Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Profa. Dra. Neusa Meirelles UNIDADE I Estudos Disciplinares Poder e Política no Espaço Virtual: Discursividade e Convencimento Os estudos disciplinares visam reforçar conteúdos trabalhados nas disciplinas do curso, no caso atual pretende-se discutir exercício de poder no espaço virtual, considerando suas peculiaridades e, para tanto, o conteúdo compreende duas unidades, a saber: Unidade I: Discussão conceitual, exame do exercício de poder e influência em relação à construção do sujeito e subjetividade. Unidade II: O foco será dirigido para modalidades de discurso, construção, mecanismos e recursos de convencimento. Estudos Disciplinares: objetivos Poder é sobretudo uma prática social, cultural, portanto, histórica. Nesse sentido, sempre que se pensa em poder está implícita a ideia de seu exercício, portanto, a ideia de uma relação social ou relacionamento social entre indivíduos, entre estado e sociedade, mas sempre com uma peculiaridade fundamental: exerce poder sobre o Outro quem toma decisão sobre ele, apesar de sua resistência. É fácil perceber que a decisão exercida sobre o Outro implica em legitimidade institucional, por exemplo, do governo, e nas relações sociais, em aceitação, obediência, ou o contrário, na insubordinação, liberação. Esclarecendo conceitos: o que é poder? Sim, quem exerce poder, decide sobre o Outro, mas nem sempre essa decisão implica em cerceamento da liberdade, subserviência ou subjetivação, visto que a cultura estabelece padrões para os relacionamentos, os quais implicam vínculos jurídicos legais, de legitimidade ou de simples legalidade, implicam em afetos, em componentes psicológicos etc., especialmente nos âmbitos familiar, religioso, político, de governo, comercial etc. A decisão sobre o Outro Na vida social, o exercício de poder observa padrões e valores que norteiam a ação, tanto do ponto de vista ético, quanto moral e estético. Todavia, esses valores e padrões, porque são culturais, são históricos, portanto, mudanças fundamentais na sociedade refletem-se no nível dos padrões e práticas aceitáveis de exercício de poder. Mudanças na esfera econômica contaminam as demais esferas da vida social e, portanto, alteram radicalmente o exercício de poder. Poder e sociedade: vida social, econômica, religiosa Na passagem do feudalismo para o capitalismo mercantil, os poderes dos senhores feudais sofreram várias limitações, e no mesmo processo também foram sendo alterados os poderes dos reis (instituição dos parlamentos) além da elaboração de direitos do cidadão. No capitalismo industrial, pós-revoluções francesa, americana e libertação colonial, novos direitos apareceram, inclusive direitos de manifestação, de reunião, etc. Desses movimentos surgiram os direitos trabalhistas, férias, etc. Na economia contemporânea (modernidade pós-industrial), aqueles direitos e as práticas de exercício de poder a eles relacionadas deixaram de ser coerentes com a lógica da economia. Aos poucos surgiram as novas práticas e situações decorrentes das peculiaridades da economia atual. Mudanças na economia, na vida social nas práticas de poder Os recursos tecnológicos de comunicação possibilitaram substituir parcela significativa do trabalho humano e nesse processo outras formas de exercício de poder foram emergindo, tais como: a expertise com dispositivos e recursos de comunicação virtual, os quais respondem, desde os processos de produção econômica, aos processos de circulação dos produtos, divulgação e avaliação financeira. Nos dias atuais o capitalismo se tornou informacional, em escala planetária, ou seja, globalizado. Na verdade, todo o sistema capitalista passou a observar uma lógica administrativa peculiar, destinada às condições de operação, e nessas condições há predominância do financeiro sobre o produtivo, e a acumulação do capital passou a operar com taxas flexíveis. Modernidade pós-industrial e o exercício de poder Na vida social, as práticas de poder são regidas por códigos históricos culturais; mas, e quando a própria realidade social é de outra natureza? O espaço virtual é uma dada realidade, tem uma dada empiricidade, embora seja de outra natureza: será que nele a dinâmica de poder da vida social também vale? Será que ao sair do Facebook a postagem desaparece? Será que as opiniões emitidas no espaço virtual, nas redes sociais, são incorporadas às imagens das pessoas? Será ainda que essas opiniões serão observadas, seguidas e compartilhadas por outras pessoas? Todas essas questões recebem respostas afirmativas, mas é preciso analisar melhor o que se entende por espaço de exercício de poder para considerar, a seguir, as implicações decorrentes do fato de ele ser virtual. Os espaços de exercício do poder: o social e o virtual O espaço de exercício de poder não é necessariamente um território (físico) mas sim um campo de relações sociais, as quais podem ser socialmente aprovadas ou não, mas que constituem uma rede de interações sociais, de vinculação entre pessoas, de tal sorte que, em níveis distintos, essas pessoas podem decidir umas sobre as outras. Essa rede de relações tem uma composição bastante diversificada, abrangendo relações profissionais, de amizade, amor, sexo e