Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
ISSN 2176-1396 A IMPORTÂNCIA DA UTILIZAÇÃO DAS TECNOLOGIAS NAS AULAS DE MATEMÁTICA Adriana Cristina Kozelski1 - FAMPER Gisele Arruda2 - UNIPAR Eixo – Educação, tecnologia e comunicação Agência Financiadora: não contou com financiamento Resumo Atualmente um tema muito discutido entre os educadores está relacionado ao uso, ou não, de tecnologias como laboratórios de informática, televisões com vídeo e data show, para auxilio dos educadores. A inovação tecnológica, que a cada dia ganha mais enfoque, mostra novos meios de acesso à rede, e formas de aprendizados diferenciados de extrema necessidade para o educando, no entanto, de importância vital também é a capacitação dos professores para utilizar as demandas do desenvolvimento tecnológico em pró da educação. Os jovens estão cada vez mais acostumados com computadores, internet e com jogos em videogames do que livros e cadernos. Assim, destaca-se a importância da inclusão das tecnologias na escola, como uma forma de utilizar o que eles já sabem, como mexer em computadores e na internet em beneficio do aprendizado dos mesmos. Observa-se que a utilização das mídias para o aprendizado, tem chamado cada vez mais a atenção do aluno. A Matemática é uma disciplina que causa certo espanto aos alunos, devido à quantidade de assuntos que envolvem os números, assim é muito importante à utilização de aulas diferenciadas que propiciem uma melhor compreensão do conteúdo por parte dos alunos. A Matemática é parte admirável na formação da cidadania, na medida em que a sociedade se utiliza, cada vez mais, de informações científicas e de recursos tecnológicos, dos quais os cidadãos devem se apropriar. Dessa forma, o objetivo do trabalho foi realizar uma revisão apontando os principais aspectos relacionados ao uso de ferramentas tecnológicas para o aprendizado da Matemática. Palavras-chave: Ensino aprendizagem. Ensino da Matemática. Ferramentas tecnológicas. 1 Mestre em Educação pela PUC-PR. Professora dos cursos de licenciatura da FAMPER. Coordenadora Pedagógica do Núcleo Regional da Educação de Francisco Beltrão. Realiza estudos sobre educação e políticas públicas e ensino aprendizado. E-mail: adrianaccristo@yahoo.com.br 2 Mestre em Ciências Bioquímica pela UFPR, doutoranda em Biologia Comparada pela UEM. Professora dos cursos de Ciências Biológicas e Nutrição da UNIPAR. Coordenadora Pedagógica de Ciências e Biologia do Núcleo Regional da Educação de Francisco Beltrão. Realiza estudos sobre educação, saúde e meio ambiente. E- mail: giselearruda@prof.unipar.br. 2191 Introdução A falta de material de apoio didático, aliado a ausência de computadores, data show, retro projetores, internet, laboratórios, pode afetar e muito o desempenho do aluno. Muitos estudos mostram que os alunos aprendem quando o professor realiza aulas diferenciadas, utilizando materiais de apoio, contudo, vive-se uma situação de precariedade das tecnologias, algumas vezes devido à falta de recursos disponíveis na escola e outras vezes devido a falta de capacitação dos professores para que as utilizem. A inovação tecnológica, que a cada dia ganha mais enfoque, mostra novos meios de acesso à rede, e formas de aprendizados diferenciados de extrema necessidade para o educando, no entanto, de importância vital também é a capacitação dos professores para utilizar as demandas do desenvolvimento tecnológico em pró da educação. O uso da internet, como uma ferramenta tecnológica se tornou, nos últimos anos, algo essencial e indispensável para a vida das pessoas. Tudo e qualquer conteúdo pode ser encontrado utilizando a internet, dentre elas destaca-se a educação à distância, o acesso a acontecimentos do outro lado do mundo, notícias, conteúdos curriculares de todas as áreas, como também, a comunicação instantânea entre pessoas em diferentes lugares. O mundo se desenvolve em rumo às tecnologias, assim é fundamental que se utilize métodos variados na escola aprimorando o aprendizado por parte dos alunos. Nesse contexto, os