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Slides de Aula Unidade I

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Profa. Dra. Neusa Meirelles
UNIDADE I
Estudos Disciplinares
Poder e Política no Espaço Virtual:
Discursividade e Convencimento
 Os estudos disciplinares visam reforçar conteúdos trabalhados nas disciplinas do curso, 
no caso atual pretende-se discutir exercício de poder no espaço virtual, considerando suas 
peculiaridades e, para tanto, o conteúdo compreende duas unidades, a saber:
 Unidade I: Discussão conceitual, exame do exercício de poder e influência em relação 
à construção do sujeito e subjetividade.
 Unidade II: O foco será dirigido para modalidades de discurso, construção, mecanismos 
e recursos de convencimento.
Estudos Disciplinares: objetivos
 Poder é sobretudo uma prática social, cultural, portanto, histórica. Nesse sentido, sempre 
que se pensa em poder está implícita a ideia de seu exercício, portanto, a ideia de uma 
relação social ou relacionamento social entre indivíduos, entre estado e sociedade, mas 
sempre com uma peculiaridade fundamental: exerce poder sobre o Outro quem toma 
decisão sobre ele, apesar de sua resistência. É fácil perceber que a decisão exercida sobre 
o Outro implica em legitimidade institucional, por exemplo, do governo, e nas relações 
sociais, em aceitação, obediência, ou o contrário, na insubordinação, liberação.
Esclarecendo conceitos: o que é poder? 
 Sim, quem exerce poder, decide sobre o Outro, mas nem sempre essa decisão implica 
em cerceamento da liberdade, subserviência ou subjetivação, visto que a cultura estabelece 
padrões para os relacionamentos, os quais implicam vínculos jurídicos legais, de legitimidade 
ou de simples legalidade, implicam em afetos, em componentes psicológicos etc., 
especialmente nos âmbitos familiar, religioso, político, de governo, comercial etc.
A decisão sobre o Outro
 Na vida social, o exercício de poder observa padrões e valores que norteiam a ação, tanto do 
ponto de vista ético, quanto moral e estético. Todavia, esses valores e padrões, porque são 
culturais, são históricos, portanto, mudanças fundamentais na sociedade refletem-se no nível 
dos padrões e práticas aceitáveis de exercício de poder. Mudanças na esfera econômica 
contaminam as demais esferas da vida social e, portanto, alteram radicalmente o exercício 
de poder.
Poder e sociedade: vida social, econômica, religiosa
 Na passagem do feudalismo para o capitalismo mercantil, os poderes dos senhores feudais 
sofreram várias limitações, e no mesmo processo também foram sendo alterados os poderes 
dos reis (instituição dos parlamentos) além da elaboração de direitos do cidadão. No 
capitalismo industrial, pós-revoluções francesa, americana e libertação colonial, novos 
direitos apareceram, inclusive direitos de manifestação, de reunião, etc.
 Desses movimentos surgiram os direitos trabalhistas, férias, etc. Na economia 
contemporânea (modernidade pós-industrial), aqueles direitos e as práticas de exercício de 
poder a eles relacionadas deixaram de ser coerentes com a lógica da economia. Aos poucos 
surgiram as novas práticas e situações decorrentes das peculiaridades da economia atual.
Mudanças na economia, na vida social nas práticas de poder
 Os recursos tecnológicos de comunicação possibilitaram substituir parcela significativa do 
trabalho humano e nesse processo outras formas de exercício de poder foram emergindo, 
tais como: a expertise com dispositivos e recursos de comunicação virtual, os quais 
respondem, desde os processos de produção econômica, aos processos de circulação 
dos produtos, divulgação e avaliação financeira. Nos dias atuais o capitalismo se tornou 
informacional, em escala planetária, ou seja, globalizado. Na verdade, todo o sistema 
capitalista passou a observar uma lógica administrativa peculiar, destinada às condições 
de operação, e nessas condições há predominância do financeiro sobre o produtivo, 
e a acumulação do capital passou a operar com taxas flexíveis. 
Modernidade pós-industrial e o exercício de poder
 Na vida social, as práticas de poder são regidas por códigos históricos culturais; mas, 
e quando a própria realidade social é de outra natureza? O espaço virtual é uma dada 
realidade, tem uma dada empiricidade, embora seja de outra natureza: será que nele a 
dinâmica de poder da vida social também vale? Será que ao sair do Facebook a postagem 
desaparece? Será que as opiniões emitidas no espaço virtual, nas redes sociais, são 
incorporadas às imagens das pessoas? Será ainda que essas opiniões serão observadas, 
seguidas e compartilhadas por outras pessoas? Todas essas questões recebem respostas 
afirmativas, mas é preciso analisar melhor o que se entende por espaço de exercício de 
poder para considerar, a seguir, as implicações decorrentes do fato de ele ser virtual.
Os espaços de exercício do poder: o social e o virtual
 O espaço de exercício de poder não é necessariamente um território (físico) mas sim um 
campo de relações sociais, as quais podem ser socialmente aprovadas ou não, mas que 
constituem uma rede de interações sociais, de vinculação entre pessoas, de tal sorte que, 
em níveis distintos, essas pessoas podem decidir umas sobre as outras. Essa rede de 
relações tem uma composição bastante diversificada, abrangendo relações profissionais, 
de amizade, amor, sexo e companheirismo, relações políticas, de interesse, medo e receio, 
cumplicidade, de ameaça, chantagem, etc. O campo político brasileiro oferece inúmeros 
exemplos, assim como o campo religioso (a ideia de pecado, de excomunhão, as ameaças).
