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@alinecustodio | medicina | univag CRISE HIPERTENSIVA urgência e emergência hipertensiva DEFINIÇÃO A crise hipertensiva é uma elevação rápida, inapropriada, intensa e sintomática da PA, com ou sem risco de deterioração rápida dos órgãos-alvo (coração, cérebro, rins e artérias), que pode conduzir a um risco imediato ou potencial de vida. A elevação acentuada da PA é definida arbitrariamente como PAD ≥ 120 mmHg. Urgência hipertensiva Nível pressórico elevado Sem lesão de órgão alvo aguda e progressiva Combinação medicamentosa imediata Sem risco iminente de vida Acompanhamento ambulatorial precoce X Emergência hipertensiva Nível pressórico elevado Com lesão de órgão alvo aguda e progressiva Fármaco parenteral Com risco iminente de vida Internação em UTI Pseudocrise hipertensiva ↑ transitória da PA em eventos dolorosos ou emocionais, como cefaleia, tontura rotatória e ansiedade. Nesses pacientes, independente da PA, não há evidência de LOA, nem risco imediato de vida na anamnese, EF, fundo de olho, bioquímica, ECG, rx de tórax e TC de crânio. Geralmente, acontece em hipertensos em tto irregular, com PA muito elevada, mas oligo ou assintomáticos. Referência: 1. 7ª Diretriz Brasileira De Hipertensão Arterial – Sociedade Brasileira de Cardiologia Epidemiologia: A CH responde por 0,45-0,59% de todos os atendimentos de emergência hospitalar. Fisiopatogenia: ↑ do volume intravascular, da RVP ou produção ↓ de vasodilatadores endógenos parece precipitar maior vasorreatividade e resultar em CH. A capacidade autorregulatória está comprometida, particularmente no leito vascular cerebral e renal, resultando em isquemia local, o que desencadeia um círculo vicioso de vasoconstrição, proliferação miointimal e isquemia em órgãos-alvo¹. Prognóstico: A sobrevida de até 5 anos é significantemente maior na UH do que na EH. Ausência de descenso noturno associa-se a ↑ risco de LOA e consequente disfunção endotelial, situação envolvida na elevação aguda da PA. Investigação Clínica: deve ser voltada para a medida da PA e avaliação de LOA. 1. PA: medida nos 2 braços, em ambiente calmo, repetidas x até estabilização (mín. 3x); coletar informações sobre a PA usual do paciente e fatores desencadeantes (sal, dor, ansiedade), comorbidades, uso de anti-hipertensivos e outros medicamentos (AINES, corticoides, álcool). 2. Verificação de lesão de órgão alvo (LOA): a. Sistema ♥: dor/desconforto torácico, abdominal ou em dorso; dispneia; fadiga; tosse. b. Sistema nervoso: tontura, cefaleia, alteração de visão, audição ou fala, nível de consciência ou coma, agitação, delírio ou confusão, déficits focais, rigidez de nuca, convulsão. c. Sistema renal e geniturinário: alterações no volume ou na frequência miccional ou no aspecto da urina, hematúria, edema, desidratação, massas e sopros abdominais. d. Fundoscopia: papiledema, hemorragias, exsudatos, alterações nos vasos como espasmos, cruzamentos arteriovenosos patológicos, espessamento na parede arterial. Diagnósticos diferenciais: é importante reconhecer quando o paciente está tendo uma pseudocrise hipertensiva, ex.: paciente hipertenso com PA não controlada → isso pode acontecer pelo fato do paciente não saber que tem HAS e não realizar tto adequado ou pelo fato de um sabido hipertenso não realizar o tratamento adequado. Classificação das emergências hipertensivas Lesões cerebrovasculares Encefalopatia hipertensiva; hemorragia intracerebral; hemorragia subaracnóide; AVE isquêmico Lesões cardiocirculatórias Dissecção aguda de aorta, edema agudo de pulmão (EAP) com insuficiência ventricular esquerda; IAM; angina instável Lesões renais LRA rapidamente progressiva Gestação Pré-eclâmpsia; eclâmpsia Crises catecolaminérgicas Crise de feocromocitoma; overdose com LSD, cocaína, fármacos simpatomiméticos, fenilpropanolaminas; hipertensão