professores devem procurar utilizar mais os recursos disponíveis, mesmo que poucos, ou então, pleitear junto a recursos do governo a melhoria dos equipamentos tecnológicos tão importantes para a educação, visto que a tecnologia se tornou algo necessário ao dia a dia das pessoas. Todo esse desenvolvimento tecnológico trouxe grandes avanços na educação, na medicina, na saúde, entre outras, pois desta forma, o conhecimento pode ser disponibilizado para a comunidade como um todo, sendo que o acesso gratuito a internet é garantido pelas escolas e pelos órgãos municipais. Portanto, é de vital importância trabalhos que busquem entender quais são os problemas atualmente enfrentados pelas escolas perante as tecnologias, como também, quão importantes é a sua utilização para o desenvolvimento do aprendizado dos alunos, diferenciando o valor na vida e na educação dos alunos que tem e que não tem acesso a essas tecnologias. 2192 Dessa forma o objetivo geral do trabalho é analisar o papel das tecnologias no ensino aprendizado da Matemática, destacando se, a falta de uso de laboratórios de informática para pesquisas escolares, influencia no aprendizado do aluno, analisando a importância da tecnologia no aprendizado do aluno e verificando o papel da inserção da tecnologia nas aulas dos professores. Metodologia da Pesquisa Esta pesquisa será bibliográfica com abordagem qualitativa, pois as fontes serão compostas de material gráfico, utilizados única e exclusivamente para fins de leitura ou de obtenção de informação. Para Lakatos, (1992, p. 44) “a pesquisa bibliográfica permite compreender que, se de um lado a resolução de um problema pode ser obtida através dela, por outro, tanto a pesquisa de laboratório quanto à de campo (documentação direta) exigem, como premissa, o levantamento do estudo da questão que se propõe a analisar e solucionar”. Para Lüdke e André (1986) a pesquisa qualitativa tem o ambiente natural como fonte direta dos dados e o pesquisador como instrumento chave. A presença do pesquisador, no ambiente onde se desenvolve a pesquisa, é de extrema importância, à medida que o fenômeno estudado só é compreendido de maneira abrangente, se observado no contexto onde ocorre, visto que o mesmo sofre a ação direta desse ambiente. O pesquisador qualitativo cria deliberadamente espaços para o aparecimento de conteúdos e aspectos não previstos inicialmente. Para essa pesquisa serão utilizadas as técnicas de analise de conteúdo, analise qualitativa e interpretativa de textos, e estudos comparativos de textos acadêmicos, livros, monografias, dissertações, teses, entrevistas e reportagens em revistas ou sites especializados. Para os tratamentos de dados será feita a analise e interpretação fundamentados nos pressupostos teóricos. Importância da utilização das tecnologias nas aulas de Matemática Atualmente, vivencia-se um movimento de ideias que desafiam os educandos quanto à organização e ao tratamento dos conteúdos. Dentre os vários elementos norteadores que estão sendo propostos, pode-se destacar a problematização contextualizada, articulação dos 2193 conteúdos, valorização de conhecimentos prévios dos alunos, abordagem dos conteúdos em forma de espiral, pesquisa e elaboração própria, incorporação de avanços científicos e tecnológicos, avaliação processual e permanente, estímulo ao raciocínio e à socialização de conhecimentos (FREITAS; BITTAR; ARNALDI, 2004). Acredita-se que todos esses elementos estão interligados entre si e são indicadores importantes para práticas pedagógicas atuais. A matemática é uma disciplina que causa certo espanto aos alunos, devido a quantidade de assuntos que envolvem os números, assim é muito importante à utilização de aulas diferenciadas que propiciem uma melhor compreensãodo conteúdo por parte dos alunos. Assim, destaca Oliveira (2007, p. 41), Ensinar Matemática é desenvolver o raciocínio lógico, estimular o pensamento independente, a criatividade e a capacidade de resolver problemas. Os educadores matemáticos devem procurar alternativas que motivem a