Espaço social de exercício de poder
 Trata-se de um modo sutil de exercer poder (e decisão) sobre o outro: quem exerce 
influência induz o comportamento do outro, consegue adeptos sem ameaça, convence, mas 
sem ser explícito em seus objetivos. Para exercer influência é preciso que essa pessoa 
(instituição, grupo, ou facção) seja reconhecida como legítima portadora de uma verdade, 
de um saber (que pode ser até sobre moda) de boas intenções e propósitos. Enfim, exerce 
influência aquele que convence o outro de sua razão e saber. O exercício de poder político 
em uma eleição é, sobretudo, exercício de influência (claro que outras práticas podem existir, 
mas são fraudulentas).
Espaço social de exercício de poder, a influência
 Pelo que foi apontado, exercício de poder é a possibilidade de decidir pelo outro ou induzir 
sua decisão, sendo essa segunda faceta o exercício da influência. As formas autoritárias de 
exercício de poder e influência incluem constrangimento, submissão, ameaça (medo), até 
chegar à aplicação da força física. Pode-se concluir, do que foi visto, que as relações de 
poder e influência ocorrem no campo das relações simbólicas, sobretudo no campo das 
linguagens (discursiva, impressa, imagética, sonora e digital).
Espaço social de exercício de poder e influência (continuação)
 O conceito de virtual (virtualidade) é antigo na filosofia, Aristóteles o caracterizou, 
distinguindo seus aspectos ou sentidos distintos, sempre remetendo a um estado de 
potência, de potencialidade, mais precisamente, algo que é possível, mas que ainda não 
aconteceu; nessa acepção, virtual distingue-se de real exatamente por ser potencial. Mas 
então, como pensar no exercício de poder em um espaço virtual? É um poder que ainda não 
aconteceu, não existe? Não! Para Pierre Lévy “é virtual toda entidade desterritorializada, 
capaz de gerar diversas manifestações concretas em diferentes momentos e locais 
determinados, sem, contudo, estar ela mesma presa a um lugar ou tempo em particular” 
(LÉVY, 2003, p. 47). 
Exercício de poder no espaço virtual, conceituando
 No sentido colocado por Lévy, o exercício de poder no espaço virtual não tem manifestação 
física, material: é sempre por mediação simbólica. Portanto, é pela linguagem, em qualquer 
modalidade de discurso, que o poder e influência são exercidos no espaço virtual. Desse 
modo, o digital, como expressão simbólica, como uma linguagem,uma mediação, constitui 
recurso para exercício de poder e da influência, visto que ambos se tornam evidentes pelo 
comportamento do outro em conformidade com o esperado; contudo, o espaço digital não é 
o poder, mas um recurso, assim como virtual é o meio, o ambiente. Então, o que é o poder 
nesse caso ou, melhor ainda: onde ele está?
Poder, espaço virtual e digital 
Quem exerce poder decide sobre o outro, mas como saber se o poder de alguém foi exercido 
quando a relação se deu no espaço virtual? Aponte a alternativa correta.
a) Porque as normas devem ser obedecidas.
b) Porque já diz o povo: “manda quem pode, obedece quem tem juízo”.
c) Pela manifestação do comportamento do outro (anuência, atendimento).
d) Na verdade, nunca se sabe nem é possível saber.
e) Somente é possível saber nas eleições e pelo resultado das urnas.
Interatividade
Quem exerce poder decide sobre o outro, mas como saber se o poder de alguém foi exercido 
quando a relação se deu no espaço virtual? Aponte a alternativa correta.
a) Porque as normas devem ser obedecidas.
b) Porque já diz o povo: “manda quem pode, obedece quem tem juízo”.
c) Pela manifestação do comportamento do outro (anuência, atendimento).
d) Na verdade, nunca se sabe nem é possível saber.
e) Somente é possível saber nas eleições e pelo resultado das urnas.
Resposta
 O exercício do poder se dá pela posse dos recursos em operação naquele meio ou 
ambiente. Isso significa que exerce poder quem controla... o quê? Acesso ao meio, 
o recurso e, mais importante: o conteúdo divulgado, uma vez que poder nesse caso é 
sempre o exercício da cadeia de mediações simbólicas. Nesses termos, as questões 
colocadas aproximaram o exercício de poder no espaço virtual ao exercício de poder no 
espaço social, ou seja, para fora do virtual, visto que o controle (meio para decisão) está na 
posse de conjunto de empresas. 
Poder, espaço virtual e digital
 Contudo, é importante saber que as opiniões e imagens que circulam no espaço virtual 
passam a fazer parte da imagem de quem as postou, além de eventuais opiniões angariarem 
adeptos, “curtidores” ou “seguidores”. Quem postou essas opiniões não está exercendo 
poder diretamente sobre os seguidores: são aquelas ideias que exercem um tipo especial de 
poder: elas convencem, racionalmente ou não, por isso a pessoa que as postou começa a 
exercer um poder de influência pela comunicação. Na verdade, essa é a raiz da política.
Espaço virtual e exercício de poder
 Política consiste no processo de uma prática social (coletiva) ou de grupos, ou ainda 
individual, que se dirige para a proposição e implantação de um projeto social coletivo ou, ao 
contrário, representa a oposição a um outro projeto político. Nesse sentido, a política é 
sempre uma antecipação para futuro, logo, toda política implica em práxis (ação no presente 
visando projeto de futuro), em uma intervenção na realidade, visando alterá-la segundo 
objetivos definidos. Enfim, toda política implica no exercício de poder, e consequentemente 
na antecipação da tomada de decisão sobre o outro...
