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APS CIencia Politica

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Rogério da Silva Souza RA 21806805 1º Semestre 	
RESUMO
1. Democracia e governo, o sistema político dos EUA, funcionários eleitos e instituições governamentais
A população americana de certa forma acredita em seu conceito de democracia, dividida entre Republicanos e Democratas. Analisando os graficos e dados do sistema político americano, mesmo com uma certa harmonia entre a maioria, a população acredita que o modelo poderia melhorar em algumas questões, mesmo havendo divergências entre as ideologias Republicanas e Democratas. Para isso devemos entender melhor cada modelo político existente no Estados Unidos da América, desde sua formação histórica.
Nos Estados Unidos, o sistema político possui bases republicanas democráticas e está organizado como uma Federação, isto é, os 50 estados da nação têm autonomia política, apesar de estarem sob o jugo de um poder central: a União. Esse sistema foi concebido nos anos que se seguiram à Independência das Treze Colônias, que deram origem ao país. Todas essas colônias já eram autônomas na época, em termos de organização social e econômica, apenas dependiam da Coroa inglesa. Com o processo de independência, o modelo republicano federativo foi o que mais se ajustou à realidade delas. O cargo político de maior estatura desse modelo é o presidente da República, que reúne em si as funções de chefe de Governo e chefe de Estado. 
Mas como o presidente é eleito? As eleições para presidente da República no EUA seguem um processo diferente do Brasil, em que os milhões de eleitores aptos (que são obrigados a votar) vão às urnas e votam diretamente no candidato de sua escolha. Ao contrário, nos EUA, o voto é indireto, e a eleição é dividida em duas fases: as prévias, ou primárias, e o Colégio Eleitoral. Inscrição dos candidatos e primárias
O processo da eleição presidencial nos EUA começa no primeiro semestre, quando os candidatos registram sua candidatura na Federal Election Commission (FEC) - “Comissão Federal de Eleição”. Os candidatos normalmente estão vinculados a um dos dois partidos que dominam a cena política nos EUA: o Partido Republicano, cujo símbolo é um elefante, e o Partido Democrata, que tem como símbolo o jumento.
Entendendo as características gerais dos Partidos Republicano e Democratas
O Partido Republicano possui um viés mais alinhado ao pensamento político conservador ou liberal conservador (liberal conservative, como é denominado em inglês). 
Nesse sentido, há por parte dos republicanos um apreço pelos princípios conservadores, como a defesa da propriedade privada, do porte de armas, do livre mercado e da livre concorrência. O Partido Republicano pode ser denominado de um partido de “direita”. Já o Partido Democrata possui um viés associado à tradição da “esquerda democrática”, que se diferencia da esquerda revolucionária, isto é, defende políticas sociais assistencialistas, a intervenção estatal na economia, leva em conta bandeiras de movimentos sociais, como a dos negros afro-americanos, dos movimentos LGBTG+, dos imigrantes latinos etc.
No entanto, essas características acentuadas nem sempre foi assim. No início de suas respectivas formações, os dois principais partidos dos EUA eram bastante diferentes.
Origem do Partido Republicano (Grand Old Party)
Sabemos que o modelo republicano foi adotado nos Estados Unidos logo após a Independência das Treze Colônias, em 1776. O Partido Federalista deu origem ao Partido Republicano, que reunia membros da sociedade do Norte do país, ligada ao trabalho livre assalariado, à pequena propriedade e à atividade industrial. Como diz o pesquisador Antônio Pedro Tota, em seu artigo “Origens do bipartidarismo. Uma tentativa de entender as eleições norte-americanas”:
Plataforma reformista, progressista, antiescravista e favorável a taxas que protegessem as indústrias e manufaturas. Durante a ausência dos democratas no Congresso (na Guerra Civil 1861-1865), o Partido Republicano implementou leis favoráveis aos negócios e aos agricultores do Norte: com altas tarifas, ferrovia transcontinental, assentamentos de agricultores no Oeste (homesteads). A vitória do Norte na Guerra Civil garantiu o domínio dos republicanos até 1913 (exceção feita a dois mandatos de Grover Cleveland, em 1885-1889 e 1893-1897). Em grande parte, graças à Guerra Civil, consolidou-se como um dos dois partidos que dominam o cenário político americano.” 
Origem do Partido Democrata (Democratic Party)
A origem do Partido Democrata, por sua vez, está no antigo Partido Republicano Jeffersoniano, que teve uma presença forte no Sul dos EUA, amalgamando-se ao sistema econômico agrário e escravocrata e ao modelo da grande propriedade privada. Como diz, novamente, Tota:
De Jefferson, o partido recebeu os fundamentos de um governo mínimo – opondo-se aos impostos que os Federalistas defendiam – e o apoio aos interesses agrários, em especial os do Sul. Nos anos 1830, o Partido Populista de Andrew Jackson (apoiado por pequenos agricultores) reforçou as fileiras do Partido Democrata, transformando-o. Com a Guerra Civil, o Partido Democrata, por ter incitado a secessão, ficou associado aos sulistas, ao racismo e ao reacionarismo. ” 
Mudança de perfil dos dois partidos
Entretanto, após a Guerra Civil Americana (1861-1865), que resultou dessas diferenças acentuadas entre Norte e Sul, os Estados Unidos passaram por transformações em todas as esferas, econômica (o sistema escravocrata sulista teve fim), social e política. Acompanhado essas transformações, os partidos também mudaram significativamente. Muitos membros do Partido Democrata (de linha mais conservadora) migraram para o Partido Republicano. O Partido Democrata passou a assumir uma linha mais progressista, já alinhada à esquerda política, sobretudo a partir dos anos 1920 e 1930. Essa tendência foi ampliada com a chegada de Franklin Delano Roosevelt à presidência em 1933. 