companheirismo, relações políticas, de interesse, medo e receio, cumplicidade, de ameaça, chantagem, etc. O campo político brasileiro oferece inúmeros exemplos, assim como o campo religioso (a ideia de pecado, de excomunhão, as ameaças). Espaço social de exercício de poder Trata-se de um modo sutil de exercer poder (e decisão) sobre o outro: quem exerce influência induz o comportamento do outro, consegue adeptos sem ameaça, convence, mas sem ser explícito em seus objetivos. Para exercer influência é preciso que essa pessoa (instituição, grupo, ou facção) seja reconhecida como legítima portadora de uma verdade, de um saber (que pode ser até sobre moda) de boas intenções e propósitos. Enfim, exerce influência aquele que convence o outro de sua razão e saber. O exercício de poder político em uma eleição é, sobretudo, exercício de influência (claro que outras práticas podem existir, mas são fraudulentas). Espaço social de exercício de poder, a influência Pelo que foi apontado, exercício de poder é a possibilidade de decidir pelo outro ou induzir sua decisão, sendo essa segunda faceta o exercício da influência. As formas autoritárias de exercício de poder e influência incluem constrangimento, submissão, ameaça (medo), até chegar à aplicação da força física. Pode-se concluir, do que foi visto, que as relações de poder e influência ocorrem no campo das relações simbólicas, sobretudo no campo das linguagens (discursiva, impressa, imagética, sonora e digital). Espaço social de exercício de poder e influência (continuação) O conceito de virtual (virtualidade) é antigo na filosofia, Aristóteles o caracterizou, distinguindo seus aspectos ou sentidos distintos, sempre remetendo a um estado de potência, de potencialidade, mais precisamente, algo que é possível, mas que ainda não aconteceu; nessa acepção, virtual distingue-se de real exatamente por ser potencial. Mas então, como pensar no exercício de poder em um espaço virtual? É um poder que ainda não aconteceu, não existe? Não! Para Pierre Lévy “é virtual toda entidade desterritorializada, capaz de gerar diversas manifestações concretas em diferentes momentos e locais determinados, sem, contudo, estar ela mesma presa a um lugar ou tempo em particular” (LÉVY, 2003, p. 47). Exercício de poder no espaço virtual, conceituando No sentido colocado por Lévy, o exercício de poder no espaço virtual não tem manifestação física, material: é sempre por mediação simbólica. Portanto, é pela linguagem, em qualquer modalidade de discurso, que o poder e influência são exercidos no espaço virtual. Desse modo, o digital, como expressão simbólica, como uma linguagem,uma mediação, constitui recurso para exercício de poder e da influência, visto que ambos se tornam evidentes pelo comportamento do outro em conformidade com o esperado; contudo, o espaço digital não é o poder, mas um recurso, assim como virtual é o meio, o ambiente. Então, o que é o poder nesse caso ou, melhor ainda: onde ele está? Poder, espaço virtual e digital Quem exerce poder decide sobre o outro, mas como saber se o poder de alguém foi exercido quando a relação se deu no espaço virtual? Aponte a alternativa correta. a) Porque as normas devem ser obedecidas. b) Porque já diz o povo: “manda quem pode, obedece quem tem juízo”. c) Pela manifestação do comportamento do outro (anuência, atendimento). d) Na verdade, nunca se sabe nem é possível saber. e) Somente é possível saber nas eleições e pelo resultado das urnas. Interatividade Quem exerce poder decide sobre o outro, mas como saber se o poder de alguém foi exercido quando a relação se deu no espaço virtual? Aponte a alternativa correta. a) Porque as normas devem ser obedecidas. b) Porque já diz o povo: “manda quem pode, obedece quem tem juízo”. c) Pela manifestação do comportamento do outro (anuência, atendimento). d) Na verdade, nunca se sabe nem é possível saber. e) Somente é possível saber nas eleições e pelo resultado das urnas. Resposta O exercício do poder se dá pela posse dos recursos em operação naquele meio ou ambiente. Isso significa que exerce poder quem controla... o quê? Acesso ao meio, o recurso e, mais importante: o conteúdo divulgado, uma vez que poder nesse caso é sempre o exercício da cadeia de mediações simbólicas. Nesses termos, as questões colocadas aproximaram o exercício de poder no espaço virtual ao exercício de poder no espaço social, ou seja, para fora do virtual, visto que o controle (meio para decisão) está na posse de conjunto de empresas. Poder, espaço virtual e digital Contudo, é importante saber que as opiniões e imagens que circulam no espaço virtual passam a fazer parte da imagem de quem as postou, além de eventuais opiniões angariarem adeptos, “curtidores” ou “seguidores”. Quem postou essas opiniões não está exercendo poder diretamente sobre os seguidores: são aquelas ideias que exercem um tipo especial de poder: elas convencem, racionalmente ou não, por isso a pessoa que as postou começa a exercer um poder de influência pela comunicação. Na verdade, essa é a raiz da política. Espaço virtual e exercício de poder Política consiste no processo de uma prática social (coletiva) ou de grupos, ou ainda individual, que se dirige para a proposição e implantação de um projeto social coletivo