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Contabilidade Gerencial

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Alessandra Daiana Schinaider
Érik Álvaro Fernandes 
Leandro Salatti dos Santos
(Orgs.)
GERENCIAL
Contabilidade
CONTABILIDADE 
GERENCIAL
AlessAndrA dAiAnA schinAider
Érik ÁlvAro FernAndes
leAndro sAlAtti dos sAntos
(orgs.)
1ª edição
JAneiro | 2020
Universidade La Salle Canoas | Av. Victor Barreto, 2288 | Canoas - RS
CEP: 92010-000 | 0800 541 8500 | ead@unilasalle.edu.br
C759 Contabilidade gerencial / Alessandra Daiana Schinaider, Érik Álvaro Fernandes, Leandro Salatti dos 
Santos (orgs.). – Canoas, RS : Universidade La Salle EAD, 2020.
122 p. : il. ; 30 cm. – (Gestão e negócios)
Bibliografia.
1. Contabilidade. 2. Contabilidade gerencial. 3. Métodos quantitativos. 4. Análise contábil. 
5. Custo. I. Schinaider, Alessandra Daiana. II. Fernandes, Érik Álvaro. III. Santos, Leandro 
Salatti dos. IV. Série.
 CDU: 657.05
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Prezado estudante,
A equipe de gestão da EaD LaSalle sente-se honrada em entregar a você este material 
didático. Ele foi produzido com muito cuidado para que cada Unidade de estudos possa 
contribuir com seu aprendizado da maneira mais adequada possível à modalidade que 
você escolheu para estudar: a modalidade a distância. Temos certeza de que o conteúdo 
apresentado será uma excelente base para o seu conhecimento e para sua formação. Por 
isso, indicamos que, conforme as orientações de seus professores e tutores, você reserve 
tempo semanalmente para realizar a leitura detalhada dos textos deste livro, buscando 
sempre realizar as atividades com esmero a fim de alcançar o melhor resultado possível 
em seus estudos. Destacamos também a importância de questionar, de participar de todas 
as atividades propostas no ambiente virtual e de buscar, para além de todo o conteúdo aqui 
disponibilizado, o conhecimento relacionado a esta disciplina que está disponível por meio 
de outras bibliografias e por meio da navegação online.
Desejamos a você um excelente módulo e um produtivo ano letivo. Bons estudos!
Gestão de EaD LaSalle
APRESENTAÇÃO
APRESENTANDO OS ORGANIZADORES
Alessandra Daiana Schinaider
Atua na empresa Bonsai Consultoria, credenciada pelo Sebrae, prestando consultoria 
nas áreas de Inovação, Marketing e Vendas e Gestão de Pessoas. Atuou no programa 
Agentes Locais de Inovação (SEBRAE/CNPq), com o objetivo de difundir a cultura de 
inovação nas Empresas de Pequeno Porte do setor de indústria, comércio e serviços da 
Região Metropolitana de Porto Alegre. Pós-graduada em Gerenciamento de Projetos 
pela FAMEV. Personal e Professional Coach e Leader Coach pela Sociedade Brasileira 
de Coaching. Mestra em Desenvolvimento Rural (PGDR), pela Universidade Federal do 
Rio Grande do Sul (UFRGS). Possui graduação em Administração pela Universidade 
Federal de Santa Maria - Campus Palmeira das Missões/RS (2015). Foi Destaque 
Acadêmica Bacharel em Administração pela UFSM. Em 2016, teve dois artigos que 
receberam Menção Honrosa ao Prêmio Professor Sérgio Escorsim do 29º Congresso 
Internacional de Administração. Tem interesse nas áreas de Desenvolvimento Humano, 
Coaching e Liderança, Empreendedorismo, Planejamento Estratégico, Gestão da 
Inovação, Consciência Ambiental, Valores Humanos Motivacionais, Desenvolvimento 
Rural Sustentável.
Érik Álvaro Fernandes 
Discente de Doutorado na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). 
Mestre em Administração pelo Programa de Pós-Graduação em Administração (PPGA) 
da Universidade Estadual de Londrina (UEL). Bacharel em Administração (2013) e 
Licenciado em Matemática (2006), ambos pela Universidade Estadual de Londrina 
(UEL). Tem experiência de 2 anos no ensino superior em instituições privadas, lecionando 
nas disciplinas de Teoria Geral da Administração, Administração da Produção, Gestão 
Logística e de Materiais, Administração de Marketing, Empreendedorismo, Gestão de 
Sistemas de Informação, Estatística e Ética e Responsabilidade Socioambiental. Atuou 
como tutor EaD do curso de Gestão Pública da UEL e Coordenador de Tutoria EaD 
do curso de Gestão Pública da UFRGS. Atua como Capacitador Técnico e Educador 
Social no Núcleo Comunitário e Cultural Belém Novo, desenvolvendo o projeto Centro 
de Recondicionamento de Computadores do Zenit - Parque Científico e Tecnológico da 
UFRGS.
Contabilidade Gerencial
Leandro Salatti dos Santos
Bacharel em Ciências Contábeis pela Universidade Luterana do Brasil - ULBRA (1992), 
Especialização em Contabilidade Avançada pela Fundação Getúlio Vargas - FGV (1997), 
MBA em Gestão Empresarial pela Fundação Dom Cabral - FDC (2001) e Mestre em 
Economia, com ênfase em Controladoria pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul 
- UFRGS (2005). Professor por mais de 15 anos, das disciplinas de Contabilidade Geral e 
Introdutória, Contabilidade de Custos, Fundamentos de Gestão Financeira e Auditoria nas 
Universidades Univates, UCS e Unilasalle. Atualmente atua como professor conteudista 
do programa de Ensino a Distância - EAD da Universidade La Salle.
Seja bem-vindo à disciplina de Contabilidade Gerencial. Neste livro iremos estudar 
os temas que envolvem a natureza da Contabilidade Gerencial; lucro empresarial e 
variação de preços; alavancagem operacional, financeira e combinada; informaçõescontábeis para decisões especiais; aplicação de métodos quantitativos na Contabilidade 
Gerencial; orçamento operacional, financeiro e de capital; níveis de mensuração do 
resultado: por cliente, por unidade de negócio, grupos de produtos; análise divisional/
preço de transferência interna; decisões com base em custos: lançamentos ou exclusão 
de produtos; atividades não rotineiras; e a formação do preço de venda.
Ao longo de nossa caminhada, vamos compreender as operações contábeis de uma 
empresa; o uso de métodos quantitativos no auxílio para tomada de decisões mais 
assertivas; o desenvolvimento de relatórios contábeis; a avaliação de resultados e custos 
da contabilidade gerencial; e a capacidade de desenvolver a formação do preço de venda 
de produto/serviço de uma empresa.
Na Unidade 1 (Caracterização da Contabilidade Gerencial), você irá entender o sistema 
da contabilidade gerencial através de conceitos importantes da área. Na Unidade 2 
(Aplicação de métodos quantitativos na Contabilidade Gerencial), você irá conhecer os 
métodos quantitativos aplicados na contabilidade. Na Unidade 3 (Análise dos resultados 
contábeis), você irá compreender as etapas de uma análise de relatórios contábeis 
aplicados no gerenciamento de um negócio. E, por fim, na Unidade 4 (Custos: decisões 
estratégicas na contabilidade), você irá conhecer os métodos de custos que podem ser 
aplicados no processo gerencial e que podem afetar nas decisões estratégicas da empresa.
Bons estudos!
APRESENTANDO A DISCIPLINA 
Sumário
UNIDADE 1
Caracterização da Contabilidade Gerencial ..............................................................................................................9
Objetivo Geral ............................................................................................................................................................9
Objetivos Específicos ................................................................................................................................................9
Questões Contextuais .................................................................................................................................................9
1.1 Contabilidade Gerencial: Conceitos e Aplicações ................................................................................................ 10
1.1.1 Contabilidade Gerencial e Contabilidade Financeira: Principais Diferenças ...............................................................12
1.1.2 Contador Gerencial ..................................................................................................................................................14
1.2 Lucro Operacional ................................................................................................................................................. 18
1.2.1 Cálculo ....................................................................................................................................................................19
1.3 Alavancagem ......................................................................................................................................................... 22
1.4 Tomada de Decisão ............................................................................................................................................... 25
Síntese da unidade ...................................................................................................................................................27
Referências ...............................................................................................................................................................28
UNIDADE 2
Aplicação de Métodos Quantitativos na Contabilidade Gerencial ..........................................................................31
Objetivo Geral ..........................................................................................................................................................31
Objetivos Específicos ..............................................................................................................................................31
Questões Contextuais ...............................................................................................................................................31
