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PARECER JURÍDICO nº 0001 Ao. Sr. Pedro Cardoso Nóbrega. Ementa: DIREITO DO CONSUMIDOR. RELAÇÃO DE CONSUMO. FORNECEDOR. CONSUMIDOR. PRODUTO. GARANTIA LEGAL. VÍCIO REDIBITÓRIO. Relatório: Trata-se de consulta pela qual o consulente questionou se o fato de adquirir um produto usado pode obstar garantia por vícios e defeitos de produtos, bem como qual o direito aplicável. Fundamentação: O Código de Defesa do Consumidor estabelece o conceito de produto, para fins de relação de consumo determinando em seu Art. 3º, § 1º que produto é qualquer bem, móvel ou imóvel, material ou imaterial, nada dispondo sobre o fato de um produto ser novo ou usado. Cláudia Lima Marques define produto como “qualquer bem, consumível fisicamente ou não, móvel ou imóvel, novo ou usado, material ou imaterial, fungível ou infungível, principal ou acessório”. Nesse sentido não merece prosperar a alegação, por parte da empresa revendedora, de que não dará qualquer garantia, pois o veículo adquirido pelo, ora aqui, consulente é fruto de repasse, sendo usado. É claramente perceptível a existência de uma relação de consumo, devendo a garantia legal do Código de Defesa do Consumidor prevalecer. O referido diploma estabelece 90 dias para reclamar de vícios aparentes ou de fácil constatação em produtos duráveis, o que se aplica perfeitamente ao caso do consulente, já que o caminhão é bem durável. Assim, sendo o fato de o produto ser usado e fruto de repasse nada interfere na relação de consumo e todos os direitos dela decorrentes para o consumidor, vulnerável neste tipo de relação. Conclusão: Diante do exposto, respondendo a consulta formulada, tem-se argumentos favoráveis ao consulente haja vista que este está protegido pelas normas atinentes a relação de consumo e que o fato de ter adquirido um produto usado e por meio de repasse não descaracteriza a relação de consumo nem as garantias dela decorrente, de modo que a fornecedora deve reparar o defeito do automóvel adquirido pelo consulente, em razão da norma constante do CDC, cogente, de ordem pública e inderrogável pela vontade de uma ou ambas as partes. É o parecer Fortaleza/CE, 19 de junho de 2020 Raissa de Almeida Gusmão Pinto OAB/CE nº XXX.
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