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1 Nome dos acadêmico Lysis Ferreira Duarte 2 Nome do Professor tutor externo Carla Xavier Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI - Filosofia (FLX 0612) – Prática do Módulo IV – 10/12/19 Acadêmico Lysis Ferreira Duarte¹ Tutor Externo Carla Xavier² RESUMO Palavras-chave: 1. INTRODUÇÃO 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA No século XVI os estudos filosóficos foram trazidos pelos jesuítas que exerceram uma influência muito grande na história da educação no Brasil, catequizavam e educavam os povos das colônias com objetivo de propagar a religião e dar foça a fé. Quando foram expulsos, a filosofia foi trabalhada como uma forma de conhecimento da vida. No ano de 1838 o ensino da filosofia foi considerado obrigatório. Em 1870, Augusto Comte, considerou a filosofia uma base real tendo como referência os fatos, nomeou de filosofia positiva, alterando toda a estrutura do ensino superior brasileiro baseada na ciência aplicada e fundadas as primeiras faculdades 1908. Anos depois já na década de 30 iniciaram-se novas reformas na educação brasileira que atingiu o Ensino Médio. O objetivo da educação era a formação global em que o sujeito conseguisse atuar em todos os setores a conquista de sua autonomia. A primeira Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDF foi editada no ano de 1961. Porém, Com a intervenção militar, ocorrida em 1964, educação foi focada para os interesses econômicos. As teorias educativas se concentraram na produção urbana e as disciplinas Filosofia, Sociologia e Psicologia não fizeram mais parte do currículo. Porém em 1985, com a redemocratização do Estado, a Disciplina Filosofia passa ser incluída nos currículos escolares. Em 1996, no Art. 36º, § 1º, III, da nova LDB requer do discente que ela tenha “domínio dos conhecimentos de Filosofia e de Sociologia necessários ao exercício da cidadania”, mas a Filosofia ainda não é integrada como disciplina. A Lei 11.684/08 artigos 36 da LDB estabelece a obrigatoriedade das Disciplinas Filosofia e Sociologia na grade curricular do Ensino Médio. Este paper visa de forma breve trazer informações pertinentes ao desenvolvimento ao longo dos anos da Filosofia quanto disciplina curricular do ensino. Desde seus primores através dos Padre Jesuítas e a Companhia de Jesus, as mudanças extremas durante o período do Marques do pombal, surgimento das primeiras faculdades/universidades instaladas nas principais regiões da época e seu desenvolvimento e aplicabilidade no currículo atual. Informações estas que foram absorvidas atrás de pesquisas em livros e artigos bem alicerçados e transmitidas de forma mais objetiva para que seja de fácil e rápido entendimento. Brasil; Ensino; Filosofia; O desenvolvimento do pensamento em Filosofia em nosso país. 2 Foram os missionários jesuítas, os responsáveis pela primeira forma de ensino da Filosofia no Brasil, durante o período colonial. Surge então o Padre Manuel da Nóbrega que ordenado na Companhia de Jesus e vem para o Brasil (em 1549), mas, somente em 1580, implanta no colégio de Olinda o estudo de Filosofia destacando‐se também o Padre José de Anchieta. Os jesuítas dominam o ensino e construíram uma grande estrutura e dominavam o ensino no país, até a chegada de Marques de Pombal culminando na expulsão dos Jesuítas. Após este período negro, um tempo de construção e de expectativa surge nos cenários dois personagens para mudar o ensino e a visão filosófica em nosso país: Silvério Pinheiro Ferreira e também do Frei Montalverne Dentre as contribuições destes homens podemos citar: o desenvolvimento da filosofia da linguagem, o que permitiu discutir e repensar as diferenças entre o ser humano e demais seres. Um novo pensar sobre o “conhecimento”; desenvolvimento do cidadão diante do governo representativo ou dos direitos constitucionais, administrativos; entre outras. Uma nova fase começa no Brasil motivado por contribuições filosóficas surgiram e deram um novo rumo ao Brasil. Foram criados os cursos jurídicos em São Paulo e Olinda (1827), onde se concentravam