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APS - D. RELAÇÕES DO TRABALHO

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ATIVIDADE PRÁTICA SUPERVISIONADA 
DIREITO DAS RELAÇÕES DO TRABALHO
Jad Caroline Lourenço Siqueira RA: 2110946 
Larissa Silvério RA: 2690852
Geovanna Facincani RA: 8826763
O trabalho forçado não é somente sobre o princípio da liberdade, mas também o da legalidade, o da igualdade e o da dignidade da pessoa humana. A medida afronta as normas legais, retirando do trabalhador o direito de escolha tendo uma condição equivalente como moral, psicológica ou física. 
O manual “Combate ao Trabalho Forçado. Manual para Empregadores e Empresas” é direcionado para o empregador, e possui como principal intuito ações e iniciativas especiais para o combate ao trabalho forçado no ambiente empresarial, e afirma quais atividades colocarão as empresas, sejam elas de pequeno ou grande porte, em grande risco, pois estariam descumprindo norma de tratado internacional da Organização Internacional de Trabalho e da Organização Internacional de Empregadores. 
O trabalho forçado é definido pela Convenção nº 29 da OIT, e sua definição consiste em ‘’Todo trabalho ou serviço que for extraído de qualquer pessoa sob ameaça de qualquer penalidade para o qual a referida pessoa não tiver se oferecido voluntariamente’’. O indivíduo pode se encontrar nessa situação quando assume trabalho ou serviço contra a própria vontade, e não pode deixa-lo sem sofrer qualquer tipo de ameaça ou prejuízo. 
O Código Penal tipifica, Art. 149, redação da Lei nº 10. 803, de 11/1 2/20 03, o crime de Trabalho forçado: 
Art. 149. Reduzir alguém a condição análoga à de escravo, quer submetendo-o a trabalhos forçados ou a jornada exaustiva, quer sujeitando-o a condições degradantes de trabalho, quer restringindo, por qualquer meio, sua locomoção em razão de dívida contraída com o empregador ou preposto: (Redação dada pela Lei nº 10.803, de 11.12.2003)
Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa, além da pena correspondente à violência. (Redação dada pela Lei nº 10.803, de 11.12.2003)
§ 1 o Nas mesmas penas incorre quem: (Incluído pela Lei nº 10.803, de 11.12.2003)
I - Cerceia o uso de qualquer meio de transporte por parte do trabalhador, com o fim de retê-lo no local de trabalho; (Incluído pela Lei nº 10.803, de 11.12.2003)
II - Mantém vigilância ostensiva no local de trabalho ou se apodera de documentos ou objetos pessoais do trabalhador, com o fim de retê-lo no local de trabalho. (Incluído pela Lei nº 10.803, de 11.12.2003)
§ 2 o A pena é aumentada de metade, se o crime é cometido: (Incluído pela Lei nº 10.803, de 11.12.2003)
I - Contra criança ou adolescente; (Incluído pela Lei nº 10.803, de 11.12.2003)
II - Por motivo de preconceito de raça, cor, etnia, religião ou origem. (Incluído pela Lei nº 10.803, de 11.12.2003)
Tráfico de Pessoas (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência)
Abaixo uma emenda do TST a respeito do trabalho equivalente ao trabalho escravo: 
AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA. ACÓRDÃO REGIONAL PUBLICADO NA VIGÊNCIA DA LEI 13.015/14. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. TRABALHO ANÁLOGO AO DE ESCRAVO. OBRIGAÇÕES DE FAZER E DE NÃO FAZER. INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS COLETIVOS. RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA. CARACTERIZAÇÃO DE PARCERIA RURAL. I - O Regional manteve a sentença que, acolhendo o pedido formulado pelo Ministério Público do Trabalho em ação civil pública, condenou os réus , solidariamente, a cumprir obrigações de fazer e de não fazer ali especificadas, bem como ao pagamento de indenização a título de danos morais coletivos, decorrentes da exploração de trabalho análogo ao de escravo, por verificar comprovada a existência de parceria entre esses. II - Ficou consignado no acórdão recorrido que, a despeito da celebração de contrato de "compra e venda" , cujo objeto era a alienação de lenha para fazer carvão, o proprietário da fazenda, ora agravante, cedeu parte de seu imóvel ao 2º réu para a construção de fornos e alojamentos destinados à produção do carvão mineral, assumindo, assim, os riscos do empreendimento, em verdadeira relação de parceria extrativista, a ensejar a responsabilidade solidária. III - Diante das premissas fáticas delineadas no acórdão regional acerca da existência de uma relação de parceria extrativista entre os réus, em especial do registro de que eles detinham comunhão de interesses e que ambos assumiram os riscos da venda do carvão mineral, para se alcançar entendimento diverso , seria necessário revolver o conjunto fático-probatório dos autos, atividade refratária ao âmbito de cognição deste Tribunal, a teor da Súmula 126 do TST. IV - Nesse contexto, não se divisa afronta aos artigos 369, 371, 375 e 479 do CPC, à medida que a controvérsia fora dirimida pelo exame de todo o universo fático-probatório dos autos, na esteira dos princípios da persuasão racional, disposto no artigo 371 do CPC/2015, e da primazia da realidade. V - No tocante à arguição de dissenso pretoriano, observa-se que os arestos trazidos a cotejo são inespecíficos, à luz da Súmula 296, item I, do TST, pois versam sobre hipóteses de mera relação de "compra e venda", não guardando similitude fática com a situação enfrentada na espécie, em que ficou comprovada a existência de "parceria rural". VI - Agravo de instrumento a que se nega provimento.