2.1 Métodos Quantitativos: Conceitos e Tipologias ................................................................................................... 32
2.1.1 Estatística Descritiva ...............................................................................................................................................35
2.1.2 Teoria da Probabilidade ...........................................................................................................................................36
2.1.3 Estatística Inferencial ou Amostragem .....................................................................................................................36
2.1.4 Tipologias dos Métodos Quantitativos ......................................................................................................................38
2.2 Orçamento ............................................................................................................................................................. 40
2.2.1 Orçamento Operacional ...........................................................................................................................................42
2.2.2 Orçamento Financeiro .............................................................................................................................................44
2.2.3 Orçamento de Capital ..............................................................................................................................................45
2.3 Métodos Quantitativos: Aplicação Prática ........................................................................................................... 46
2.3.1 Matriz de Decisão....................................................................................................................................................47
2.3.2 Teste de Hipóteses ..................................................................................................................................................48
2.3.3 Regressão Linear ....................................................................................................................................................50
2.3.4 Programação Linear ................................................................................................................................................53
Síntese da unidade ...................................................................................................................................................55
Referências ...............................................................................................................................................................56
UNIDADE 3
Análise dos Resultados Contábeis ...........................................................................................................................57
Objetivo Geral ..........................................................................................................................................................57
Objetivos Específicos ..............................................................................................................................................57
Questões Contextuais ...............................................................................................................................................57
3.1 Introdução ............................................................................................................................................................. 58
3.2 Os Níveis de Apuração de Resultados ..................................................................................................................59
3.2.1 Finalidades da Contabilidade por Responsabilidade .................................................................................................60
3.2.2 Departamentalização ...............................................................................................................................................61
3.2.3 Gastos Controláveis e Gastos não Controláveis ........................................................................................................63
3.3 Análise dos Resultados Divisionais ...................................................................................................................... 65
3.4 Análise dos Preços de Transferência Interna ....................................................................................................... 67
3.4.1 Preço de Transferência com Base no Custo .............................................................................................................68
3.4.2 Preço de Transferência com Base no Preço de Mercado ..........................................................................................70
3.4.3 Diferença Entre os Métodos de Custos e de Mercado ..............................................................................................72
Síntese da unidade ...................................................................................................................................................80
Referências ...............................................................................................................................................................81
UNIDADE 4
Decisões Estratégicas na Contabilidade .................................................................................................................83
Objetivo Geral ..........................................................................................................................................................83
Objetivos Específicos ..............................................................................................................................................83
Questões Contextuais ...............................................................................................................................................83
4.1 A Abordagem de Custos no Processo Decisório das Empresas .......................................................................... 84
4.1.1 Terminologias Utilizadas na Contabilidade de Custos ...............................................................................................85
4.2 Classificação dos Custos ...................................................................................................................................... 90
4.2.1 Direcionadores de Custos ........................................................................................................................................91
4.2.2 Comportamento dos Custos Fixos ............................................................................................................................92
4.2.3 Métodos de Custeio .................................................................................................................................................93
4.2.4 Custeio Variável ou Direto ........................................................................................................................................94
4.2.5 Margem de Contribuição .........................................................................................................................................96
4.2.6 Análise Custo-Volume-Lucro..................................................................................................................................102
4.3 Formação do Preço de Venda ............................................................................................................................. 110
4.3.1. Formação do Preço de Venda a Partir dos Custos ..................................................................................................111
4.3.2 Aplicação de Markups ..........................................................................................................................................113
4.3.3 Markup Aplicado sobre o Método de Custeio por Absorção ....................................................................................113
4.3.4 Markup Aplicado sobre o Metodo de Custeio Variável ............................................................................................118
Síntese da unidade .................................................................................................................................................119
Referências .............................................................................................................................................................121
Caracterização da Contabilidade 
Gerencial
Prezado estudante,
Estamos começando uma unidade desta disciplina. Os textos que a compõem foram 
organizados com cuidado e atenção, para que você tenha contato com um conteúdo 
completo e atualizado tanto quanto possível. Leia com dedicação, realize as atividades e 
tire suas dúvidas com os tutores. Dessa forma, você, com certeza, alcançará os objetivos 
propostos para essa disciplina.
OBJETIVO GERAL 
Entender o sistema da Contabilidade gerencial através de conceitos importantes 
da área.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS 
• Compreender a natureza da Contabilidade Gerencial;
• Entender o conceito e cálculo do lucro operacional e as variações de preço em uma 
empresa;
• Diferenciar os tipos de alavancagem: operacional, financeira e combinada;
• Analisar informações contábeis para auxiliar na tomada de decisão na Contabilidade 
Gerencial.
QUESTÕES CONTEXTUAIS
1. O que é a Contabilidade Gerencial?
2. Qual sua aplicabilidade perante às organizações?
3. Como se dá o cálculo do lucro operacional?
4. O que é alavancagem e quais os tipos aplicados às organizações?