ou, ao contrário, representa a oposição a um outro projeto político. Nesse sentido, a política é sempre uma antecipação para futuro, logo, toda política implica em práxis (ação no presente visando projeto de futuro), em uma intervenção na realidade, visando alterá-la segundo objetivos definidos. Enfim, toda política implica no exercício de poder, e consequentemente na antecipação da tomada de decisão sobre o outro... O que é política? É possível conceituar diferenças políticas considerando campo de ação (política de exportação, econômica, urbana, etc.) assim como é possível pensar em políticas públicas, relacionadas à concepção de Estado e ao âmbito da ação governamental, como: política de educação, política de saúde, saneamento básico, etc. Algumas políticas, na esfera pública, visam antecipar problemas e implicam o exercício de poder do estado sobre a vida dos cidadãos, sobre seu corpo, trata-se do exercício de um tipo de poder denominado biopoder (vacinação, antitabagista, controle alimentar, farmácia popular, etc.) Diversidade de políticas No espaço virtual é possível articular distintos discursos (texto, imagem, som e movimento) na comunicação de um dado conteúdo. Além dessa articulação, os atuais recursos do sistema tecnológico de comunicação permitem a interatividade, ou seja, aquela informação recebe resposta imediata, não importando tempo nem distância que separem os interlocutores. Também não importa o número de interlocutores, se todos estão em uma só rede. Assim é possível estudar, namorar, comprar e vender, navegando pelo espaço virtual. Esse processo de mudança tecnológica e cultural correspondeu à transformação do capitalismo industrial no modelo atual de capitalismo informacional (CASTELLS, 1999). Espaço virtual e capitalismo informacional No espaço virtual circula parcela significativa do processo de condução da política nos estados contemporâneos: as políticas públicas e a política econômica são campos em destaque nos noticiários, redes sociais, blogs, etc. O espaço virtual também recebe certas informações consideradas sigilosas, causando repercussão internacional. Enfim, nos dias atuais o espaço virtual está em paralelo, ou melhor, articulado ao espaço social, por ambos circulam informações públicas e privadas, e em certas situações, informações confidenciais deixam de ser reservadas. São essas condições que se refletem no padrão flexível da sociabilidade contemporânea. Capitalismo informacional e política no espaço virtual O padrão de sociabilidade foi afetado pela alteração das referências de tempo (a rapidez do online) e de espaço (virtual e social), provocando flexibilidade nos valores e padrões de comportamento: a vida social se tornou mais fugidia, desenraizada de uma ordem social constituída com valores que se formaram antes até do século XX, especialmente na esfera da individualidade: heterossexualidade passou a ser simplesmente um modelo de sexualidade entre todos os existentes, os papéis sociais femininos deixaram de ser associados apenas à família, e mesmo o modelo de família deixou de ser androcêntrico. Os recursos de comunicação e a sociabilidade contemporânea Sociabilidade diz respeito às práticas de convívio social adotadas em uma dada sociedade, em um dado momento da história; os padrões e normas de sociabilidade são culturais, tendem a ser preservados. Contudo, no mundo contemporâneo (pós-moderno), as práticas de sociabilidade tendem a ser alteradas rapidamente por efeito das próprias condições da vida social: tudo é rápido, superficial, supostamente instável. Ao modelo de sociabilidade coerente com a incerteza e a ansiedade que caracterizam as atuais condições de vida, Zygmunt Bauman qualificou pela metáfora líquida para expressar a instabilidade da vida contemporânea e, portanto, da sociabilidade. (BAUMAN, 2007) Sociabilidade e vida líquida Embora a instabilidade da vida social, permanece a busca incessante pela estabilidade, pela segurança, mas a vida exige enfrentar medos e situações de ambivalência, então, como proceder? Diz Bauman (2011, p.10): “Enfrentar a escolha entre bem e mal significa encontrar-se em situação de ambivalência” , mas essa situação não se apresenta clara, portanto, a escolha implica em “atuar baseado na responsabilidade”. Todavia, essa responsabilidade não se coloca nos dias atuais, mesmo porque, conclui Bauman, “a vida moral é um percurso de incerteza contínua”. As religiões, ao instalarem a ideia de pecado, amenizaram a ambivalência, mas a noção de pecado não se manteve na modernidade... Sociabilidade contemporânea e a moralidade A legislação veio substituir o sentido do regramento religioso pelo corpo de regras éticas que possibilitassem antecipar o desvio de comportamento, estabelecendo racionalmente um rumo correto para a ação. Afastava-se o pecado, criava-se a possibilidade de um mundo sem ambivalência moral. Todavia, ainda segundo Bauman (op. cit. p.52) essa tentativa não passava de “arrogância e autoconfiança”, muito embora a modernidade, na medida em que legislou sobre a moralidade, foi a era da ética. Nos dias atuais a situação éainda mais grave: questiona-se o legislar sobre princípios, mas “A nossa é a impensável perspectiva de uma sociedade sem moralidade” (BAUMAN, op. cit. p.56) Sociabilidade