aprendizagem e, desenvolvam a autoconfiança, a organização, a concentração, estimulando as interações do sujeito com outras pessoas. Uma das finalidades da matemática destacado pelos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) (BRASIL, 1997) é resolver situações-problema, sabendo validar estratégias e resultados, ampliando formas de raciocínio e processos, como dedução, indução, intuição, analogia, estimativa, empregando conceitos e procedimentos matemáticos, bem como instrumentos tecnológicos disponíveis. Aqui cabe destacar a importância das tecnologias como ferramenta utilizada no desenvolvimento do ensino e aprendizado do aluno. Segundo os PCNs (BRASIL, 1997) a Matemática é parte admirável na formação da cidadania, na medida em que a sociedade se utiliza, cada vez mais, de informações científicas e de recursos tecnológicos, dos quais os cidadãos devem se apropriar. Mas a vitalidade da Matemática deve-se ao fato de que, apesar de seu estilo abstrato, suas considerações e resultados têm procedência no mundo real e encontram muitos aproveitamentos em outras ciências e em inúmeros aspectos práticos do dia a dia, como na indústria, no comércio e na área tecnológica. Contudo, ciências como Física, Química e Astronomia têm na Matemática ferramenta essencial (BRASIL, 1997). As Diretrizes Curriculares para a Educação Básica do Estado do Paraná (PARANÁ, 2006) indicam o caminho para o ensino da Matemática nesse sentido ressaltando que: “[...] o 2194 trabalho com as mídias tecnológicas insere diversas formas de ensinar e aprender e valoriza o processo de produção de conhecimentos”. A escola não é mais a única fonte de conhecimento para o aluno. Com o advento das tecnologias, estas passaram a ser muito utilizadas no processor de ensino/aprendizagem e tem se mostrado de grande valia tanto para os alunos, como para os professores. Segundo Freitas, Bittar, Arnaldi (2004) as escolas estão sendo equipadas com computadores e o professor tem sido chamado a usar esse instrumento com seus alunos desde os anos iniciais do Ensino Fundamental. O computador pode, efetivamente, contribuir para o processo de ensino e aprendizagem da Matemática e isso de formas variadas. As tecnologias de comunicação no ensino apresentam algumas vantagens como, tais como, informações de fácil acesso e comunicação à distância, maior agilidade na realização das tarefas, ganho de tempo e novas possibilidades para a construção do conhecimento. Essa era digital é marcada por alunos que levam para a sala de aula novidades e informações pesquisadas na internet. É muito importante o professor conhecer e entender o funcionamento dessas novas tecnologias, para que elas sejam utilizadas em prol de assuntos valiosos e importantes para a vida das pessoas. Além do recurso ao uso de problematizações contextualizadas, de materiais concretos de manipulação, da história da matemática, de tecnologias da comunicação (computadores, tabletes, notebook e outros), os Parâmetros Curriculares Nacionais apresentam outras ideias facilitadoras para o trabalho pedagógico em sala de aula, dentre elas, destaca-se o uso do conteúdo como meio para desenvolver ideias matemáticas fundamentais, a organização e o tratamento dos conteúdos em espiral, a valorização do trabalho em pequenos grupos em sala de aula, a articulação intramatemática (aritmética, álgebra, geometria, tratamento de dados), intermatemática (com outras áreas do conhecimento) e transmatemática (abordagem de temas transversais) (FREITAS; BITTAR; ARNALDI, 2004). Segundo os estudos de Ferreira (2004) através da utilização do computador, quer nas apresentações de slides, quer na utilização do Software, nota-se que desperta interesse nos alunos, proporcionam tipos de abordagens que seriam impossíveis de serem verificadas em curto prazo. O único ponto negativo é que ao professor elas demandam muito tempo de preparo e planejamento. Porém a recompensa é o desafio de buscar e adaptar caminhos de ensino e aprendizagem inovadores. 