5. De que forma a contabilidade pode auxiliar no processo decisório?
unidade 
1
CONTABILIDADE GERENCIAL | Érik Álvaro Fernandes10
1.1 Contabilidade Gerencial: Conceitos e Aplicações
Diretamente associada à tomada de decisão, a Contabilidade Gerencial configura 
o processo de identificação, mensuração, análise e comunicação de informações 
financeiras à administração, visando a assertividade das decisões e o desenvolvimento 
da organização.
Figura 1.1 – Tomada de Decisão.
Fonte: Freepik (2019).
Voltada essencialmente ao público interno da organização, a Contabilidade 
Gerencial surgiu com o propósito de subsidiar os níveis tático e estratégico, direcionando-
os no que tange ao controle e tomada de decisão.
Para Atkinson et al. (2000, p. 32), trata-se da “identificação, mensuração, 
comunicação e análise dos diferentes eventos econômicos das empresas”. Sua relevância, 
nesse sentido, está atrelada à geração e gerenciamento de informações, de desempenho 
e performance.
No que tange ao desenvolvimento histórico da Contabilidade Gerencial, Padoveze 
(1999), a partir da International Federation of Accountants, destaca a existência de quatro 
estágios, mencionados e detalhados no Quadro 1.1.
Caracterização da Contabilidade Gerencial | UNIDADE 1 11
Quadro 1.1 – Estágios da Contabilidade Gerencial.
Estágio Período Objetivo
1 Anterior à 1950 Determinação do custo e controle financeiro.
2 1965 (aproximado) Fornecimento de informação para o controle e planejamento gerencial.
3 1985 (aproximado) Redução do desperdício de recursos usados nos processos organizacionais.
4 1995 (aproximado) Geração ou criação de valor através do uso efetivo dos recursos.
Fonte: Padoveze (1999, p. 2).
Como pode ser observado no Quadro 1.1, os estágios evolutivos referentes à 
Contabilidade Gerencial se deram a partir de 1965, de modo que, anteriormente, o foco 
era apenas a determinação do custo e do próprio controle financeiro.
Ainda, segundo a International Federationof Accountants (2000), a cada evolução 
da Contabilidade Gerencial percebe-se um novo conjunto de condições e exigências das 
quais as organizações são expostas. Atualmente, a Contabilidade Gerencial é vista como 
parte integral do processo de gestão, capaz de agregar valor ao processo gerencial e 
nortear as decisões nos níveis tático e estratégico.
Utilizada também para fins comparativos, a Contabilidade Gerencial dá condições 
para que as empresas analisem seu desempenho perante a concorrência e formule suas 
próprias estratégias de desenvolvimento, permitindo a construção de uma perspectiva 
de médio e longo prazo.
Assim, e de maneira abrangente, as funções da informação gerencial contábil, 
segundo Atkinson et al. (2000), podem ser condensadas em:
A International Federation of Accountants (IFA) se caracteriza como 
a organização global da profissão contábil, composta por mais de 175 
organizações associadas e atuante em 130 países. 
Saiba mais em: http://gg.gg/fqimk.
SAIBA MAIS
CONTABILIDADE GERENCIAL | Érik Álvaro Fernandes12
• Controle Operacional - informação sobre a eficiência e qualidade das tarefas 
executadas;
• Controle Administrativo - informação sobre o desempenho de gerentes e unidades 
operacionais;
• Controle Estratégico - informação sobre o desempenho financeiro, tais como 
movimento do mercado, percepções e preferências dos clientes, inovações 
tecnológicas, entre outros.
1.1.1 Contabilidade Gerencial e Contabilidade Financeira: 
Principais Diferenças
A Contabilidade Gerencial e a Contabilidade Financeira são pilares essenciais à 
boa administração. Embora compartilhem das mesmas bases teóricas, cada qual possui 
características próprias, compatíveis com seu escopo e dimensão.
Figura 1.2 – Contabilidade Gerencial versus Contabilidade Financeira.
Fonte: Adaptado por Universidade La Salle (2019).
Julgada como essencial ao bom desenvolvimento das organizações, 
independentemente de seu porte ou ramo de atuação, a Contabilidade 
Gerencial se difere da Contabilidade Financeira em diversos aspectos - que 
serão explorados no tópico seguinte.
DESTAQUE
Caracterização da Contabilidade Gerencial | UNIDADE 1 13
Segundo Iudícibus (2008), a principal diferença entre a Contabilidade Gerencial 
e a Financeira está no público-alvo. Enquanto a Contabilidade Gerencial restringe-se ao 
público interno e dedica-se a apoiar o processo decisório; a Contabilidade Financeira 
visa, principalmente, o público externo, atendendo a legislação societária e fiscal.
 Outro ponto a ser destacado é o período das análises. Enquanto a Contabilidade 
Gerencial possibilita uma perspectiva de futuro, norteando as próximas ações e 
estratégias da empresa, a Financeira concede uma visão histórica, restringindo-se aos 
fatos passados.
De maneira concreta, a Contabilidade Financeira é norteada por uma série de 
determinações legais e estruturais, e seu principal produto são os relatórios contábeis, 
entre os quais: Balanço Patrimonial, Demonstrativo de Resultado do Exercício - (DRE) 
e Demonstrativo de Fluxo de Caixa - (DFC). A Contabilidade Gerencial, por outro 
lado, considera toda e qualquer informação (interna e externa) que auxilie na tomada 
de decisão e delineamento de estratégias, como orçamentos, relatórios de desempenho, 
relatórios de custos, contabilidade por responsabilidade, entre outros.
Demarcadas por diferentes conceitos e pela própria legislação, estas vertentes 
da contabilidade apresentam uma série de especificidades. O Quadro 1.2 apresenta uma 
visão geral destas especificidades.
Quadro 1.2 – Diferenças entre Contabilidade Financeira e Contabilidade Gerencial.
Contabilidade Financeira Contabilidade Gerencial
Usuários Público Externo – governo, acionistas, credores etc.
Público Interno – administradores, gerentes e 
demais colaboradores.
Objetivo Reportar o desempenho financeiro da organização. 
Fomentar a tomada de decisão e o direcionamento 
estratégico da organização.
Temporalidade Histórica. Corrente.
Tipo de 
Informação Financeiras, somente.
Financeiras, processuais, tecnológicas, de 
desempenho, de clientes, de fornecedores, de 
parceiros, entre outras.
Natureza da 
Informação
Objetiva, auditável, confiável, 
consistente e precisa. Subjetiva, válida, relevante e acurada.
Frequência de 
Relatórios
Periodicamente, conforme o 
relatório exigido.
Periodicamente, conforme a necessidade da 
organização.
Restrições Princípios contábeis. Necessidades gerenciais.
Fonte: Coronado (2006); Crepaldi (2012); Iudícibus (2008); Padoveze (1999).
CONTABILIDADE GERENCIAL | Érik Álvaro Fernandes14
Conceituada a Contabilidade Gerencial e compreendidas as diferenças entre suas 
vertentes, abordaremos a seguir o Contador Gerencial.
1.1.2 Contador Gerencial
De maneira geral, cabe ao contador “pesquisar, analisar e discernir a par de muito 
bom senso, todo o sistema de informações econômico-financeiro e patrimonial das 
Entidades”. (CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, 2019, p. 2). Importante 
mencionar que o rol de atribuições, bem como a definição dos princípios contábeis e sua 
respectiva abrangência, estão circunstanciados na Resolução n. 560, de 28 de outubro 
de 1983, do Conselho Federal de Contabilidade que, por sua vez, apoiou-se no Decreto-
lei n° 9.295, de 27 de maio de 1946 (CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, 
1983).
No que tange, especificamente, à Contabilidade Gerencial, Marion e Ribeiro 
(2015) afirmam que:
O contador gerencial é definido pela International Federation of 
Accountants como: profissional que identifica, mede, acumula, 
analisa, prepara, interpreta e relata informações (tanto financeiras 
quanto operacionais) para uso da administração de uma empresa, nas 
funções de planejamento, avaliação e controle de suas atividades e para 
assegurar o uso apropriado e a responsabilidade abrangente de seus 
recursos. (MARION; RIBEIRO, 2015, p. 25).
Dadas as afirmações anteriores, observa-se significativa distinção entre o papel 
do contador e do contador gerencial, principalmente quanto ao tipo de informação 
manuseada e analisada por estes profissionais.
A profissão de Contador, tal como a criação do Conselho Federal de 
Contabilidade, foi instituída e regulamentada em 1946, por meio do Decreto-
Lei n. 9.295, assinado pelo então Presidente da República, Eurico Gaspar 
Dutra.
Fonte: Brasil (1946). Disponível em: http://gg.gg/fqioh.
DESTAQUE
Caracterização da Contabilidade Gerencial | UNIDADE 1 15
Figura 1.3 – Contador Gerencial: informações.
Fonte: Freepik (2019).
Também chamado de Controller, o Contador Gerencial é conhecido como 
imprescindível ao bom desenvolvimento das organizações. Isso porque, a informação 
por ele compartilhada tem o poder de direcionar as ações da empresa e permitir que os 
resultados almejados sejam alcançados (FREITAS; LUNKES, 2010). Assim, é importante 
que o profissional responsável pela Contabilidade Gerencial seja regido pela ética e bom 
senso, destacando-se por sua competência, confidencialidade e credibilidade.
Corroborando à ideia mencionada, Garrison, Noreen e Brewer (2013) reafirmam 
a ética como norteadora do trabalho e reiteram que o Contador Gerencial deve se 
comprometer com os seguintes quesitos: a) manter um alto nível de competência 
profissional; b) tratar questões sensíveis com confidencialidade; c) manter a integridade 
pessoal; e d) divulgar informações de maneira confiável.
CONTABILIDADE GERENCIAL | Érik Álvaro Fernandes16
Figura 1.4 – Contador Gerencial: ética como norteadora do trabalho.
Fonte: Pixabay (2019).
Nesse contexto, os autores Garrison, Noreen e Brewer (2013) citam a Declaração 
da Prática Profissional Ética (Statement of Ethical Professional Practice), adotada 
pelo Institute of Management Accountants, dos Estados Unidos, que detalha as 
responsabilidades éticas dos contadores gerenciais.
