele interrompesse a leitura e 
metesse os versos no bolso.”
 C “Não consultes dicionários.”
 D “[...] falou da lua e dos ministros, e acabou recitando-me 
versos.”
 E “Vi-lhe fazer um gesto para tirá-los outra vez do bolso 
[...].”
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As 336 + | ENEM 2014
QUESTÃO 213
Igual-Desigual
Eu desconfiava:
todas as histórias em quadrinho são iguais.
Todos os filmes norte-americanos são iguais.
Todos os filmes de todos os países são iguais.
Todos os best-sellers são iguais.
Todos os campeonatos nacionais e internacionais de 
futebol são iguais.
Todos os partidos políticos
são iguais.
Todas as mulheres que andam na moda
são iguais.
Todas as experiências de sexo
são iguais.
Todos os sonetos, gazéis, virelais, sextinas e rondós são 
iguais
e todos, todos
os poemas em versos livres são enfadonhamente iguais.
Todas as guerras do mundo são iguais.
Todas as fomes são iguais.
Todos os amores, iguais iguais iguais.
Iguais todos os rompimentos.
A morte é igualíssima.
Todas as criações da natureza são iguais.
Todas as ações, cruéis, piedosas ou indiferentes, são 
iguais.
Contudo, o homem não é igual a nenhum outro homem, 
bicho ou coisa.
Não é igual a nada.
Todo ser humano é um estranho
ímpar.
ANDRADE, Carlos Drummond de. Nova reunião: 19 livros de poesia. 
Rio de Janeiro: José Olympio, 1985.
No trecho “Todos os amores, iguais iguais iguais.”, a repetição 
do termo iguais no mesmo verso, relacionado a amores, 
ressalta a crítica de Drummond às relações amorosas, no 
que diz respeito ao aspecto
 A exagero.
 B padronização.
 C desvalorização.
 D superficialidade.
 E dissimulação.
QUESTÃO 214
Tarde fria, e então eu me sinto um daqueles velhos poetas 
de antigamente que sentiam frio na alma quando a tarde 
estava fria, e então eu sinto uma saudade muito grande, 
uma saudade de noivo, e penso em ti devagar, bem devagar, 
com um bem-querer tão certo e limpo, tão fundo e bom que 
parece que estou te embalando dentro de mim.
Ah, que vontade de escrever bobagens bem meigas, 
bobagens para todo mundo me achar ridículo e talvez alguém 
pensar que na verdade estou aproveitando uma crônica 
muito antiga num dia sem assunto, uma crônica de rapaz; e, 
entretanto, eu hoje não me sinto rapaz, apenas um menino, 
com o amor teimoso de um menino, o amor burro e comprido 
de um menino lírico. Olho-me no espelho e percebo que 
estou envelhecendo rápido e definitivamente; com esses 
cabelos brancos parece que não vou morrer, apenas minha 
imagem vai-se apagando, vou ficando menos nítido. Estou 
parecendo um desses clichês sempre feitos com fotografias 
antigas que os jornais publicam de um desaparecido que a 
família procura em vão.
BRAGA, Rubem. “O desaparecido”. In: A traição das elegantes. 
Rio de Janeiro: Editora Sabiá, 1969. p. 112.
Em “O desaparecido”, Rubem Braga permite ao leitor 
entrever um escritor ciente das características da crônica, 
como
 A texto breve e registro pessoal de fatos do cotidiano.
 B síntese de um assunto e linguagem denotativa.
 C exposição sucinta e conflitos internos.
 D texto ficcional curto e criação de tensões.
 E priorização da informação e linguagem impessoal.
QUESTÃO 215
Quando Bauer, o de pés ligeiros, se apoderou da 
cobiçada esfera, logo o suspeitoso Naranjo lhe partiu ao 
encalço, mas já Brandãozinho, semelhante à chama, lhe 
cortou a avançada. A tarde de olhos radiosos se fez mais 
clara para contemplar aquele combate, enquanto os agudos 
gritos e imprecações em redor animavam os contendores. 
A uma investida de Cárdenas, o de fera catadura, o couro 
inquieto quase se foi depositar no arco de Castilho, que 
com torva face o repeliu. Eis que Djalma, de aladas plantas, 
rompe entre os adversários atônitos, e conduz sua presa até 
o solerte Julinho, que a transfere ao valoroso Didi, e este por 
sua vez a comunica ao belicoso Pinga. [...]