O que é política?
 É possível conceituar diferenças políticas considerando campo de ação (política de 
exportação, econômica, urbana, etc.) assim como é possível pensar em políticas públicas, 
relacionadas à concepção de Estado e ao âmbito da ação governamental, como: política de 
educação, política de saúde, saneamento básico, etc. Algumas políticas, na esfera pública, 
visam antecipar problemas e implicam o exercício de poder do estado sobre a vida dos 
cidadãos, sobre seu corpo, trata-se do exercício de um tipo de poder denominado biopoder
(vacinação, antitabagista, controle alimentar, farmácia popular, etc.) 
Diversidade de políticas
 No espaço virtual é possível articular distintos discursos (texto, imagem, som e movimento) 
na comunicação de um dado conteúdo. Além dessa articulação, os atuais recursos do 
sistema tecnológico de comunicação permitem a interatividade, ou seja, aquela informação 
recebe resposta imediata, não importando tempo nem distância que separem os 
interlocutores. Também não importa o número de interlocutores, se todos estão em uma só 
rede. Assim é possível estudar, namorar, comprar e vender, navegando pelo espaço virtual. 
Esse processo de mudança tecnológica e cultural correspondeu à transformação do 
capitalismo industrial no modelo atual de capitalismo informacional (CASTELLS, 1999).
Espaço virtual e capitalismo informacional 
 No espaço virtual circula parcela significativa do processo de condução da política nos 
estados contemporâneos: as políticas públicas e a política econômica são campos em 
destaque nos noticiários, redes sociais, blogs, etc. O espaço virtual também recebe certas 
informações consideradas sigilosas, causando repercussão internacional. Enfim, nos dias 
atuais o espaço virtual está em paralelo, ou melhor, articulado ao espaço social, por ambos 
circulam informações públicas e privadas, e em certas situações, informações confidenciais 
deixam de ser reservadas. São essas condições que se refletem no padrão flexível da 
sociabilidade contemporânea.
Capitalismo informacional e política no espaço virtual
 O padrão de sociabilidade foi afetado pela alteração das referências de tempo (a rapidez 
do online) e de espaço (virtual e social), provocando flexibilidade nos valores e padrões de 
comportamento: a vida social se tornou mais fugidia, desenraizada de uma ordem social 
constituída com valores que se formaram antes até do século XX, especialmente na esfera 
da individualidade: heterossexualidade passou a ser simplesmente um modelo de 
sexualidade entre todos os existentes, os papéis sociais femininos deixaram de ser 
associados apenas à família, e mesmo o modelo de família deixou de ser androcêntrico.
Os recursos de comunicação e a sociabilidade contemporânea
 Sociabilidade diz respeito às práticas de convívio social adotadas em uma dada sociedade, 
em um dado momento da história; os padrões e normas de sociabilidade são culturais, 
tendem a ser preservados. Contudo, no mundo contemporâneo (pós-moderno), as práticas 
de sociabilidade tendem a ser alteradas rapidamente por efeito das próprias condições da 
vida social: tudo é rápido, superficial, supostamente instável. Ao modelo de sociabilidade 
coerente com a incerteza e a ansiedade que caracterizam as atuais condições de vida, 
Zygmunt Bauman qualificou pela metáfora líquida para expressar a instabilidade da vida 
contemporânea e, portanto, da sociabilidade. (BAUMAN, 2007)
Sociabilidade e vida líquida
 Embora a instabilidade da vida social, permanece a busca incessante pela estabilidade, 
pela segurança, mas a vida exige enfrentar medos e situações de ambivalência, então, 
como proceder? Diz Bauman (2011, p.10): 
“Enfrentar a escolha entre bem e mal significa encontrar-se em situação de ambivalência” , 
mas essa situação não se apresenta clara, portanto, a escolha implica em “atuar baseado 
na responsabilidade”. Todavia, essa responsabilidade não se coloca nos dias atuais, mesmo 
porque, conclui Bauman, “a vida moral é um percurso de incerteza contínua”. As religiões, ao 
instalarem a ideia de pecado, amenizaram a ambivalência, mas a noção de pecado não se 
manteve na modernidade...
Sociabilidade contemporânea e a moralidade 
 A legislação veio substituir o sentido do regramento religioso pelo corpo de regras éticas que 
possibilitassem antecipar o desvio de comportamento, estabelecendo racionalmente um 
rumo correto para a ação. Afastava-se o pecado, criava-se a possibilidade de um mundo 
sem ambivalência moral. Todavia, ainda segundo Bauman (op. cit. p.52) essa tentativa não 
passava de “arrogância e autoconfiança”, muito embora a modernidade, na medida em que 
legislou sobre a moralidade, foi a era da ética. Nos dias atuais a situação éainda mais grave: 
questiona-se o legislar sobre princípios, mas “A nossa é a impensável perspectiva de uma 
sociedade sem moralidade” (BAUMAN, op. cit. p.56) 
Sociabilidade contemporânea, moralidade e ética
 A responsabilidade moral decorre da capacidade de se sentir (se reconhecer) responsável 
pelo outro. É esse vínculo emocional que vai constituir a figura do “ser para”, distinto do 
“estar com”, por meio de três realizações: a) saída do estado de indiferença e de 
coisificação; b) tira o outro do mundo da finitude e o coloca no campo da autodeterminação, 
do questionamento e inconclusividade; c) coloca o outro no mundo sem regras universais, ou 
pelo menos das regras que são protegidas pelo sentimento. (BAUMAN, op. cit. p. 90)
Sociabilidade contemporânea e a reponsabilidade moral
 Quem é o outro, como posso me reconhecer nele? Por estabelecer uma relação entre o 
sujeito (eu, nós, a gente) e um outro (ele, alguém, vocês, todo mundo) essa relação pode ser 
de diferença e/ou identificação, tendo por referência sujeitos individuais e/ou coletivos. Essa 
é a relação de alteridade. A indagação é dirigida para o outro (que não é o sujeito), mas essa 
indagação só pode ser respondida ou explorada na medida em que ela parta do 
reconhecimento da distinção, similitude e diferença entre o sujeito (que interroga) o objeto 
da observação (o outro). Essa relação é que permite estabelecer cumplicidade 
e estranhamento.