2195 Ferreira (2004) ainda demostrou em seu estudo que o uso da TV pendrive como auxílio nas visualizações de imagens apresentadas em sala de aula, é um excelente recurso, contudo, essas apresentações não podem ser longas, pois como as figuras são estáticas o aluno tende a se dispersar. No caso de se prolongar uma exposição desse gênero é melhor interagir no computador com o recurso de slides. Entretanto para o uso de vídeos a TV pendrive foi ótima opção, pois o som e as imagens são bem vistas pela sala toda. A inserção de novas tecnologias na sala de aula promove a abertura de um novo mundo ao educando. O uso de recursos importantes como a televisão, DVD, computador conectado à internet, fará com que aumente o raio de oportunidades de se obter conhecimento sobre os mais variados assuntos (DELACÔTE apud DELORS, 2005). Inclusive a matemática, onde muitos alunos possuem dificuldade. Nesse sentido, Abreu (2013) destaca, A matemática é uma linguagem expressa através de símbolos. Assim sendo, cabe abordar aqui as dificuldades dos alunos que não conseguem compreender instruções e enunciados matemáticos, bem como as operações aritméticas, pois é necessário que eles superem as dificuldades de leitura e escrita antes de poderem resolver as questões que lhes são propostas (ABREU, 2013, p. 55). Portanto, as ferramentas tecnológicas podem ser utilizadas em consonância com os conteúdos curriculares, aprimorando o conhecimento do aluno, para que tenha menores dificuldades para aprender a matemática. A presença das tecnologias, principalmente do computador, requer das instituições de ensino e do professor novas posturas frente ao processo de ensino e de aprendizagem. Segundo Levy (1995) a informática é um campo de novas tecnologias intelectuais, aberto, conflituoso e parcialmente indeterminado. Assim, a questão do uso dessas tecnologias, principalmente na educação, ocupa posição central e, por isso, é importante refletir sobre as mudanças educacionais provocadas por essas tecnologias, propondo novas práticas docentes e buscando proporcionar experiências de aprendizagem significativas para os alunos. Segundo Valente (1999), o uso do computador na educação objetiva a integração deste no processo de aprendizagem dos conceitos curriculares em todas as modalidades e níveis de ensino, podendo desempenhar papel de facilitador entre o aluno e a construção do seu conhecimento. O autor defende a necessidade de o professor da disciplina curricular atentar para os potenciais do computador e ser capaz de alternar adequadamente atividades não informatizadas de ensino-aprendizagem e outras passíveis de realização via computador. 2196 Enfatiza a necessidade de os docentes estarem preparados para realizar atividades computadorizadas com seus alunos, tendo em vista a necessidade de determinar as estratégias de ensino que podem utilizar, conhecer as restrições que o software ou programa apresenta, e ter bem claros os objetivos a serem alcançados com as tarefas a serem executadas. O computador pode ser utilizado como material de apoio para o ensino (banco de dados, elementos visuais), mas também como fonte de aprendizagem e como ferramenta para o acréscimo de aptidões. O trabalho com o computador pode ensinar o aluno a aprender com seus erros e a aprender junto com seus colegas, trocando suas produções e comparando-as (BRASIL, 1997). Um dos principais estudiosos do tema, Larry Cuban, professor de educação da Stanford University (apud CYSNEIROS, 1999) afirma que a utilização de tecnologias nas escolas aconteceu por fases ea conclusão é de que as ferramentas tecnológicas utilizadas são ótimas, porém a maioria das escolas é que é “atrasada”. Políticas públicas são tomadas como forma de fazer o ensino progredir, porém limitadas pelos professores. Outra tecnologia surge, seu ciclo começa, porém limita-se em seus aspectos usuais. Nesse sentido destaca-se a importância de preparar o professor para utilizar essas ferramentas de forma adequada, melhorando a sua aula, atraindo mais a atenção do aluno, que passa, muitas vezes, a gostar mais da disciplina, devido