Assim gostaria eu de ouvir a descrição do jogo entre 
brasileiros e mexicanos, e a de todos os jogos: à maneira de 
Homero. Mas o estilo atual é outro, e o sentimento dramático 
se orna de termos técnicos.
ANDRADE, Carlos Drummond de. Quando é dia de futebol. Rio de Janeiro: Record, 
2002.
Ao narrar o jogo entre brasileiros e mexicanos “à maneira de
Homero”, o autor adota o estilo
 A épico.
 B lírico.
 C satírico.
 D técnico.
 E teatral.
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As 336 + | ENEM 2014
QUESTÃO 216
Disponível em: <oblogderedacao.blogspot.com>.
Considerandoa imagem apresentada, nota-se a 
predominância da função da linguagem 
 A fática.
 B emotiva.
 C referencial.
 D metalinguística.
 E conativa.
QUESTÃO 217
Ao utilizar a forma pronominal “você”, o enunciador desse 
texto publicitário expressa o desejo de aproximação, de 
maneira informal, com o potencial leitor/consumidor. No 
entanto, ao utilizar as formas verbais no modo imperativo 
“aproveita” e “corra”, constata-se
 A a modificação para a forma “tu” em “corra” e para a for-
ma “ele” em “aproveita”.
 B o uso inadequado para o padrão formal da forma verbal 
“aproveita”, que está flexionada em terceira pessoa.
 C a presença do pronome elíptico “tu” na forma verbal 
“aproveita”.
 D o desvio para o padrão culto formal com o uso da forma 
“corra”.
 E a manutenção do paralelismo sintático, pois ambas têm 
o mesmo sujeito.
QUESTÃO 218
No texto, ao afirmar “então cogitei se não haveria um 
modo de obter o mesmo efeito, poupando tais trabalhos”, a 
personagem
 A expressa a intenção de divulgar seus conhecimentos, 
aproximando-se dos outros homens.
 B procura convencer o leitor a poupar esforços na busca 
do conhecimento.
 C demonstra que a virtude e o saber exigem muito traba-
lho dos homens.
 D resume o conceito da doutrina salvadora, desenvolvida 
no parágrafo.
 E exprime a ideia de que a admiração dos outros é mais 
importante do que o conhecimento em si.
QUESTÃO 219
Infinito Particular 
Marisa Monte
Eis o melhor e o pior de mim
O meu termômetro, o meu quilate
Vem, cara, me retrate
Não é impossível
Eu não sou difícil de ler
Faça sua parte
Eu sou daqui, eu não sou de Marte
Vem, cara, me repara
Não vê, tá na cara, sou porta-bandeira de mim
Só não se perca ao entrar
No meu infinito particular.
Fonte: http://letras.mus.br/marisa-monte/515189/ Acesso em 5/3/14.
Predomina, no texto, a função da linguagem
 A metalinguística, porque o autor expressa seu sentimen-
to em relação à necessidade de adaptação.
 B fática, porque o texto testa o funcionamento do canal 
de comunicação.
 C apelativa, porque o texto chama a atenção para os re-
cursos da metalinguagem.
 D conativa, porque o texto procura orientar comporta-
mentos do leitor.
 E referencial, porque o texto trata de noções e informa-
ções conceituais.
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As 336 + | ENEM 2014
O texto abaixo serve de base resolutiva para as questões 
220 e 221.
Hino Nacional
 Precisamos descobrir o Brasil!
 Escondido atrás das florestas,
 com a água dos rios no meio,
 o Brasil está dormindo, coitado.
05 Precisamos colonizar o Brasil.
 Precisamos educar o Brasil.
 Compraremos professôres e livros,
 assimilaremos finas culturas,
 abriremos ‘dancings’ e 
10 [subconvencionaremos as elites.
 O que faremos importando francesas
 muito louras, de pele macia
 alemãs gordas, russas nostálgicas para
 ‘garçonettes’ dos restaurantes noturnos.
15 E virão sírias fidelíssimas.
 Não convém desprezar as japonêsas...
 Cada brasileiro terá sua casa
 com fogão e aquecedor elétricos, piscina,
 salão para conferências científicas.
20 E cuidaremos do Estado Técnico.
 Precisamos louvar o Brasil.
 Não é só um país sem igual.
 Nossas revoluções são bem maiores
 do que quaisquer outras; nossos erros
25 [também.
 E nossas virtudes? A terra das sublimes
 [paixões... 
 os Amazonas inenarráveis... os incríveis
 [João-Pessoas... 
30 Precisamos adorar o Brasil!
 Se bem que seja difícil caber tanto oceano
 [e tanta solidão
 no pobre coração já cheio de 
 [compromissos...