Sociabilidade contemporânea, alteridade, cumplicidade e estranheza
 Na modernidade, o reconhecimento dos direitos civis, humanos, sociais e políticos implicou 
na admissão de alteridade, de fato, um vínculo entre desconhecidos fundamentado na 
crença de similitudes ou experiências partilhadas. Essa modalidade de experiência resultou 
do fortalecimento de um sentido de identidade (quem sou eu, quem são os “meus”, a nossa 
história); há nessa colocação um sentido de estabilidade, de duração. Todavia, a 
sociabilidade, nas condições atuais, não pressupõe estabilidade, mas a fluidez, 
o “por enquanto”.
Sociabilidade contemporânea, alteridade e identidade
No mundo atual parece que todas as relações sociais são superficiais, fugidias, flexíveis. 
Nessas condições, ainda existe algum sentido em se falar de identidade étnica, por exemplo? 
Escolha a alternativa correta.
a) Não, porque nada é durável ou fixado, assim também a identidade étnica.
b) Sim, identidade étnica é importante, mas para os afrodescendentes e indígenas.
c) Não é importante o grupo racial ou étnico a que você pertence numa democracia.
d) Sim, é importante pelo sentido de pertencimento, de identificação, reconhecer-se em uma 
identidade faz parte da construção do sujeito.
e) Sim, é importante porque em um país como o Brasil toda 
pessoa nascida fora de São Paulo “vira baiano”. 
Interatividade
No mundo atual parece que todas as relações sociais são superficiais, fugidias, flexíveis. 
Nessas condições, ainda existe algum sentido em se falar de identidade étnica, por exemplo? 
Escolha a alternativa correta.
a) Não, porque nada é durável ou fixado, assim também a identidade étnica.
b) Sim, identidade étnica é importante, mas para os afrodescendentes e indígenas.
c) Não é importante o grupo racial ou étnico a que você pertence numa democracia.
d) Sim, é importante pelo sentido de pertencimento, de identificação, reconhecer-se em uma 
identidade faz parte da construção do sujeito.
e) Sim, é importante porque em um país como o Brasil toda 
pessoa nascida fora de São Paulo “vira baiano”. 
Resposta
 Os relacionamentos entre indivíduos, os vínculos de trabalho, residenciais, não são 
construídos para a permanência, mas para poder ser rompidos com um mínimo de 
sofrimento: os namorados não são enamorados, estão “ficando”. Anthony Giddens denomina 
“relacionamento puro” a essa modalidade de relação travada entre pessoas antevendo 
benefícios individuais, de modo que cada um pode “sair da relação”, caso deixe de ser 
interessante. Não que o romantismo tenha deixado de existir: o dia dos namorados é 
sucesso de vendas, os casamentos são espetáculos, mas os contratos pré-nupciais se 
tornaram rotineiros.
Sociabilidade contemporânea, relacionamentos fugazes
 De fato, os relacionamentos, as carreiras profissionais, a vida enfim, se transformou em uma 
sucessão de episódios, em fragmentos de tempo. Para Bauman, a personagem do 
“andarilho” (apontado por Baudelaire e Walter Benjamim) aquela personagem que observa a 
vida urbana em fragmentos, “como quem vai a um teatro; encontrar-se com estranhos e ser 
um estranho para eles” diz Bauman (op. cit. p.126): na verdade esse andarilho observa, vê 
a paisagem humana se desenrolar aos seus olhos, e nela estava “como se” participasse. 
Assim, no entendimento de Bauman o andarilho rompeu com a distinção entre aparência 
e realidade: ele “via” a vida, estando nas situações, sem pertencer a elas.
Sociabilidade contemporânea, fragmentação da vida, o andarilho 
 No mundo da ordem moderna, o vagabundo era o perigo da des-ordem, mas, de fato, era a 
contraordem: um esforço legislativo foi encetado para submeter esse personagem “perigoso” 
“aos rigores da lei” (como se dizia no Brasil). Nesse país, o “vagabundo” foi a figura do ex-
escravo, morador dos centros urbanos, mas não habilitado para ocupar melhores empregos, 
concorrendo com as levas de imigrantes e de migrantes qualificados. Essa figura foi o 
“malandro” carioca, sambista, músico, morador no Estácio, supostamente não trabalhava 
(ser compositor não era trabalho), mas na verdade, entre os representantes da “classe”, 
havia soldados, marceneiros, artesãos. Todavia, o malandro, mulato, capoeirista, músico, 
representava a vadiagem, objeto da legislação específica. Nomes? Ismael Silva, Geraldo 
Pereira, Cartola, Nelson Cavaquinho, e até mesmo, por engano, Pixinguinha!