à utilização de recursos diferenciados pelo professor. Outra importância do professor, descrito por Abreu (2013) é que cabe ao professor buscar maneiras de usar em sala de aula o conhecimento matemático cotidiano de seus alunos; esse desafio, se aceito de fato, pode revolucionar e, principalmente, tornar muito mais fascinante a aprendizagem da matemática. O mesmo autor ainda destaca que para alguns alunos o ensino da matemática se torna difícil porque o que está sendo ensinado não é significativo para sua vida fora da escola. Por exemplo, um problema não perde o significado porque usa uva ao invés de pitanga ou pitanga ao invés de uva como fruta, o problema perde o significado porque a resolução de problemas na escola tem objetivos que diferem daqueles que nos movem para resolver problemas de matemática fora da sala de aula. Perde o significado também porque na sala de aula só estamos preocupados com as regras gerais. Perde o significado também porque a professora não se preocupa com o esforço na resolução do problema, mas a aplicação da fórmula correta (ABREU, 2013). 2197 Esses aspectos se tornam mais evidentes no mundo globalizado em que vivemos, pois muitos educadores não querem se utilizar das tecnologias disponíveis na atualidade, fazendo com que sua aula fique cada vez menos chamativa para o aluno. Assim, cabe destacar que novas competências demandam novos conhecimentos: o mundo do trabalho requer pessoas preparadas para utilizar diferentes tecnologias e linguagens (que vão além da comunicação oral e escrita), instalando novos ritmos de produção, de assimilação rápida de informações, resolvendo e propondo problemas em equipe (BRASIL, 1997, p. 67). As tecnologias, tais como os computadores, a televisão, o telefax, o celular, o tablet, o notebook, o DVD, o Rádio, entre outros, permitem aos alunos conhecer novos horizontes, conhecer culturas e línguas, mercados e regimes de governo, permite ainda, modificar signos e realidades que nos são apresentadas (IANNI, 2001). Nesse contexto, é imprescindível e inevitável que o sistema educacional se envolva com essas tecnologias de forma a criar novas formas de se ensinar. Assim, complementa Abreu (2013) A educação matemática deve estar voltada para a necessidade que o aluno tem de construir sua lógica operatória, e, consequentemente as estruturas mentais dos números e das operações elementares. Assim sendo, é preciso envolver o aluno para que se sinta encorajado a refletir sobre suas ações e sem medo aprender a pensar, explorar e descobrir. Cada aluno tem seu jeito e tempo para aprender, hoje temos estudos e a compreensão da Psicopedagogia que nos mostra a necessidade de se observar a maneira peculiar e singular com que cada sujeito aprende (ABREU, 2013, p. 108). Assim, o professor pode aliar as dificuldades do aluno com o uso das tecnologias. Sabe-se que hoje, muitos alunos, possuem dificuldades, que podem ser sanadas através de uma aula utilizando vídeos, manchetes, jogos que envolvam números, gincanas de matemática, que podem ser desenvolvidas com auxílio da tecnologia. Atualmente os estudiosos, psicopedagogos e educadores têm se preocupado com vários problemas na aprendizagem dos educandos e um deles se relaciona ao déficit na aprendizagem da matemática (ABREU, 2013). Portanto, deve-se haver um incentivo pela escola do uso das tecnologias como uma ferramenta para a melhoria do aprendizado na matemática. Assim afirma Dullius e colaboradores (2009) 2198 Esperamos que mais professores se estimulem e se encorajem a usar tecnologias em suas aulas como ferramenta auxiliar no processo ensino-aprendizagem, permitindo aos alunos vivenciarem novas experiências matemáticas. Se os computadores estão aí, não devem ser ignorados, mas explorados adequadamente. Acreditamos que o uso de tecnologias pode influenciar significativamente na abordagem de certos conteúdos matemáticos e auxiliar no processo ensino-aprendizagem destes (DULLIUS et al., 2009, p. 13). Portanto, é necessário que os professores percam o receio da utilização dessas