35 se bem que seja difícil compreender o que 
 [querem êsses homens,
 por que motivo êles se ajuntaram e qual a 
 [razão de seus sofrimentos.
 Precisamos, precisamos esquecer o Brasil!
40 Tão majestoso, tão sem limites, tão 
 [despropositado,
 ele quer repousar de nossos terríveis 
 [carinhos.
 O Brasil não nos quer! Está farto de nós!
45 Nosso Brasil é o outro mundo. Êste não é o
 [Brasil.
 Nenhum Brasil existe. E acaso existirão os 
 [brasileiros?
Carlos Drummond de Andrade 
QUESTÃO 220
Podemos depreender da leitura do texto que
 A “Escondido” (v. 2) pode ser substituído por “olvidado” 
sem modificação de sentido.
 B “Fidelíssimas” (v. 15) não tem o mesmo radical de “fi-
delidade” e de “fidedigno”.
 C “Piscina” (v. 18) tem o mesmo radical de “piscicultura”, 
mas não possui a mesma raiz, no referente à piscina.
 D “Bem” (v. 31) tem valor de superlativo.
 E O texto não foi transcrito em obediência à ortografia vi-
gente e com uma clara inovação textual com base na 
mensagem.
QUESTÃO 221
Obsevando os aspectos linguísticos e gramaticais, podemos 
concluir que
 A “fidelíssimas”(v.15) é superlativo analítico, seu equiva-
lente sintético é “muito fiéis”.
 B “elétricos” (v.18) está se referindo aos dois substanti-
vos antecedentes, teria o mesmo efeito se usado no 
singular.
 C “inenarráveis” (v.28) significa, originalmente, “o que 
não pode ser narrado”, pode ser substituído aqui por 
“sofismático”.
 D “difícil”, (v.31) a ideia de superlativo pode ser dada pelo 
infixo “-imo”, na linguagem erudita, ou pela repetição 
(“difícil, difícil”), na linguagem coloquial.
 E “sem igual” (v.22) não tem o mesmo valor semântico 
de “ímpar”.
QUESTÃO 222
O rolé do rolezinho
O “rolé” se transformou em “rolezinho” em evolução tão 
rápida quanto o giro incontrolável das redes sociais
Por Josué Machado. 
Enquanto se discute se os participantes dos rolezinhos são 
rebeldes com ou sem causa, pode-se discutir o significado 
e a origem da palavra que nomeia o fenômeno. Só não há 
dúvida de que a internet, ao alcance de todas as classes 
sociais, é o instrumento para promover os encontros. 
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As 336 + | ENEM 2014
Parece também inevitável que, num encontro temperado por 
correrias, haja um ou outro descontrole, coisa que independe 
do nível socioeconômico da moçada. 
Enfim, o “rolezinho” é uma torrente repentina no curso até 
então sereno de algum lugar ocupado por outras classes 
sociais. É diminutivo de “rolé”, assim, com acento agudo, 
como registram os dicionários. “Rolé” é parônima de “rolê”. 
Convém lembrar que palavras parônimas pouco diferem 
uma da outra na grafia ou na pronúncia. 
“Rolé” significa pequeno passeio, volta. É substantivo usado 
só na locução “Dar um rolé”, isto é, dar um passeio, uma 
volta, um giro por aí. Pronuncia-se com [é] aberto. Antes de 
1971, seria escrito “rolèzinho”, com o acento grave suprimido 
na reforma daquele ano. O acento nada importante 
eliminava raras dúvidas de pronúncia porque marcava a 
vogal subtônica dos vocábulos derivados em que figura o 
sufixo “-mente” ou sufixos iniciados por [z]. Assim: “pàzinha”, 
“cafèzinho”, “sòmente” etc. 
Fonte: http://revistalingua.uol.com.br/textos/101/o-role-do-rolezinho-308061-1.asp 
Acesso em 5/4/14.
O assunto tratado no fragmento é relativo à língua portuguesa 
e foi publicado em uma revista brasileira de língua portuguesa. 
Entre as características próprias desse tipo de texto, 
identificam-se as marcas linguísticas próprias do uso
 A técnico, por meio de expressões próprias de textos 
científicos.
 B coloquial, por meio do registro de informalidade.
 C oral, por meio do uso de expressões típicas da oralidade.
 D regional, pela presença de léxico de determinada re-
gião do Brasil. 
 E literário, pela conformidade com as normas da gramática.