contemporânea, moralidade e ética A responsabilidade moral decorre da capacidade de se sentir (se reconhecer) responsável pelo outro. É esse vínculo emocional que vai constituir a figura do “ser para”, distinto do “estar com”, por meio de três realizações: a) saída do estado de indiferença e de coisificação; b) tira o outro do mundo da finitude e o coloca no campo da autodeterminação, do questionamento e inconclusividade; c) coloca o outro no mundo sem regras universais, ou pelo menos das regras que são protegidas pelo sentimento. (BAUMAN, op. cit. p. 90) Sociabilidade contemporânea e a reponsabilidade moral Quem é o outro, como posso me reconhecer nele? Por estabelecer uma relação entre o sujeito (eu, nós, a gente) e um outro (ele, alguém, vocês, todo mundo) essa relação pode ser de diferença e/ou identificação, tendo por referência sujeitos individuais e/ou coletivos. Essa é a relação de alteridade. A indagação é dirigida para o outro (que não é o sujeito), mas essa indagação só pode ser respondida ou explorada na medida em que ela parta do reconhecimento da distinção, similitude e diferença entre o sujeito (que interroga) o objeto da observação (o outro). Essa relação é que permite estabelecer cumplicidade e estranhamento. Sociabilidade contemporânea, alteridade, cumplicidade e estranheza Na modernidade, o reconhecimento dos direitos civis, humanos, sociais e políticos implicou na admissão de alteridade, de fato, um vínculo entre desconhecidos fundamentado na crença de similitudes ou experiências partilhadas. Essa modalidade de experiência resultou do fortalecimento de um sentido de identidade (quem sou eu, quem são os “meus”, a nossa história); há nessa colocação um sentido de estabilidade, de duração. Todavia, a sociabilidade, nas condições atuais, não pressupõe estabilidade, mas a fluidez, o “por enquanto”. Sociabilidade contemporânea, alteridade e identidade No mundo atual parece que todas as relações sociais são superficiais, fugidias, flexíveis. Nessas condições, ainda existe algum sentido em se falar de identidade étnica, por exemplo? Escolha a alternativa correta. a) Não, porque nada é durável ou fixado, assim também a identidade étnica. b) Sim, identidade étnica é importante, mas para os afrodescendentes e indígenas. c) Não é importante o grupo racial ou étnico a que você pertence numa democracia. d) Sim, é importante pelo sentido de pertencimento, de identificação, reconhecer-se em uma identidade faz parte da construção do sujeito. e) Sim, é importante porque em um país como o Brasil toda pessoa nascida fora de São Paulo “vira baiano”. Interatividade No mundo atual parece que todas as relações sociais são superficiais, fugidias, flexíveis. Nessas condições, ainda existe algum sentido em se falar de identidade étnica, por exemplo? Escolha a alternativa correta. a) Não, porque nada é durável ou fixado, assim também a identidade étnica. b) Sim, identidade étnica é importante, mas para os afrodescendentes e indígenas. c) Não é importante o grupo racial ou étnico a que você pertence numa democracia. d) Sim, é importante pelo sentido de pertencimento, de identificação, reconhecer-se em uma identidade faz parte da construção do sujeito. e) Sim, é importante porque em um país como o Brasil toda pessoa nascida fora de São Paulo “vira baiano”. Resposta Os relacionamentos entre indivíduos, os vínculos de trabalho, residenciais, não são construídos para a permanência, mas para poder ser rompidos com um mínimo de sofrimento: os namorados não são enamorados, estão “ficando”. Anthony Giddens denomina “relacionamento puro” a essa modalidade de relação travada entre pessoas antevendo benefícios individuais, de modo que cada um pode “sair da relação”, caso deixe de ser interessante. Não que o romantismo tenha deixado de existir: o dia dos namorados é sucesso de vendas, os casamentos são espetáculos, mas os contratos pré-nupciais se tornaram rotineiros. Sociabilidade contemporânea, relacionamentos fugazes De fato, os relacionamentos, as carreiras profissionais, a vida enfim, se transformou em uma sucessão de episódios, em fragmentos de tempo. Para Bauman, a personagem do “andarilho” (apontado por Baudelaire e Walter Benjamim) aquela personagem que observa a vida urbana em fragmentos, “como quem vai a um teatro; encontrar-se com estranhos e ser um estranho para eles” diz Bauman (op. cit. p.126): na verdade esse andarilho observa, vê a paisagem humana se desenrolar aos seus olhos, e nela estava “como se” participasse. Assim, no entendimento de Bauman o andarilho rompeu com a distinção entre aparência e realidade: ele “via” a vida, estando nas situações, sem pertencer a elas. Sociabilidade contemporânea, fragmentação da vida, o andarilho No mundo da ordem moderna, o vagabundo era o perigo da des-ordem, mas, de fato, era a contraordem: um esforço legislativo foi encetado para submeter esse personagem “perigoso” “aos rigores da lei” (como se dizia no Brasil). Nesse país, o “vagabundo” foi a figura do ex- escravo, morador dos centros urbanos, mas não habilitado para ocupar melhores empregos, concorrendo com as levas de imigrantes e de migrantes qualificados. Essa figura foi o “malandro” carioca, sambista, músico, morador no Estácio, supostamente