os núcleos doe debate de ideias novas. O pensamento filosófico começa a adquirir certa autonomia quando apresentada na faculdade de Medicina de Salvador a tese Plano e Método de um Curso de Filosofia de Justiniano da Silva Gomes, considerada a primeira manifestação do positivismo no Brasil (1931). Surge o Estatuto das Universidades Brasileiras (1983). Criação da ANPOF Associação Nacional de Pós‐Graduação em Filosofia (1996); Implantação de aulas de Sociologia e Filosofia no Ensino Médio, através do artigo 36 da Lei 9394, da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. As contribuições dos pensadores desde a colonização até hoje foram grandes, mas dizer que foram suficientes seria imaturidade, pois, necessita‐se educar a população sobre a importância de posicionamento diante de circunstâncias e situações, não apenas como cumpridores de rituais e leis, mas, sim críticos diante das problematizações implicando-se em admitir que exista necessidade de um povo com olhar filosófico mais aperfeiçoado para pensar, falar e escrever de forma clara e crítica; Para se comunicar de forma eficaz, que tenha soluções criativas para os problemas, que consiga desenvolver argumentos sólidos para um ponto de vista e poder apreciar uma vista diferente da sua entre outros aspectos. A “Filosofia” assim intitulada como disciplina foi banida do currículo brasileiro em 1971, durante a reforma educacional feita no regime militar. Como substituta, foi criada a Educação Moral e Cívica (EMC) com conteúdos de doutrina patriótica, ficando afastada ao menos 20 anos do currículo educacional básico brasileiro retornando após a redemocratização do Estado. Depois de tanto tempo, foi difícil o retorno e adaptação da matéria ao conteúdo escolar vigente, pois, somente em 1996 a Lei nº 11.684/08 altera o art. 36 da Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir a Filosofia e a Sociologia como disciplinas obrigatórias nos currículos do ensino médio entretanto o Ministério da Educação não definia exatamente o conteúdo que deveria ser abordado, apenas orientando que o professor transmita conceitos e aplicações que fossem importantes para o exercício da cidadania que envolvem vida. Já em 2008, foi sancionado o projeto de lei nº 11.684/08 que tornava Filosofia e Sociologia disciplinas obrigatórias na grade curricular das escolas de ensino médio no Brasil, mas, neste momento como um conhecimento que deve ser dominado, entretanto sem um currículo específico, os conteúdos, as metodologias e as formas de avaliação serão organizadas de tal forma que, ao final do Ensino Médio, o educando demonstre domínio dos conhecimentos de Filosofia e Sociologia necessários ao exercício da cidadania. Deve-se pontuar que as modificações para o papel da Filosofia, tinha um objetivo de formalizar os conhecimentos filosóficos de acordo com as transformações sociais de cada período educacional. A ideia de promover a cidadania dos sujeitos só foi notificada com a LDB atual, mas que com a efetivação legislativa e curricular da mesma, ela nos trouxe outra visão de mundo que chegaria ao seu ápice com a promoção do pensamento reflexivo. Mas que até que ocorram mudanças significativas ficamos totalmente engessados sem nenhuma perspectiva de êxito. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/Lei/L11684.htm#art1 3 O desenvolvimento da capacidadede pensar leva o educando a adquirir autonomia na construção de critérios de criação e escolha. Possibilitando uma forma qualitativa de reagir sobre a sociedade, modificando a maneira de pensar , agir , sentir e agir. (SOARES, 2000). A Universidade de Coimbra, controlada pelos Jesuítas e principal centro cultural português, imprime a dinâmica e os limites culturais portugueses e brasileiros por quase duzentos anos. A partir daí, “a cultura filosófica passa a ser mero comentário teológico, fundado, principalmente na renovação da escolástica aristotélica” (CARTOLANO, 1985). A primeira faculdade Livre de Filosofia e Letras foi fundada em 1908. Em 1915 a filosofia foi apresentada como uma disciplina optativa na reforma educacional, mas, de