Sociabilidade contemporânea, o vagabundo (malandro)
 Ele está em movimento, busca experiências novas, usufruir de espaços, cenários, imagens, 
perfumes, iguarias e situações que não lhe pertencem, são permitidas a ele, mas com certa 
reserva: ele vai usufruir do que lhe foi especialmente preparado, dos lugares que o recebem 
bem, e onde ele pode exercer o jogo da “descoberta”, da experiência de “perigo”. O risco 
dessa vivência do turista é fazer turismo na própria vida. Segundo Bauman, “seu slogan
favorito é ‘preciso mais espaço’. E espaço é a última coisa que alguém procuraria em casa”. 
(BAUMAN, op. cit. p.134)
Sociabilidade contemporânea, o turista
“A vida é um jogo” dizem por aí, mas na verdade, jogar é um modelo de ação coerente com as 
práticas sociais contemporâneas: jogos estratégicos constituem disciplina de vários cursos 
superiores, e “jogo de sedução” é expressão frequente nos relatos de casos amorosos. Mas o 
que é um jogo? De início, cada primeira partida de um jogo parte do zero, como se nada 
houvesse antes, nem mesmo a experiência anterior de jogadores, assim também cada partida 
tem um término. Os jogadores e adversários devem ter certeza “de que aquilo é apenas um 
jogo”, não é a vida (embora a vida pessoal possa estar deveras comprometida com o jogo). 
 Bauman afirma que “A marca da idade adulta pós-moderna é a vontade de abraçar o jogo de 
todo coração, como fazem as crianças” (BAUMAN, op. cit. p. 136)
Sociabilidade contemporânea, o jogador
 Foram apontadas quatro estratégias pós-modernas emergentes das condições sociais 
instauradas na pós-modernidade: andarilho, vadio ou vagabundo, turista e jogador. Bauman
as toma articuladas, tornando as relações sociais fragmentárias, favorecem a fluidez e 
superficialidade das relações, portanto, o outro, nessas condições, permanece distanciado, 
“como se fora objeto de avaliação estética, não moral”, dessa forma, diminuindo o sentido de 
responsabilidade. Elas são estratégias individualistas.
Sociabilidade contemporânea, concluindo
 Se as estratégias conduzem, em linhas gerais, ao individualismo,então elas dificultam 
assumir responsabilidade pelo outro e, consequentemente, limitam o engajamento nas lutas 
por melhores condições de vida. Mas essas posturas não seriam contraditórias com a ênfase 
nas relações interpessoais que caracterizam os relacionamentos contemporâneos? Segundo 
Bauman, absolutamente não, porque os relacionamentos contemporâneos são “periféricos”, 
flexíveis, não são duradouros e nem estáveis: são o “por enquanto” antes comentado.
Efeitos e contradições
 É no âmbito do poder que se formam o sujeito, o indivíduo, a individualidade. Como? 
O Sujeito, sujeito de si, se define e se constrói pela transgressão, ou seja, ao decidir por si, 
ainda que seja para acatar uma decisão do outro. É evidente que na vida social é mandatório 
acatar a decisão daqueles que estão investidos de poder legal e legítimo, mesmo que não se 
aceite. Fora esse caso, é importante que a decisão do outro seja acatada, mas não por 
simples obediência ou medo, mas porque os argumentos que a fundamentam foram 
reconhecidos como válidos ou verdadeiros, então aquela decisão passou de ser 
simplesmente acatada para ser compartilhada. 
Sociabilidade contemporânea e a construção do Sujeito 
 Para Foucault, a construção do sujeito se faz na relação com os outros, em processos de 
assujeitamento e transgressão, por meio de linguagens e práticas, mas o campo em que se 
instala a transgressão como expressão do Sujeito e de sua sexualidade é um campo ético 
por excelência: uma ética do Sujeito e de sua constituição, na relação consigo mesmo, com 
os outros e com a verdade. Enfim, “o sujeito se constitui através das práticas de sujeição ou, 
de maneira mais autônoma, através de práticas de liberação, de liberdade [...] a partir, 
obviamente, de um certo número de regras, de estilos, de convenções que podemos 
encontrar no meio cultural” (FOUCAULT, 2004, p. 291). 
 Nesse campo, ou mais precisamente, na constituição dessa ética fermenta a transgressão.
Construção do Sujeito e transgressão
 Segundo Foucault, a relação entre transgressão e o limite não é a de ultrapassagem de 
fronteiras, mas é antes uma relação em espiral que “leva o limite até o limite do seu ser; 
ela o conduz a atentar para sua desaparição iminente, a se reencontrar naquilo que ela 
exclui (mais exatamente a se reconhecer aí pela primeira vez) a sentir sua verdade positiva 
no movimento de sua perda”. (FOUCAULT, 2001, p. 32-33). 
Transgressão e limite 
 Diz Foucault: “a sexualidade em nossa cultura só é decisiva se falada e à medida que é 
falada” (FOUCAULT, 2001, p. 45), mas esse discurso da sexualidade, do desejo e 
transgressão, enfim o discurso do ser e de seus limites, é elaborado a partir do masculino; o 
que o torna impotente para abranger em si mesmo seu “outro lado” (não sua contradição) o 
feminino, que se expõe “se mostrando”, agindo, mais que falando.
Sujeito e sua sexualidade
 Situada no limite do campo que lhe foi atribuído no assujeitamento, a mulher experimenta a 
solidão de si, seu desejo é pulsão que lhe move para ultrapassar a linha de fronteira entre o 
ser-sujeito-para-o-outro e o ser-sujeito-de-si. Nesse movimento de transgressão constrói-se 
como sujeito (Foucault). O movimento é desencadeado pelo seu desejo, não como força 
feminina específica, mas como pulsão humana, exercida por mulheres na ordem social 
masculina (androcêntrica), o que determina configurações peculiares ao movimento. 