não trabalhava (ser compositor não era trabalho), mas na verdade, entre os representantes da “classe”, havia soldados, marceneiros, artesãos. Todavia, o malandro, mulato, capoeirista, músico, representava a vadiagem, objeto da legislação específica. Nomes? Ismael Silva, Geraldo Pereira, Cartola, Nelson Cavaquinho, e até mesmo, por engano, Pixinguinha! Sociabilidade contemporânea, o vagabundo (malandro) Ele está em movimento, busca experiências novas, usufruir de espaços, cenários, imagens, perfumes, iguarias e situações que não lhe pertencem, são permitidas a ele, mas com certa reserva: ele vai usufruir do que lhe foi especialmente preparado, dos lugares que o recebem bem, e onde ele pode exercer o jogo da “descoberta”, da experiência de “perigo”. O risco dessa vivência do turista é fazer turismo na própria vida. Segundo Bauman, “seu slogan favorito é ‘preciso mais espaço’. E espaço é a última coisa que alguém procuraria em casa”. (BAUMAN, op. cit. p.134) Sociabilidade contemporânea, o turista “A vida é um jogo” dizem por aí, mas na verdade, jogar é um modelo de ação coerente com as práticas sociais contemporâneas: jogos estratégicos constituem disciplina de vários cursos superiores, e “jogo de sedução” é expressão frequente nos relatos de casos amorosos. Mas o que é um jogo? De início, cada primeira partida de um jogo parte do zero, como se nada houvesse antes, nem mesmo a experiência anterior de jogadores, assim também cada partida tem um término. Os jogadores e adversários devem ter certeza “de que aquilo é apenas um jogo”, não é a vida (embora a vida pessoal possa estar deveras comprometida com o jogo). Bauman afirma que “A marca da idade adulta pós-moderna é a vontade de abraçar o jogo de todo coração, como fazem as crianças” (BAUMAN, op. cit. p. 136) Sociabilidade contemporânea, o jogador Foram apontadas quatro estratégias pós-modernas emergentes das condições sociais instauradas na pós-modernidade: andarilho, vadio ou vagabundo, turista e jogador. Bauman as toma articuladas, tornando as relações sociais fragmentárias, favorecem a fluidez e superficialidade das relações, portanto, o outro, nessas condições, permanece distanciado, “como se fora objeto de avaliação estética, não moral”, dessa forma, diminuindo o sentido de responsabilidade. Elas são estratégias individualistas. Sociabilidade contemporânea, concluindo Se as estratégias conduzem, em linhas gerais, ao individualismo,então elas dificultam assumir responsabilidade pelo outro e, consequentemente, limitam o engajamento nas lutas por melhores condições de vida. Mas essas posturas não seriam contraditórias com a ênfase nas relações interpessoais que caracterizam os relacionamentos contemporâneos? Segundo Bauman, absolutamente não, porque os relacionamentos contemporâneos são “periféricos”, flexíveis, não são duradouros e nem estáveis: são o “por enquanto” antes comentado. Efeitos e contradições É no âmbito do poder que se formam o sujeito, o indivíduo, a individualidade. Como? O Sujeito, sujeito de si, se define e se constrói pela transgressão, ou seja, ao decidir por si, ainda que seja para acatar uma decisão do outro. É evidente que na vida social é mandatório acatar a decisão daqueles que estão investidos de poder legal e legítimo, mesmo que não se aceite. Fora esse caso, é importante que a decisão do outro seja acatada, mas não por simples obediência ou medo, mas porque os argumentos que a fundamentam foram reconhecidos como válidos ou verdadeiros, então aquela decisão passou de ser simplesmente acatada para ser compartilhada. Sociabilidade contemporânea e a construção do Sujeito Para Foucault, a construção do sujeito se faz na relação com os outros, em processos de assujeitamento e transgressão, por meio de linguagens e práticas, mas o campo em que se instala a transgressão como expressão do Sujeito e de sua sexualidade é um campo ético por excelência: uma ética do Sujeito e de sua constituição, na relação consigo mesmo, com os outros e com a verdade. Enfim, “o sujeito se constitui através das práticas de sujeição ou, de maneira mais autônoma, através de práticas de liberação, de liberdade [...] a partir, obviamente, de um certo número de regras, de estilos, de convenções que podemos encontrar no meio cultural” (FOUCAULT, 2004, p. 291). Nesse campo, ou mais precisamente, na constituição dessa ética fermenta a transgressão. Construção do Sujeito e transgressão Segundo Foucault, a relação entre transgressão e o limite não é a de ultrapassagem de fronteiras, mas é antes uma relação em espiral que “leva o limite até o limite do seu ser; ela o conduz a atentar para sua desaparição iminente, a se reencontrar naquilo que ela exclui (mais exatamente a se reconhecer aí pela primeira vez) a sentir sua verdade positiva no movimento de sua perda”. (FOUCAULT, 2001, p. 32-33). Transgressão e limite Diz Foucault: “a sexualidade em nossa cultura só é decisiva se falada e à medida que é falada” (FOUCAULT, 2001, p. 45), mas esse discurso da sexualidade, do desejo e transgressão, enfim o discurso do ser e de seus limites, é elaborado a partir do masculino; o que o torna impotente para abranger em si mesmo seu “outro lado” (não sua contradição) o feminino, que se expõe “se mostrando”, agindo, mais