QUESTÃO 223
“Certas instituições encontram sua autoridade na palavra 
divina. Acreditemos ou não nos dogmas, é preciso reconhecer 
que seus dirigentes são obedecidos porque um Deus fala 
através desua boca. Suas qualidades pessoais importam 
pouco. Quando prevaricam, eles são punidos no inferno, como 
aconteceu, na opinião de muita gente boa, com o Papa Bonifácio 
VIII, simoníaco reconhecido. Mas o carisma é da própria Igreja, 
não de seus ministros. A prova de que ela é divina, dizia um 
erudito, é que os homens ainda não a destruíram.
Outras associações humanas, como a universidade, 
retiram do saber o respeito pelos seus atos e palavras. 
Sem a ciência rigorosa e objetiva, ela pode atingir situações 
privilegiadas de mando, como ocorreu com a Sorbonne. 
Nesse caso, ela é mais temida do que estimada pelos 
cientistas, filósofos, pesquisadores. Jaques Le Goff mostra 
o quanto a universidade se degradou quando se tornou uma 
polícia do intelecto a serviço do Estado e da Igreja.
As instituições políticas não possuem nem Deus 
nem a ciência como fonte de autoridade. Sua justificativa é 
impedir que os homens se destruam mutuamente e vivam 
em segurança anímica e corporal. Se um Estado não garante 
esses itens, ele não pode aspirar à legítima obediência civil 
ou armada. Sem a confiança pública, desmorona a soberania 
justa. Só resta a força bruta ou a propaganda mentirosa para 
amparar uma potência política falida.
O Estado deve ser visto com respeito pelos cidadãos. 
Há uma espécie de aura a ser mantida, através do essencial 
decoro. Em todas as suas falas e atos, os poderosos precisam 
apresentar-se ao povo como pessoas confiáveis e sérias. No 
Executivo, no Parlamento e, sobretudo, no Judiciário, esta é 
a raiz do poder legítimo.
Com a fé pública, os dirigentes podem governar 
em sentido estrito, administrando as atividades sociais, 
econômicas, religiosas, etc. Sem ela, os governantes são 
reféns das oligarquias instaladas no próprio âmbito do Estado. 
Essas últimas, sugando para si o excedente econômico, 
enfraquecem o Estado, tornando-o uma instituição inane.”
 (Roberto Romano, excerto do texto Salários de Senadores e legitimidade 
do Estado, publicado na Folha de São Paulo, 17/10/1994, 1¡. caderno, página 3)
As argumentações textuais se constroem em participação 
efetiva ou passiva dos seus interlocutores. Encontramos a 
passividade no ponto textual abaixo em
 A As instituições políticas não possuem nem Deus nem a 
ciência como fonte de autoridade.
 B Com a fé pública, os dirigentes podem governar em 
sentido estrito, administrando as atividades sociais, 
econômicas, religiosas, etc.
 C Acreditemos ou não nos dogmas, é preciso reconhecer 
que seus dirigentes são obedecidos porque um Deus 
fala através de sua boca.
 D Só resta a força bruta ou a propaganda mentirosa para 
amparar uma potência política falida.
 E ”... os governantes são reféns das...”
QUESTÃO 224
Leia o fragmento abaixo de O coronel e o lobisomem, de 
José Cândido de Carvalho.
O coronel e o lobisomem 
“Num repente, relembrei estar em noite de lobisomem 
– era sexta-feira. (...)
Já um estirão era andado quando, numa roça de 
mandioca, adveio aquele figurão de cachorro, uma peça de 
vinte palmos de pelo e raiva. (...)
Dei um pulo de cabrito e preparado estava para a 
guerra do lobisomem. Por descargo de consciência, do que 
nem carecia, chamei os santos de que sou devocioneiro:
– São Jorge, Santo Onofre, São José!
Em presença de tal apelação, mais brabento apareceu 
a peste. Ciscava o chão de soltar terra e macega no longe de 
dez braças ou mais. Era trabalho de gelar qualquer cristão 
que não levasse o nome de Ponciano de Azevedo Furtado.
Fonte: http://mestresdahistoria.blogspot.com.br/2011/01/o-coronel-e-o-lobisomem.html 
Acesso em 3/4/14.
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As 336 + | ENEM 2014
Através do uso de expressões como “devocioneiro” e “brabento”, 
podemos afirmar que há, no texto de José Cândido,
 A gírias, que compõem uma linguagem originada em de-
terminado grupo social e que podem vir a se disseminar 
em uma comunidade mais ampla.