rebote após retirada de anti-hipertensivo; interação da tiramina com inibidores da monoamino-oxidase (IMAO) Outras apresentações Trauma cerebral Tratamento geral da crise hipertensiva: o tratamento da UH é do da EH. Urgência hipertensiva: o tto deve ser iniciado após observação clínica em ambiente calmo e afastamento de HD de pseudocrise (que tem como tto analgésico e repouso) Anti-hipertensivos orais para redução da PA em 24 a 48 horas na UH: Captopril, clonidina e BB. Emergência hipertensiva: O tratamento dos pacientes com EH visa redução rápida da PA, com a finalidade de impedir a progressão das LOA. Pacientes devem ser admitidos em UTI, usarem antihipertensivos IV e ser monitorados cuidadosamente durante a terapia para evitar hipotensão. As recomendações gerais de redução da PA para EH devem ser: ↓ PA ≤ 25% na 1ª hora | ↓ PA 160/100 -110 mmHg em 2-6 h | PA 135/85 mmHg 24-48 h Entretanto, EH devem ser abordadas considerando o sistema ou órgão-alvo acometido. Assim, cada tipo de EH (CV, cerebral, renal ou outras) deve ser caracterizada previamente antes de se +iniciar a terapia anti-hipertensiva específica. Lesão Quadro clínico Diagnóstico Tratamento Encefalopatia hipertensiva Tríade clássica: HA severa + alterações no nível de consciência + papiledema Cefaleia frontoocciptal ou holocraniana TC de crânio RM de crânio Análise laboratorial ECG Investigação adicional Internação imediata + terapia antihipertensiva iniciada ↓ PA em torno de 20% Droga de escolha: nitroprussiato de sódio AVE hemorrágico Cefaleia intensa e súbita Crise convulsiva focal ou generalizada Queda do nível de consciência Súbito déficit neurológico focal Deve ser imediatamente confirmado pela TC de Crânio → hematomas hiperdensos em TC Internação em UTI Manter a PA abaixo de 180 x 105 mmHg Drogas de escolha: Nimodipina e labetalol AVE isquêmico Início súbito de déficit neurológico focal Alteração de força ou sensibilidade em um ou ambos os lados do corpo Déficit visual Disartria Desequilíbrio Tomografia Computadorizada Difusão na RM Doppler transcraniano AngioRM + Angiotomografia Angiografia cerebral digital Sem indicação de trombólise: observar pct nas primeiras 2h, PAM ↓ inicialmente em no máx. 20% nas primeiras 24h Com indicação de trombólise: Baixar PA + agressivamente Labetalol = mais indicado. Na ausência desse → NPS Manter PAS 180 e PAS 105 SÍNDROME CORONARIANA AGUDA Frequentemente acompanhadas de níveis pressóricos elevados → reflexo do miocárdio isquêmico Terapia anti-isquemia: nitratos, betabloqueadores Terapia antiplaquetária: aspirina, clopidogrel Terapia anticoagulante: fondaparinux, enoxaparina, heparina não fracionada EDEMA AGUDO DE PULMÃO Paciente com muita dispneia + ansioso + sudoreico + má perfusão periférica + cianose Dispneia de início súbito ou em progressão rápida + tosse seca ou com expectoração rósea + taquipneia + sinais de esforço respiratório + estertores crepitantes bilaterais + sibilos Quadro clínico + exames complementares compatíveis ECG RX de tórax Oximetria de pulso e gasometria arterial Peptídeo natriurético cerebral (BNP) e o N-terminal pro BNP à secretados em resposta ao estresse hemodinâmico Ventilação não invasiva é indicada precocemente MOV = oxigênio + monitorização + acesso venoso + coleta de exames + exame físico dirigido Furosemida, nitroprussiato de sódio, morfina, nitratos DISSECÇÃO AGUDA DE AORTA Tipo 1 e 2 = início súbito de uma dor torácica retroesternal de grande intensidade + náusea + sudorese Dor rasgante ou cortante Sintomas adrenérgicos = palidez + sudorese + taquicardia Tipo 3 = dor súbita na região dorsal torácica ou toracolombar Monitorização + O2 + acesso venoso + coleta de sangue Betabloqueador Nitroprussiato de sódio + ↓ PA ao menor valor tolerado + PA sistólica próxima de 100 mmHg Morfina
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