que falando. Sujeito e sua sexualidade Situada no limite do campo que lhe foi atribuído no assujeitamento, a mulher experimenta a solidão de si, seu desejo é pulsão que lhe move para ultrapassar a linha de fronteira entre o ser-sujeito-para-o-outro e o ser-sujeito-de-si. Nesse movimento de transgressão constrói-se como sujeito (Foucault). O movimento é desencadeado pelo seu desejo, não como força feminina específica, mas como pulsão humana, exercida por mulheres na ordem social masculina (androcêntrica), o que determina configurações peculiares ao movimento. Todavia, é importante o reexame dos discursos que tomam a mulher na condição de objeto de um saber de estruturação do sujeito masculino; mas esses discursos se formam do exterior do feminino. E ainda por serem masculinos, e para uma ordem social masculina, esses discursos não dão conta da condição fundamental de seu próprio objeto: a mulher. Sujeito e sua sexualidade, a mulher A teorização do sujeito, como o próprio Foucault reconhece, recebeu de Lacan uma contribuição fundamental, uma vez que com ele (Lacan): “Nós descobrimos que era preciso procurar libertar tudo o que se esconde por trás do uso aparentemente simples do pronome “je” (eu). O sujeito: uma coisa complexa, frágil, de que é tão difícil falar, e sem a qual não podemos falar” (FOUCAULT, 1999, p. 298). Teorização do Sujeito A construção do sujeito é um processo complexo, mas uma pessoa pode se construir como sujeito se, na relação de poder, ela não está como sujeito, mas ocupa o lugar do outro? a) Sim, a construção do sujeito pressupõe resistência, assujeitamento, subjetivação e transgressão à decisão do outro. b) Se a pessoa está na posição de outro, ficará nessa posição enquanto persistir a relação. c) A construção de sujeito não é aplicável à mulher, quanto ao homem, ele é sempre sujeito. d) Em princípio não, mas depende da capacidade de “virar o jogo”. e) Na verdade são duas posições teóricas, mas a mobilidade social existe. Interatividade A construção do sujeito é um processo complexo, mas uma pessoa pode se construir como sujeito se, na relação de poder, ela não está como sujeito, mas ocupa o lugar do outro? a) Sim, a construção do sujeito pressupõe resistência, assujeitamento, subjetivação e transgressão à decisão do outro. b) Se a pessoa está na posição de outro, ficará nessa posição enquanto persistir a relação. c) A construção de sujeito não é aplicável à mulher, quanto ao homem, ele é sempre sujeito. d) Em princípio não, mas depende da capacidade de “virar o jogo”. e) Na verdade são duas posições teóricas, mas a mobilidade social existe. Resposta Desde o início do século XXI, a internet, e nela, as redes sociais passaram a ocupar lugar decisivo na vida social, desse modo, também nas vidas dos sujeitos. Pesquisas nas áreas de humanas foram elaboradas visando esclarecer se a participação dos usuários nas redes sociais se refletiu, de algum modo, na própria subjetividade. Em levantamento da produção acadêmica sobre o tema, Rosa e Santos (2014) apontam que, segundo Fortin e Araújo (2013), “os usuários vivenciam os dispositivos da internet como um canal libertador e sentem necessidade de navegar, de se comunicar e também de utilizar esses dispositivos com fins sexuais”. “Mocellin (2007) [...] percebeu que os usuários de redes sociais também se interessam em procurar, em recuperar o passado, buscando encontrar amigos e grupos de muito tempo.” Conforme sugeriu Giddens (2002). Subjetividade e espaço virtual Ainda com base na pesquisa, Rosa e Santos (2014) apontam a tendência identificada por Recuero (2008) de os usuários constituírem grupos participativos por afinidades, como recurso adicional na construção de identidade, propiciando o compartilhamento de ideias e de vivências, elementos na construção da identidade social, conforme Castells (1999b). “Neste caso, destaca-se o crescente engajamento em manifestações e em movimentos sociais que reivindicam melhoras na vida coletiva. O ativismo em prol de causas pessoais e sociais passou a ser objeto de pesquisas e motivação a reivindicações coletivas em diferentes países na atualidade (MACHADO, 2007)”. Subjetividade e espaço virtual Conforme Rosa e Santos (2014), para “Paiva (2012), estabelece-se, nas redes, uma cultura da convergência na qual a individualidade e o narcisismo encontram uma ecologia comunicacional irrigada pela cooperação e pelo compartilhamento”; assim, apesar do narcisismo individualista, a subjetividade é afetada pela dimensão comunitária. Então, concluem os autores: “podemos inferir que a participação em redes redimensiona a produção intersubjetiva devido ao fato de que o usuário pode interagir com muitas pessoas ao mesmo tempo. Assim, a profusão de pessoas interagindo simultaneamente é uma novidade em relação aos tempos precursores, nos quais não prescindíamos da presença física imediata”. Subjetividade no espaço virtual reforça postura individualista narcisista ou a solidária? Gobbi (2010) citada por Rosa e Santos (2014),comenta que “as relações interpessoais adquirem maiores proporções em comunidades virtuais, nas quais a confiança e a colaboração permeiam as interações e permitem a sobrevivência de inúmeros grupos em rede [...] que surgem como fator