 B regionalismos, por serem palavras comuns de uma de-
terminada região geográfica.
 C estrangeirismos, usos de elementos linguísticos originados 
em outras línguas e representativos de outras culturas.
 D neologismos, criações de novos itens linguísticos, pe-
los mecanismos que o sistema da língua disponibiliza.
 E termos técnicos, dados que designam elementos de 
uma área específica de atividade.
QUESTÃO 225
Os poetas Maciel Monteiro, do século XIX, e Ferreira Gullar, 
contemporâneo, escolhem o mesmo tema para compor 
seus poemas: a beleza da mulher amada. No entanto, 
o distanciamento temporal dos dois autores revela uma 
grande diferença nas maneiras de olhar a figura feminina e 
de construir seus textos. 
Essa diferença reside no fato de Maciel Monteiro
 A escolher uma forma tradicional, construindo um ideal dis-
tanciado de beleza e Ferreira Gullar criar certo humor ao 
aliar a figura feminina ao contexto político a qual pertence. 
 B eleger elementos considerados de alto valor, como a natu-
reza e a arte, para compor a imagem feminina e Ferreira 
Gullar utiliza imagens consideradas menores que, ao invés 
de enaltecer, acabam diminuindo a beleza da mulher. 
 C usar vocabulário raro para mostrar o caráter divino da 
beleza feminina e Ferreira Gullar preferir termos colo-
quiais para mostrar que a beleza feminina pode ser re-
velada na banalidade. 
 D seguir regras redigidas de métrica e rima para enaltecer 
a figura feminina e Ferreira Gullar preferir a liberdade 
formal para construir a imagem distanciada da beleza 
da mulher amada. 
 E utilizar recursos de linguagem incomuns para compor a 
forma poética que escolhe a fim de enaltecer a mulher 
amada e Ferreira Gullar ser coerente à liberdade formal 
para descrever sua figura feminina. 
QUESTÃO 226
O pintor espanhol Pablo Picasso (1881-1973), um dos mais 
valorizados no mundo artístico, tanto em termos financeiros 
quanto históricos, criou a obra Guernica em protesto ao ataque 
aéreo à pequena cidade basca de mesmo nome. A obra, feita 
para integrar o Salão Internacional de Artes Plásticas de Paris, 
percorreu toda a Europa, chegando aos EUA e instalando-se 
no MoMA, de onde sairia apenas em 1981. Essa obra cubista 
apresenta elementos plásticos identificados pelo 
 A painel ideográfico, monocromático, que enfoca várias 
dimensões de um evento, renunciando à realidade, 
colocando-se em plano frontal ao espectador. 
 B horror da guerra de forma fotográfica, com o uso da 
perspectiva clássica, envolvendo o espectador nesse 
exemplo brutal de crueldade do ser humano. 
 C uso das formas geométricas no mesmo plano, sem 
emoção e expressão, despreocupado com o volume, a 
perspectiva e a sensação escultórica. 
 D esfacelamento dos objetos abordados na mesma nar-
rativa, minimizando a dor humana a serviço da objetivi-
dade, observada pelo uso do claro-escuro. 
 E uso de vários ícones que representam personagens 
fragmentados bidimensionalmente, de forma fotográfi-
ca livre de sentimentalismo. 
QUESTÃO 227
Para que a homenagem prestada ao Dia Internacional da 
Mulher seja intensificada, associando-a com a imagem do 
banco, o texto verbal deve ser reordenado. Assinale a alternativa 
que apresenta a melhor reordenação, na ordem crescente de 
importância.
 A O primeiro banco a ter mulheres como clientes. O único 
banco brasileiro com o nome feminino. Um dos primei-
ros bancos a contratar mulheres.
 B O único banco brasileiro com nome feminino. O primei-
ro banco a ter mulheres como clientes. Um dos primei-
ros bancos a contratar mulheres. 
 C Um dos primeiros bancos a contratar mulheres. O pri-
meiro banco a ter mulheres como clientes. O único ban-
co brasileiro com o nome feminino.
 D O primeiro banco a ter mulheres como clientes. Um dos 
primeiros bancos a contratar mulheres. O único banco 
com o nome feminino. 
 E O único banco brasileiro com nome feminino. Um dos 
primeiros bancos a contratar mulheres. O primeiro ban-
co a ter mulheres como clientes. 
LC | Página 76
As 336 + | ENEM 2014
QUESTÃO 228
Washington, 25 de setembro de 1954.
Fernando,
estou com a impressão meio inventada de

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