De maneira abrangente e, além da ética, tem-se como características de um 
Contador Gerencial, segundo Cardoso et al.(2010):
• Alta qualificação;
• Profundo conhecimento dos princípios contábeis;
• Conhecimento de tecnologias sofisticadas;
• Padrão de exigência;
• Domínio de operações virtuais;
• Desburocratização;
Caracterização da Contabilidade Gerencial | UNIDADE 1 17
• Equipe de trabalho de alta confiança;
• Automotivação;
• Poder de negociação;
• Persuasão;
• Coragem;
• Alta produtividade;
• Poder de democratização;
• Comunicação assertiva;
• Comprometimento. 
Em resumo, espera-se um profissional qualificado, de maneira teórica e prática, 
preciso e que aja em defesa dos interesses da empresa, suprindo a necessidade de 
informação dos gestores e participando ativamente do processo decisório.
Caracterizada a figura do Contador Gerencial, ou Controller, abordaremos o 
Lucro Operacional no próximo tópico.
CONTABILIDADE GERENCIAL | Érik Álvaro Fernandes18
1.2 Lucro Operacional
Segundo Endeavor (2015, p. 1), “conhecer o lucro operacional da sua empresa 
é ter a dimensão exata da rentabilidade que ela oferece com as suas operações”. Isso 
porque, para se chegar a este resultado é preciso excluir todas as despesas inerentes à 
operação ou manutenção da organização.
Figura 1.5 – Lucro Operacional.
Fonte: Freepik (2019).
Trata-se, segundo o Decreto n. 9.580, de 22 de novembro de 2018 (BRASIL, 2018), 
do resultado das atividades, principais ou acessórias, que constituam objeto da pessoa 
jurídica. Em outros termos, o Lucro Operacional é o lucro que vem, exclusivamente, da 
operação da empresa, descontando o rol de despesas relativas à organização.
O Lucro Operacional também é conhecido como LAJIR (lucro antes dos 
juros e imposto de renda) ou EBIT (earnings before interest and taxes).
Fonte: Endeavor (2015).
DESTAQUE
Caracterização da Contabilidade Gerencial | UNIDADE 1 19
A importância de sua mensuração, segundo Crepaldi (2012), está na capacidade de 
avaliar a geração de receita da empresa, considerando o peso e relevância das despesas. 
Diante disso, apresenta-se a estruturação e exemplificação do cálculo.
1.2.1 Cálculo
Para calcular o Lucro Operacional, devemos conhecer essencialmente três 
valores principais: o lucro bruto, as despesas operacionais e as receitas operacionais, 
especificados a seguir:
• Lucro bruto, primeiramente, é o resultado das vendas realizadas pela empresa;
• Despesas operacionais são aquelas relacionadas à atividade primária da empresa, 
como devoluções, descontos e impostos;
• Receitas operacionais constituem-se de outras receitas que não estejam 
diretamente ligadas à atividade principal da empresa, como aluguel de imóveis, 
por exemplo.
De maneira detalhada, apresenta-se o seguinte cálculo:
Quadro 1.3 – Cálculo Detalhado.
Receita Operacional Bruta 
(-) Deduções da Receita Bruta
Devoluções de Vendas
Descontos sobre Vendas
Impostos diretos sobre Vendas (ICMS, PIS/ COFINS, ISS)
(=) Receita Operacional Líquida
(-) Custos da Mercadoria Vendida ou Serviços Prestados
(=) Lucro Operacional Bruto
(-) Despesas Operacionais
Despesas Comerciais
Despesas Administrativas
Despesas Operacionais
(+) Receitas Operacionais
(=) Lucro Operacional Líquido
Fonte: Elaborado pelo autor (2019).
CONTABILIDADE GERENCIAL | Érik Álvaro Fernandes20
Vejamos um exemplo:
Analisando o desempenho de sua empresa no mês de outubro, Vivian encontra as 
seguintes informações:
• Foram vendidos R$ 10.000,00 em peças de informática;
• Devolvidos R$ 200,00 em produtos vendidos;
• Concedidos R$ 300,00 em descontos; e
• Pagos R$ 2.000,00 em impostos.
Resultado:
Receita Operacional Bruta R$ 10.000,00
(-) Deduções da Receita Bruta
Devoluções de Vendas R$ 200,00
Descontos sobre Vendas R$ 300,00
Impostos diretos sobre Vendas R$ 2.000,00
Receita Operacional Líquida R$ 7.500,00
Para avançarmos, considere que o Custo da Mercadoria Vendida é de R$ 1.500,00.
Resultado:
Receita Operacional Líquida R$ 7.500,00
(-) Custos da Mercadoria Vendida ou Serviços 
Prestados R$ 1.500,00
Lucro Operacional Bruto R$ 6.000,00
Custo da Mercadoria Vendida, ou CMV, como é popularmente conhecido, é a 
soma das despesas para produzir e armazenar determinada mercadoria, até 
que a venda seja realizada.
Fonte: Endeavor (2017).
SAIBA MAIS
Caracterização da Contabilidade Gerencial | UNIDADE 1 21
Ao analisar as despesas, Vivian somou os valores referentes a remuneração dos 
colaboradores, aluguel, energia, internet e demais despesas e chegou ao total de R$ 
2.000,00.
Também calculou as receitas operacionais não ligadas à atividade operacional 
da empresa. Neste caso, o aluguel de um imóvel (ativo não circulante/imobilizado), 
calculado em R$ 1.000,00.
Resultado:
Lucro Operacional Bruto R$ 6.000,00
(-) Despesas Operacionais R$ 2.000,00
(+) Receitas Operacionais R$ 1.000,00
Lucro Operacional Líquido R$ 5.000,00
O Lucro Operacional Líquido da empresa de Vivian, portanto, foi de R$ 5.000,00.
Figura 1.6 – Cálculo do Lucro Operacional.
Fonte: Freepik (2019).
A par das informações necessárias, pode-se replicar o cálculo para qualquer 
organização, independentemente do segmento ou porte. No tópico seguinte, falaremos 
sobre os diferentes tipos de alavancagem.
CONTABILIDADE GERENCIAL | Érik Álvaro Fernandes22
1.3 Alavancagem
Alavancar, segundo o Dicionário Houaiss (2019, online), pode ser entendido como 
“dar impulso a; agir a favor de; favorecer o desenvolvimento de; fazer avançar; fomentar, 
promover, incentivar”.
Figura 1.7 – Alavancagem: senso comum.
Fonte: Freepik (2019).
Tratando-se da contabilidade, especialmente, o termo alavancar remete à 
alavancagem. Esta medida, no entanto, consiste na utilização de recursos de terceiros 
em prol do aumento do lucro sobre o capital próprio.
Figura 1.8 – Alavancagem: princípios contábeis.
Fonte: Freepik (2019).
Caracterização da Contabilidade Gerencial | UNIDADE 1 23
Para Dantas (2005), a alavancagem utilizada pelas empresas, representa o uso 
de recursos externos, tomados a um custo fixo. Esses recursos são provenientes, em sua 
grande maioria, de empréstimos, financiamentos ou derivativos.
O objetivo principal, através da alavancagem, é investir um pequeno esforço, em 
detrimento de ganhos consideráveis e exponenciais.
Baseada em sua formatação, a alavancagem divide-se em três tipos: operacional, 
financeira e combinada.
Na alavancagem operacional, o recurso utilizado não aumenta os custos fixos 
da empresa. O recurso é utilizado, por exemplo, para compra de maquinário ou outros 
ativos que impactem no aumento da produção e/ou vendas, de forma que as receitas 
sejam superiores aos custos fixos e variáveis.
A mensuração do impacto, todavia, é realizada a partir do Grau de Alavancagem 
Operacional (GAO) estruturado conforme abaixo:
Figura 1.9 – Grau de Alavancagem Operacional.
Fonte: Elaborado pelo autor (2019).
A alavancagem financeira, por outro lado, é a capacidade da empresa utilizar 
encargos financeiros fixos para aumentar os efeitos do acréscimo do lucro operacional 
sobre o lucro líquido (BRAGA, 1992). Ou seja, é o aumento do lucro líquido em relação 
às despesas financeiras.
A mensuração de seu impacto é calculada a partir do Grau de Alavancagem 
Financeira (GAF), resultante da seguinte equação:
Figura 1.10 – Grau de Alavancagem Financeira.
Fonte: Elaborado pelo autor (2019).
do Lucro ou Resultado Operacional
do Volume de Vendas
%
%
GAO=
do Lucro Líquido
do Lucro ou Resultado Operacional
%
%
GAF=
do Lucro Líquido
do Volume de Vendas
%
%
GAC=
do Lucro ou Resultado Operacional
do Volume de Vendas
%
%
GAO=
do Lucro Líquido
do Lucro ou Resultado Operacional
%
%
GAF=
do Lucro Líquido
do Volume de Vendas
%
%
GAC=
CONTABILIDADE GERENCIAL | Érik Álvaro Fernandes24
A alavancagem combinada, por fim, pressupõe que todas as empresas possuem 
custos operacionais fixos e estão sujeitas aos efeitos da alavancagem operacional 
(VIEIRA et al., 2016).
O Grau de Alavancagem Combinada (GAC), apresentado abaixo, mensuraos 
efeitos dos custos fixos totais sobre o lucro líquido, em virtude das variações nas vendas.
Figura 1.11 – Grau de Alavancagem Combinada.
Fonte: Elaborado pelo autor (2019).
Com grandes chances de potenciar o lucro, a alavancagem deve ser utilizada 
com cautela e baseada em uma análise criteriosa sobre o movimento da empresa e suas 
projeções operacionais e de faturamento.
Cada tipo de alavancagem apresenta seus próprios riscos, variando de acordo 
com a natureza do recurso. 
Mas, atenção, nem todas as empresas estão aptas a realizar este movimento.
Entendidos dois dos principais conceitos contábeis (Lucro Operacional e 
Alavancagem) retornaremos ao objetivo principal da Contabilidade Gerencial: o auxílio 
à tomada de decisão.
do Lucro ou Resultado Operacional
do Volume de Vendas
%
%
GAO=
do Lucro Líquido
do Lucro ou Resultado Operacional
%
%
GAF=
do Lucro Líquido
do Volume de Vendas
%
%
GAC=
Caracterização da Contabilidade Gerencial | UNIDADE 1 25
1.4 Tomada de Decisão
Segundo Daft (1999 apud PRÉVE et al., 2010), a tomada de decisão consiste em 
identificar problemas e oportunidades e, então, resolvê-los. Assim, citam duas categorias 
para as decisões organizacionais: decisões não programadas e decisões programadas.
Figura 1.12 – Tipos de decisões.
Fonte: Elaborado pelo autor (2019).
Decisões não programadas são aquelas cujos problemas não são bem 
compreendidos, carentes de estruturação e com tendência singular, fora dos 
procedimentos sistêmicos e rotineiros. (PRÉVE et al., 2010).
Decisões programadas, por outro lado, têm seus problemas compreendidos e 
fortemente estruturados e, normalmente, não fogem à rotina organizacional.
Segmentadas em três níveis, as decisões organizacionais podem ser: operacionais, 
táticas ou estratégicas, variando conforme o nível organizacional e a necessidade de 