de união que provê meios para inserção social e participação na vida pública, e que tendem a favorecer a busca por soluções que tragam benefícios para todos”. Embora haja esse aspecto, não se deve esquecer de que essa mesma sociabilidade virtual pode ser a origem de outras manifestações de violência, inclusive contra direitos humanos, posturas racistas etc. Subjetividade no espaço virtual, sociabilidade virtual? Conforme aponta Rosa e Santos (2014), “segundo Rodeghiero (2012), cyberbullying é um tipo de violência que dissemina o preconceito em tom de deboche ou de humor sarcástico, provocado pela propagação de um discurso violento de legitimação das relações de poder e de domínio, e que pode causar sentimentos de raiva, de vergonha, de tristeza e de medo às vítimas. Sendo assim, esse suposto senso de grupo ou de comunidade pode vir a ser acometido pelo seu par oposto, o senso de exclusão e de discriminação”. De fato, são comuns as denúncias sobre essa modalidade de comportamento, para isso, os usuários costumam empregar pseudônimos para garantir a impunidade. Subjetividade, espaço virtual e violência O questionamento de Baudrillard, conforme aponta Lopes, (BAUDRILLARD, 2001, p. 41, apud LOPES, 2005), é dirigido à realidade: como se o sociólogo francês, admitindo a realidade virtual como realidade, ainda assim questionasse: “mas o que é a realidade, ela existe? E, coerente, Baudrillard responderia: “não”. E explicando: “Do meu ponto de vista, como já disse, fazer acontecer um mundo real é já produzi-lo, e o real jamais foi outra coisa senão uma forma de simulação. Podemos, certamente, pretender que exista um efeito de real, um efeito de verdade, um efeito de objetividade, mas o real, em si, não existe”. Em consequência, a construção de uma subjetividade no espaço virtual seria uma “produção” teatralizada, um simulacro. Subjetividade, espaço virtual e simulação (Baudrillard) Segundo os autores Rosa e Santos (2014), a posição de Baudrillard é compartilhada por Sodré (2002/2013, p. 158): esse autor aponta “a existência de uma apropriação midiática que ele intitulou tecnonarcisismo, entendido como uma dissolução do narcisismo no espelho e cujo ordenamento é considerado artificial e vetorizado pelo universalismo jurídico e pelo mercado. Como consequência, segundo Sodré (2002/2013), há transformações significativas no modo de presença do indivíduo no mundo contemporâneo que, inclusive, podem vir a gerar ilusões para as pessoas que utilizam recursos e ferramentas disponíveis na web, tais como as redes sociais”. Subjetividade no espaço virtual, tecnonarcisismo Nesse contexto, a chamada estética de si ou estetização do self (PINHEIRO, 2008), que se reflete na exibição de gostos e de estilo de vida nas redes, é vista de maneira ambígua pelos pesquisadores: “A alienação de si mesmo, a ilusão referente aos sentidos e os sentimentos que as vivências adquirem para os sujeitos, por um lado, são assinalados como uma possível repercussão das redes na subjetividade contemporânea, a qual acarreta um desprendimento da fantasia e da imaginação e camufla o real (FERREIRA-LEMOS, 2011). “Por outro lado, a exposição e a publicação de escolhas pelas quais ocorre a autoidentificação nas redes também são consideradas uma oportunidade de comparar, de reconsiderar escolhas já feitas e, portanto, de experimentar, subjetivamente, novas maneiras de ser e de agir (NICOLACI-DA-COSTA, 2005b)”. Subjetividade no espaço virtual, estética de si Parece haver a tentativa “de conciliar demandas contraditórias e incompatíveis, e de distanciarem-se dos riscos inerentes à instabilidade que paira sobre os relacionamentos da vida real, bem como uma expressão transitória da identidade entre todas as suas implicações na época atual” (MAGALHÃES & PAIVA, 2009). Subjetividade no espaço virtual, estética de si (conclusão) “O que encontramos e o que vemos se produzir é um tipo de subjetividade ilusoriamente marcada por uma individualidade, isto é, o que caracteriza e distingue cada indivíduo é uma falsa roupagem que se compra através das peripécias do marketing e da propaganda. Isto, por si só, implica em uma identidade referenciada em enganos narcísicos, pois os indivíduos pretendem-se colocar como diferentes e acabam por se perder em horizontes ilusórios, no entanto, exige-se deles que se mostrem como extremamente inovadores e únicos em seus atributos e qualidades.” (MEGALE e TEXEIRA, 1998) Subjetividade e individualidade no espaço social Os autores apontados, tanto no levantamento de Rosa e Santos, quanto no registro observado em situação de clínica (presencial), confirmam alterações na construção da subjetividade, as quais, em linhas gerais, reafirmam as observações de Bauman sobre o processo de fragmentação na sociabilidade contemporânea. É importante observar que, ao longo dos anos finais do século XX até década e meia do XXI, as tendências foram acentuadas, de certo modo, fragilizando o indivíduo, sujeito, reforçando a presença do indivíduo em rede. Subjetividade no espaço social e virtual Hoje (e desde 1998) os processos de subjetivação são fundamentalmente desconhecidos e descentrados do indivíduo, mas são fabricados no registro social, já que estamos imersos em uma sociedade marcada e constituída pela informática, pela comunicação à distância, pela invasão dos computadores em todos os espaços, desde os públicos até os privados. Os computadores e as redes digitais estão cada vez mais presentes em nosso cotidiano. Mais ainda, parece estar se delineando um caminho onde praticamente todas as questões e os fazeres da ordem pública poderão ser realizados na esfera do privado, determinando, deste modo, um certo tipo de relação entre os indivíduos, entre os indivíduos e os objetos.