acordo com Mazai (2001) Por anos tramitou na Câmara e no Senado Federal um projeto de lei complementar que substituía o artigo 36 da LDB, instituindo a obrigatoriedade das disciplinas Filosofia e Sociologia nos currículos do ensino médio. Após aprovação em duas instâncias do Poder Legislativo, o projeto foi vetado em 2001 pelo então presidente. Os argumentos que sustentaram o veto foram: a) a inclusão das disciplinas de Filosofia e Sociologia implicaria incremento orçamentário impossível de ser arcado pelos estados e municípios; b) não haveria suficientes professores formados para fazer frente às novas exigências da obrigatoriedade da disciplina. (FÁVERO, et al. 2004) Em 02 de junho de 2008, foi sancionado pelo Presidente da República, , o projeto de lei nº 11.684/08 que tornava Filosofia e Sociologia disciplinas obrigatórias na grade curricular das escolas de ensino médio no Brasil (BRASIL, 2008). Segundo Mendes (2008, p. 54), o fato de a filosofia ser obrigatória enquanto disciplina regular do ensino médio significou o resultado de muitos debates e processos que anteviam esta necessidade. Ainda segundo o autor, essa aprovação só foi conseguida porque a filosofia possui condições de fornecer autonomia para que os jovens aprendam eficazmente sobre o que é e como se deve exercer e cobrar de suas pares atitudes de cidadania. A pretensão de formação humana, que sempre fez parte da proposta educacional, necessita de eixos que confiram unidade, ainda que temporais, para que possa ser autônoma em relação ao presente e para que os sujeitos não fiquem abandonados em si mesmos, destituídos de perspectiva e sentido. Ainda que o debate acerca da educação parecesse não poder mais assegurar nenhum tipo de validade e aceitabilidade a priori a nenhuma posição, ele não pode ficar refém da ausência de certezas e convicções, sem expectativas. A educação deve argumentar para enfrentar os ataques feitos sobre suas estruturas. (Disponivel em https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/idiomas/a-educacao-como-formacao-na- contemporaneidade/42801 Acesso 08/12/2019) A referência agora passa a ser a nova estética, o novo conceito de educação, tal qual vem sendo constituído. A ideia de formação cultural confere à educação uma finalidade de cunho menos político e ético, que um cunho estritamente antropológico. Destarte, somente efetuando- se como formação cultural a educação pode postular a transformação dos indivíduos em pessoas éticas e políticas. ((Disponivel em https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/idiomas/a-educacao-como-formacao-na- contemporaneidade/42801 Acesso 08/12/2019) https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/idiomas/a-educacao-como-formacao-na-contemporaneidade/42801 https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/idiomas/a-educacao-como-formacao-na-contemporaneidade/42801 https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/idiomas/a-educacao-como-formacao-na-contemporaneidade/42801 https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/idiomas/a-educacao-como-formacao-na-contemporaneidade/42801 4 3. MATERIAIS E MÉTODOS 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO A filosofia era considerada, pelos jesuítas, um conhecimento básico na formação do homem, mas esta estava subordinada e a serviço da teologia, portanto, a filosofia da Escola, particularmente, da escola única, totalmente desvinculada da realidade circundante. Cabia ao professor apenas os estudos e os comentários seletos das obras de Aristóteles, enquanto preparação para o estudo e a compreensão da Suma Teológica de São Tomás de Aquino, a única obra, além da Bíblia . Além disso, não havia nenhuma abertura na livre interpretação do pensamento aristotélico, cultivando, por consequência, um estudo rígido, fechado, a serviço da fé católica. Se, por um lado, pelo vínculo com a classe política dirigente, com as suas escolas, com seus colégios e pela catequese, houve a contribuição significativa para a construção da cultura brasileira, particularmente pela difusão da língua portuguesa e