tecnologias e passem a utilizar como ferramentas cotidianas e rotineiras na escola, não apenas no ensino da matemática, mas também das demais disciplinas. Além disso, as ferramentas tecnológicas abrem novas possibilidades educativas, como a de levar o aluno a perceber a importância da matemática do seu dia a dia, um exemplo disso é a calculadora, que e utilizada rotineiramente por muitas pessoas de diferentes áreas, lembrando-se dos diversos modelos de calculadoras que se tem na atualidade. A tecnologia como ferramenta para a construção do conhecimento: atividades diversificadas Diante do cenário atual, onde a tecnologia toma espaço, o professor deve cada vez mais aprender a trabalhar com essas ferramentas em prol da educação. A diversidade de materiais disponíveis na mídia e na internet é muito grande, diversas são as áreas que possuem materiais e documentários disponíveis para serem utilizadas pelo educando. Embora as sofisticações tecnológicas sejam ainda maiores, existem dois aspectos que devem ser lembrados na implantação dessas ferramentas na educação. Primeiro, o domínio do técnico e do pedagógico não deve acontecer de modo separado um do outro. É irrealista pensar em primeiro ser um conhecedor em informática ou em mídia digital para depois tirar proveito dessa informação nas atividades pedagógicas. O melhor é quando os conhecimentos técnicos e pedagógicos acendem juntos, um demandando novas ideias do outro. O domínio das técnicas acontece por necessidades e exigências do pedagógico e as novas possibilidades técnicas criam novas aberturas para o pedagógico, constituindo uma verdadeira espiral de aprendizagem ascendente na sua complexidade técnica e pedagógica (VALENTE, 2002a). O segundo aspecto diz respeito à especificidade de cada tecnologia com relação às aplicações pedagógicas. O educador deve conhecer o que cada uma dessas facilidades tecnológicas tem a oferecer e como pode ser explorada em diferentes situações educacionais. 2199 Em uma determinada situação, a TV pode ser mais apropriada do que o computador. Mesmo com relação ao computador, existem diferentes aplicações que podem ser exploradas, dependendo do que está sendo estudado ou dos objetivos que o professor pretende atingir (VALENTE, 2002a). Nesse contexto, cabe destacar que o professor deve estar atento as ferramentas tecnológicas, conhecendo-as de forma a aplica-las corretamente. Por exemplo, na área de matemática, existem jogos disponíveis na internet que podem ser utilizadas como ferramentas pedagógicas que auxiliam no aprendizado do aluno. Não esquecendo que em cada ares tem-se materiais disponíveis para serem utilizadas, tais como vídeos, documentários, jogos, gincanas, entre outros. Assim destaca Valente (2002a) As facilidades técnicas oferecidas pelos computadores possibilitam a exploração de um leque ilimitado de ações pedagógicas, permitindo uma ampla diversidade de atividades que professores e alunos podem realizar. Por outro lado, essa ampla gama de atividades pode ou não estar contribuindo para o processo de construção de conhecimento. O aluno pode estar fazendo coisas fantásticas, porém o conhecimento usado nessas atividades pode ser o mesmo que o exigido em uma outra atividade menosespetacular. O produto pode ser sofisticado, mas não ser efetivo na construção de novos conhecimentos. Por exemplo, o aluno pode estar buscando informações na rede Internet, na forma de texto, vídeo ou gráficos, colando-as na elaboração de uma multimídia, porém sem ter criticado ou refletido sobre os diferentes conteúdos utilizados. Com isso, a multimídia pode ter um efeito atraente, mas ser vazia do ponto de vista de conteúdos relevantes ao tema. Por outro lado, o aluno pode estar acessando informação relevante, usando recursos poderosos de busca, e essa informação estar sendo trabalhada em uma situação fora do contexto da tecnologia, criando oportunidades de processamento dessa informação e, por conseguinte, de construção de novos conhecimentos (VALENTE, 2002a, p. 26). Assim, cabe ao professor propiciar