(TST - AIRR: 2695120145180251, Data de Julgamento: 08/11/2017, Data de Publicação: DEJT 10/11/2017)
O Manuel específica algumas situações em que podemos considerar um trabalho forçado, dentre elas: 
· Nascimento/ingresso na condição de “escravo” ou de servidão;
· Abdução física ou sequestro;
· Venda da pessoa, transferindo sua posse a outra;
· Confinamento físico no local de trabalho – em prisão ou cárcere privado;
· Compulsão psicológica, ou seja, uma ordem de trabalhar reforçada por ameaça plausível de penalidade por descumprimento;
· Dívida induzida (por falsificação de contas, preços inflacionados, valor reduzido de bens ou serviços produzidos, cobrança de juros excessivos, etc.);
· Enganar ou fazer falsas promessas acerca de tipos e termos de trabalho;
· Retenção e não-pagamento de salários;
· Retenção de documentos de identidade ou outros pertences pessoais de valor. 
O Manual mostra também, formas de manter alguém na situação de trabalho forçado, como ameaças e penalidades: 
· Violência física contra o trabalhador ou familiares ou pessoas próximas;
· violência sexual;
· (ameaça de) retaliação sobrenatural;
· aprisionamento ou outro confinamento físico;
· penalidades financeiras;
· denúncia a autoridades (polícia, imigração, etc.) e deportação;
· exclusão de emprego futuro; 
· exclusão da comunidade da vida social;
· remoção de direitos e privilégios;
· privação de comida;
· abrigo ou outras necessidades;
· transferência para condições de trabalho ainda piores;
· perda de posição social.
 Violência física contra o traba-
• Perda de posição socia
Violência física contra o traba-
• Aprisionamento ou outro confin• Perda de posição social
Uma informação de extrema relevância é que mesmo em pleno séc. XXI, diversas pessoas são vítimas do trabalho forçado, segundo a OIT pelo menos 12,3 milhões de pessoas são vítimas, tratando de um verdadeiro fenômeno global, possuindo incidências e casos em todos os continentes.
Segundo informações da OIT sobre o trabalho forçado no mundo, 20% do trabalho forçado é imposto pelo o Estado, sendo os demais por entes privados, dentre esta maioria, 64% para fins de exploração econômica, 11 % para fins de exploração sexual forçada e 5% remanescente não pode ser claramente identificado.
A maioria das vítimas são pessoas com poucas qualificações no ramo, analfabetas, migrantes em situação irregular, ou de grupos que sofreram discriminação ao longo dos anos, como por exemplo indígenas e tribais na América Latina, castas inferiores do sul da Ásia e, em especial, as mulheres dentro destes grupos.
A respeito do trabalho forçado um assunto ainda tão cotidiano em nossos dias atuais, ocorrem diversos casos no Brasil do trabalho análogo a escravidão com migrantes que vem de diversos países com a falsa promessa de conseguirem uma melhor qualidade de vida, entretanto sãoenganados por criminosos. Ou diversos cidadãos do Brasil que trabalham em situações de servidão, devendo trabalhar ao seu patrão por medo de violência, ameaça ou até mesmo por uma dívida abusiva. Este Manual é de extrema relevância, devendo ser divulgadas e m campanhas do governo e do Ministério do Trabalho como também por empresas, públicas. 
A constituição protege a dignidade da pessoa humana, os valores sociais do trabalho e garante que ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante. Como podemos estudar, o manual destaca em diversos momentos que só conseguiremos eliminar, se diversas frentes tomarem posicionamento a respeito com criações de leis justas, aumento de fiscalização, principalmente em regiões periféricas, uma grande divulgação dos direitos dos trabalhadores, principalmente através dos meios de comunicação dentre outras medidas cabíveis

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