da solidificação do catolicismo no País. Por outro lado, foram a principal responsável ideologia que sustentava a sociedade de classes, baseada na exploração do trabalho escravo negro, pela formação da elite e dos intelectuais brasileiros. Essa formação, no que se refere à filosofia, trouxe consigo as marcas da escolástica aristotélica-tomista, cravando uma visão escolástica no estudo e na compreensão da realidade social brasileira, no sentido de que priorizam a instituição escolar, isto é, a escola teórica à qual serve ou pertence, em detrimento a análise da realidade histórica concreta. entranhou no espírito intelectual dos filósofos e educadores brasileiros, influenciando, até o momento, os rumos do ensino de filosofia no país, que, em muitos casos, permanecem desvinculados da realidade histórica concreta da sociedade, sendo coerente apenas com a Escola de pensamento na qual está vinculada. Foram utilizadas diversas literaturas, artigos virtuais para pesquisa, e a vivencia que tive ao longo do período de estagio obrigatório que pude constatar diversas perspectivas a cerca do desenvolvimento histórico, atuação na atualidade e a realidade vivida dentro das Escolas. O Metodo principal para o este desenvolvimento foi a observação como um todo enquanto discente e docente, além da introspecção após tamanha quantidade de informações adquiridas a fim de sintetizar da melhor forma possível para ser explanada e entendida objetivamente. Figura 1 (Disponivel em http://www.morrodomoreno.com.br/materias/entre-aves-e-feras-elmo-elton.html Acesso 08/12/2019) Figura que transmite de forma bem sucinta as primeiras abordagens realizadas pelos Jesuítas em solo brasileiro. Na imagem representada pela figura do Padre José de Anchieta transmitindo seu conhecimento, um nativo indígena observando em meio a fauna e flora respectivos da época. 5 5. CONCLUSÃO REFERÊNCIAS ARANHA, Maria Lúcia de Arruda. História da Educação e da Pedagogia. São Paulo: Moderna, 2009. BRASIL. Lei nº 11.684/08. Altera o art. 36 da Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir a Filosofia e a Sociologia como disciplinas obrigatórias nos currículos do ensino médio. Brasília, 2008. Disponível em << http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/Lei/L11684.htm>> Acesso em 01 Dezembro de 2019 BRASIL. Lei nº 9.394, de 20 de Dezembro de 1996. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm Acesso em 01 Dezembro de 2019 CARTOLANO, Maria Teresa Penteado. Filosofia no ensino de 2 o .grau. São Paulo: Autores Associados, 1985. (Coleção educação contemporânea.)FÁVERO, Altair Alberto, et al. Cad. Cedes, Campinas, vol. 24, n. 64, p. 257‐284, set./dez. 2004 RODRÍGUEZ, Ricardo Vélez. Antero de Quental: O homem e a sua obra. Disponível em: Acesso em 12 de Março de 2012. MAZAI, Norberto; RIBAS, Maria Alice Coelho. Trajetória Do Ensino de Filosofia no Brasil, 2001. Disponível em:. PORTAL EDUCAÇÃO. A educação como formação na contemporaneidade. Disponível em: https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/idiomas/a-educacao-como- formacao-na-contemporaneidade/42801. Acesso em: 26 mar. 2019. Necessitamos que este seja o momento em que se despertem os olhares para a filosofia de forma coesa, pois estamos a uma curta distância dos países desenvolvidos e de grande e adiantado potencial do “pensar filosófico”. Mas também carecemos de pensadores que venham ser idealizadores das novas questões sociais, políticas e educacionais sérias, não homens que venham atender seus próprios interesses e nem tão pouco aos interesses de uma minoria. Entretanto estamos conscientes que este nunca foi e nunca será o objetivo da classe dominante, pois, levar um povo ao questionamento e ao pensar, é tornar os indivíduos críticos, o que torna uma ameaça a seus interesses políticos, econômicos e também filosóficos. Porém, sem esta nova perspectiva será impossível conquistarmos um nível mais elevado como nação. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/Lei/L11684.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm
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