 Todavia, é importante o reexame dos discursos que tomam a 
mulher na condição de objeto de um saber de estruturação 
do sujeito masculino; mas esses discursos se formam do 
exterior do feminino. E ainda por serem masculinos, e para 
uma ordem social masculina, esses discursos não dão conta 
da condição fundamental de seu próprio objeto: a mulher.
Sujeito e sua sexualidade, a mulher
 A teorização do sujeito, como o próprio Foucault reconhece, recebeu de Lacan uma 
contribuição fundamental, uma vez que com ele (Lacan): “Nós descobrimos que era preciso 
procurar libertar tudo o que se esconde por trás do uso aparentemente simples do pronome 
“je” (eu). O sujeito: uma coisa complexa, frágil, de que é tão difícil falar, e sem a qual não 
podemos falar” (FOUCAULT, 1999, p. 298).
Teorização do Sujeito
A construção do sujeito é um processo complexo, mas uma pessoa pode se construir como 
sujeito se, na relação de poder, ela não está como sujeito, mas ocupa o lugar do outro?
a) Sim, a construção do sujeito pressupõe resistência, assujeitamento, subjetivação 
e transgressão à decisão do outro.
b) Se a pessoa está na posição de outro, ficará nessa posição enquanto persistir a relação.
c) A construção de sujeito não é aplicável à mulher, quanto ao homem, ele é sempre sujeito.
d) Em princípio não, mas depende da capacidade de “virar o jogo”.
e) Na verdade são duas posições teóricas, mas a mobilidade social existe.
Interatividade
A construção do sujeito é um processo complexo, mas uma pessoa pode se construir como 
sujeito se, na relação de poder, ela não está como sujeito, mas ocupa o lugar do outro?
a) Sim, a construção do sujeito pressupõe resistência, assujeitamento, subjetivação 
e transgressão à decisão do outro.
b) Se a pessoa está na posição de outro, ficará nessa posição enquanto persistir a relação.
c) A construção de sujeito não é aplicável à mulher, quanto ao homem, ele é sempre sujeito.
d) Em princípio não, mas depende da capacidade de “virar o jogo”.
e) Na verdade são duas posições teóricas, mas a mobilidade social existe.
Resposta
 Desde o início do século XXI, a internet, e nela, as redes sociais passaram a ocupar lugar 
decisivo na vida social, desse modo, também nas vidas dos sujeitos. Pesquisas nas áreas 
de humanas foram elaboradas visando esclarecer se a participação dos usuários nas redes 
sociais se refletiu, de algum modo, na própria subjetividade. Em levantamento da produção 
acadêmica sobre o tema, Rosa e Santos (2014) apontam que, segundo Fortin e Araújo 
(2013), “os usuários vivenciam os dispositivos da internet como um canal libertador e sentem 
necessidade de navegar, de se comunicar e também de utilizar esses dispositivos com 
fins sexuais”.
 “Mocellin (2007) [...] percebeu que os usuários de redes sociais 
também se interessam em procurar, em recuperar o passado, 
buscando encontrar amigos e grupos de muito tempo.” 
Conforme sugeriu Giddens (2002).
Subjetividade e espaço virtual
 Ainda com base na pesquisa, Rosa e Santos (2014) apontam a tendência identificada por 
Recuero (2008) de os usuários constituírem grupos participativos por afinidades, como 
recurso adicional na construção de identidade, propiciando o compartilhamento de ideias e 
de vivências, elementos na construção da identidade social, conforme Castells (1999b). 
“Neste caso, destaca-se o crescente engajamento em manifestações e em movimentos 
sociais que reivindicam melhoras na vida coletiva. O ativismo em prol de causas pessoais 
e sociais passou a ser objeto de pesquisas e motivação a reivindicações coletivas em 
diferentes países na atualidade (MACHADO, 2007)”.
Subjetividade e espaço virtual
 Conforme Rosa e Santos (2014), para “Paiva (2012), estabelece-se, nas redes, uma cultura 
da convergência na qual a individualidade e o narcisismo encontram uma ecologia 
comunicacional irrigada pela cooperação e pelo compartilhamento”; assim, apesar do 
narcisismo individualista, a subjetividade é afetada pela dimensão comunitária. Então, 
concluem os autores: “podemos inferir que a participação em redes redimensiona a produção 
intersubjetiva devido ao fato de que o usuário pode interagir com muitas pessoas ao mesmo 
tempo. Assim, a profusão de pessoas interagindo simultaneamente é uma novidade em 
relação aos tempos precursores, nos quais não prescindíamos da presença física imediata”.
Subjetividade no espaço virtual reforça postura individualista narcisista 
ou a solidária?
 Gobbi (2010) citada por Rosa e Santos (2014),comenta que “as relações interpessoais 
adquirem maiores proporções em comunidades virtuais, nas quais a confiança e a 
colaboração permeiam as interações e permitem a sobrevivência de inúmeros grupos em 
rede [...] que surgem como fator de união que provê meios para inserção social e 
participação na vida pública, e que tendem a favorecer a busca por soluções que tragam 
benefícios para todos”. Embora haja esse aspecto, não se deve esquecer de que essa 
mesma sociabilidade virtual pode ser a origem de outras manifestações de violência, 
inclusive contra direitos humanos, posturas racistas etc.
Subjetividade no espaço virtual, sociabilidade virtual?