a direção do que o aluno deve estar fazendo para utilizar as ferramentas tecnológicas em prol da melhoria do aprendizado em determinado conteúdo, por exemplo, o educador deve dar apoio quando utilizar a pesquisa na internet, pois sabe-se que muitas coisas não são aproveitáveis, contudo a gama de conteúdos importantes é grande, devido a isso deve ser sempre supervisionada pelo professor. Nesse contexto, a conhecimento pedagógico do docente é essencial. Admitindo as metodologias de informática para a realização dessas atividades e sabendo o que significa construir conhecimento, o professor deve indagar se o uso do computador está ou não contribuindo para a construção de novos conhecimentos (VALENTE, 2002a). A gênese do professor, portanto, envolve muito mais do que provê-lo com informação técnica sobre computadores. Ela deve criar condições para que ele possa estabelecer 2200 conhecimento sobre os aspectos computacionais, entender as perspectivas educacionais subjacentes às diferentes aplicações do computador e abranger por que e como integrar o computador na sua prática pedagógica. Deve proporcionar ao professor as bases para que possa superar barreiras de ordem administrativa e pedagógica, possibilitando a transição de um sistema fragmentado de ensino para uma abordagem integradora de conteúdo e voltada para a elaboração de projetos temáticos do interesse de cada aluno. Por fim, deve criar condições para que o educador saiba recontextualizar o aprendizado e a experiência vivida durante sua formação para sua realidade de sala de aula, compatibilizando as necessidades de seus alunos e os objetivos pedagógicos que se dispõe a atingir (PRADO; VALENTE, 2002). Nesse sentido, o desafio dessa formação pedagógica e tecnológica é muito grande. Todo esse emaranhando deve ser pensando com um aprendizado necessário e que ocorra de forma coerente, permitindo ao educador adquirir simultaneamente habilidades e competências técnicas e pedagógicas. No entanto, a preparação do docente é fundamental para que a educação dê o salto de qualidade e deixe de ser baseada na transmissão da informação para incorporar também aspectos da construção do conhecimento pelo aluno, usando para isso as tecnologias digitais, que estão cada vez mais presentes em nossa sociedade. Considerações Finais A atualidade está marcada pela utilização de ferramentas tecnológicas, principalmente entre os adolescentes e jovens. As escolas e os professores devem se adequar a essa demanda. Os recursos audiovisuais e tecnológicos vêm sendo utilizados em larga escala não apenas na escola, mas no dia a dia das pessoas, fazendo com que os professores sejam obrigados a se adequar a esta demanda. A internet, a informática, o DVD, o rádio, a televisão, o tablete, o data show, o computador são tecnologias que podem ser utilizados pelos professores para aprimorar suas aulas. Sabe-se que aulas diferentes das rotineiras chamam a atenção do aluno, que muitas vezes desperta por um conteúdo que antes não gostava. Como é o caso da matemática, onde muitos alunos não a têm como disciplina “querida”, e sim como o “horror” dos alunos, pois envolvem diversos assuntos. Contudo, isso pode ser melhorado através da utilização das ferramentas tecnológicas, que são instrumentos que oferecem aos professores uma dinâmica eficaz, possibilitando que o conteúdo possa ser ilustrado de forma mais clara e diferenciada do que o aluno está 2201 acostumado, que é a utilização do livro didático com aulas apenas teóricas dentro da sala de aula. Assim, as tecnologias devem ser utilizadas para melhorar a qualidade do aprendizado do aluno, tornando-o um aluno ativo, participante, desenvolto e atraído pelo assunto. Cabe salientar que uma alternativa adequada, que leve em consideração o planejamento da matéria, deve incorporar recursos tecnológicos, de uma forma harmônica, o que alude não se ater em apenas um deles, visto que nenhum é tão abrangente que aprecie todos os aspectos relacionados ao conteúdo abordado em sala de aula. Independente do recurso audiovisual