mobilização.
Para todos os níveis hierárquicos e todos os tipos de decisões, um fator torna-se 
determinante: a informação.
Decisões
Organizacionais
Decisões não
Programadas
Decisões
Programadas
CONTABILIDADE GERENCIAL | Érik Álvaro Fernandes26
Figura 1.13 – Informação.
Fonte: Adaptado por Universidade La Salle (2019).
No contexto em que se aplica, a informação contábil tende a auxiliar a gestão 
organizacional, fornecendo insumos para que esta tome decisões assertivas e eficazes. 
Corroborando a ideia apresentada, Lacerda (2006, p. 42) afirma “que o papel da 
Contabilidade Gerencial é gerar informações ao empresário, para que este tome decisões 
mais acertadas em tempo hábil”.
Utilizando-se de relatórios contábeis e mensurando a efetividade dos recursos 
internos e externos à organização, a Contabilidade Gerencial promove a melhoria 
contínua de diversas áreas, especialmente no que se refere ao aperfeiçoamento de 
recursos. Impactando, por conseguinte, no aumento da rentabilidade, redução de custos 
operacionais e mudanças tecnológicas.
Para Dutra (2009), ao utilizar-se da Contabilidade Gerencial, o gestor terá todas 
as condições necessárias para trabalhar em prol da lucratividade, agregando valor aos 
administradores, sócios e acionistas.
Conclui-se, portanto, que a Contabilidade Gerencial e seus respectivos relatórios, 
análises e direcionamentos, cabem a qualquer nível hierárquico e a qualquer organização. 
Valendo-se de fontes internas e externas, tais informações tendem a garantir maior 
segurança às decisões tomadas, sobretudo no que se refere ao delineamento de estratégias 
e a otimização de recursos.
Caracterização da Contabilidade Gerencial | UNIDADE 1 27
SÍNTESE DA UNIDADE
• A Contabilidade Gerencial configura o processo de identificação, mensuração, 
análise e comunicação de informações financeiras à administração, visando a 
assertividade das decisões e o desenvolvimento da organização;
• Voltada ao público da organização, tais como administradores, gestores e demais 
colaboradores, a Contabilidade Gerencial surgiu com o propósito de subsidiar a 
tomada de decisão, principalmente nos níveis tático e estratégico;
• O Lucro Operacional consiste no lucro que vem, exclusivamente, da operação da 
empresa, descontadas as despesas operacionais;
• Por alavancagem, entende-se a utilização de recursos de terceiros, com vistas ao 
aumento do lucro sobre o capital próprio. Seus tipos são: operacional, financeira 
e combinada;
• Tratando-se especificamente do processo decisório, a Contabilidade Gerencial 
pode auxiliar a partir de relatórios, baseados em fontes internas e externas, 
visando a melhoria contínua e a otimização de recursos.
CONTABILIDADE GERENCIAL | Érik Álvaro Fernandes28
REFERÊNCIAS
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2. Ed. New Jersey: Prentice-Hall, 2000.
BRAGA, R. Fundamentos e técnicas de Administração Financeira. São Paulo: 
Atlas, 1992.
BRASIL. Decreto-Lei n. 9.295, de 27 de maio de 1946. Cria o Conselho Federal de 
Contabilidade, define as atribuições do Contador e do Guarda-livros, e dá outras 
providências. 1946. Disponível em: http://gg.gg/fqivn. Acesso em: 31 out. 2019.
BRASIL. Decreto n. 9.580, de 22 de novembro de 2018. Regulamenta a tributação, a 
fiscalização, a arrecadação e a administração do Imposto sobre a Renda e Proventos de 
Qualquer Natureza. 2018. Disponível em: http://gg.gg/fqivp. Acesso em: 27 out. 2019.
CARDOSO, R. L.; RICCIO, E. L.; MENDONÇA NETO, O. C.; OYADOMARI, J. C. Entendendo 
e explorando as competências do contador gerencial: uma análise feita pelos profissionais. 
ASAA - Advances in Scientific and Applied Accounting, v.3, n.3, p. 353-371, 2010. Disponível 
em: http://gg.gg/fqivu. Acesso em: 1 nov. 2019.
CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE. Maiores informações sobre a profissão 
contábil. 2019. Disponível em: http://gg.gg/fqivy. Acesso em: 30 out. 2019.
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prerrogativas profissionais de que trata o artigo 25 do Decreto-lei nº 9.295, de 27 de maio de 
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CORONADO, O. Contabilidade gerencial básica. São Paulo: Saraiva, 2006.
CREPALDI, S. A. Contabilidade gerencial: teoria e prática. 6. Ed. São Paulo: 
Atlas, 2012.
DANTAS, J. A. B. Influências das medidas econômicas na competitividade industrial das 
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Paraíba e Rio Grande do Norte. Tese (Doutorado em Estratégias Empresariais). Universidade 
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DICIONÁRIO HOUAISS. Alavancar. 2019. Disponível em: http://gg.gg/fqiwc. 
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DUTRA, R. G. Custos: uma abordagem prática. 6. Ed. São Paulo: Atlas, 2009.
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Caracterização da Contabilidade Gerencial | UNIDADE 1 29
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FREITAS, C. L.; LUNKES, R. J. O perfil do controller ou contador gerencial na tomada 
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GARRISON, R. H.; NOREEN, E. W.; BREWER, P. C. Contabilidade Gerencial. Porto Alegre: 
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Decisão. Florianópolis: Departamento de Ciências da Administração / UFSC, 2010. Disponível 
em: http://gg.gg/fqix8. Acesso em: 25 out. 2019.
VIEIRA; K. V.; NOGUEIRA, T. C. S.; MOREIRA, M. C.; COSTA, G. Z.; SANTOS, D. F. L. 
Alavancagem e Desempenho Financeiro: uma análise comparativa. Revista de Administração 
e Contabilidade, Feira de Santana, v. 8, n. 3, p. 28-42, 2016. Disponível em: http://gg.gg/fqixc. 
Acesso em: 25 out. 2019.
Aplicação de Métodos Quantitativos 
na Contabilidade Gerencial
Prezado estudante,
Estamos começando uma unidade desta disciplina. Os textos que a compõem foram 
organizados com cuidado e atenção, para que você tenha contato com um conteúdo 
completo e atualizado tanto quanto possível. Leia com dedicação, realize as atividades e 
tire suas dúvidas com os tutores. Dessa forma, você, com certeza, alcançará os objetivos 
propostos para essa disciplina.
OBJETIVO GERAL 
Permitir o conhecimento aos alunos dos métodos quantitativos aplicados na 
contabilidade.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS 
• Entender a importância e quais são os principais métodos quantitativos aplicados 
na Contabilidade Gerencial;
• Compreender conceitos e a diferença de orçamento operacional, financeiro e de 
capital;
• Aplicar os métodos quantitativos nas empresas de forma assertiva.
QUESTÕES CONTEXTUAIS
1. O que são métodos quantitativos?
2. Quais métodos são aplicados à Contabilidade Gerencial?
3. Em que consiste o orçamento?
4. Quais os tipos de orçamento contemplados pela Contabilidade Gerencial?
5. De que forma ocorre a aplicação dos métodos quantitativos?
unidade 
2
CONTABILIDADE GERENCIAL | Érik Álvaro Fernandes32
2.1 Métodos Quantitativos: Conceitos e Tipologias
Nas ciências e nos estudos, em geral, há o emprego de duas grandes perspectivas 
de coleta e análise de dados: os chamados métodos quantitativos e qualitativos. Cada 
um deles compreende um conjunto de ferramentas específicas para lidar com diversas 
situações de pesquisa do cotidiano.
Nesta Unidade vamos focar exclusivamente nos métodos quantitativos, mas é 
importante que você saiba que há outras possibilidades. Portanto, os métodos quantitativos 
buscam realizar a análise de dados através da quantificação das informações coletadas 
e do tratamento delas por meio de técnicas estatísticas (PEREIRA, 2014). Com isso, 
evitam-se os famosos “achismos” ao apresentar dados concretos que corroboram ou 
refutam determinada afirmação sobre a posição da organização.
Figura 2.1 – Métodos quantitativos.
Fonte: Freepik (2019).
Na contabilidade, a utilização desse tipo de método tende a facilitar o trabalho do 
planejamento estratégico, pois retiram-se inferências objetivas dos conjuntos de dados. 
Em posse desse tipo de informação, a organização pode se antecipar aos concorrentes, 
prever mudanças no mercado e até projetar e simular decisões. Inclusive, a constante 
Aplicação de Métodos Quantitativos na Contabilidade Gerencial | UNIDADE 2 33
integração entre a contabilidade e a estatística têm sido chamada de contabilometria, 
a qual procura produzir informações relevantes para o desenvolvimento da gestão 
(PEREIRA, 2014). Outro ponto que pode ser ressaltado no uso dos métodos quantitativos 
é a possibilidade de diminuir os aspectos subjetivos da decisão, como, evitar os desvios 
de interpretação de eventos econômicos, entre outros.
Vale lembrar que o contexto organizacional geralmente apresenta recursos 
escassos, o que implica na necessidade de se atingir a eficiência e a eficácia. Como a 
contabilidade é uma das atividades relacionadas a gestão organizacional, ela também 
deve ser conduzida de modo a buscar esses efeitos e resultados. Assim, ela também está 
condicionada a aplicação de métodos quantitativos, como forma de lidar com a tomada 
de decisão sob condições de incertezas, aprimorando o processo de gestão.
Sobre as condições de tomada de decisão, é importante frisar que a decisão tomada 
sob uma condição de certeza não apresenta qualquer problema, pois há total clareza do 
contexto e do que precisa ser feito, levando a uma decisão acertada sobre a situação que 
se interpõe. Porém, no caso de se tomar a decisão sob a condição de incerteza é que reside 
a maior utilidade dos métodos quantitativos ao atuar na redução justamente da incerteza.
Figura 2.2 – Incerteza na tomada de decisão.
Fonte: Freepik (2019).
CONTABILIDADE GERENCIAL | Érik Álvaro Fernandes34
Nestas condições, não há um único curso de ação a ser tomado, mas sim vários 