 Conforme aponta Rosa e Santos (2014), “segundo Rodeghiero (2012), cyberbullying é um 
tipo de violência que dissemina o preconceito em tom de deboche ou de humor sarcástico, 
provocado pela propagação de um discurso violento de legitimação das relações de poder e 
de domínio, e que pode causar sentimentos de raiva, de vergonha, de tristeza e de medo 
às vítimas. Sendo assim, esse suposto senso de grupo ou de comunidade pode vir a ser 
acometido pelo seu par oposto, o senso de exclusão e de discriminação”. De fato, são 
comuns as denúncias sobre essa modalidade de comportamento, para isso, os usuários 
costumam empregar pseudônimos para garantir a impunidade.
Subjetividade, espaço virtual e violência
 O questionamento de Baudrillard, conforme aponta Lopes, (BAUDRILLARD, 2001, p. 41, 
apud LOPES, 2005), é dirigido à realidade: como se o sociólogo francês, admitindo a 
realidade virtual como realidade, ainda assim questionasse: “mas o que é a realidade, ela 
existe? E, coerente, Baudrillard responderia: “não”. E explicando: “Do meu ponto de vista, 
como já disse, fazer acontecer um mundo real é já produzi-lo, e o real jamais foi outra coisa 
senão uma forma de simulação. Podemos, certamente, pretender que exista um efeito de 
real, um efeito de verdade, um efeito de objetividade, mas o real, em si, não existe”. 
 Em consequência, a construção de uma subjetividade no espaço virtual seria uma 
“produção” teatralizada, um simulacro.
Subjetividade, espaço virtual e simulação (Baudrillard)
 Segundo os autores Rosa e Santos (2014), a posição de Baudrillard é compartilhada por 
Sodré (2002/2013, p. 158): esse autor aponta “a existência de uma apropriação midiática que 
ele intitulou tecnonarcisismo, entendido como uma dissolução do narcisismo no espelho e 
cujo ordenamento é considerado artificial e vetorizado pelo universalismo jurídico e pelo 
mercado. Como consequência, segundo Sodré (2002/2013), há transformações significativas 
no modo de presença do indivíduo no mundo contemporâneo que, inclusive, podem vir a 
gerar ilusões para as pessoas que utilizam recursos e ferramentas disponíveis na web, tais 
como as redes sociais”.
Subjetividade no espaço virtual, tecnonarcisismo
Nesse contexto, a chamada estética de si ou estetização do self (PINHEIRO, 2008), que se 
reflete na exibição de gostos e de estilo de vida nas redes, é vista de maneira ambígua 
pelos pesquisadores: 
“A alienação de si mesmo, a ilusão referente aos sentidos e os sentimentos que as vivências 
adquirem para os sujeitos, por um lado, são assinalados como uma possível repercussão das 
redes na subjetividade contemporânea, a qual acarreta um desprendimento da fantasia e da 
imaginação e camufla o real (FERREIRA-LEMOS, 2011).
“Por outro lado, a exposição e a publicação de escolhas pelas 
quais ocorre a autoidentificação nas redes também são 
consideradas uma oportunidade de comparar, de reconsiderar 
escolhas já feitas e, portanto, de experimentar, subjetivamente, 
novas maneiras de ser e de agir (NICOLACI-DA-COSTA, 
2005b)”. 
Subjetividade no espaço virtual, estética de si
 Parece haver a tentativa “de conciliar demandas contraditórias e incompatíveis, e 
de distanciarem-se dos riscos inerentes à instabilidade que paira sobre os relacionamentos 
da vida real, bem como uma expressão transitória da identidade entre todas as suas 
implicações na época atual” (MAGALHÃES & PAIVA, 2009).
Subjetividade no espaço virtual, estética de si (conclusão)
 “O que encontramos e o que vemos se produzir é um tipo de subjetividade ilusoriamente 
marcada por uma individualidade, isto é, o que caracteriza e distingue cada indivíduo é uma 
falsa roupagem que se compra através das peripécias do marketing e da propaganda. Isto, 
por si só, implica em uma identidade referenciada em enganos narcísicos, pois os indivíduos 
pretendem-se colocar como diferentes e acabam por se perder em horizontes ilusórios, no 
entanto, exige-se deles que se mostrem como extremamente inovadores e únicos em seus 
atributos e qualidades.” (MEGALE e TEXEIRA, 1998)
Subjetividade e individualidade no espaço social 
 Os autores apontados, tanto no levantamento de Rosa e Santos, quanto no registro 
observado em situação de clínica (presencial), confirmam alterações na construção da 
subjetividade, as quais, em linhas gerais, reafirmam as observações de Bauman sobre o 
processo de fragmentação na sociabilidade contemporânea. É importante observar que, 
ao longo dos anos finais do século XX até década e meia do XXI, as tendências foram 
acentuadas, de certo modo, fragilizando o indivíduo, sujeito, reforçando a presença do 
indivíduo em rede. 
Subjetividade no espaço social e virtual
 Hoje (e desde 1998) os processos de subjetivação são fundamentalmente desconhecidos e 
descentrados do indivíduo, mas são fabricados no registro social, já que estamos imersos em 
uma sociedade marcada e constituída pela informática, pela comunicação à distância, pela 
invasão dos computadores em todos os espaços, desde os públicos até os privados. Os 
computadores e as redes digitais estão cada vez mais presentes em nosso cotidiano. 
 Mais ainda, parece estar se delineando um caminho onde praticamente todas as questões 
e os fazeres da ordem pública poderão ser realizados na esfera do privado, determinando, 
deste modo, um certo tipo de relação entre os indivíduos, entre os indivíduos e os 
objetos.(MEGALE e TEXEIRA, 1998).