e tecnológico usado, o importante é o conteúdo e a didática aplicada pelo educando em sua aula. O professor deve compreender que as ferramentas tecnológicas são um meio e não um fim, o docente é que tem o papel principal, na sensibilidade de usar esses recursos de forma apropriada. O emprego dos mesmos deve ser dosada, sem excessos, não sendo cansativa para o aluno. É importante ter consciência que essas ferramentas podem apresentar defeitos, por isso, é primordial que o professor tenha outra alternativa didática, caso necessário. Diante deste cenário, destaca-se a importância das instituições de ensino investirem na capacitação e aperfeiçoamento do educando no que se refere não só ao domínio da tecnologia, mas também no manuseio dos aparelhos, de forma que consolide uma aula mais voltada para o conteúdo e as necessidades do discente, visando uma melhor formação intelectual com qualidade de ensino. Portanto, é de extrema importância a utilização das tecnologias em sala de aula, pois elas estão tomando espaço e a cada dia o jovem mais se aprimora nesse desenvolvimento acelerado, que exige conhecimento e desenvoltura. REFERÊNCIAS ABREU, Marlene Aparecida Viana. Dificuldades da Aprendizagem de Matemática: Onde Está a Deficiência? 2013. s/ p. Disponível em: <http://www.pedagogiaaopedaletra.com.br/posts/dificuldades-da-aprendizagem-de- matematica-onde-esta-a-deficencia/>. Acesso em: 09 fev. 2017. BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: Apresentação dos Temas Transversais, Ética. Brasília: MEC/SEF, p. 15-143, 1997. CYSNEIROS, Paulo Gileno. Novas tecnologias na sala de aula: Melhoria do ensino ou inovação conservadora? Informática Educativa. v. 12, n. 1, p.11-24, 1999. 2202 DELORS, Jacques. A educação para o século XXI: questões e perspectivas. Porto Alegre: Artmed, 2005. DULLIUS, Maria Madalena et al. Professores de Matemática e o Uso de Tecnologias. UNIVATES. s/ data. Disponível em: <http://ensino.univates.br/~chaet/Materiais/EURE09.pdf>. Acesso em: 09 fev. 2017. FERREIRA, Andreia de Assis. O computador no processo de ensino-aprendizagem: Da resistência a sedução. 2004. 130 p. Disponível em: <http://www.portal.fae.ufmg.br/seer/index.php/trabedu/article/viewFile/330/299>. Acesso em: 05 fev. 2017. FREITAS, José Luiz Magalhães de; BITTAR, Marilena; ARNALDI, Iraci Cazzolato. Fundamentos e metodologia de matemática para os ciclos iniciais. In: VIII Encontro Nacional de Educação Matemática, 2004. Disponível em: <http://www.sbem.com.br/files/viii/pdf/01/MC74619047872.pdf>. Acesso em: 09 fev. 2017. IANNI, Octavio. A era do globalismo. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2001. LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Metodologia do Trabalho Cientifico. 4º ed. São Paulo: Atlas, 1992. LEVY, Pierre. As tecnologias da inteligência: o futuro do pensamento na era da informática. Rio de Janeiro: Editora 34, 1995. LÜDKE, Hermengarda Alves; ANDRÉ, Marli Eliza. Pesquisaem Educação: abordagens qualitativas. São Paulo: E.P.U., 1986. OLIVEIRA, Sandra Alves. O lúdico como motivação nas aulas de Matemática, artigo publicado na edição nº 377. Jornal Mundo Jovem, 2007. PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Superintendência da Educação. Diretrizes Curriculares de Matemática para a Educação Básica. Curitiba, 2006. PRADO, Maria Elisabette Brisola Britto; VALENTE, José Armando. A educação a distância possibilitando a formação do professor com base no ciclo da prática pedagógica. In: MORAES, Maria Cândida. (Org.) Educação a distância: fundamentos e práticas. Campinas: Nied-Unicamp, 2002, p. 27-50. Disponível em: <www.nied.unicamp.br/oea>. Acesso em: 11 fev. 2017. VALENTE, José Armando. A espiral da aprendizagem e as tecnologias da informação e comunicação: repensando conceitos. In: JOLY, Maria Cristina Rodrigues Azevedo. (Ed.) Tecnologia no ensino: implicações para a aprendizagem. São Paulo: Casa do Psicólogo Editora, 2002a, p. 15-37. ______, José Armando. O computador na sociedade do conhecimento. Campinas: Unicamp/NIED, 1999.
Compartilhar