cursos que denotam possibilidades futuras. Cada uma dessas possibilidades fica 
representada por uma probabilidade de ocorrência, e ao tomador da decisão, cabe a 
tarefa de optar pelo caminho que traga mais benefícios para a empresa. Nesse sentido, 
a contabilidade pode oferecer melhores leituras da realidade da organização devido ao 
seu acesso aos dados da empresa e do mercado. Essa situação fica ainda mais evidente 
em empresas de menor porte, que não contam com uma área exclusiva de análise de 
mercado.
Por tudo que foi evidenciado, percebemos que o caminho que constrói os métodos 
quantitativos na Contabilidade Gerencial é pautado na estatística e, dela utiliza muitas 
ferramentas analíticas como as médias, o desvio padrão, os coeficientes de variação, 
entre outras.
Figura 2.3 – Cálculos e definições de estratégias.
Fonte: Freepik (2019).
Por sua vez, o estudo estatístico pode ser dividido em três frentes: a estatística 
descritiva; a teoria da probabilidade e a estatísticas inferencial ou de amostragem.
Aplicação de Métodos Quantitativos na Contabilidade Gerencial | UNIDADE 2 35
2.1.1 Estatística Descritiva
Esse tipo de estatística tem como objetivo o emprego de técnicas para sumarizar 
e apresentar, de forma sintética, um conjunto de dados. Geralmente, os dados coletados 
e agrupados acabam não dizendo nada quando olhamos para eles, por isso, a aplicação 
destas técnicas de organização e sistematização são fundamentais para extrair 
informações úteis dos dados.
Figura 2.4 – Dados.
Fonte: Freepik (2019).
Para exemplificar, imagine o censo populacional (pesquisa sobre as características 
da população de um determinado país). Se colocássemos uma tabela contendo a altura de 
todas as pessoas pesquisadas, veríamos um monte de números e seria até difícil conseguir 
dizer algo sobre essa população. Porém, se extraíssemos a média desses dados, veríamos 
um único número (sumarização) e poderíamos dizer que essa população tem em média 
a altura dada por esse número. Assim, outras pessoas entenderiam que podem haver 
pessoas altas ou baixas, mas que em geral elas ficam próximas à média encontrada, 
sendo essa uma forma de descrever a altura da população pesquisada (PEREIRA, 2014).
Por fim, vale ressaltar que os dados sumarizados podem ser visualizados de duas 
formas: por um número representativo ou por imagens representativas. Os números 
representativos podem ser expressos na unidade dos dados colhidos (altura em metros, 
CONTABILIDADE GERENCIAL | Érik Álvaro Fernandes36
média em metros) ou vislumbrados através de representações de proporção (altura em 
metros e agrupamentos semelhantes em porcentagem). No caso de representação por 
imagem, produzem-se os gráficos em diferentes formatos e tamanhos, de modo que a 
figura resultante desse processo já expressa a informação obtida através da sumarização 
dos dados.
2.1.2 Teoria da Probabilidade
Ela fundamenta a estatística inferencial, pois fornece a base teórica para o estudo 
dos eventos aleatórios e da possibilidade de se prever as ocorrências. Nestas condições, 
estudamos as probabilidades de umdeterminado evento ocorrer dada a possibilidade de 
uma repetição. Essa teoria é bastante usada na Teoria da Decisão, pois pauta a decisão 
a partir da probabilidade de um determinado evento ocorrer ou não (PEREIRA, 2014).
2.1.3 Estatística Inferencial ou Amostragem
Fazendo uma analogia com a culinária, quando quer saber se uma receita ficou 
boa, você pega uma colher, serve um pouco e prova. Ao descobrir se aquele pouco está 
bom ou não, você logo conclui sobre o resto da receita.
Figura 2.5 – Amostragem na Cozinha.
Fonte: Freepik (2019).
Aplicação de Métodos Quantitativos na Contabilidade Gerencial | UNIDADE 2 37
Logo, é esse o movimento feito na estatística inferencial, onde através de uma 
amostra se chega a conclusões sobre a população. Um exemplo clássico dessa situação 
são as pesquisas eleitorais, onde elegem um conjunto de pessoas aleatoriamente para 
questionar sobre as eleições e a apresentam no noticiário como sendo a representação da 
opinião de toda a população.
Para que se possa extrapolar as conclusões da amostra para a população, 
é necessário tomar certos cuidados que evitam a contaminação da análise. Nesse sentido, 
é importante dizer que mesmo seguindo rigorosamente esses cuidados, sempre haverá 
um grau de incerteza, mas que esse pode ser reduzido a ponto de garantir que o que 
ocorre na amostra, realmente ocorre na população (PEREIRA, 2014).
Portanto, a estatística inferencial diminui o trabalho que teria aquele que deseja 
pesquisar uma grande população, ao tentar obter os dados de cada uma das pessoas, 
ou mesmo, aquela empresa que deseja fazer o controle de qualidade sobre a grande 
produção diária, mas que é impossível medir cada um dos produtos, além de ser bem 
oneroso fazer isso do ponto de vista financeiro.
Figura 2.6 – Controle de Qualidade.
Fonte: Freepik (2019).
CONTABILIDADE GERENCIAL | Érik Álvaro Fernandes38
Assim, percebemos que não tem como falarmos em método quantitativo, sem 
referir a estatística e ao estudo sistematizado de dados ou amostras de dados, bem como 
sobre a forma clara e objetiva de visualização e demonstração desses dados. Dessa 
forma, a estatística busca trabalhar com conjuntos de dados para produzir informações 
relevantes para o planejamento estratégico e a tomada de decisão, e sua aplicação na 
contabilidade gera uma sinergia interessante entre ambas.
2.1.4 Tipologias dos Métodos Quantitativos
Neste tópico apresentamos alguns métodos quantitativos que podem ser utilizados 
na Contabilidade Gerencial. Cada um deles pode ser empregado em diferentes contextos, 
mas no fundo são traduções da realidade organizacional em números, de modo a facilitar 
o processo de tomada de decisão (PEREIRA, 2014).
Figura 2.7 – Métodos quantitativos: tipologias.
Fonte: Elaborado pelo autor (2019).
Matrizes de Decisões: trata-se uma forma de abordar o processo decisório de 
forma sistemática. Na matriz, as linhas representam o conjunto de alternativas que 
podem ser escolhidas, enquanto que as colunas representam os cenários possíveis aos 
quais o decisor não tem qualquer controle. O cômputo de cada cruzamento de uma 
alternativa e um cenário gera a matriz decisória.
Matrizes de Decisões
Teste de Hipóteses
Regressão Linear
Programação Linear
Aplicação de Métodos Quantitativos na Contabilidade Gerencial | UNIDADE 2 39
Teste de Hipóteses: busca verificar se os dados obtidos são compatíveis com uma 
determinada hipótese ou são contrários a ela. Geralmente as hipóteses são formuladas a 
partir dos parâmetros de uma ou mais populações e o método visa apoiar ou refutar essa 
hipótese, a partir das evidências obtidas dos dados amostrais.
Regressão Linear: uma coisa é saber que existe uma associação entre duas 
variáveis, outra, bem diferente, é afirmar que há uma relação de causa e efeito entre elas. 
Quando se quer demonstrar esse último, recorre-se ao método de regressão linear, onde 
uma das variáveis é independente, enquanto que a outra é dependente. Em suma, ela é 
bastante usada de duas formas: quando se deseja fazer previsões (prever valor de uma 
a partir do valor da outra), ou quando se deseja verificar o poder de influência de uma 
variável (quanto uma influencia o comportamento da outra).
Programação Linear: quando se deseja trabalhar com o princípio da otimização 
utiliza-se a programação linear. Em geral, estão relacionados a distribuição eficiente de 
recursos para atender um objetivo. O resultado pode ser um conjunto de valores, mas 
geralmente privilegiam-se o maior lucro ou menor custo.
Portanto, o uso dos métodos quantitativos na Contabilidade Gerencial, se abre em 
várias possibilidades de coleta e análise de dados e no uso de técnicas para determinadas 
finalidades.
CONTABILIDADE GERENCIAL | Érik Álvaro Fernandes40
2.2 Orçamento
Orçamento, segundo o Dicionário Houaiss (2019, online), pode ser definido como 
“o ato ou efeito de orçar, de calcular, de estimar”. Seu conceito e aplicação pode referir-
se à:
• Avaliação ou cálculo aproximado de custo (obra, empreendimento, serviço etc.);
• Cálculo da receita e da despesa;
• Cálculo da partilha de um imóvel sujeito a processo divisório.
Figura 2.8 – Orçamento.
Fonte: Freepik (2019).
Na contabilidade, especificamente, o orçamento é conhecido como um conjunto 
de medidas que tem como propósito a execução de metas e objetivos, implementados 
pela administração da empresa e seus respectivos gestores. Compartilhando objetivos e 
propósitos, sua relação com a Contabilidade Gerencial, foco desta Unidade, se estabelece 
no caráter orientativo e direcionador de sua atuação - ambos ligados ao processo decisório 
e apoio à gestão.
Aplicação de Métodos Quantitativos na Contabilidade Gerencial | UNIDADE 2 41
Para Padoveze (2012, p. 263), trata-se do “sistema de mensuração econômica do 
planejamento das operações da empresa para um determinado período, em nível global e 
setorial, com o objetivo de coordenar e controlar essas operações e o resultado planejado”.
Sua execução, segundo Padoveze (2012), está diretamente associada ao processo 
de planejamento estratégico, estruturado conforme a figura a seguir.
Figura 2.9 – Planejamento Estratégico & Orçamento.
Fonte: Adaptado de Padoveze (2012, p. 25).
No que tange às características do orçamento, Padoveze (2012) destaca que:
[...] a) trata-se de um sistema formal que atinge toda a hierarquia da 
empresa; b) reproduz as estruturas operacionais - existentes e planejadas; 
c) subordinado à estrutura contábil, de planos de contas e centros de 
custos, despesas e receitas; d) incorporado ao sistema de informação 
contábil; e) organizado anualmente e dividido impreterivelmente em 
12 meses; f) consolidado a partir de um orçamento das demonstrações 