(MEGALE e TEXEIRA, 1998). Para concluir, a reflexão de Megale: As estratégias sociais adotadas no cotidiano da sociedade contemporânea se refletem nas subjetividades presentes no espaço das redes sociais? a) Não, porque o espaço virtual é imaginário, potencial, portanto, nele as pessoas se apresentam sem nenhum compromisso com a realidade. b) Somente algumas estratégias aparecem, apenas as que demonstram riqueza. c) Sim, as estratégias adotadas no cotidiano se refletem, uma vez que, no espaço virtual, as redes sociais dão continuidade à realidade social. d) Não aparecem, o mundo virtual é um espaço de potencialidade: todos ali são felizes e sorridentes. e) Sim, as estratégias aparecem apenas refletidas, uma vez que, nas redes sociais os usuários não têm o compromisso com a veracidade de suas manifestações, podendo experimentar. Interatividade As estratégias sociais adotadas no cotidiano da sociedade contemporânea se refletem nas subjetividades presentes no espaço das redes sociais? a) Não, porque o espaço virtual é imaginário, potencial, portanto, nele as pessoas se apresentam sem nenhum compromisso com a realidade. b) Somente algumas estratégias aparecem, apenas as que demonstram riqueza. c) Sim, as estratégias adotadas no cotidiano se refletem, uma vez que, no espaço virtual, as redes sociais dão continuidade à realidade social. d) Não aparecem, o mundo virtual é um espaço de potencialidade: todos ali são felizes e sorridentes. e) Sim, as estratégias aparecem apenas refletidas, uma vez que, nas redes sociais os usuários não têm o compromisso com a veracidade de suas manifestações, podendo experimentar. Resposta BAUMAN, Zygmunt. Vida líquida. Rio de Janeiro: Zahar, 2007. BAUMAN, Zygmunt. Vida em fragmentos. Sobre a ética pós-moderna. Rio de Janeiro: Zahar, 2011 CASTELLS, Manuel. A era da informação: economia,sociedade e cultura: Vol. 1. A sociedade em rede (R. V. Majer, Trad.). São Paulo: Paz e Terra, 1999. FERREIRA-LEMOS, Patrícia do Prado. Navegar é fantasiar: relações virtuais e psicanálise. Psico (Porto Alegre),42(1),59-66.2011 FOUCAULT, Michel. Ditos e escritos, Vol. 5. Ética, sexualidade, política. Foucault in Huisman (D.) Dictionnaire des philosophes [1984] p. 234-239 e Uma Estética da Existência. [1984] pp. 288-293. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2004. GIDDENS, Anthony. Modernidade e identidade. Rio de Janeiro: Zahar, 2002. LÉVY, Pierre. Cibercultura. 3. ed. São Paulo: Editora 34, 2010. Referências bibliográficas LOPES, Eduardo Simonini. A realidade do virtual. Psicol. Rev. (Belo Horizonte), Belo Horizonte, v. 11, n. 17, p. 96-112, jun. 2005 . Disponível em http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1677-11682005000100008&lng=pt&nrm=iso Acesso em 30 jul. 2019. MACHADO, Jorge Alberto S. Ativismo em rede e conexões identitárias: novas perspectivas para os movimentos sociais. Sociologias, 9, 18, 248-285, 2007. Disponível em: https://seer.ufrgs.br/sociologias/article/view/5657/3256. Acesso em 22 out. 2019. MAGALHÃES, M., & PAIVA, C. C. Estilos de identidade nas redes sociais de relacionamento. Cultura Midiática, 2(2),1-9.2009 Disponível em: https://www.periodicos.ufpb.br/index.php/ cm/article/download/11702/6727. Acesso em: 22 out. 2019. MEGALE, Fernando Carlos Santaella; TEIXEIRA, Jurema. Notas sobre a subjetividade em nossos tempos. Psicol. Ciênc. Prof., Brasília , v. 18, n. 3, p. 48-53, 1998. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414- 98931998000300008&lng=en&nrm=iso Referências bibliográficas MOCELLIM, Alan. Internet e identidade: um estudo sobre o website Orkut. Em Tese, Florianópolis, v. 3, n. 2, p. 100-121, jan. 2007. ISSN 1806-5023. Disponível em: https://periodicos.ufsc.br/index.php/emtese/article/view/13477. Acesso em: 22 out. 2019. NICOLACI-DA-COSTA, Ana Maria. Sociabilidade virtual: separando o joio do trigo. Psicol. Soc., Porto Alegre , v. 17, n. 2, p. 50-57, ago. 2005. Disponível em http://www.scielo.br/scielo.php? script=sci_arttext&pid=S0102-71822005000200008&lng=en&nrm=iso. Acesso em: 22 out. 2019. PINHEIRO, Marta de Araújo. Subjetivação e consumo em sites de relacionamento. Comunicação, Mídia e Consumo, 5(14),103-121. 2008. Disponível em: http://revistacmc.espm.br/index.php/revistacmc/article/view/139/140. Acesso em: 22 out. 2019. RECUERO, Raquel. Estratégias de personalização e sites de redes sociais: um estudo de caso da apropriação do fotolog.com. Comunicação, Mídia e Consumo, 5(12),35-36.2008. Disponível em: http://revistacmc.espm.br/index.php/ revistacmc/article/view/117/118. Acesso em: 22 out. 2019. ROSA, Gabriel Artur Marra. Construção e negociação de identidade: introdução a quem somos e a como nos relacionamos. Curitiba: Juruá, 2014. Referências bibliográficas ATÉ A PRÓXIMA!
Compartilhar