Buscar

Relatório CEPAL - A Concepção do Sistema Centro-Periferia


Continue navegando


Prévia do material em texto

UFABC – UNIVERSIDADE FEDERAL DO ABC 
Aula 5 (CEPAL) – ​A Concepção do sistema centro-periferia 
Formação Econômica do Brasil – 1º Quadrimestre de 2018 
Laryssa Rosa - RA: 21031516 
Professor Dr. Gabriel Rossini – Bacharelado em Ciências e Humanidades 
São Bernardo do Campo – SP 
 
O texto apresenta o desenvolvimento introdutório da teoria cepalina sobre 
o atraso econômico referente aos países chamados subdesenvolvidos, em 
comparação aos de primeiro mundo. A concepção da CEPAL se dará entre as 
noções centro e periferia, sendo os países periféricos dotados de uma 
economia voltada predominantemente para a exportação, de respaldo à 
produção de industrializados do centro. Desta forma, os países de periferia 
produzirão em sua grande maioria produtos primários, que têm uma flutuação 
econômica mais ampla do que as economias industrializadas, causando um 
desenvolvimento desigual e fazendo com que o lucro real sempre seja 
transmitido aos centros. A este fenômeno será dado o nome de deterioração 
dos termos de intercâmbio, ou de troca. As chamadas periferias nunca 
conseguirão reinvestir no desenvolvimento econômico interno, porque nos 
períodos de anormalidade econômica, os preços dos bens primários 
despencam, gerando uma necessidade de protecionismo do mercado interno, o 
que, por um curto período pode gerar um crescimento do setor interno, mas 
com o fim da anormalidade, os valores dos produtos do centro voltam a estar 
em uma crescente, enquanto os produtos primários crescem em um ritmo 
muito menor, fazendo com que o lucro obtido durante esse período não 
expresse um avanço na condição de desigualdade. Rodrigues dirá que 
“Durante as fases de auge, os preços primários aumentam mais do que os 
preços industriais, porém baixam mais na fase de declínio. ” 
Além disso, os preços primários são dependentes e só serão produzidos 
se o valor da matéria-prima ou dos manufaturados das indústrias de base 
forem lucrativos para a produção dos bens industrializados finais que serão 
produzidos no centro. Logo, o teto dos preços da produção da periferia é 
diretamente dependente do centro. 
O desenvolvimento econômico da CEPAL será considerado pelo aumento 
da renda média, aumento da produção do trabalho e aumento da densidade de 
capital por homem ocupado, possibilitado pelo volume de investimentos. O 
reinvestimento da parte do lucro na produção é que viabilizará o 
desenvolvimento. 
Haverá a diferença na forma de difusão do progresso técnico na produção 
industrial, de forma que no centro esta será rápida e homogênea, e na periferia 
se dará de forma lenta e especializada, essencialmente voltada para fora. Nas 
periferias ocorrerá uma economia dual, heterogênea em setores que operam 
de uma maneira essencialmente pré-capitalista e setores com maior 
especialização técnica, que serão aqueles voltados para a exportação. Como 
dificilmente o lucro obtido pelas economias periféricas gerará a possiblidade de 
reinvestimento no outros setores ele tenderá a permanecer desigual. No 
entanto, conforme a estabilização da demanda pelos bens primários ocorre 
naturalmente um movimento de crescimento na industrialização interna. De 
acordo com o texto, “seu crescimento populacional e o progresso técnico 
implicaria volumes de produção tão elevados que não poderiam ser colocados 
sem grave prejuízo da relação de intercâmbio”. Haverá, portanto, “condições de 
relativa imobilidade internacional da força de trabalho, a industrialização 
constitui o caminho obrigatório do desenvolvimento periférico. ” 
O que poderá explicar a deterioração dos termos de troca ou intercâmbio 
no caso dos preços atribuídos aos produtos primários periféricos é a 
abundância de mão de obra causada pelo grande crescimento vegetativo dos 
países em questão e o consequente desemprego estrutural. Este fato diminuirá 
o custo de produção. Soma-se a isto o fato de que a força de trabalho dos 
centros estará mais articulada e sindicalizada, o que não permitirá a 
compressão do valor dos salários, o que já não acontece na periferia. 
A CEPAL defenderá uma política de condução ao desenvolvimento 
econômico através da substituição de importações através da planificação para 
a condução do avanço da economia periférica.