contábeis básicas. (PADOVEZE, 2012, p. 26).
Estruturado de acordo com o modelo de gestão organizacional e o perfil do 
negócio, o orçamento deve ser adequado às necessidades da empresa, de forma que suas 
limitações e particularidades sejam respeitadas. 
O Planejamento Estratégico ou Planejamento Empresarial, como também 
é conhecido, consiste numa metodologia gerencial que possibilita o 
direcionamento da organização (KOTLER, 1975).
DESTAQUE
Planejamento
Estratégico
Planejamento
Operacional ou
Tático
Planejamento de 
curto prazo ou
programação
Execução Controle
Orçamento
CONTABILIDADE GERENCIAL | Érik Álvaro Fernandes42
Além disso, diferentes tipos de planejamento são mencionados no rol bibliográfico 
da contabilidade. Dentre os quais destacam-se: o operacional, o financeiro e o de capital, 
explorados no subtópico seguinte.
Figura 2.10 – Tipos de orçamento.
Fonte: Freepik (2019).
2.2.1 Orçamento Operacional
O orçamento operacional ou orçamento de operações - como também é conhecido 
- é uma ferramenta de gestão cujo objetivo é apresentar uma visão geral dos custos de 
funcionamento do negócio.
Segundo Zdanowicz (2001), o orçamento operacional tende a auxiliar no processo 
decisório,uma vez que evidencia os mais diversos custos e receitas provenientes das 
atividades da empresa. Sua estrutura, nesse sentido, compreende os seguintes orçamentos:
• Orçamento de vendas;
• Orçamento do estoque final;
• Orçamento de fabricação;
• Orçamento de custos dos materiais;
• Orçamento de mão de obra;
Financeiro Op
er
ac
ion
al
Capital
ORçamento
Aplicação de Métodos Quantitativos na Contabilidade Gerencial | UNIDADE 2 43
• Orçamento dos custos indiretos de fabricação; e
• Orçamento de despesas departamentais.
Figura 2.11 – Orçamento Operacional.
Fonte: Freepik (2019).
Envolvendo toda a organização e suas respectivas operações - ligadas à produção 
ou não -, o orçamento operacional compreende as diferentes estruturas hierárquicas 
da empresa, respondendo pelas áreas administrativa, comercial e de produção 
(PADOVEZE, 2012).
Um dos pontos mais relevantes sobre o orçamento operacional, segundo Padoveze 
(2012), consiste na previsão de vendas – utilizada para adiantar-se às demandas do 
mercado e projetar possíveis cenários. Para tanto, é necessário considerar, além das 
informações internas, todo o contexto o qual a empresa encontra-se inserida, analisando 
a concorrência, as políticas econômicas e o movimento dos stakeholders.
O termo Stakeholder foi criado pelo filósofo Robert Edward Freeman, em 
1963. Stakeholder, segundo o autor, é “qualquer grupo ou indivíduo que 
pode afetar ou ser afetado pela realização dos objetivos da organização 
(FREEMAN, 1984, p. 25).
GLOSSÁRIO
CONTABILIDADE GERENCIAL | Érik Álvaro Fernandes44
2.2.2 Orçamento Financeiro
Para Frezatti (2009), o orçamento financeiro traduz em valores monetários tudo 
aquilo que foi orçado na etapa operacional. Sua estruturação, assim como o orçamento 
operacional, se compõe de diferentes orçamentos, conforme a seguir:
• Orçamento de investimentos;
• Orçamento de financiamentos;
• Orçamento de caixa;
• Projeção das demonstrações financeiras; e
• Análise financeira das projeções.
Seu objetivo, segundo Padoveze (2012), é discriminar as receitas e despesas, 
conforme sua origem, e realizar a previsão de entradas e saídas, considerando sobretudo 
a delimitação de períodos.
Figura 2.12 – Orçamento Financeiro.
Fonte: Freepik (2019).
Ainda, segundo Padoveze (2012), a utilização desta ferramenta possibilita uma 
maior proatividade por parte das empresas, visto que estas conseguem antecipar-se às 
demandas por recursos financeiros. Sua atitude, diante disso, deve ser pautada pela 
cautela e atenção ao gerenciamento do fluxo de caixa.
Aplicação de Métodos Quantitativos na Contabilidade Gerencial | UNIDADE 2 45
2.2.3 Orçamento de Capital
O orçamento de capital é o processo de avaliação, classificação e seleção dos 
investimentos de longo prazo a ser realizado pelas empresas. O objetivo deste processo é 
quantificar os recursos e mensurar os riscos envolvidos, analisando os possíveis retornos 
e incrementos ao caixa da empresa.
Figura 2.13 – Orçamento de Capital.
Fonte: Freepik (2019).
Segundo Padoveze (2012), o orçamento de capital auxilia sobremaneira o processo 
decisório, haja vista que o investimento em determinado ativo deve considerar uma série 
de informações e projeções.
Importante frisar que, apenas os investimentos permanentes são considerados 
pelo orçamento de capital. Investimentos temporários, ainda que de natureza financeira, 
não são considerados e tratados por esta ferramenta.
CONTABILIDADE GERENCIAL | Érik Álvaro Fernandes46
2.3 Métodos Quantitativos: Aplicação Prática
Para avançarmos no assunto, vamos apresentar algumas aplicações práticas para 
ilustrar o uso dos métodos quantitativos na Contabilidade Gerencial.
Figura 2.14 – Métodos quantitativos: aplicação.
Fonte: Freepik (2019).
Vale ressaltar que há mais métodos do 
que os aqui expostos e, portanto, cabe ao 
aluno se aprofundar nesse assunto. Para 
isso, leia o livro “Métodos Quantitativos 
Aplicados à Contabilidade”, de Adriano 
Toledo Pereira, que está incluído nas 
referências.
SAIBA MAIS
Aplicação de Métodos Quantitativos na Contabilidade Gerencial | UNIDADE 2 47
2.3.1 Matriz de Decisão
A matriz de decisão é uma ferramenta que ajuda a organizar e a calcular as 
alternativas, indicando qual é o melhor caminho a ser tomado. De posse das probabilidades 
de ocorrência dos eventos é possível estabelecer um estudo sistemático que conduz a 
uma melhor tomada de decisão (PEREIRA, 2014). Vamos ao exemplo: uma empresa 
de contabilidade quer fazer uma estratégia para obter novos clientes, e por isso, buscou 
observar o comportamento de entrada dos clientes. O estudo histórico dos dados permitiu 
estabelecer as probabilidades elencadas na tabela a seguir:
Tabela 2.1 – Estudo de novos clientes.
NOVOS CLIENTES MENSAIS
Demanda Mês 0 1 2 3
Probabilidade 0,3 0,4 0,2 0,1
Fonte: Elaborado pelo autor (2019).
Temos a informação de que cada novo cliente custa R$ 3 mil, mas quando ele 
entra, faz um aporte inicial de R$ 5 mil e, portanto, ele gera um lucro inicial de R$ 
2 mil. Por outro lado, cada cliente que durante o processo desiste, custa R$ 1 mil. 
Além disso, pela análise histórica sabe-se que um contador pode atender conforme as 
situações: não poder atender nenhum cliente (0), ou no máximo (3), considerando os 
valores intermediários (1) e (2). A tabela de ganhos obtidos com cada situação pode ser 
construída da seguinte forma:
a. Cada cliente que veio e foi atendido, o escritório ganha R$ 2 mil (lucro);
b. Cada cliente que veio e não pôde ser atendido, o escritório perde R$ 1 mil 
(desistência);
c. Cada contador que tem espaço para atender um novo cliente e este não vêm perde 
R$ 2 mil (lucro que deixa de ganhar); e, por fim,
d. Cada valor da alternativa é calculado multiplicando o valor da célula pela sua 
probabilidade de ocorrência.
CONTABILIDADE GERENCIAL | Érik Álvaro Fernandes48
Tabela 2.2 – Matriz de Decisão do Problema.
Novos Clientes 0 1 2 3 Valor da 
AlternativaProbabilidade 0,3 0,4 0,2 0,1
Contador 
consegue 
atender
0 0 -1 mil -2 mil -3 mil -1.100,00
1 -2 mil 2 mil 1 mil 0 400,00
2 -4 mil 0 4 mil 3 mil -100,00
3 -6 mil -2 mil 2 mil 6 mil -1.600,00
Fonte: Elaborado pelo autor (2019).
Pela matriz de decisão da situação da contabilidade, a melhor alternativa é aquela 
que dá um retorno de R$ 400,00. Nessa situação, a empresa deve manter um contador 
com a agenda livre para poder atender uma nova empresa por mês.
É importante frisar que, inicialmente, sem os cálculos, parece ser interessante 
obter todo mês três empresas e manter o atendente livre para as três, mas dado que isso 
ocorre somente em 10% das vezes, o resultado é desastroso, sendo a alternativa que leva 
a maior perda de dinheiro (R$ 1.600,00).
Pelo exemplo, percebemos como a intuição pode levar a uma decisão equivocada 
sobre a situação que se dispõe. Por isso, é fundamental o tratamento com métodos 
quantitativos.
2.3.2 Teste de Hipóteses
O teste de hipóteses busca estudar sistematicamente se duas populações 
apresentam ou não determinado componente estatístico. Ainda que sejam situações 
diferentes de amostragem, é possível com acurácia determinar se essas populações 
podem ser consideradas iguais ou se diferem significativamente (PEREIRA, 2014). 
Vamos ao exemplo: um grande escritório contábil está querendo abrir uma filial 
e, após um longo estudo, chegou-se a conclusão que duas cidades podem receber essa 
unidade organizacional. Nestas condições, o custo de abrir a unidade em cada uma delas 
é o que deve guiar a tomada de decisão. Apesar disso, é fato que cidades com custos 
diferentes geralmente apresentam rendas distintas também e, para evitar uma decisão 
equivocada, o escritório colheu duas amostras diferentes em cada uma das cidades, 
obtendo os seguintes dados:
Aplicação de Métodos Quantitativos na Contabilidade Gerencial | UNIDADE 2 49
Na primeira amostra foram pesquisadas 35 empresas dentre as quais a média foi 
de R$ 5.000,00em custos, com um desvio-padrão de R$ 670,00. Na segunda amostra, 
com 40 empresas, foi verificada uma média de R$ 5.350,00 em custos, com desvio padrão 
de R$ 690,00. Nestas condições, a pergunta a ser respondida é: a média dos custos das 
cidades são iguais ou não? 
Assim:
• Hipótese Nula (H0): m1 = m2
• Hipótese Alternativa (H1): m1 ≠ m2
d = o valor da diferença encontra em análises já realizadas, mas como não foi 
mencionado nada sobre isso, admitimos ele como sendo d = 0
Zcal =
 (X1 + X2 – d
 √ s2 + s2 1 2 n1 n2
 (
Zcal =
 (5.000 – 5.350) – 0
 √ 6702 35 690240+
Zcal =
– 350
 √ 448.900 35 + 476.10040
Zcal =
 √ 12.825,71 + 11.902,50 
Zcal =
 