Entenda as diferenças dos sistemas de governo do Brasil e dos EUA
O Brasil e os Estados Unidos são duas Repúblicas Federativas Presidencialistas. Isso significa que ambos possuem 1 presidente eleito democraticamente. Contudo, as semelhanças entre eles não vão muito além disso.
A principal diferença é justamente em relação à escolha do chefe do Executivo Federal. No Brasil, há o 1º turno entre os concorrentes. O vencedor, caso alcance mais de 50% dos votos, é eleito. Com menos da metade dos votos válidos, a disputa segue para o 2º turno, com os 2 primeiros colocados.
Já em território norte-americano, há 2 grandes partidos: o Republicano e o Democrata. Ambos monopolizam a disputa. Os candidatos, primeiramente, se enfrentam dentro da própria legenda, no que chamam de eleições primárias –decidida dentro do comitê respectivo.
Os indicados de cada partido se enfrentam em voto popular. Porém, os votos não decidem o futuro presidente. Isso cabe ao Colégio Eleitoral, composto por voto popular. Cada Estado norte-americano tem no mínimo 3 delegados –como são chamados os integrantes do Colégio.
Para vencer a eleição e assumir a Casa Branca, o candidato precisa de 271 dos 538 votos dos delegados. Eles, por sua vez, costumam seguir o voto popular, mas isso não é uma regra. O atual mandatário, Donald Trump, por exemplo, teve menos votos que a democrata Hillary Clinton em 2016. Contudo, ganhou no Colégio Eleitoral.
No Legislativo, os países convergem em relação às duas Casas do Poder –a Câmara e o Senado. Nos EUA, os integrantes da Câmara Baixa são chamados de representantes. Há eleições de 2 em 2 anos, sempre em ano par. Uma junto da presidencial e outra no meio do mandato –as chamadas Mid-Terms.
Como no Brasil, o mandato tem 4 anos e número de membros varia de acordo com a população de cada Estado. Na Câmara dos Deputados, cada unidade da federação tem pelo menos 8 deputados federais. Já nos EUA, há 7 Estados com apenas 1 representante.
A Constituição americana, ratificada em 1788, estabelece que cada Estado com mais de 1 representante seja divido em Distritos. Assim, cada Distrito dos Estados Unidos tem 1 membro na Câmara.
O Senado, por outrolado, é mais semelhante ao Brasil. O número de senadores é o mesmo para cada Estado. No Brasil são 3, totalizando 27. Nos EUA são 2, somando 100 senadores.
Por último, o Poder Judiciário. Os 2 países possuem uma Suprema Corte, a instância maior da Justiça. A norte-americana é composta por 9 juízes. O STF (Supremo Tribunal Federal), no Brasil, tem 11 ministros. Assim como nos EUA, são indicados pelo Presidente, aprovados pelo Senado e tem cargo vitalício.
ESFERAS ESTADUAIS E MUNICIPAIS
As diferenças entre o sistema de governo do maior país de língua inglesa do mundo em comparação ao maior país lusófono evidenciam-se ainda mais nos governos locais. A principal causa dessa disparidade é que nos EUA as Constituições Estaduais são independentes da Federal.
No Poder Legislativo, a estrutura não é igual em todos os 50 Estados. Alguns possuem apenas uma Casa, como ocorre no Brasil, com as Assembleias Legislativas. Outros, como o Estado de Nova York, mantém Câmara e Senado.
Outro ponto que chama a atenção é no Executivo norte-americano. Na maioria dos Estados não há vice-governador, quem assume o cargo na ausência, morte ou impeachment do titular normalmente é o presidente do Legislativo.
O mesmo nas cidades dos Estados Unidos. A linha sucessória varia bastante para cada local. Em Nova York, por exemplo, quem tem o papel de “vice-prefeito” é o advogado-público –cargo eleito que não existe no Brasil. O advogado-público é quem recebe as demandas da população.
Para finalizar, o Poder Judiciário é provavelmente o mais diferente entre os países. Em Washington D.C., a Suprema Corte recebe muito menos processos que o STF. Isso porque o trâmite é diferente. A quantidade de instâncias e recursos no Brasil favorece a grande quantidade de casos em espera no país.
Por possuírem Constituições próprias e independentes, muitos processos estaduais sequer chegam à Corte Suprema norte-americana. Na terra dos yankees, pesa ainda a inexistência das Justiças Eleitoral e do Trabalho.
Eis as estruturas de governo do Brasil e dos Estados Unidos, respectivamente:

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