Para concluir, a reflexão de Megale:
As estratégias sociais adotadas no cotidiano da sociedade contemporânea se refletem nas 
subjetividades presentes no espaço das redes sociais?
a) Não, porque o espaço virtual é imaginário, potencial, portanto, nele as pessoas se 
apresentam sem nenhum compromisso com a realidade.
b) Somente algumas estratégias aparecem, apenas as que demonstram riqueza.
c) Sim, as estratégias adotadas no cotidiano se refletem, uma vez que, no espaço virtual, 
as redes sociais dão continuidade à realidade social.
d) Não aparecem, o mundo virtual é um espaço de 
potencialidade: todos ali são felizes e sorridentes.
e) Sim, as estratégias aparecem apenas refletidas, uma vez 
que, nas redes sociais os usuários não têm o compromisso 
com a veracidade de suas manifestações, 
podendo experimentar.
Interatividade
As estratégias sociais adotadas no cotidiano da sociedade contemporânea se refletem nas 
subjetividades presentes no espaço das redes sociais?
a) Não, porque o espaço virtual é imaginário, potencial, portanto, nele as pessoas se 
apresentam sem nenhum compromisso com a realidade.
b) Somente algumas estratégias aparecem, apenas as que demonstram riqueza.
c) Sim, as estratégias adotadas no cotidiano se refletem, uma vez que, no espaço virtual, 
as redes sociais dão continuidade à realidade social.
d) Não aparecem, o mundo virtual é um espaço de 
potencialidade: todos ali são felizes e sorridentes.
e) Sim, as estratégias aparecem apenas refletidas, uma vez 
que, nas redes sociais os usuários não têm o compromisso 
com a veracidade de suas manifestações, 
podendo experimentar.
Resposta
BAUMAN, Zygmunt. Vida líquida. Rio de Janeiro: Zahar, 2007.
BAUMAN, Zygmunt. Vida em fragmentos. Sobre a ética pós-moderna. Rio de Janeiro: Zahar, 
2011
CASTELLS, Manuel. A era da informação: economia,sociedade e cultura: Vol. 1. A sociedade 
em rede (R. V. Majer, Trad.). São Paulo: Paz e Terra, 1999.
FERREIRA-LEMOS, Patrícia do Prado. Navegar é fantasiar: relações virtuais e psicanálise. 
Psico (Porto Alegre),42(1),59-66.2011 
FOUCAULT, Michel. Ditos e escritos, Vol. 5. Ética, sexualidade, política. Foucault in Huisman
(D.) Dictionnaire des philosophes [1984] p. 234-239 e Uma Estética da Existência. [1984] pp. 
288-293. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2004.
GIDDENS, Anthony. Modernidade e identidade. Rio de Janeiro: 
Zahar, 2002.
LÉVY, Pierre. Cibercultura. 3. ed. São Paulo: Editora 34, 2010.
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v. 11, n. 17, p. 96-112, jun. 2005 . Disponível em 
http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1677-11682005000100008&lng=pt&nrm=iso 
Acesso em 30 jul. 2019.
MACHADO, Jorge Alberto S. Ativismo em rede e conexões identitárias: novas perspectivas 
para os movimentos sociais. Sociologias, 9, 18, 248-285, 2007. Disponível em: 
https://seer.ufrgs.br/sociologias/article/view/5657/3256. Acesso em 22 out. 2019.
MAGALHÃES, M., & PAIVA, C. C. Estilos de identidade nas redes sociais de 
relacionamento. Cultura Midiática, 2(2),1-9.2009 Disponível em: 
https://www.periodicos.ufpb.br/index.php/ cm/article/download/11702/6727. Acesso em: 22 out. 2019.
MEGALE, Fernando Carlos Santaella; TEIXEIRA, Jurema. 
Notas sobre a subjetividade em nossos tempos. Psicol. Ciênc. 
Prof., Brasília , v. 18, n. 3, p. 48-53, 1998. Disponível em: 
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-
98931998000300008&lng=en&nrm=iso 
Referências bibliográficas
MOCELLIM, Alan. Internet e identidade: um estudo sobre o website Orkut. Em Tese, Florianópolis, v. 3, 
n. 2, p. 100-121, jan. 2007. ISSN 1806-5023. Disponível em: 
https://periodicos.ufsc.br/index.php/emtese/article/view/13477. Acesso em: 22 out. 2019. 
NICOLACI-DA-COSTA, Ana Maria. Sociabilidade virtual: separando o joio do trigo. Psicol. Soc., Porto 
Alegre , v. 17, n. 2, p. 50-57, ago. 2005. Disponível em http://www.scielo.br/scielo.php?
script=sci_arttext&pid=S0102-71822005000200008&lng=en&nrm=iso. Acesso em: 22 out. 2019.
PINHEIRO, Marta de Araújo. Subjetivação e consumo em sites de relacionamento. Comunicação, Mídia 
e Consumo, 5(14),103-121. 2008. Disponível em: 
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RECUERO, Raquel. Estratégias de personalização e sites de redes 
sociais: um estudo de caso da apropriação do fotolog.com. 
Comunicação, Mídia e Consumo, 5(12),35-36.2008. Disponível em: 
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ROSA, Gabriel Artur Marra. Construção e negociação de identidade: 
introdução a quem somos e a como nos relacionamos. Curitiba: 
Juruá, 2014.
Referências bibliográficas
ATÉ A PRÓXIMA!

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