157,25
 
Zcal = – 2,23
 
– 350
– 350
CONTABILIDADE GERENCIAL | Érik Álvaro Fernandes50
Tomando a tabela Z que geralmente vem nos anexos de qualquer livro de 
estatística, juntamente com outras tabelas utilizadas nos cálculos, temos que com 95% 
de significância, o valor de Z é de 1,96 e o valor calculado de Z é de -2,23 o que significa 
que ele é menor, logo está na área de rejeição da hipótese nula e aceitação da hipótese 
alternativa. Convertendo para a realidade do problema, com 95% de confiança, podemos 
admitir que a média de custos entre elas é diferente e, portanto, para a empresa uma 
cidade é mais vantajosa que a outra. Refinamentos devem ser feitos para escolher em 
qual delas deve-se abrir o negócio.
Pelo exemplo, percebemos o quão útil é essa ferramenta que faz parte do rol de 
métodos quantitativos. Dessa forma, pudemos averiguar com certa exatidão se a situação 
era aquilo que se supunha.
2.3.3 Regressão Linear
Tomando um conjunto de variáveis, às vezes é importante saber se uma delas 
apresenta algum tipo de relação com outra, por exemplo, o quanto a diminuição dos 
custos de produção pode impactar no volume de vendas. Uma das formas de observar 
isso é com o uso da regressão linear (PEREIRA, 2014). 
Vamos ao exemplo: uma empresa preocupada com o impacto ambiental de sua 
produção resolveu determinar a quantidade de lixo gerado. Esse estudo é importante uma 
vez que ela deseja aproveitar o bom momento do mercado e aumentar sua produção para 
800 toneladas. Apesar disso, o que tem preocupado a empresa é o fato de conseguirem 
lidar com até 70 toneladas de lixo. A empresa deseja aumentar a produção sem nenhum 
investimento ambiental, porém se for necessário vai se reestruturar para atender a 
demanda. Considere as fórmulas e o quadro de dados a seguir.
Aplicação de Métodos Quantitativos na Contabilidade Gerencial | UNIDADE 2 51
Quadro 2.3 – Quadro de dados e Cálculos Estatísticos Preliminares.
n Xi (produto ton.) Yi (lixo ton.) Xi . Yi Xi2 Yi2
01 251 22 5522 63001 484
02 260 23 5980 67600 529
03 263 23 6049 69169 529
04 265 25 6625 70225 625
05 270 24 6480 72900 576
06 275 26 7150 75625 676
07 300 27 8100 90000 729
08 312 29 9048 97344 841
09 333 29 9657 110889 841
10 345 31 10695 119025 961
Total 2874 259 75306 835778 6791
Média 287,4 25,9
Fonte: Elaborado pelo autor (2019).
Sxx = ∑ X 2 –
 ( (
 
i
∑ X i 2
n
Sxy = ∑ X –. . (
 (
 
i i
∑ X i ( (∑ Y i
n
Y
a
Sxy
Sxx=
y = a . x + b
a .–iY iXb =
CONTABILIDADE GERENCIAL | Érik Álvaro Fernandes52
Sxx = ∑ X 2 –
 ( (
 
i
∑ X i 2
n
Sxx = 835778 –
 ( (
 
2874
10
2
Sxx = 835778 –
 
8259876
10
Sxx = 9790,4
Sxx = 835778 –
 
825987,6
Sxy = ∑ X –. . (
 (
 
i i
∑ X i ( (∑ Y i
n
Y
Sxy = 75306 –
 
2874 ∙ 259
10
Sxy = 75306 –
 
744366
10
Sxy = 75306 –
 
7443,6
Sxy = 869,4
 
a
Sxy
Sxx=
a 869,4
9790,4
=
a 0,0888=
a .–iY iXb =
25,9 – 0,0888 ∙ 287,4b =
25,9 – 25,5215b =
0,3785b =
y = a . x + b
y = 0,0888x + 0,3785
Aplicação de Métodos Quantitativos na Contabilidade Gerencial | UNIDADE 2 53
Aplicamos agora o valor desejado de produção para obter o valor de lixo que será 
produzido.
Logo, a produção de 800 toneladas produzirá 71,42 toneladas de lixo. Nestas 
condições será necessária uma reestruturação, uma vez que a empresa está preparada 
para lidar com 70 toneladas apenas.
Neste exemplo, que vimos anteriormente, foi possível compreender como é 
possível usar a regressão linear entre os dados para fazer previsões sobre o futuro, e 
tomar a decisão de modo mais acertado. Procure e estude outros exemplos de regressões.
2.3.4 Programação Linear
A programação linear é empregada especialmente para os casos onde é necessário 
a otimização, maximização ou minimização, as quais são acompanhadas de restrições 
que precisam ser consideradas no momento do cálculo (PEREIRA, 2014). 
Vamos ao exemplo: imagine que uma empresa produz o produto X, que rende R$ 
150,00 de lucro por unidade, e o produto Y, que rende R$ 100,00 de lucro por unidade, 
ambos ao dia. Além disso, são necessários o dobro de horas de trabalho para fazer o 
produto X em relação a Y, enquanto que este último consome quatro vezes mais horas 
de máquinas do que o produto X para ficar pronto. Assim, percebemos que a empresa 
atua com certas restrições:
• Por exigência do sindicato da categoria, os colaboradores podem exercer apenas 
30 horas de trabalho diário.
• As máquinas que desenvolvem os aparelhos representam 40 horas de trabalho 
diário.
• São vendidas pela empresa, no máximo, 15 unidades diárias do aparelho X.
Diante disso, a empresa busca a maximização dos lucros diários e, por isso, quer 
saber quais as quantidades diárias de cada um dos produtos. Para resolver esse problema 
y = 0,0888 ∙ 800 + 0,3785
y = 71,04 + 0,3785
y = 71,42
CONTABILIDADE GERENCIAL | Érik Álvaro Fernandes54
vamos utilizar a técnica da programação linear, e por isso, devemos expressar a equação 
do lucro e de restrições.
lucro total diário = 150x + 100y
Restrições:
2x + y≤30 horas (horas de trabalho)
x + 4y≤40 horas (horas das máquinas)
x≤15 unidades (venda diária máxima)
O primeiro passo para resolver o problema é desenvolver o gráfico considerando 
todas as restrições apresentadas:
Figura 2.15 – Análise gráfica do problema.
Fonte: Elaborado pelo autor (2019).
O lucro máximo corresponde ao ponto marcado no gráfico. Nesse ponto, as 
coordenadas são 10 para o eixo x e 9 para o eixo y. Em posse desses valores, vamos 
aplicá-los na equação do lucro, obtendo o lucro máximo.
lucro máximo diário = 150·10+100·9
lucro máximo diário = 1500 + 900 = 2400
Portanto, o valor máximo que se poderá obter de lucro é R$ 2.400,00. Neste 
exemplo, pode-se observar como a programação linear contribui para a otimização da 
situação, buscando o melhor ponto ao se considerarem todas as restrições ao qual a 
empresa está sujeita.
y
x
40
40
30
10 Lucro Máximo
diário
Aplicação de Métodos Quantitativos na Contabilidade Gerencial | UNIDADE 2 55
SÍNTESE DA UNIDADE
Os métodos quantitativos possibilitam a análise de dados a partir de uma 
perspectiva racional e estatística. Na Contabilidade, especificamente, os métodos 
quantitativos tendem a facilitar a execução do planejamento estratégico, uma vez que sua 
atuação permite analisar os concorrentes, adiantar-se às mudanças do mercado e simular 
cenários. No que se refere aos tipos utilizados pela Contabilidade Gerencial, destacam-
se: Matrizes de Decisões; Teste de Hipóteses; Regressão Linear; e Programação Linear. 
Todas, vale ressaltar, são passíveis de desdobramentos teóricos e aplicações práticas.
O orçamento é um conjunto de medidas cujo propósito é a execução das metas 
e objetivos, implementados pela administração da empresa e seus respectivos gestores. 
Nesse contexto, diferentes tipos de planejamento são mencionados no rol bibliográfico 
da Contabilidade. Dentre os quais destacam-se: o operacional, o financeiro e o de capital. 
CONTABILIDADE

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